quinta-feira, 30 de agosto de 2018

OPORTUNIDADE À BATALHA DE IDEIAS!

Martinho Júnior | Luanda

Alguns esquecem-se simplesmente que a luta continua e os processos dialéticos são correntes, inclusive no que diz respeito aos interesses intestinos da aristocracia financeira mundial, eminentemente anglo-saxónica e elitista!...

De facto o capitalismo produtivo defendido por Trump, está numa tensão de ruptura dialética em relação ao capitalismo financeiro transnacional, promotor da hegemonia unipolar e do neoliberalismo, personalizado pela aliança entre Barack Hussein Obama e o clã Clinton!

O capitalismo financeiro transnacional tem sido o promotor das "revoluções coloridas", das "primaveras árabes" e de todo o concerto de doutrinas, filosofias, ideologias e práticas que concorrem para tal, inclusive o incentivado por via de Gene Sharp ("golpe suave")...

A nível global, esse capitalismo financeiro transnacional move assim uma persistente e constante guerra psicológica, que integra o volume de procedimentos de “soft power” disponíveis intimamente associados aos interesses instrumentalizados pela aristocracia financeira mundial anglo-saxónica, reitora do império de hegemonia unipolar, inclusive nos vínculos de vassalagem!

Para isso não faltam fundos, nem canais apropriados e, se algum tentáculo é cortado, outros tomam o seu lugar.

São também parte integrante das alianças que, por causa do interesse no petrodólar, incentiva ao caos e ao terrorismo, conforme os exemplos do Iraque, da Líbia e da Síria!

As monarquias arábicas wahabitas espelham a panóplia de interesses e a evolução deles, desde quando o império britânico estava em funções, algo que se acelerou com as primeiras explorações de petróleo saudita.

Neste momento, as tensões intestinas da aristocracia financeira mundial, levam a desgaste e perda de credibilidade em relação a seus próprios vassalos, como acontece com a Alemanha, algo que se vai reflectir em toda a União Europeia e nos relacionamentos internacionais.

É necessário saber se Luati Beirão e o que ele significa, se inscreve ou não nessas correntes, se sim, que papel ele tem nos processos de assimilação luso-angolanos e também avaliar quanto os novos fluxos dentro da União Europeia estão dispostos a dar a mão ou o flanco a esse tipo de “transversalidades”, quando sabem, sentem e avaliam das tensões intestinas da aristocracia financeira mundial como poucos.

O livro da autoria de Luati Beirão em questão (foi impedida a sua divulgação na Festa do Avante), promove o ponto de vista de alguém que se não integra, está próximo dos procedimentos úteis do capitalismo financeiro transnacional: foi isso que ele aprendeu e apreendeu dos “trotskismos” versáteis e de contingência, aplicando-o aos fenómenos contemporâneos e por isso ele declara ter lido Gene Sharp, deixando para a ambiguidade a interpretação de sua aplicação ou não!

O exercício que ele tem feito explicita práticas nessa conformidade, que são práticas “transversais” subversivas, contra os interesses dos povos e estritamente favoráveis a algumas franjas das elites (incluindo uma parte das oligarquias nacionais em Portugal e em Angola).

Este é pois um assunto corrente muito interessante para ser discutido por aqueles que, como o Comandante Fidel, estão abertos, em nome da advocacia da lógica com sentido de vida, às discussões no âmbito da batalha das ideias!

Em relação a Angola, não havendo uma radiografia justa sobre o processo histórico angolano e as transformações do carácter do poder do jovem estado, particularmente quando se intensificou a guerra psicológica implementada pelo capitalismo financeiro transnacional, este continua a ser um dos assuntos pertinentes sobre a mesa das atenções, ainda que haja a tendência de que só ciclicamente ele se manifeste com mais vigor e em “geometria variável”.

Considerei e considero que os processos de assimilação que socorrem o surgimento da burguesia financeira angolana e a corrupção, são a outra face da mesma moeda dos “revús”, uma moeda que tem que ver com uma classe social associada ao poder em Angola, ou a “transversalidades” que podem ser detectadas nas publicações e “pasquins” de Luanda.

Assim sendo, até que ponto os que assumem o materialismo dialético e a luta de classes, terão a obrigação de se deixar levar pelos “trotskismos" contemporâneos, sobretudo quando eles evidenciam as conexões a entidades instrumentalizadas como a CIA?...

Martinho Júnior - Luanda, 25 de Agosto de 2018

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Este comentário foi feito preliminarmente (e depois ampliado por mim aparte) quando se levantou o assunto que poderão acompanhar aqui:https://www.facebook.com/barbara.bulhosa/posts/10214727692164357

Outras intervenções minhas sobre o “fenómeno” Luaty Beirão, no Página Global:

A PROPÓSITO DE ALGUNS FUNDAMENTALISMOS CORRENTES E "TRANSVERSAIS"... – http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/12/a-proposito-de-alguns-fundamentalismos.html 
LUATY BEIRÃO, AVESSO À CRÍTICA E À OPINIÃO DE OUTROS, QUEIXOU-SE AO FACEBOOK? – http://paginaglobal.blogspot.pt/2016/12/luaty-beirao-avesso-critica-e-opiniao.html
FACEBOOK vs MARTINHO JÚNIOR: CHECK POINT BLOCK. BLOQUEIOS CONTINUAM – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/01/facebook-vs-martinho-junior-check-point.html
ANGOLA ALVO SISTEMÁTICO DE INGERÊNCIA E MANIPULAÇÃO AO SABOR DAS VEIAS ABERTAS… PELO IMPÉRIO DA HEGEMONIA UNIPOLAR! PONTO DE SITUAÇÃO! – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/01/angola-alvo-sistematico-de-ingerencia-e.html
INVERSÃO COMPLETA – NO FACEBOOK NÃO HÁ LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA O CONTRADITÓRIO AOS SEGUIDORES DE GENE SHARP! – http://paginaglobal.blogspot.com/2017/01/inversao-completa.html
ANGOLA SOB OS IMPACTOS DO CAPITALISMO NEOLIBERAL! – http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/12/angola-sob-os-impactos-do-capitalismo.html

PJ de Cabo Verde detém cinco suspeitos de burla, ameaças de morte e falsificação


A Polícia Judiciária de Cabo Verde deteve quarta-feira no Mindelo, ilha de São Vicente, cinco cidadãos cabo-verdianos e estrangeiros suspeitos de crimes de burla qualificada, ameaças de morte, falsificação e passagem de moeda.

Segundo um comunicado desta força de segurança, os indivíduos, com idades entre os 36 e os 50 anos, foram detidos "na sequência de várias buscas domiciliárias realizadas nos arredores da cidade do Mindelo, tendo sido ainda apreendidos diversos objetos e documentos relacionados com os crimes".

Os suspeitos apresentavam-se com diferentes nomes e disfarces e "fazem parte de uma associação criminosa que se dedica a práticas de crimes de burla, ameaças de morte e rapto, falsificação de moeda e outros", tendo vindo a atuar em várias partes do país, com destaque para a ilha de São Vicente, lê-se na nota.

"Através de engano de 'rituais de curas milagrosas e de feitiços', 'duplicação de dinheiro' (notas pretas) e/ou passando por investidores estrangeiros, esses indivíduos manipulavam as vítimas, fazendo com que estas lhes entregassem grandes quantias em dinheiro", lê-se ainda na nota da PJ.

As vítimas foram burladas em mais de 15 milhões de escudos cabo-verdianos (136 mil euros).

Segundo a PJ, "presume-se que parte desse dinheiro tenha sido usado na compra da embarcação e mantimentos que apoiaram o transporte de pessoas para o Brasil, de forma ilegal, ocorrido recentemente, a partir de Mindelo".

Estas detenções foram realizadas pela PJ, através do Departamento de Investigação Criminal do Mindelo (DICM) -- Brigada de Crimes Económicos e Financeiros -- e em cumprimento de um mandado do Ministério Público.

Os detidos irão ser presentes sexta-feira às autoridades judiciárias competentes, para efeitos do primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos e aplicação de medidas de coação pessoais.

SMM // EL | Lusa

Cabo Verde entre as ofertas “Praias de Sonho” de BESTRAVEL


Cidade da Praia, 30 Ago (Inforpress) – A rede de agências de viagens Bestravel está a divulgar as ilhas de Cabo Verde numa oferta para “Praias de Sonho”, onde também inclui Marrocos, República Dominicana e México.

Nesta oferta, a Bestravel anuncia programas de sete noites na Ilha da Boa Vista, a partir de 514 euros, com alojamento e pequeno-almoço (APA) no 3-estrelas Hotel da Boa Vista e voos TAP à saída de Lisboa, nos dias 15 e 22 de Setembro.

Para a Ilha do Sal, a rede de agências destaca duas promoções, sendo uma desde 570 euros para sete noites, no 2-estrelas Santa Maria Beach Aparthotel, em APA, com voos da TAP do Porto nos dias 8 e 22 de Setembro, e a outra, desde 812 euros, para seis noites, em regime de tudo incluído (TI), no 4-estrelas Oásis Belorizonte, com voos SmartWings/Travel Service do Porto, às segundas-feiras, de 10 a 24 de Setembro.

Para Marrocos, a proposta da Bestravel é a estância balnear de Saïdia, com sete noites em regime TI no 5-estrelas Iberostar Saïdia e com voos TAP de Lisboa e Porto aos Sábados de 1 a 29 de Setembro, desde 540 euros.

Já para a República Dominicana, a promoção é um pacote de sete noites em regime TI, no 5-estrelas Grand Bahia Principe La Romana, com voos Orbest de Lisboa às segundas, quartas e sextas-feiras de 3 a 24 de Setembro, desde 870 euros.

Outra opção nas Caraíbas é a Riviera Maya, com um programa de sete noites, em regime TI no 5-estrelas Grand Bahia Principe Coba e com voos Orbest de Lisboa aos domingos e terças-feiras, de 2 a 30 de Setembro, desde 890 euros.

PC/JMV | Inforpress

PM da Guiné-Bissau na ONU para pedir desbloqueio de fundos para eleições


Primeiro-ministro guineense vai intervir na ONU para pedir desbloqueamento de fundos para legislativas no país.

O chefe do executivo guineense Aristides Gomes, vai discursar na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para pedir à comunidade internacional para acelerar o desbloqueamento de fundos para as eleições legislativas no país, marcadas para 18 de novembro.

Aristides Gomes, que está em Nova Iorque desde segunda-feira (27.08) e vai intervir quinta-feira (30.08) na reunião do Conselho de Segurança sobre a Guiné-Bissau irá falar sobre os preparativos para as legislativas e pedir para que o financiamento prometido pela comunidade internacional seja rapidamente disponibilizado para que o escrutínio se realize na data prevista.

Outro assunto a abordar pelo primeiro-ministro guineense no Conselho de Segurança da ONU, será o pacto de estabilidade, a ser assinado entre os principais atores políticos do país.

Aristides Gomes, que regressa sexta-feira (31.08) à Guiné-Bissau, deverá também reunir-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Recorde-se, que a Guiné-Bissau tem eleições legislativas marcadas para 18 de novembro, mas vários partidos políticos têm manifestado alguma incerteza quanto à realização do escrutínio naquela data. O recenseamento eleitoral foi oficialmente lançado pelo primeiro-ministro na quinta-feira (23.08), mas na prática não começou devido  à falta dos 'kits' para registo biométrico dos eleitores.

Na cerimónia,  Aristides Gomes, afirmou que têm existido dificuldades, que são "inerentes a um processo organizado por um Governo que não tem o controlo efetivo de todos os parâmetros do processo de organização das eleições legislativas".

"Em todo o processo há sempre uma previsão e a previsão tem as suas margens de erro. A margem de erro depende do controlo sobre os parâmetros que participam neste processo. Neste caso concreto, como eu disse, há parâmetros fundamentais que agem naturalmente fora do controlo do Governo a começar pelo financiamento", afirmou o primeiro-ministro guineense.

Sociedade civil guineense apela ao desbloqueio de fundos

O Grupo das Organizações da Sociedade Civil para as Eleições na Guiné-Bissau pediu esta terça-feira (28.08), em comunicado, à comunidade internacional para acelerar o desbloqueamento de fundos para o processo eleitoral e ao Governo para definir um novo cronograma.

Segundo o grupo destas organizações, o  lançamento oficial do recenseamento eleitoral não começou efetivamente e caso a situação não seja "imediatamente" resolvida pode "contribuir para o comprometimento do sucesso do processo eleitoral".

A sociedade civil considera que o recenseamento eleitoral foi oficialmente lançado "sem condições técnicas, operacionais, materiais e financeira para que as pessoas possam realizar os seus registos".

No comunicado, o grupo daquelas organizações apela ao Governo para suspender a campanha sobre o início do recenseamento nos órgãos de comunicação social e para convocar o Parlamento, partidos políticos, sociedade civil e todos os parceiros internacionais para "definir um novo cronograma eleitoral" e só depois anunciar o efetivo início do recenseamento.

CNE também pede desbloqueamento de fundos

 A  Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau (CNE) também pediu na semana passada (24.08) "urgência" ao Governo no desbloqueamento de fundos, caso contrário a data das eleições, previstas para novembro, poderá estar comprometida.

Numa declaração à imprensa, realizada na sua sede em Bissau, a porta-voz daquele organismo, a juíza Felisberta Moura Vaz, afirmou que a "CNE continua preocupada pelos sistemáticos  atrasos e ou adiamentos verificados no desbloqueamento de fundos para fazer face às diferentes situações e responsabilidades que lhe são próprias e inadiáveis".

A juíza referia-se à instalação e funcionamento das Comissões Regionais de Eleições e à aquisição de "meios logísticos indispensáveis ao exercício pleno da sua função de supervisão do processo de recenseamento eleitoral".

Perante a falta de financiamento, a CNE solicitou ao Governo o "desbloqueamento com carácter de urgência de fundos requisitados pela Comissão Nacional de Eleições, relativa à primeira tranche, deliberado em reunião do Conselho de Ministros do passado dia 13".

Na declaração, a CNE exortou também a comunidade nacional e internacional, de que se "continuarem a persistir dificuldades no desembolso dos meios indispensáveis em tempo útil", o cronograma eleitoral pode ser posto em causa e "indesejavelmente comprometer a data das eleições".

Na declaração à imprensa, a porta-voz disse também que a "CNE se reserva ao direito de declinar todas as responsabilidades delas decorrentes".

A CNE reafirmou também a sua determinação em colaborar com o Governo para encontrar soluções para a realização de eleições legislativas na data prevista.

Agência Lusa, ar | em Deutsche Welle

Moçambique | RENAMO acusa polícia de perseguição por "motivações políticas"


Maior partido da oposição moçambicana diz que apoiantes e candidatos da RENAMO estão a ser perseguidos pela PRM, que acusa de estar ao serviço da "agenda eleitoral" da FRELIMO. Partido no poder e polícia negam acusações.

A RENAMO afirmou esta quinta-feira (30.08) que tem vindo a acompanhar com apreensão e preocupação os últimos desenvolvimentos políticos no país, em que é notória a perseguição e impedimento dos militantes e candidatos do partido de realizar atividades políticas.

"Estas ações contrariam não só o espírito de diálogo em curso para a consolidação da paz como também viola de forma flagrante a constituição e as leis do país, que preconizam as liberdades de reunião, de associação, de expressão e de movimentação, assim como a liberdade de participação política em ambiente tranquilo e democrático", sublinhou o líder interino do partido, Ossufo Momade.

Falando numa teleconferência a partir da Gorongosa, Momade exemplificou que o cabeça de lista da RENAMO na cidade de Maputo, Venâncio Mondlane, e outros membros do partido foram impedidos pela polícia de realizar as suas actividades políticas nos dias 18, 22 e 28 do corrente mês nos bairros de Xipamanine, Unidade 7 e Aeroporto.

O coordenador interino da RENAMO disse que Venâncio Mondlane foi ainda intimado a comparecer na Procuradoria da cidade de Maputo, a 20 de agosto, para responder num processo e quatro dias depois o partido recebeu da Comissão Nacional de Eleições (CNE) uma deliberação que o exclui da lista desta formação desta formação política. "Claramente, todas estas ações têm motivações políticas com vista a prejudicar a RENAMO", afirmou Ossufo Momade.

O coordenador interino da RENAMO denunciou, igualmente, que o cabeça de lista do seu partido para a cidade de Quelimane, Manuel de Araújo, foi vítima, na semana passada, de uma suposta destituição do cargo de Presidente do Conselho Municipal pela Assembleia local, decisão que afirma ter sido apadrinhada pelo Conselho de Ministros.

Escoltas só para a FRELIMO?

Ossufo Momade disse ainda que, um pouco por todo o país, a polícia tem vindo a impedir a apresentação pública dos cabeças de lista, bem como dos demais candidatos da RENAMO, quando a mesma corporação é publicamente vista a escoltar e a guarnecer comícios de campanha eleitoral do partido no poder, a FRELIMO.

Segundo o líder interino, na ótica da RENAMO, não se percebe que o partido cujo Governo se encontra a negociar a paz, descentralização e reintegração das forças residuais da RENAMO nas forças de defesa e segurança use precisamente estas mesmas forças como braço armado para impedir a participação democrática e pacífica do maior partido da oposição nos processos eleitorais.

"Como acreditar na sinceridade de um Governo que na mesa do diálogo promete paz, reconciliação, descentralização e reintegração social [das forças armadas residuais da RENAMO], mas que na prática quotidiana demonstra tamanha intolerância política e uso abusivo das forças de defesa e segurança para impedir a participação do seu interlocutor no processo eleitoral?", questiona.

O coordenador interino da RENAMO pergunta ainda com quem a FRELIMO pretende competir nas eleições, se muito antes delas não deixa ninguém fora das suas fileiras realizar contactos com potenciais eleitores.

Ossufo Momade apela aos militantes e candidatos da RENAMO para não se deixarem intimidar e reitera o compromisso do seu partido em manter o diálogo político visando alcançar a paz efetiva e a verdadeira reconciliação nacional.

FRELIMO e polícia negam acusações

O porta-voz da FRELIMO, Caifadine Manasse, nega as acusações e afirma que o seu partido está focado nas eleições. "Distanciamo-nos destas acusações que estão a ser feitas pela RENAMO e continuamos mais uma vez a exortar para que a liderança da RENAMO se preocupe um pouco mais com o assunto da paz, porque essa é que é a nossa agenda da estabilidade", sublinha. "É preciso não criar manobras dilatórias e avançar para processos eleitorais e não tentarmos arrasta", diz Caifadine Manasse.

O porta-voz do Comando Geral da Polícia, Claúdio Langa, nega igualmente as acusações da RENAMO: "Todo o tipo de manifestação de grupo de cidadaos ou partidos politicos deve ser feito dentro do princípio da legalidade. Como policia somos apartidários."

Leonel Matias (Maputo) | Deutsche Welle

Angola | Prós e contras do Cacimbo


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

O adágio avisa que “no aproveitar é que está o ganho”, mas, os responsáveis por Luanda desconhecem-no ou, como em tantas outras coisas, ignoram-no, com resultados à vista os que aí vêm.

O Cacimbo, renitente em cumprir o calendário que lhe está destinado, continua a fustigar-nos com o chicote revestido da humidade que o caracteriza, indiferente aos “sacrifícios” que nos impõe. 

De manhã, com o levantar da cama, que nos aqueceu o sono, e o banho que se segue, mas também à noite, quando despir é sacrifício  que apenas o cobertor compensa. Claro que falo do cidadão comum, com obrigações a cumprir para poder ganhar a vida, cada vez mais difícil de viver. Não dos que se limitam a gozá-la, alguns deles com  chorudos salários e mordomias sem fim  caídos, não raro, do manto do nepotismo. Impunes a quase tudo, até ao Cacimbo. 

O Cacimbo  tem também coisas boas. Permite realizar tarefas difíceis de executar no tempo da chuva, de modo, até, a travar-lhe a fúria, pelo menos atenuar, na hora dela chegar. Qualquer camponês iletrado, mesmo que desconheça o provérbio, sabe isso. Não desperdiça os tempos certos de semear para poder colher. Aproveita-os, mesmo sabendo que a Natureza lhe pode pregar rasteiras. Previne-se. 

Dezanove anos depois do referendo que devolveu a independência a Timor-Leste


30 de Agosto de 1999 - O referendo que mostrou ao mundo a face assassina da Indonésia

Para além do Massacre de Santa Cruz o referendo em 1999 mostrou também ao mundo horrorizado e incrédulo a verdadeira face assassina dos militares, polícias e milícias indonésias. O 30 de Agosto é uma data comemorativa da história de Timor-Leste. Subsequente à invasão do país pela vizinha Indonésia em 1975. Nesse dia de 1999 realizou-se o referendo que convidava os timorenses a pronunciarem-se se queriam continuar integrados na Indonésia violenta e ocupacionista ou se queriam a independência do país. O referendo foi regulado pela ONU e pela comunidade internacional.

Nos 24 anos de ocupação do país conta para história o genocídio de mais de 200 mil timorenses comprovadamente assassinados pelos militares e polícias indonésios ou desaparecidos após serem lançados no mar por helicópteros das forças indonésias para as bocas de cardumes de tubarões. Além dos que se encontram enterrados em valas comuns de localização desconhecida (por enquanto) em pleno território leste-timorense.

Não é invulgar serem descobertos restos mortais de timorenses em terrenos que por razões da natureza ou por via de ação direta humana surgem à luz do dia a comprovar a imensa chacina dos criminosos indonésios que continuam impunes pelos seus crimes.

ONU acusa militares de Myanmar de genocídio mas não acusou militares indonésios em Timor-Leste da mesma prática criminosa. Falta fazer justiça!

Atualmente, que tanto se refere os crimes praticados pelos militares de Myanmar e o genocídio dos rohingya, acusados pela ONU, fica evidente a hipocrisia da ONU e da comunidade internacional ao não reconhecer o genocídio organizado e sistemático praticado pela Indonésia em Timor-Leste, contra os timorenses. Algo muito superior em números de vidas assassinadas desde o dia da invasão em 1975 até ao último dia – em 2000 - da presença dos militares, polícias e milícias, assassinos das forças shuartistas e seus generais.

Porém, Timor-Leste renasceu das cinzas que essas mesmas forças indonésias ou próintegração causaram. De um país completamente destruído tem vindo a ser feito o quase milagre e a paz de antes. O respeito pela vida reinstalou-se ao longo destes últimos 19 anos. Ainda não é a terra de “leite e mel” que os timorenses sobreviventes e os após nascidos desejam. Nada disso. Mas é um país de paz, com laivos de democracia que é exemplo para muitos países da região. Além disso a liberdade faz parte do quotidiano timorense. Assim como as injustiças sociais, as desigualdades e outras que são contestadas e se vão alinhando cada vez mais em favor das contestações e das populações. Por ora ainda não é o suficiente, mas já é alguma coisa e tem a originalidade por que o povo timorense rege as suas vivências. Pese embora a corrupção que é vasta e os grupos de interesses (alguns mafiosos) que têm vindo a dilacerar a melhor vivência, mais justa e democrática, que é objetivo das populações.

Em quase uma vintena de anos, após os resultados do inquestionável referendo, Timor-Leste avança no progresso e no desenvolvimento. Após a luta sacrificada, obstinada e valorosa dos guerrilheiros e seus apoiantes por entre as populações, importa neste dia comemorativo passar o testemunho aos que já nasceram na independência, livres, timorenses com um país que foi defendido por heróis do povo que até hoje são quase incógnitos ou mesmo absolutamente incógnitos mas que deram o seu contributo para a vitória perseguida durante 24 anos e mais os que daí sobram porque a luta não acabou, a luta continua por um Timor-Leste melhor, por um povo que merece o melhor nas suas vivências, no presente e no futuro. 


Compete aos líderes, às elites, aos eleitos, respeitar as vontades das populações através de melhores oportunidades para os timorenses e não só para alguns que aquiescem a algumas seitas político-partidárias e outras que nas sombras das suas operações desonestas e gananciosas por bens materiais e poderes obstruem os caminhos da liberdade, da democracia de facto, do combate às desigualdades que afeta a maioria das populações do interior e das grandes cidades através de um “caldo criminoso” que em tétum se define por três simples letras, KKN. O significado de sigla absolutamente entendido em português: Korupsaun, Konluiu, Neputismu.

Acresce nestas memórias do passado e nas do presente salientar as comemorações deste inolvidável dia de 1999, o dia do referendo, e juntar aqui o constante na Wikipédia, porque apesar de incompleto é da história de Timor-Leste e de um povo muito grande que lutou e venceu por uma pequena meia-ilha que lhe pertence. Povo que luta para que sempre lhe pertença.

Honra aos heróis que pereceram mas também aos que sobreviveram e se ocupam a construir o país que é de todos eles e não só de alguns. (MM = AV | BG | TA)

Crise de Timor-Leste de 1999 (da Wikipédia)

A crise em Timor-Leste de 1999 começou quando as forças de oposição à independência deste país atacaram civis e criaram uma situação de violência generalizada em toda a região, principalmente na capital, Díli. A violência começou depois que a maioria dos timorenses votaram pela independência da Indonésia num referendo realizado em 1999.[1] Para impedir esses incidentes, que mataram cerca de 1 400 pessoas, fez-se necessário a implantação de uma força da Organização das Nações Unidas, (Força Internacional para Timor-Leste, formada principalmente por membros do Exército Australiano) para pacificar a situação e manter a paz.

Antecedentes: referendo

Em 1999, o governo indonésio decidiu, sob forte pressão internacional, realizar um referendo sobre o futuro de Timor-Leste. Portugal, que desde a invasão do território lutava pela sua independência, obteve alguns aliados políticos, em primeiro lugar na União Europeia, e depois de vários países do mundo, para pressionar a Indonésia. O referendo, realizado a 30 de agosto de 1999, deu uma clara maioria (78,5%) a favor da independência, rejeitando a proposta alternativa de Timor-Leste ser uma província autónoma no seio da Indonésia,[1] conhecida como a Região Autónoma Especial de Timor-Leste (RAETL).

Violência - Díli (2000)

Imediatamente após a publicitação dos resultados da votação, as forças paramilitares pró-indonésias de Timor-Leste, apoiadas, financiadas e armadas pelos militares e soldados indonésios realizaram uma campanha de violência e terrorismo de retaliação pelo resultado.[1] Cerca de 1 400 timorenses foram mortos e 300 000 timorenses foram forçados a deslocar-se para Timor Ocidental, a parte indonésia da ilha de Timor, como refugiados. A maioria da infraestrutura do país, incluindo casas, escolas, igrejas, bancos, sistemas de irrigação, sistemas de abastecimento de água e quase 100% da rede elétrica do país foram destruídos. Segundo Noam Chomsky: "Num mês, a grande operação militar assassinou cerca de 2 000 pessoas, estuprou centenas de mulheres e meninas, deslocou três quartos da população e destruiu 75% das infraestruturas do país."[2]

Força Internacional para Timor-Leste

Em todo o mundo, especialmente em Portugal, Austrália e Estados Unidos, os ativistas pressionaram os seus governos para tomarem medidas, e o presidente dos Estados UnidosBill Clinton, ameaçou a Indonésia com sanções económicas, como a retirada dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional.[3] O governo da Indonésia aceitou retirar as suas tropas e permitir que uma força multinacional no território para estabilização.[4] Ficou claro que a ONU não tinha recursos suficientes para combater as forças paramilitares diretamente. Em vez disso, a ONU autorizou a criação de uma força militar multinacional conhecida como Força Internacional para Timor-Leste (InterFET), com a Resolução 1264. A 20 de setembro de 1999 as tropas de paz da Força Internacional para Timor-Leste (InterFET), liderada pela Austrália, foram implantadas no país, o que pacificou a situação rapidamente.

As tropas da InterFET eram provenientes de vinte países, sendo cerca de 9 900 no total, no início; destes, 5 500 vieram da Austrália, da Nova Zelândia vieram 1 100 e ainda houve contingentes da Alemanha, Bangladexe, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Filipinas, França, Irlanda, Itália, Malásia, Noruega, Paquistão, Portugal, Quénia, Reino Unido, Singapura e Tailândia. A força foi conduzida pelo major-general Peter Cosgrove. As tropas desembarcam em Timor-Leste a 20 de setembro de 1999.

Ver também

Macau | Políticos inimputáveis


Paul Chan Wai Chi | Hoje Macau | opinião

Fez agora um ano que o tufão “Hato” passou por Macau, deixando um pouco por todo o lado um rasto de destruição. Fong Soi Kun, antigo director da Direccão dos Servicos Meteorológicos e Geofisicos, avançou já com um recurso contencioso à decisão da pena de demissão decidida pelo Chefe do Executivo, ainda em fase de apreciação. Mas seja qual for o resultado do recurso, sabemos que muito dificilmente os funcionários do Governo são responsabilizados pelas suas decisões políticas. Com base na lição aprendida com os incidentes provocados pelo “Hato”, criou-se o projecto da Lei de Bases da Protecção Civil, numa tentativa de intensificar o planeamento geral e de mobilizar a participação social. Neste contexto, o “crime de falso alarme social” foi adicionado à Lei de Bases da Protecção Civil e estabeleceu-se a obrigação de participação dos diversos sectores sociais na protecção civil. Qualquer desrespeito, desobediência ou provocação podem ser considerados “crimes de desobediência simples” ou “crimes de desobediência qualificada”, dependendo da gravidade da situação. Em vez responsabilizar apenas as autoridades relevantes pelas suas decisões políticas, a Lei de Bases da Protecção Civil atribui também essa responsabilidade aos membros da sociedade que actuam a nível voluntário. Parece-vos que os conteúdos do projecto da Lei de Bases da Protecção Civil faça algum sentido?

Quando o Governo fez o empréstimo de 212 milhões de patacas à “Viva Macau”, os funcionários responsáveis afirmaram, na altura, que a empresa tinha avalistas suficientes. Mas, segundo o relatório da investigação do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), viemos a perceber que os chamados avalistas não passavam de umas promissórias bancárias que não puderam ser resgatadas. Tanto quanto se sabe, será muito difícil reaver o valor do empréstimo. Mas quem são os funcionários do Governo responsáveis pela concessão deste empréstimo malparado? O Edifício “Sin Fong Garden” está em risco de cair porque o construtor fez cortes nas estruturas provocando fendas e inclinação dos pilares. Até ao momento, apenas se tem falado da possibilidade de reconstrução, mas não se responsabilizou ninguém do departamento de inspecção. E porque é que estas coisas acontecem? O caso dos apartamentos inacabados do Pearl Horizon esteve na ordem do dia, mas o construtor continuou a vender antecipadamente as casas que ainda não estavam prontas e sem poder dar quaisquer garantias de quando viriam a estar. Várias centenas de pessoas compraram antecipadamente estes apartamentos. Neste caso, não houve um único funcionário do Governo responsabilizado. Em vez disso, a responsabilidade foi passada de mão em mão através da revisão da Lei de Terras, que pretende viabilizar concessões arbitrárias de terrenos. A atitude do Governo e a qualidade da sua admnistração estão a afastar-se do conceito de serviço público, já para não falar da sua ausência de responsabilização.

O caso da permuta do terreno da Fábrica de Panchões Iec Long e o projecto de construção no Alto de Coloane envolveram recursos preciosos de Macau, ao nível dos terrenos, e uma teia de interesses. Mesmo depois dos pormenores destes casos terem sido revelados e das investigações conduzidas pelo CCAC terem sido efectuadas, nem um único funcionário do Governo foi responsabilizado e punido pela lei! Os funcionários superiores estão imunes! É mais fácil para o Governo falar sobre responsabilização do que aplicá-la internamente.

A Assembleia Legislativa de Macau está encarregue de supervisionar os actos administrativos do Governo da RAEM, para além da sua função legislativa. No entanto, a maioria dos seus deputados, 33 deles, são escolhidos por eleições indirectas, numa percentagem de 36.3%, enquanto outros 21.2% são indigitados pelo Chefe do Executivo e apenas 42.4% são escolhidos directamente pelos eleitores. A julgar por estas percentagens, fica bem claro onde assenta o poder. É um milagre como é que, mesmo assim, a Assembleia ainda consegue legislar mas, neste contexto, é-lhe muito difícil supervisionar o Governo e responsabilizá-lo pelas suas acções.

A ex-deputada de longa data Kwan Tsui Hang, entregou a sua última interpelação escrita à Assembleia Legislativa poucos dias antes do termo do seu mandato, que expirou em Outubro do ano passado. No documento, interpelava o Governo da RAEM sobre o desenvolvimento do sistema politico de Macau e a reforma do sistema de eleição pela via indirecta. Kwan Tsui Hang defendia uma reforma do sistema de eleição pela via indirecta, para que todos os sócios das associações de cada sector tenham direito ao voto. Será que a sua sugestão pretendia tornar o sistema de eleição pela via indirecta mais democrático? A 24 de Outubro, na resposta à interpelação de Kwan, o director dos Serviços de Administração e Função Pública, como é habitual, não apresentou réplicas substanciais ao que tinha sido inquirido. Para vir a melhorar o sistema eleitoral de forma gradual, é necessário escutar um vasto leque de opiniões e depois encontrar um consenso.

Enquanto deputada do campo pró-governamental, Kwan Tsui Hang conseguiu chamar a atenção da Assembleia Legislativa para as questões do desenvolvimento do sistema politico, antes do final do seu mandato. Embora esta chamada de atenção tenha vindo um pouco tarde, não deixa de ser louvável. Se não houver reformas do sistema politico de Macau, não haverá responsabilização das acções administrativas. Se um Governo não tiver de responder pelas suas acções, apenas uma minoria viverá em estabilidade. Quando as contradições sociais acumuladas irromperem, as consequências serão muito sérias. Qualquer politico deve estar informado sobre este matéria. Os problemas não se podem solucionar com distribuição de dinheiro, só se podem resolver quando se assumem as responsabilidades.

Segundo o New York Times, Putin domina a América


– e o presidente Trump é apenas o seu garoto de recados

Paul Craig Roberts

Quando li isto pela primeira vez pensei que fosse a caricatura de uma notícia falsa ( fake news) . A seguir percebi que era um artigo do New York Times e, estando razoavelmente certo de que esta arrogante organização presstitutanão estava a urinar sobre si própria, pois é um dos principais fornecedores de falsas notícias, cheguei à conclusão inevitável de que Julian E. Barnes e Matthew Rosenberg estavam tão profundamente atolados dentro da Matrix que podiam realmente acreditar nos absurdos que escreveram.

Aqui está uma visão geral das fantasias que os dois presstitutos escreveram no New York Times:

A inteligência (sic) dos EUA tinha "informantes próximos do presidente Vladimir V. Putin e no Kremlin", os quais forneceram "advertências urgentes e explícitas acerca das intenções da Rússia de tentar influenciar a eleição presidencial americana de 2016". Os presstitutos do NYT não dizem porque nada foi feito pela inteligência dos EUA, a qual tinha informação interna do próprio Kremlin de que Putin estava prestes a roubar as eleições estado-unidenses em favor de Trump. Certamente o director da CIA, Brennan, e o director do FBI, Comey, os quais são ambos aliados de Hillary, não teriam aprovado Putin a roubar a eleição para Trump. Mas não há críticas dos presstitutos do NY Times a esse fracasso maciço da inteligência para actuar a fim de impedir Putin de roubar a eleição de Hillary. Brennan e Comey sentaram sobre suas próprias mãos e permitiram que Putin roubasse a eleição para Trump. Então, quem é realmente culpado pelo "Russiagate"?

Obviamente, o artigo do NY Times é uma farsa escrita por imbecis. A afirmação de que a conspiração Putin/Trump escapou para a inteligência dos EUA de dentro do Kremlin é uma invenção para ajudar a dar um historial de fundo num esforço para promover a credibilidade da orquestração do Russiagate que é dirigida contra o presidente Trump. Os presstitutos, no seu esforço para promover a credibilidade do Russiagate, inadvertidamente retrataram a inteligência dos EUA como negligente no seu dever.

Barnes e Rosenberg dizem que Putin continua com os seus truques sujos, mas os traidores russos no interior do Kremlin dentro de círculos próximos de Putin "remeteram-se ao silêncio", privando-nos de informação acerca de como os russos estão em vias de roubar as eleições intercalares. Os presstitutos sugerem que informadores de Washington no interior do governo de Putin "foram ao chão" para evitarem serem assassinados "como o envenenamento em Março na Grã-Bretanha de um antigo responsável russo de inteligência que utilizou um raro agente de nervos de fabricação russa".

É difícil saber o que fazer de presstitutos como Barnes e Rosenberg e o NY Times que se recusam a reconhecer o facto de que há zero de provas produzidas que confirmem o alegado ataque aos Skirpals, ambos os quais sobreviveram a um "agente de nervos mortal". Não há qualquer evidência de que o alegado agente de nervos mortal foi fabricado na Rússia e não há explicação de porque o agente de nervos mortal não foi mortal. A única conclusão possível da ausência total de qualquer prova é que nada de tal ataque se verificou. É apenas uma outra burla propagandística contra a Rússia.

Mais prova que não houve tal ataque é providenciada pela recusa do governo britânico em partilhar sua investigação, se realmente houve uma investigação, com quem quer que seja, nem mesmo com os acusados russos. Acusações sem nem uma partícula de prova não são uma boa base para um relacionamento confiante com uma potência nuclear.

Barnes e Rosenberg sugerem que o House Intelligence Committee, encorajado pelo presidente Trump, tenha arrefecido o coleccionamento de inteligência ao "revelar um informante do FBI", deixando Washington no escuro acerca das intenções precisas de Putin.

Não, isto não é uma narrativa de conspiração do National Inquirer, agora um jornal mais confiável do que o New York Times. Este disparate absoluto é publicado no New York Times, "o jornal de referência". Quantas falsas referências os historiadores vão ter.

Quais são as fontes do NY Times para esta fantasia? A organização presstituta não pode contar-nos. "Agências de inteligência americanas não foram capazes de dizer-nos precisamente o que são as intenções do sr. Putin. Ele poderia estar a tentar influenciar as eleições intercalares, simplesmente semear caos ou geralmente minar a confiança no processo democrático". Mas o NYTimes sabe que Putin prepara alguma coisa, porque "altos funcionários da inteligência, incluindo Dan Coats, director de inteligência nacional, advertiram que os russos têm a intenção de subverter as instituições democráticas americanas".

Então, aqui temos um nomeado do próprio Trump, Dan Coats, a minar o esforço de Trump para normalizar relações com a Rússia. Quem entre os conselheiros de Trump o aconselhou a nomear um idiota russofóbico como Dan Coats? Se Trump tivesse algum bom senso, demitiria ambos.

Washingto subverte rotineiramente instituições democráticas em outros países, tais como Honduras, Nicarágua, Venezuela, Irão, Ucrânia, Indonésia. Ler The Brothers, de Stephen Kinser , para um certo número de exemplos:

Washington financia candidatos da oposição que são por ela comprados e pagos e utiliza várias organizações não-governamentais (ONGs) financiadas pela National Endowment for Democracy, George Soros, o International Republican Institue e muitos outros grupos de fachada para a subversão de países "não cooperantes" a fim de instalar um governo fantoche de Washington. Washington tem ONGs a operarem mesmo na Rússia onde o governo russo até lhes permite possuírem jornais. Todos os protestos anti-Putin são organizados por Washington utilizando as ONGs que ela financia.

A Rússia, no entanto, não tem ONG a operarem nos EUA e, ao contrário de Israel, não possui o Congresso dos EUA e a Casa Branca. Então como exactamente, segundo Dan Coats, Director of National Intelligence (sic), os russos estão em vias de subverter as "instituições democráticas americanas"?

Não espere uma resposta.

Tente entender os insultos a eleitores de Trump com a acusação de que são marionetes na trela de Putin: os eleitores de Trump são retratados como idiotas que não são capazes de pensar por si mesmos. Se fossem, teriam votado em Hillary para que os Estados Unidos pudessem demonstrar sua fuga da misoginia e da dominação masculina, elegendo sua primeira mulher presidente na esteira do primeiro presidente negro. Ao invés disso, as mentes dos eleitores americanos foram distorcidas por Putin. Os US$100 mil dólares gastos por uma empresa de Internet russa a tentar atrair anunciantes prevaleceram sobre os milhares de milhões de dólares gastos pelos democratas e republicanos e pelos interesses económicos americanos focados em capturar o governo para as suas agendas. A trama russa é tão poderosa que um dólar gasto pela Rússia é milhares de vezes mais poderoso do que um dólar gasto pela Wall Street, pelo complexo militar/de segurança, por George Soros, Sheldon Adelson, etc, e assim por diante.

Na narrativa oficial, nenhum americano votou por Trump porque o seu emprego foi remetido para a Ásia ou o México por corporações globais dos EUA em busca de altos prémios monetários para executivos e accionistas a expensas da força de trabalho americana. Os "Deploráveis" votaram por Trump porque tiveram os cérebros lavados por alguns anúncios russos na Internet destinados a maximizar clicks a fim de atrair anunciantes.

Ninguém votou a favor de Trump porque o seu filho e filha, em cuja educação a família gastou suas poupanças, adquiriu dívidas no empréstimo a estudantes e possivelmente uma segunda hipoteca, só pode encontrar um trabalho como empregado de mesa num bar porque os empregos para os quais eles se preparam com grandes despesas foram transferidos para estrangeiros mal pagos a fim de que accionistas pudessem receber grandes ganhos de capital e um punhado de executivos corporativos pudessem receber bónus multimilionários em dólares por elevar lucros através do encerramento da louvada "sociedade da oportunidade" da América. Hoje os americanos têm dívidas e não oportunidades.

Supondo que tenha algum bom senso e alguma capacidade para pensar independentemente das mentiras com que o alimentam diariamente, poderá alguma vez acreditar que americanos votaram por Trump porque Putin enganou-os com anúncios na Internet que é improvável terem sido vistos por menos de um por cento dos eleitores?

Poderá alguma vez acreditar que a perda de empregos dos eleitores de Trump, suas perspectivas, as perspectivas dos seus filhos, seu lar, seus padrões de vida em declínio, os insultos amontoados sobre americanos pelo Partido Democrata de Hillary – "deploráveis de Trump", "homens brancos opressores", "Quinta coluna da Rússia", "misóginos", "racistas", "homofóbicos", "malucos" – não tivessem impacto sobre a razão porque americanos votaram por Trump? Como poderia qualquer americano sensível acreditar que Putin é a fonte dos seus problemas?

Os presstitutos do NY Times informam sem qualquer evidência alegados esforços da Rússia para criar caos na América. Eu não podia parar de rir. Não há qualquer National Endowment for Democracy russa a operar nos EUA. Não há um George Soros russo a financiar operações na América. Não há Organizações Não Governamentais russas a operarem na América. Mas a Rússia está cheia de organizações financiadas por Washington a fazerem todos os possíveis para semearem o caos ali.

Por que esta mais óbvia de todas as verdades não é relatada no NY Times ?

A resposta é que nenhuma verdade, qualquer que seja, nem mesmo uma minúscula parcela, ajusta-se nas explicações falsificadas nas quais vivem os displicentes povos ocidentais. Por toda a parte no mundo ocidental os povos são protegidos da realidade por explicações controladas que lhes são passadas pelo New York Times, Washington Post, CNN, MSNBC, NPR, BBC, et. al, e os jornais do Reino Unido, UE, canadianos e australianos, cada um dos quais é um propagandista da hegemonia americana.

Há alguns anos um filósofo famoso chegou à conclusão de que o mundo vive numa realidade virtual construída. Naquele tempo pensei que ele estava louco, mas tive de aprender que estava correcto. O mundo inteiro – mesmo os russos, chineses e iranianos – vivem num mundo modelado pela propaganda americana. A verdade é que um país, os EUA, que endossa a liberdade de determinação, está de fato determinado a controlar o mundo e a sufocar toda auto-determinação. Todo país, seja Rússia, China, Síria, Irão, Índia, Turquia, Coreia do Norte, Venezuela, que resiste à hegemonia de Washington é declarado por esta como "uma ameaça à ordem internacional".

A "ordem internacional" é a ordem de Washington. A "Ordem Internacional" é a hegemonia de Washington sobre o mundo. Rússia, China, Irão, Síria, Coreia do Norte, Venezuela e agora a Turquia e a Índia são ameaças à "ordem internacional" porque não aceitam a hegemonia de Washington.

Barnes e Rosenberg informam que Coats está preocupado acerca do esforço da Rússia para "enfraquecer e dividir os Estados Unidos". Não há sinais de a Rússia fazer tal coisa e não há explicação de como Putin dirige "uma vasta campanha de caos para minar a fé na democracia americana". Se o Director de Inteligência Nacional está preocupado acerca das forças de divisão na América ele deveria voltar sua atenção para as consequências divisionistas da Política de Identidade do Partido Democrata, para o ANTIFA, para as consequências divisionistas dos ataques ao presidente Trump inventados pelo complexo militar/de segurança e os media presstitutos. Na verdade, o constante rufar dos tambores das mentiras só do New York Times já causaram mais divisionismo do que qualquer das coisas que se alega ter feito a Rússia.

Divisionismo é o que acontece quando o complexo militar/de segurança e seus proxenetas dos media se voltam contra um presidente por ameaçar seu orçamento ao propor a paz com o inimigo que eles construíram a fim de justificar o seu poder e o seu lucro. É este divisionismo que os Estados Unidos estão a experimentar. 
28/Agosto/2018
O original encontra-se em www.paulcraigroberts.org/... e em www.informationclearinghouse.info/50141.htm

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

UE | Populismo de direita atrai cada vez mais mulheres


Apesar de homem branco frustrado ser estereótipo do simpatizante de partidos populistas de direita na Europa, estudo mostra que cada vez mais mulheres apoiam tais legendas. Elas seriam mais suscetíveis à xenofobia.

Em Chemnitz, no leste da Alemanha, uma multidão saiu às ruas nos últimos dias para pedir medidas mais duras contra imigrantes. Especialmente homens se fizeram ouvir nos protestos, mas mulheres sempre estavam presentes entre os manifestantes.

No imaginário da opinião pública, o homem branco frustrado se tornou o estereótipo dos simpatizantes do movimento Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente") ou do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

No entanto, tal estereótipo não condiz com a realidade – não só na Alemanha, mas em toda a Europa, aponta um estudo da Fundação Friedrich Ebert, ligada ao Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

Além da Alemanha, o estudo analisou a situação na França, Grécia, Polônia, Suécia e Hungria. Em todos esses países observou-se quem vota em partidos populistas e por quê. A principal conclusão: cada vez mais mulheres estão votando em partidos populistas de direita.

Trata-se de uma revelação surpreendente, já que os partidos populistas de direita são notórios por propagarem uma imagem mais retrógrada das mulheres. No entanto, no leste da Alemanha, por exemplo, 17% das mulheres votaram na AfD – nos estados da antiga Alemanha Ocidental, foram apenas 8%.

Na Polônia, 40% das mulheres votaram no partido conservador de direita Lei e Justiça (PiS) – um percentual maior do que o dos homens. Mas o que torna esses partidos políticos atraentes para as mulheres?

"Em muitos dos países estudados, populistas de direita estão tentando ganhar pontos com as mulheres através da legislação sobre temas sociais", afirma Elisa Gutsche, autora do estudo, intitulado O triunfo das mulheres. "Por exemplo, com um aumento da assistência social para cada filho e outros aspectos ligados à política populacional."

Na Polônia, por exemplo, o PiS lançou o programa "Família 500 plus", que garante às famílias a partir do segundo filho uma taxa mensal de 500 zlotys (cerca de 120 euros) por criança até estas completarem 18 anos de idade.

Na Alemanha, a AfD tem propagado uma "cultura de boas-vindas às crianças" – fazendo um contraponto à política de boas-vindas a refugiados. Especialmente na Alemanha, o estudo mostra que as eleitoras da AfD votaram na legenda populista por receios quanto ao futuro e quanto a suas aposentadorias, ou seja, questões sociais.

O estudo não analisou as mulheres somente como eleitoras, mas também o papel delas na liderança de legendas populistas. Chamou a atenção dos pesquisadores o fato de mulheres dificilmente desempenharem um papel relevante nos partidos populistas de direita da Europa. Nas bancadas parlamentares, por exemplo, a maior presença dos homens é gritante.

Entre 92 parlamentares da AfD no Bundestag (Parlamento alemão), há apenas dez mulheres. No entanto, há várias mulheres na liderança dos partidos: Alice Weidel, na AfD, Marine Le Pen, na Reunião Nacional (ex-Frente Nacional), e a ex-premiê polonesa Beata Szydlo, do PiS.

"É dado às mulheres o papel de ser o rosto amigável e moderno do partido, de modo que este seja uma opção atraente para as eleitoras", explicou Gutsche, em entrevista à DW. "No entanto, existe um padrão: estes não são partidos progressistas no que diz respeito à igualdade de direitos nas estruturas partidárias."

A imagem do direitista exclusivamente do sexo masculino é contestada por meio de outra conclusão do estudo: as mulheres são mais suscetíveis à xenofobia e à crítica ao islã. "Essa foi a maior surpresa para mim", admite Gutsche.

A razão para isso pode estar ligada especialmente à posição social das mulheres. Numa sociedade patriarcal, as mulheres enfrentam mais obstáculos, têm remuneração menor e são afetadas mais frequentemente pela pobreza na velhice.

"Acredito que as mulheres percebem que estão na parte inferior da escala social e, desta forma, mais propensas a competir com refugiados e imigrantes", disse a autora do estudo. Também por isso, muitas mulheres estão recorrendo a partidos que prometem reduzir a imigração.

Friedel Taube (pv) | Deutsche Welle

Chefe da ONU pede que Conselho de Segurança trabalhe com Mianmar para pôr fim à crise


Apesar dos esforços feitos pelas Nações Unidas no ano passado para ajudar a criar salvaguardas para todas as comunidades no estado de Rakhine, em Mianmar, está claro que as condições ainda não são adequadas para o retorno seguro, voluntário e sustentável dos refugiados rohingya, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira (28).

O chefe da ONU informou o Conselho de Segurança sobre a situação em Mianmar, onde 12 meses atrás uma operação militar no norte do estado de Rakhine provocou um êxodo de refugiados rohingya que rapidamente se tornou uma das piores crises humanitárias e de direitos humanos do mundo.

Apesar dos esforços feitos pelas Nações Unidas no ano passado para ajudar a criar salvaguardas para todas as comunidades no estado de Rakhine, em Mianmar, está claro que as condições ainda não são adequadas para o retorno seguro, voluntário e sustentável dos refugiados rohingya, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira (28).

O chefe da ONU informou o Conselho de Segurança sobre a situação em Mianmar, onde 12 meses atrás uma operação militar no norte do estado de Rakhine provocou um êxodo de refugiados rohingya que rapidamente se tornou uma das piores crises humanitárias e de direitos humanos do mundo.

As observações de Guterres também acompanharam a divulgação de uma investigação independente da ONU sobre supostas violações dos direitos humanos dos muçulmanos rohingya, e que pediu que os líderes militares do país sejam investigados e processados ​​por genocídio e crimes de guerra.

Cate Blanchett, atriz vencedora do Oscar e Embaixadora da Boa Vontade da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), e Tegegnework Gettu, administrador associado do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), também fizeram declarações no encontro, presidido por Lorde Ahmad, ministro britânico da Comunidade das Nações e das Nações Unidas, que atualmente ocupa a presidência do Conselho de Segurança.

Mais de 700 mil rohingya fugiram de Mianmar para campos de refugiados em Bangladesh, depois de serem forçados a sair de suas casas por uma operação militar que o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad al Hussein, comparou a uma limpeza étnica.

Guterres, relatando sua visita aos acampamentos em julho passado, disse que ouvira histórias de horrível perseguição e sofrimento.

“Um pai caiu em lágrimas quando me contou como seu filho foi morto a tiros na frente dele. Sua mãe foi brutalmente assassinada e sua casa ardeu em chamas. Ele se refugiou em uma mesquita apenas para ser descoberto por soldados que abusaram dele e queimaram o Alcorão”, disse ele.

Uma mulher distraída gesticulou para uma mãe embalando seu bebê que foi concebido como resultado de estupro e me disse: “precisamos de segurança em Mianmar e cidadania”. “E queremos justiça para o que nossas irmãs, nossas filhas, nossas mães sofreram”.

Blanchett, que visitou Bangladesh no ano passado a convite do ACNUR, disse que testemunhou cenas semelhantes e que “nada poderia ter me preparado para a extensão e a profundidade do sofrimento que vi”. “Ouvi relatos angustiantes, de tortura, mulheres brutalmente estupradas, pessoas cujos entes queridos foram mortos diante de seus olhos”.

“Sou mãe e vi meus filhos nos olhos de todas as crianças refugiadas que conheci. Eu me vi em todos os pais. Como uma mãe pode suportar ver seu filho ser jogado no fogo?”, questionou a atriz australiana.

O gatilho para a repressão militar há um ano foram ataques às forças de segurança de Mianmar promovidos por insurgentes e que foram imediatamente condenados pelo secretário-feral da ONU. Guterres disse que o uso desproporcional da força contra populações civis e as graves violações de direitos humanos que se seguiram nunca poderão ser justificadas.

Desde então, apesar de seu envolvimento direto com as autoridades de Mianmar e do lançamento de várias iniciativas do Sistema das Nações Unidas no terreno, o secretário-geral da ONU manifestou preocupação com as dramáticas situações humanitárias e de direitos humanos, bem como os riscos à paz e à segurança regionais.

Guterres disse que, apesar da assinatura de um Memorando de Entendimento (MOU) pelas autoridades de Mianmar e agências da ONU em junho, os líderes do país não fizeram o investimento em reconstrução, reconciliação e respeito aos direitos humanos necessários para todas as comunidades viverem melhor e de maneira mais resiliente no estado de Rakhine.

O secretário-geral da ONU pediu ao Conselho de Segurança que exorte os líderes de Mianmar a garantir o acesso imediato, desimpedido e efetivo às agências e parceiros da Organização, além de libertar os jornalistas presos por reportar a tragédia.

Acrescentou que não pode haver desculpa para retardar a busca de soluções dignas que permitam às pessoas voltarem para casa e gozarem de seu direito à liberdade de circulação, colocando fim à discriminação e garantindo o restabelecimento do Estado de Direito.

Guterres concluiu com um pedido de prestação de contas como um pré-requisito essencial para segurança e estabilidade regional, e que o Conselho de Segurança considere seriamente o relatório divulgado na segunda-feira pela missão independente internacional sobre Mianmar.

Ele acrescentou que a cooperação internacional eficaz será “fundamental para garantir que os mecanismos de responsabilização sejam confiáveis, transparentes, imparciais, independentes e estejam de acordo com as obrigações de Mianmar sob a lei internacional”.


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