Após auscultação de quatro dias,
presidente da CASA-CE não quis comentar situação interna. Futuro da organização
política continua em aberto.
O presidente da Convergência
Ampla da Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku,
disse este sábado (22.09) que a coligação angolana vai continuar a existir e
que só vai fazer declarações sobre a crise interna depois de concluir o
processo de auscultação aos seus correligionários.
O líder da terceira força
política em Angola fez estas declarações ao fim da reunião que manteve com os
secretários provinciais daquela organização, de ter auscultado os líderes dos
partidos políticos que formam a CASA-CE e as figuras independentes –
processo que teve início na passada terça-feira (18.09).
Em causa está o acórdão do
Tribunal Constitucional (TC) que interditou o líder da CASA-CE, esvaziando os
poderes de Abel Chivukuvuku e também dos militantes independentes, dando, no
entanto, maior atribuição aos partidos coligados.
Aquando da divulgação da decisão
do Tribunal, em agosto passado, o presidente da coligação esteve ausente do
país. Tão logo regressou a Angola, Abel Chivukuvuku começou a ouvir todas as
partes em conflito na CASA-CE.
A auscultação terminou este
sábado (22.09), mas ainda assim, as expectativas sobre o futuro daquela
organização política continuam em questão.
Questionado sobre o resultado das
reuniões e também a sua posição quanto ao acórdão do Tribunal Constitucional, o
líder da coligação limitou-se a dizer que só fará declarações "quando
concluir o processo de consultas e de análises. Por enquanto, não faço
declarações".
Chivukuvuku disse que
vai analisar as preocupações dos auscultados e realçou também que a
CASA-CE não vai acabar.
"Concluíndo as consultas
chamaremos as decisões mais apropriadas para a CASA-CE continuar a ser um
instrumento útil aos angolanos," garantiu depois da insistência
dos jornalistas.
Processo em andamento
A direção da coligação remeteu
recentemente ao Tribunal Constitucional angolano um recurso que contesta o
acórdão. E aquele órgão de justiça poderá dar resposta na próxima quinta-feira
(27.09).
O porta-voz da reunião entre o
presidente e os secretários provinciais da CASA-CE, Francisco Viena, disse que
o diálogo vai continuar.
O também secretário da coligação
na província de Benguela, que faz parte dos membros chamados independentes por
não militarem em nenhum dos partidos que constituem a CASA-CE, disse que se a
decisão do TC voltar a os prejudicar, o processo poderá chegar ao Tribunal
Supremo.
"O acórdão do Tribunal
Constitucional não faz parar tudo. Há outros expedientes que podem ser lançados
para continuarmos com os debates jurídicos diante de outros fóruns judiciais.
Estamos a falar do Tribunal Constitucional e podemos também falar do Tribunal
Supremo," sublinhou o político.
Francisco Viena disse ainda que
"os independentes representam 99% da CASA-CE. Logo, há interesses que não
podem ser ofendidos gratuitamente".
O dirigente político afirmou
ainda que há futuros para os independentes na CASA-CE.
"O grande objetivo é
continuarmos a dialogar. E se há diálogo, significa que há futuro para
todos," defendeu.
Em conferência de imprensa
realizada na semana passada, os líderes de cinco dos seis partidos que
constituem a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral
(CASA-CE): Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Apoio para Democracia e
Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Aliança
Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Nacional de Salvação de Angola
(PNSA) e Partido Democrático Popular de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA)
defenderam o diálogo entre todos os membros e prometeram não excluir ninguém.
Borralho Ndomba (Luanda) |
Deutsche Welle
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