No final de abril, o presidente
francês, Emmanuel Macron, fez uma visita a Donald Trump, nos Estados Unidos.
Ambos os líderes não pouparam agrados um ao outro, provando que a direita de
Trump tem muitos interesses em comum com o neoliberalismo de Macron (como, por
exemplo, a influência e o poder de ambos os países no Oriente Médio). Enquanto
isso, Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, avisou que a Europa já não
pode confiar nos Estados Unidos.
“A amizade entre nossas nações e
nós mesmos é indestrutível”, disse Trump na visita de Estado que fez em julho
de 2017 a Paris. “Nosso relacionamento pessoal é muito forte”, reforçou Macron
em abril para uma entrevista à TV Fox. Macron foi o primeiro chefe de Estado a
visitar os EUA após a posse de Trump.
Trump é útil para Macron: ao
deixar de lado certos problemas globais, como a mudança climática, e manifestar
sua vontade de se retirar de conflitos em regiões como o Oriente Médio e de
assuntos como o programa nuclear iraniano, ele abriu espaço para a França.
“Há conflitos às portas da
Europa. E a época em que podíamos confiar nos Estados Unidos acabou” disse a
chanceler alemã, Angela Merkel, na quinta-feira (10) em Aachen com inusitada
dureza contra o presidente norte-americano, Donald Trump, e sua decisão de
retirar seu país do acordo nuclear com o Irão, que transforma o Oriente Médio
em um vespeiro.
Macron pareceu querer concordar
com Merkel, mais porque seria no mínimo contraditório ele não se pronunciar
sobre algo que tanto defendeu. Manifestou-se, mas de forma mais branda, para
não criar desavenças com Trump; afinal, ficou claro no final do mês de abril
que ambos os países são aliados, ainda mais se somarmos o ataque à Síria com
mísses efetuada também pelo Reino Unido. “Algumas potências decidiram
descumprir sua palavra: estamos diante de grandes ameaças e a Europa tem o
dever de manter a paz e a estabilidade na região”, disse Macron.
A Alemanha reage à retirada dos
EUA do acordo nuclear com o Irão, que deixou as empresas do continente expostas
a sanções, provocou uma escalada dos preços do petróleo e, para piorar, atiça
ainda mais os conflitos do Oriente Médio. A União Europeia está há alguns dias
com suas baterias diplomáticas voltadas para minimizar o impacto dessa
afronta. A UE está à espera de que os EUA ofereçam alguma saída ao acordo
com o Irão que evite males maiores, como fez em outra ocasião, depois de anular
o pacto comercial com o Canadá e o México; afinal, como bem sentenciou o
presidente iraniano Hassan Rouhani na terça-feira (8), os Estados Unidos não
costumam cumprir com seus compromissos.
Texto original em português do
Brasil
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