A eurodeputada comentou este
sábado (26.05) o editorial do Jornal de Angola, que critica as "ervas
daninhas" das relações luso-angolanas, referindo-se às posições assumidas
pela socialista.
"Não me intimidam, nem aqui
em Portugal, nem em Angola, os corruptos que querem envenenar as relações e
envenenam efetivamente, fazendo Portugal funcionar como lavandaria daqueles que
roubam Angola", afirmou Ana Gomes, em declarações à agência de notícias
Lusa, à margem do 22.º Congresso do PS, no distrito de Leiria, em Portugal.
De acordo com a eurodeputada, ela
está "numa cruzada em Portugal, na Europa, em solidariedade com Angola e
com todos aqueles que no mundo inteiro se batem contra a corrupção e contra as
violações dos direitos humanos que resultam da corrupção".
Referindo-se às suas últimas
declarações sobre a transferência
para Angola do processo contra o ex-vice-Presidente Manuel Vicente, acusado
em Portugal de corrupção e branqueamento de capitais, Ana Gomes reiterou os
seus comentários.
"O que eu disse – e mantenho
– não é que tivesse havido alguém, responsável político, do Governo ou até o
próprio Presidente da República, que tivessem ido pessoalmente pressionar os
juízes da [Tribunal] Relação para adotarem a decisão que adotaram, (...) o que
eu digo é que a pressão política, a influência política foi feita às
escancaras, por muitos elementos responsáveis políticos portugueses, nos media
portugueses e pelo próprio Estado angolano", frisou.
Para a eurodeputada, o Presidente
angolano, João Lourenço, tornou "a relação com Portugal refém da solução
que queria para o caso, que foi aquela que foi viabilizada pelo Tribunal da
Relação".
"Ervas daninhas"
No editorial deste sábado, o
jornal detido pelo Estado angolano reage às recentes declarações da
eurodeputada, que afirmou que a transferência para Luanda do processo do
ex-vice-Presidente de Angola – que era exigida pelas autoridades angolanas e
que o Governo português classificava como "o único irritante" nas
relações bilaterais – "foi fabricada".
No texto é ainda referido que,
"de algum tempo a esta parte, uma das vozes desestabilizadoras, do tipo
ervas daninhas" das relações entre Angola e Portugal, "com recurso ao
que para muitos parecem tentativas frustradas de ajuste de contas políticas,
tem sido indubitavelmente a eurodeputada socialista, Ana Gomes". O jornal
fala mesmo numa "cruzada" de Ana Gomes "contra o Estado angolano
e contra as autoridades angolanas", nas posições assumidas.
Agência Lusa, tms | Deutsche
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