Pequim, 14 abr (Lusa) -- A China
criticou hoje o ataque conjunto dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra
a Síria, por considerar que viola a Carta das Nações Unidas e complica as
negociações de uma solução para o conflito.
"Qualquer ação militar unilateral
sem o aval do Conselho de Segurança é contrária aos propósitos e princípios da
Carta da ONU e viola os princípios e normas básicas do direito
internacional", afirmou em comunicado uma porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.
Este ataque "também
acrescenta fatores novos e complicados para a solução da questão síria",
acrescentou a porta-voz.
"Nós opomo-nos ao uso da
força nas relações internacionais e apoiamos o respeito pela soberania, a
independência e a integridade territorial de todos os países", disse.
A China "apela a todas as
partes para que ajam no quadro do direito internacional e para que resolvam a
crise através do diálogo e da negociação", referiu a porta-voz.
Os Estados Unidos, a França e o
Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos
associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado
ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do
Governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três
ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para
produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O Presidente dos EUA justificou o
ataque como uma resposta à "ação monstruosa" realizada pelo regime de
Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar "o tempo que
for necessário".
A Rússia anunciou, entretanto,
que vai pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os
ataques ocidentais contra alvos na Síria.
"A Rússia convoca uma
reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as ações
agressivas dos Estados Unidos e seus aliados", refere Moscovo em
comunicado.
Peritos da Organização para a
Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação
sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do
Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500
foram afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em
Ghouta Oriental, que, segundo organizações não-governamentais no terreno, foi
realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países
acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu
principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de
serviços especiais estrangeiros.
VM // JLG
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