Ferreira Fernandes | Diário de
Notícias | opinião
Há 15 anos, completados em março,
começou a invasão do Iraque. Esta acabou a 1 de maio - pouco mais de 40 de
dias. Se isso não é uma guerra-relâmpago não sei o que é uma
guerra-relâmpago... O presidente George W. Bush anunciou, então, com palavras
quase tão curtas como a campanha: "Missão cumprida." Terá sido?
Poderia parecer que sim, porque fizeram escola: "Missão cumprida",
disse agora o presidente Donald Trump sobre o bombardeamento da Síria. Mas às
vezes uma frase é uma frase, e só isso. A guerra do Iraque, como sabemos, ainda
não acabou. Não acabou quando foi anunciado o seu fim, em 2003, nem acabou
ainda hoje. E transformou-se numa pandemia, como prova a necessidade de se
bombardear a Síria. Nas guerras daquela região, as missões cumpridas são piores
do que os anúncios prematuros das mortes - não só são sempre mais do que
levemente exageradas como costumam produzir intermináveis filhotes com
infindáveis e falsas ilusões de que um dia acabaram. Sendo assim, sendo guerras
declaradas para acabar um mal e esse mal acabar por expandir-se, fica a
pergunta: porquê estas guerras? E não serve como justificação o bombardeamento
da Síria ter estreado um novo míssil, o JASSM-ER. Não traduzo a sigla, porque
não vale a pena memorizar o nome: ele segue-se a um outro míssil menos eficaz e
precede um mais eficaz. Admito, o bombardeamento serviu para testar o JASSM-ER.
Mas para que serviu o teste do JASSM-ER, já que não serviu para acabar com o
mal? Sim, sim, já ouvi que é mais um passo para o míssil seguinte, um míssil mais
eficaz. Mas como mais eficaz, se eles até agora só fizeram missões com anúncios
falsos de cumprimento? Gostava de obter uma resposta porque também sei que há
guerras necessárias.
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