@Verdade | Editorial
Diz o dito popular que “a mentira
tem perna curta” e para o caso de Moçambique parece ter perna muito menor do
que se imagina. O Presidente da República, Filipe Nyusi, andou a cantar aos
quatro ventos que o país estava a iniciar a fase “pós-crise”, garantindo que a
economia nacional está em franca recuperação. Porém, a realidade o desmente de
forma vergonhosa, passando-o o atestado de maior mentiroso de todos os tempos.
Uma prova disso é o facto de os
bancos comerciais, na sua maioria que obtiveram lucros bilionários inéditos com
a crise financeira do país e as dívidas ilegais, deixaram de comprar Títulos do
Tesouro que têm sido usados pelo Governo para financiar o Orçamento de Estado cada
vez mais deficitário desde a descoberta das dívidas da Proindicus e MAM. Hoje
parece que ninguém tem dúvidas de que andamos a ser enganados, pois é cada vez
mais evidente que Nyusi, para além de tentar tampar o sol com a peneira, andou
a lançar areia para os olhos dos moçambicanos menos atentos com o seu discurso
demagógico segundo o qual moçambicanos deviam passar a viver só com o que
dispõem internamente.
Essa suposta “brilhante” ideia
surge no seguimento da suspensão do Programa financeiro do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e do apoio directo ao Orçamento de Estado pelos Parceiros
de Cooperação, que condicionaram a retomada do apoio ao esclarecimento das
dívidas contraídas ilegalmente. Presentemente, Moçambique é um dos países mais infames
no mercado financeiro internacional, devido aos calotes que deu aos seus
credores. Internamente, os bancos comerciais que operam no nosso país também
não escaparam, razão pela qual já não confiam no Governo da Frelimo.
A cada dia que passa fica mais
claro que o país continua a afundar-se na lama, não se vislumbrando dias
melhores para os moçambicanos. Nem o tal futuro prometido pela Frelimo
vislumbra-se a curto ou médio prazo. Os moçambicanos vão continuar a assistir
subidas galopantes dos bens de primeira necessidade, para além de cortes de
orçamento em áreas essenciais, como a saúde e educação.
Diante dessa situação deveras
preocupantes, o Chefe de Estado viaja pelo país sem agenda definida. Se não
está a lançar a “primeira pedra” de empreendimentos privados ou a inaugurar
isto e aquilo, Nyusi está encenando as suas favoritas peças teatrais,
interrogando o bando de incompetentes que lhes foi confiado alguns serviços nos
governos distritais e provinciais.
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