Ao sábado também há Expresso
Curto, fique sabendo. O de hoje vem carregado de interesse no ato final de quem
o escreveu via extremidades dos dedos, aquilo a que chamam “cabeças” dos ditos.
João Vieira Pereira fê-lo com cabeça e com “cabeças”. Boa. No final dispõe da
ligação que permite subscrever a peça e as peças futuras, basta mencionar o seu
email.
O Curto com imagens, por lá. À cabeça o
trato é sobre as crianças açorianas que foram levadas para os EUA por militares
americanos que usavam – e usam – a base
norte-americana naquele arquipélago. Elas lá estão, nos EUA, são cidadãos dos
EUA de pleno direito, pese embora os errados preceitos como os levaram para
muito longe dos pais, dos irmãos, das famílias, das ilhas e do país que os viu
nascer. Eram portugueses, já não são. São adultos e ianques. E por lá “safam-se”?
Estão bem, com boas vidas? Oxalá que sim. Ao menos isso.
“Sorte deles”, alguns disseram e
dirão. Talvez. Mas sem sabermos tudo-tudo, de fio a pavio, nunca poderemos ter
a certeza. Talvez isso seja o que mais incomoda as mentes e os laços partidos
que de um lado e de outro devem existir. O remate com o dito “é a vida” vem
mesmo a calhar. Não vem? Pois. Mas nada disso é bem assim. Façamos o que
devemos fazer: siga-se o rasto daquelas crianças que hoje são adultos e
nasceram açorianos antes de os levarem para as terras do tal Tio Sam.
Tem muito mais no Curto de hoje.
Interessa. Se possível desfrute de um bom fim de semana, mesmo que seja a
trabalhar e a ser explorado até à medula para pagar os vícios dos seus patrões,
das mulheres deles e dos filhos. Ah, e não esqueça que até tem de lhes pagar as
toneladas de água (e etc.) para lhes encher as piscinas de que todos eles e
elas gostam muito de desfrutar lá em
casa. E você a barafustar porque o seu filho ou filha leva
muito tempo com o chuveiro a debitar gasto de gás (eletricidade) e água… É a vida. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
João Vieira Pereira | Expresso
No rasto das crianças açorianas
levadas por militares americanos
NO RASTO DAS CRIANÇAS
AÇORIANAS
O seu jornal está nas bancas. Em alternativa também o pode ler
em versão digital, mas para mim nunca será a mesma coisa. Nesta edição tem o
melhor exemplo disso. A E, a revista do Expresso, tem as honras de abertura
deste Expresso Curto.
Há histórias que depois de contadas têm de ser lidas pelo folhear de páginas impressas. Só assim conseguirá absorver toda a extensão e impacto das palavras e imagens. Esta é uma delas.
Durante anos, entre a década de 40 e os primeiros anos da década de 80, centenas de crianças foram levadas da ilha Terceira por militares americanos. A base da Lajes chegou a ter seis mil efetivos que com eles traziam mais do que dólares. Nas malas carregavam esperança e o sonho de uma vida melhor. Entre as histórias que contamos no Expresso não há uma igual mas todas partiam da mesma pobreza que atirava crianças para os braços de outra mãe ou o colo de outro pai. Eram tempos diferentes, com leis escassas e incapazes de proteger estas situações. A grande maioria das crianças saiu sem papéis legais de adoção, em aviões militares, num anonimato quebrado apenas por fotografias a preto branco que muitas carregam ainda hoje como tesouros. Décadas depois há alguns reencontros, possíveis pela coragem e empenho de um polícia da Terceira (Paulo Ormonde), e muitas lágrimas. Iguais às que não vai conseguir conter ao ler este trabalho fantástico publicado pelo Expresso.
Mas há mais para ler no Expresso.
SHAKESPEARE E A ECONOMIA
Há histórias que depois de contadas têm de ser lidas pelo folhear de páginas impressas. Só assim conseguirá absorver toda a extensão e impacto das palavras e imagens. Esta é uma delas.
Durante anos, entre a década de 40 e os primeiros anos da década de 80, centenas de crianças foram levadas da ilha Terceira por militares americanos. A base da Lajes chegou a ter seis mil efetivos que com eles traziam mais do que dólares. Nas malas carregavam esperança e o sonho de uma vida melhor. Entre as histórias que contamos no Expresso não há uma igual mas todas partiam da mesma pobreza que atirava crianças para os braços de outra mãe ou o colo de outro pai. Eram tempos diferentes, com leis escassas e incapazes de proteger estas situações. A grande maioria das crianças saiu sem papéis legais de adoção, em aviões militares, num anonimato quebrado apenas por fotografias a preto branco que muitas carregam ainda hoje como tesouros. Décadas depois há alguns reencontros, possíveis pela coragem e empenho de um polícia da Terceira (Paulo Ormonde), e muitas lágrimas. Iguais às que não vai conseguir conter ao ler este trabalho fantástico publicado pelo Expresso.
Mas há mais para ler no Expresso.
SHAKESPEARE E A ECONOMIA
Ainda na E não perca um texto
fantástico de João Duque. O professor de Economia explica como é possível
estudar finanças com base na peça “O Mercador de Veneza”, de William
Shakespeare. Delicioso.
KERSHAW EM ENTREVISTA
KERSHAW EM ENTREVISTA
O historiador inglês e biógrafo de Hitler, Ian
Kershaw, fala sobre o passado e o futuro da Europa. Deixo como degustação
duas perguntas e respetivas respostas.
“P: Acha que o ‘Brexit’ vai mesmo acontecer?
R: Acho que sim, infelizmente. Lamento imenso esta decisão de 2016. Quem me dera que fosse possível manter o Reino Unido dentro da União Europeia. Mas a inversão do processo do referendo abriria a porta a inúmeros problemas políticos.
P: A repetição do referendo seria, sobretudo, uma atitude muito pouco britânica, não acha?
R: Concordo consigo. Mas se não podemos ficar na União, espero que ao menos a solução passe por um modelo próximo dos [modelos] da Noruega ou da Suíça. Manteríamos os benefícios do acesso ao mercado comum. Na década de 80, curiosamente, o Reino Unido lutou imenso pela criação do mercado único. No famoso (ou tristemente célebre) discurso de Bruges, em
CENTENO DESILUDE
Para fechar as minhas sugestões da E, um
texto sobre o “Ronaldo das Finanças”, que desde que assumiu a presidência
do Eurogrupo tem defraudado as expectativas e está longe de brilhar. Ou como
diz o correspondente do "El Mundo" em Bruxelas: “Tenho a impressão de
que ele nunca diz o que pensa sobre tema nenhum.”
AFINAL HAVIA MESMO UM
MEMORANDO
Tancos faz manchete do seu jornal neste sábado. O
Expresso revela em exclusivo o memorando que prova que o Ministério da
Defesa foi de facto informado da operação de encobrimento para a recuperação
das armas roubadas. Os documentos que o ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes
entregou há uma semana no Ministério Público coincidem com os que foram
apresentados na terça-feira pelo major Vasco Brazão ao Departamento Central de
Investigação e Ação Penal e que relatam a operação clandestina montada pela
Polícia Judiciária Militar (PJM) em torno do resgate das armas roubadas em Tancos. Assim , o
tenente-general Martins Pereira corrobora a versão do ex-porta voz da PJM.
ANTÓNIO ARROIO EM PERIGO (escola)
ANTÓNIO ARROIO EM PERIGO (escola)
Um relatório da Proteção Civil sobre o plano de
evacuação da António Arroio, estabelecimento de ensino frequentado por mais de
1200 alunos, concluiu
que “na situação atual existem grandes probabilidades de acidentes
graves na escola”. O mesmo documento defende “não estarem garantidas as
condições de segurança para os utilizadores do espaço” e pedia “urgentemente
medidas de prevenção e proteção para a segurança das pessoas”. Mesmo assim a
Parque Escolar garante que “estão reunidas as condições de segurança
necessárias ao funcionamento da escola”.
ADEUS AO BOTÂNICO
ADEUS AO BOTÂNICO
A tempestade "Leslie" levou
as árvores do Jardim Botânico de Coimbra. Árvores centenárias e 40% da Mata
do Choupal desapareceram. “Perdeu-se a memória de árvores centenárias”, garante
o diretor António Gouveia. A estufa alberga “um enorme e régio nenúfar” que
escapou incólume, mas o mesmo “não sucedeu na casa dos narcisos”, que foi
arrasada pelos ventos. Os danos severos no jardim obrigaram ao encerramento do
espaço e ditam agora um lento processo de recuperação.
BOLSONARO SOMA
BOLSONARO SOMA
Nem tudo é tão óbvio quanto parece na onda de
extrema-direita que toma conta do Brasil. O
apoio à candidatura do capitão reformado Jair Bolsonaro, do Partido
Social Liberal (PSL), atinge todas as classes sociais, abrangendo eleitores que
não comungam necessariamente do seu discurso homofóbico, racista e de apologia
da violência. “O crescimento de Bolsonaro tem muito de espontâneo. Vem do
esgotamento da política, dos escândalos de corrupção e de uma soma muito grande
de fatores que, por algum motivo, ele conseguiu vocalizar”, descreve o
economista Samuel Pessoa.
BRASILEIROS EM FUGA
BRASILEIROS EM FUGA
O cônsul-geral de Portugal em São Paulo decidiu
encerrar a receção de pedidos de nacionalidade portuguesa até 2 de
janeiro de 2019 devido à elevada procura de vistos para viajar para Portugal
por parte de cidadãos brasileiros.
O CRIME HEDIONDO SOBRE A LIBERDADE
O CRIME HEDIONDO SOBRE A LIBERDADE
“Só há um país árabe considerado livre:
a Tunísia. Jordânia, Marrocos e Kuwait estão numa segunda categoria, quase
livre. O resto são países sem liberdade”, escreveu
Jamal Khashoggi na sua última coluna para “The Washington Post”.
Khashoggi era uma voz cada vez mais incómoda num regime saudita que só é
reformista na aparência.
A 'GERINGONÇA' ABRIU OS
BOLSOS
Esta foi a semana de Orçamento do Estado. Tal como o algodão, os
números não enganam. Nos primeiros anos de governação, o volume de medidas
restritivas foi superior ao das expansionistas. Ou seja, Centeno apertou ainda
mais o cinto. Mas isso tem vindo a esbater-se, principalmente com o Orçamento
do Estado para 2019. O Expresso fez as contas entre o saldo de medidas ‘boas’
(que aliviam a pressão sobre famílias e empresas) e ‘más’ (que agravam impostos
ou cortam benefícios). Em 2019, este vai atingir os €1068 milhões.
Eleitoralismo ou coincidência? Você
decide.
OLHE QUE NÃO, OLHE QUE NÃO
OLHE QUE NÃO, OLHE QUE NÃO
António Mendonça Mendes é secretário de Estado
dos Assuntos Fiscais e, em
entrevista ao Expresso, garante que esta proposta não pensa em eleições mas
no país, e que o Governo não cairá na tentação de manipular as taxas de
retenção na fonte de IRS em 2019 para dar mais dinheiro às famílias em ano
eleitoral.
PORTUGAL É PARAÍSO PARA FUTEBOLISTAS
PORTUGAL É PARAÍSO PARA FUTEBOLISTAS
Se Cristiano Ronaldo quiser terminar
a carreira no Sporting, se Nemanja Matic resolver regressar ao Benfica ou se
Ricardo Quaresma voltar a integrar o plantel do Porto, poderão vir a ter
grandes borlas fiscais à sua espera. Trata-se do “Programa Regressar”, o novo
regime para seduzir os ex-residentes e que, se for aprovado tal como está
proposto, transformará Portugal num paraíso fiscal para futebolistas (e
não só).
ISRAELITAS NO PORTO
ISRAELITAS NO PORTO
Elad Dror é israelita e, em 2010, decidiu vir viver
para o Porto. A empresa que fundou, a Fortera, vai investir no Grande Porto um
mínimo de €200 milhões nos próximos cinco anos em habitação e hotelaria. “As
coisas estão a andar muito depressa aqui e temos de aproveitar agora porque
este ritmo não vai durar sempre, só mais uns três ou quatro anos e depois
estabiliza. Hoje são 13 projetos, mas amanhã já podem ser 15. Queremos comprar
mais edifícios e temos acesso a capital”, avisa.
O LOCAL NÃO VOLTA A SER O MESMO
O LOCAL NÃO VOLTA A SER O MESMO
As alterações ao Alojamento Local entram
em vigor na próxima semana. O Expresso conta-lhe tudo o que muda a partir de
dia 23 de outubro. As maiores alterações serão aplicáveis nos estabelecimentos
que se instalem após esta data. Para os que já existem, há
menos mudanças.
Este Expresso Curto fica por aqui. Tenha um ótimo fim de semana.
Este Expresso Curto fica por aqui. Tenha um ótimo fim de semana.
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