Atrasos "na reposição da
frota" obrigam a companhia aérea Cabo Verde Airlines (TACV) a cancelar
voos por tempo indeterminado.
A "Cabo Verde Airlines
informa que no seguimento do atraso na reposição da frota, por razões de
natureza técnico-operacional, estima-se que a irregularidade operacional possa
prolongar-se por mais alguns dias", adiantou o Conselho de Administração
da empresa em comunicado, na sexta-feira (06.07).
A companhia explicou que se
mantém "o atraso na entrega do B767 em 'wet lease' (aluguer) e que tudo
tem vindo a fazer para que se concretize o mais rapidamente possível".
"No âmbito do reforço da sua frota conta ainda receber em breve mais uma
aeronave, B757 D4-CCF, que se encontra no Reino Unido em fase de
inspeção", acrescentou a empresa.
Segundo a administração, os
atrasos "foram alheios aos TACV - Cabo Verde Airlines", tendo sido
acionado "o plano operacional de proteção dos passageiros", que estão
a ser encaminhados para outras companhias.
O cancelamento de vários voos -
com destino ao Brasil e Europa - prejudica centenas de passageiros.
Reformas necessárias
O Grupo de Apoio Orçamental (GAO)
a Cabo Verde pediu rapidez na conclusão do processo de privatização da
companhia aérea nacional, no final da primeira revisão anual ao país, que teve
lugar na cidade da Praia, na sexta-feira. "Os parceiros enfatizam a
importância de se concluir rapidamente as negociações em curso, especialmente
em relação à companhia aérea nacional Cabo Verde Airlines", refere o
comunicado final do encontro.
Cabo Verde tem em curso a
reestruturação da companhia pública TACV com vista à sua privatização, que
segundo o Governo deverá acontecer até final do ano.
O vice-primeiro-ministro e
ministro das Finanças, Olavo Correia, presente na conferência de imprensa, não
se comprometeram com uma data para a conclusão da venda da companhia pública.
"A TACV devia ter sido privatizada ontem. O processo já começou, com a avaliação
da empresa, e temos um cronograma para podermos receber a proposta técnica e
financeira. Estamos a trabalhar para que o mais rapidamente possível tenhamos
concluído este processo", frisou.
O responsável sublinha que a
privatização é um processo urgente pelos custos que a empresa representa para o
orçamento de Estado, mas ressalvou que não depende apenas do Governo, mas do
mercado e dos investidores.
Regresso à normalidade sem data
prevista
A TACV lamenta os "incómodos
causados" e manifesta-se confiante que "dentro de dias" a
operação estará "estabilizada" e de regresso "à
normalidade".
A Cabo Verde Airlines está em
processo de reestruturação, no âmbito do contrato de gestão assinado com o
grupo islandês Loftleidir Icelandic - Icelandair Group.
A empresa começou a operar com
dois aviões da Icelandair em novembro e, aquando da assinatura do acordo de
gestão, em agosto, o Governo cabo-verdiano tinha anunciado que a frota da
empresa teria mais três aviões até final deste ano.
Com um passivo acumulado de mais
de 100 milhões de euros, a companhia, que mudou a sua base operacional da
capital cabo-verdiana para a ilha do Sal, assegura agora apenas as ligações
internacionais depois de ter sido cedido à Binter Cabo Verde o mercado
doméstico.
A empresa tinha inicialmente
anunciado o cancelamento dos voos entre 2 e 4 de julho.
Agência Lusa, nn | em Deutsche
Welle
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