O juiz presidente do
Tribunal Supremo, Rui Ferreira, criticou o afastamento compulsivo dos juízes do
tribunal congénere de São Tomé e Príncipe, classificando-o como uma “clamorosa
violação” de princípios universais do Estado de Direito.
O magistrado falava quinta-feira
na abertura do Conselho Consultivo do Ministério da Justiça e dos
Direitos Humanos, a propósito do caso que tem origem no diferendo envolvendo a
devolução da cervejeira são-tomense Rosema ao empresário angolano Mello Xavier,
processo que se arrasta há quase uma década.
Rui Ferreira recordou que os juízes são-tomenses foram “compulsivamente afastados” do cargo - após uma decisão favorável ao empresário angolano Mello Xavier -, incluindo o seu presidente, que é também, recordou, presidente do Fórum dos Tribunais Supremos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “É imensurável a nossa surpresa e indignação por esta postura, que lembra os tempos passados de autoritarismo, arrogância e prepotência. E constitui uma clamorosa violação de princípios basilares e universais do Estado de Direito, como são o da independência dos tribunais, o da inamovibilidade dos juízes, o da irresponsabilidade dos juízes pelas decisões por si proferidas e o da prevalência dessas decisões sobre as das demais autoridades”, acentou Rui Ferreira.
O parlamento são-tomense aprovou uma resolução de "exoneração e aposentação compulsiva" de três juízes do Supremo que decidiram pela devolução da Cervejeira Rosema ao angolano Mello Xavier.
Jornal de Angola
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