sábado, 11 de agosto de 2018

Atentado ao coração vigoroso da paz de Simon Bolívar!


PADRE nuestro que estás en la tierra, en el agua, en el aire
de toda nuestra extensa latitud silenciosa,
todo lleva tu nombre, padre, en nuestra morada:
tu apellido la caña levanta a la dulzura,
el estaño bolívar tiene un fulgor bolívar,
el pájaro bolívar sobre el volcán bolívar,
la patata, el salitre, las sombras especiales,
las corrientes, las vetas de fosfórica piedra,
todo lo nuestro viene de tu vida apagada,
tu herencia fueron ríos, llanuras, campanarios,
tu herencia es el pan nuestro de cada día, padre.

Tu pequeño cadáver de capitán valiente
ha extendido en lo inmenso su metálica forma,
de pronto salen dedos tuyos entre la nieve
y el austral pescador saca a la luz de pronto
tu sonrisa, tu voz palpitando en las redes.

De qué color la rosa que junto a tu alma alcemos?
Roja será la rosa que recuerde tu paso.
Cómo serán las manos que toquen tu ceniza?
Rojas serán las manos que en tu ceniza nacen.
Y cómo es la semilla de tu corazón muerto?
Es roja la semilla de tu corazón vivo.

Por eso es hoy la ronda de manos junto a ti.
Junto a mi mano hay otra y hay otra junto a ella,
y otra más, hasta el fondo del continente oscuro.
Y otra mano que tú no conociste entonces
viene también, Bolívar, a estrechar a la tuya:
de Teruel, de Madrid, del Jarama, del Ebro,
de la cárcel, del aire, de los muertos de España
llega esta mano roja que es hija de la tuya.

Capitán, combatiente, donde una boca
grita libertad, donde un oído escucha,
donde un soldado rojo rompe una frente parda,
donde un laurel de libres brota, donde una nueva
bandera se adorna con la sangre de nuestra insigne aurora,
Bolívar, capitán, se divisa tu rostro.
Otra vez entre pólvora y humo tu espada está naciendo.
Otra vez tu bandera con sangre se ha bordado.
Los malvados atacan tu semilla de nuevo,
clavado en otra cruz está el hijo del hombre.

Pero hacia la esperanza nos conduce tu sombra,
el laurel y la luz de tu ejército rojo
a través de la noche de América con tu mirada mira.
Tus ojos que vigilan más allá de los mares,
más allá de los pueblos oprimidos y heridos,
más allá de las negras ciudades incendiadas,
tu voz nace de nuevo, tu mano otra vez nace:
tu ejército defiende las banderas sagradas:
la Libertad sacude las campanas sangrientas,
y un sonido terrible de dolores precede
la aurora enrojecida por la sangre del hombre.
Libertador, un mundo de paz nació en tus brazos.
La paz, el pan, el trigo de tu sangre nacieron,
de nuestra joven sangre venida de tu sangre
saldrán paz, pan y trigo para el mundo que haremos.

Yo conocí a Bolívar una mañana larga,
en Madrid, en la boca del Quinto Regimiento,
Padre, le dije, eres o no eres o quién eres?
Y mirando el Cuartel de la Montaña, dijo:
"Despierto cada cien años cuando despierta el pueblo".



Martinho Júnior | Luanda  

1- O império da Doutrina Monroe (https://www.britannica.com/event/Monroe-Doctrine), o império da Operação Condor (https://www.youtube.com/watch?v=YDHt1nr3gnw), o império da hegemonia unipolar (https://paginaglobal.blogspot.com/2016/01/a-hegemonia-unipolar-estimula.html) é a única fonte de inspiração para aqueles que estão a elevar a fasquia da agressão, do caos e do terrorismo na incessante procura de subverter o coração vigoroso da paz de Simon Bolívar numa Venezuela que tanto tem avançado, de missão em missão, em benefício da felicidade do seu povo, de todos os povos da América e da humanidade! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/civilizacao-e-barbarie-uma-constante.html).

A paz é o imenso oxigénio tão necessário à longa luta contra o subdesenvolvimento em toda a América como onde quer que seja, seguindo a via do socialismo, da justiça social, da educação, da saúde, da habitação, dos equilíbrios tão necessários à humanidade e do respeito que tanto carece o planeta que está cada vez mais sobreaquecido e à beira do abismo!

O pacote de medidas do império da Doutrina Monroe contra a Venezuela progressista e contra os componentes da ALBA, “Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos”(http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/03/alba-evocacao-pegada-ardente-de-bolivar.html), está a ser paulatinamente reforçado colocando lenta mas inequivocamente a fasquia da agressão, do cacete de que se serve o império, cada vez mais alto, para não ferir repentinamente a mentalidade do universo daqueles 99% que procura formatar por via dos seus maquiavélicos e constantes objectivos de domínio, que não exclui a abrupta manobra da guerra convencional para com a Venezuela, que procura desenhar no horizonte… (http://paginaglobal.blogspot.com/2018/05/pressao-asfixiante-sobre-venezuela.html).

Nesse pacote, para elevar a fasquia, há muitas opções imperiais que estão em aberto no âmbito da agressão, da guerra económica, da subversão sócio-política e da guerra psicológica!… (https://www.youtube.com/watch?v=8y5bHQIR61I).

A manobra de propaganda e contrapropaganda por parte desse império da Doutrina Monroe, acompanha a manobra dos cobardes que accionaram o atentado desses dois “drones” assassinos! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/a-persistencia-da-barbarie.html).


2- A utilização instrumentalizada dos “drones” (http://ciudadccs.info/drones-usados-intento-magnicidio-presidente-maduro-contenian-dos-kilogramo-c4/), em função das possibilidades imensas abertas pela revolução contemporânea das novas tecnologias (http://paginaglobal.blogspot.com/2013/09/novas-tecnologias-ao-servico-da.html), está a ser manipulada pelo império da hegemonia unipolar no sentido da elevação da fasquia da agressão e da guerra psicológica onde quer que seja, na Ásia, em África, ou na América, em particular ali onde seu “soft power”, exercido por via do seu domínio “suave” sobre as massivas comunicações internacionais, seja fragilizado enquanto ênfase em prol da generalizada mentalidade de bloqueio psicológico e mental que só um poder como o da hegemonia unipolar, recorrendo às ciências humanas (sobretudo as que tanto servem às sua elites) pode entender decidir, formatar e difundir!

O medo, no âmbito da guerra psicológica do império (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/06/a-guerra-psicologica-do-imperio-da.html), é um factor psicológico enfático e essencial desse domínio, pois em relação aos povos de todo o mundo, em relação a 99% da humanidade, não bastam as mensagens da “psicadélica” e “multicolorida” cenoura desse“soft power”, que foi a propósito reinterpretada por “filósofos” como Gene Sharp (http://www.rebelion.org/noticia.php?id=182262), ou George Soros! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/08/06/la-guerra-imperialista-contra-venezuela-incorpora-los-atentados-terroristas-analisis-del-atentado-al-presidente-venezolano-nicolas-maduro/).

Para o império da hegemonia unipolar, há que fazer prevalecer, ainda que cirurgicamente, o cacete sobre a panóplia das alienações a que recorre profusamente! (http://www.rebelion.org/noticia.php?id=244970).

A droga inebriante e entorpecente que se instrumentaliza na propaganda e contrapropaganda, por via das múltiplas mensagens de conveniência produzidas diariamente, conotadas em apropriados expedientes tornados autênticas“correntes ideológicas” que de forma deliberada se expandem desde os fundamentalismos das religiões, até às poderosas“indústrias” dos futebóis e das telenovelas, passando pelo arsenal “persuasivo” duma NATO com disseminadas culturas“stay behind”, não chega enquanto recurso do domínio de 1% sobre os outros 99% (http://paginaglobal.blogspot.com/2012/02/coisas-que-globalizacao-tece-06-uma.html)!

O império (http://paginaglobal.blogspot.com/2012/01/o-caminho-das-trevas-ditadura.html) não tem outra alternativa senão quebrar a sonolência e o torpor das alienações e, sob o seu próprio ponto de vista que também não pode deixar de ser intrinsecamente dialético, sempre usa agora o poder do cacete, integrando nele as mais contemporâneas tecnologias!…

Julgam os algozes, que com essa aparentemente maneira “séptica” de matar, estão a “lavar as mãos como Pilatos”!

O Pentágono e a NATO, desde a administração de Barack Hussein Obama, o cínico “Nobel da Paz”(https://www.abrilabril.pt/intelligentsia-nos-seus-labirintos), são instrumentos de domínio essenciais para o constante exercitar desse cacete da hegemonia unipolar sobre a cabeça de 99% da humanidade e os “drones” passam assim a ser um dos factores mais intensos na aplicação da dose de medo que a aristocracia financeira mundial tende a aplicar, na ânsia que lhe é culturalmente endógena… (https://www.abrilabril.pt/o-polimento-da-tragedia-obama).

Agora, dois “drones” foram, ignóbil e cobardemente utilizados na tentativa de assassinar o Presidente Nicolas Maduro! (https://venezuelanalysis.com/news/13977)...


3- A Venezuela Bolivariana tem vindo a alcançar, com um exercício de paz consequente intimamente identificada com as mais legítimas aspirações, esperanças e espectativas do povo bolivariano, vitórias significativas e exemplares, inclusive sobre o medo nutrido pelo império da Doutrina Monroe na sua azáfama duma pérfida e cobarde guerra psicológica e de desgaste (http://www.voltairenet.org/article201239.html)!

Já não basta o domínio da oligarquia agenciada na Venezuela sobre a passagem das cada vez mais identificadas mensagens da conveniência, que ampla, massiva e quotidianamente esse império procura fazer recair sobre a cabeça dos eleitores e círculos eleitorais do povo bolivariano da Venezuela, o povo que mais eleições tem vivido ao longo das últimas décadas, mas também o povo que mais se tem organizado em prol duma democracia popular que é cívica e militarmente motivada por uma constante luta inspirada no que de mais vital foi protagonizado por Simon Bolívar e Hugo Chavez!... (http://resistir.info/venezuela/boron_26jul17.html).

O povo bolivariano, com uma vanguarda como a do Partido Socialista Unido da Venezuela reforçada por coerentes aliados e alianças (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/03/caracas-jamais-sera-como-santiago.html), ganha na luta cada vez mais consciência crítica e firme ideologia bolivariana, numa massiva mobilização que se impõe à velha mentalidade que, durante um inebriante plasma de dois séculos, alimentou a tirania, intercalada com os mais hipócritas servidores de turno da cosmética em que se tornou a “representativa democracia”!

Já não basta, a essa oligarquia, o peso do seu poder no ambiente sócio-político, um peso decadente, minguante senão moribundo! (http://resistir.info/pilger/pilger_17jan17.html).

O poder dessa oligarquia mercenária (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/04/oligarquias-da-corruptela-neoliberal.html), é algo que se tem escorregado de suas mãos de há duas décadas a esta parte, é algo que se fragmenta e se esvai, pois as suas vantagens foram sendo perdidas, ou derrotadas e agora estão irrecuperáveis por que os próprios instrumentos de poder de estado, são as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (http://www.mindefensa.gob.ve/mindefensa/2018/08/05/comunicado-de-la-fuerza-armada-nacional-bolivariana-ante-el-intento-de-magnicidio-al-ciudadano-presidente-cj-nicolas-maduro-moros/), num estado em que há um equilíbrio cívico-militar alimentado pelos ensinamentos clarividentes de Símon Bolívar e Hugo Chavez!... (https://www.laiguana.tv/articulos/308469-buscados-autores-atentado-maduro/).

Por isso essas oligarquias agenciadas pelo império da Doutrina Monroe, recorrem ao medo, por que não bastando o“soft power” com que se socorre, com o qual os seus interesses vão experimentando derrota após derrota, necessita como pão para a boca recorrer ao medo, recorrer à cobardia do uso dos “drones” sem visível rosto, para se fazer sentir e desesperadamente tentar prevalecer!...


A oligarquia venezuelana embarca agora na alucinação dos seus próprios e tenebrosos labirintos, agenciados pelo império da Doutrina Monroe e de seus vassalos!... (http://misionverdad.com/la-guerra-en-venezuela/intento-de-magnicidio-contra-el-presidente-nicolas-maduro).


4- A experiência do recurso aos “drones” por parte dos mais “profissionais” fanáticos e fundamentalistas emissores de caos e de terrorismo, no caso da Venezuela têm as mesmas origens do que muitas vezes tem sido feito contra Cuba a partir da Florida (https://paginaglobal.blogspot.com/2015/02/uma-fruta-que-nao-caiu-ix.html), com o reforço da“plataforma” constituída na Colômbia, cujo poder tem sido filtrado pelos agenciados vínculos que sob o pretexto de combate à droga acabou recentemente por ser “cooptado” pela NATO!... (https://9videos.tv/video/q3d4y5l3l3s4o4p48474w4.html).

Por detrás desses “profissionais” há sempre vínculos que conduzem à CIA, ao Pentágono, à NSA, ou à NATO, instrumentos disponíveis dos organismos decisores dos falcões nazis do império da hegemonia unipolar!

A NATO agora e por seu turno, em reforço do Pentágono estende-se assim não mais no espaço curto do Atlântico Norte que lhe deu o nome, mas entre dois dos principais produtores mundiais de droga: do Afeganistão à Colômbia: “North Afeganistan to Colombia Organization”, “NACO”!... (https://br.sputniknews.com/americas/2018080411880200-maduro-colombia-atentado-acusa/).

Às alienações inerentes ao exercício do seu “soft power” de cultura elitista eminentemente anglo-saxónica, o império da hegemonia unipolar junta as alienações concebidas a partir dos seus recursos motivados pelo cínico “combate à droga”,que não destrói a cabeça do aparentemente visado polvo, antes aumenta exponencialmente o volume do tráfico, do que está conectado com ele e, na Colômbia, tantos instrumentos paramilitares continua a mover!

O império procura apenas cortar os braços desse polvo que não sirvam ao seu “diktat”, mas continua a alimentar, a engrossar, a inspirar e a incentivar os que podem ser instrumentalizados sobretudo contra a Venezuela Bolivariana, contra a Nicarágua Sandinista e, antecipo o alerta, contra o México progressista que ganhou as últimas eleições!

O próprio nome do grupo terrorista que recorreu aos dois “drones” industriais modelo DJI M600 no atentado com que tentaram assassinar o Presidente Nicolas Maduro, só cabe na cabeça de alienados de ultradireita ou de “inspirados”drogados: “movimento soldados de flanelas”… (https://www.jn.pt/mundo/interior/movimento-soldados-de-flanelas-reivindica-atentado-a-maduro-9680829.html).

A própria aristocracia financeira mundial (http://paginaglobal.blogspot.com/2017/04/aristocracia-financeira-mundial-impoe-o.html) possui franjas de seus negócios que cada vez mais têm a ver com o tráfico de droga aliado às especulações financeiras e, uma das provas, é a tão flexível quão ambígua vocação de George Soros, o mesmo Soros que tanto tem tido que ver com as “revoluções coloridas”, em relação às políticas relativas ao consumo de drogas (https://www.virgin.com/virgin-unite/george-soros-ending-war-drugs)...

Estão a experimentar no “laboratório” de guerra psicológica que constitui para o império da Doutrina Monroe a Venezuela Bolivariana, num regime programado duma escalada de agressões, um novo modelo de atentado que o poder dominante desse império vai disseminar onde quer que seja onde houver consciência crítica, entidades ou estados progressistas! (http://www.voltairenet.org/article201130.html).

O medo da aristocracia financeira mundial perder o domínio dos 1% sobre os 99%, será contudo infinitamente maior do que o medo dos 99% sujeitos à contínua e escalonada guerra psicológica sobre os quais recai esse domínio!

É precisamente assim (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/03/venezuela-na-praca-de-la-guaira.html) que devem sentir todos os mais consequentes bolivarianos da Venezuela, promissora e heroica pátria de Simon Bolívar e do Comandante Hugo Chavez!

Martinho Júnior - Luanda, 6 de Agosto de 2018

Imagens: 4 instantes do acontecimento e foto de manifestação de repúdio ao atentado.

Portugal | Dinheiros públicos esbanjados em barbárie


E quando finalmente nos consideramos civilizados, eis que utilizamos dinheiros públicos para promover a barbárie

Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

Sim, este é um artigo sobre touradas. E sim, a tourada é sinónimo de barbárie.

Vivemos num país onde todos nos penitenciamos quando somos acusados de viver e gastar acima das nossas possibilidades, mas há dinheiro para a barbárie. Este é o país em que a direita acusa o Estado de gastar mal o dinheiro dos contribuintes e com razão, mas as touradas são financiadas com dinheiros públicos, com muito dinheiro público. E no entanto, essa mesma direita que acusa o Estado de gastar mal o dinheiro de todos nós, quando chega a altura de corrigir a trajectória, não age em conformidade, como se viu na votação do projecto de lei do PAN para acabar com esse sorvedouro de dinheiros públicos: a tourada. Este é também o país em que se criminalizou os maus-tratos a animais, no que se pode considerar um verdadeiro avanço civilizacional, excepto numa praça de touros, onde um determinado animal, diferente de todos os outros, pode ser esquartejado, desde que não morra na arena, porque admite-se o mais vasto conjunto de sevícias, excepto a morte, pelo menos ao vivo e a cores. 

Este é o país em que a televisão pública - a mesma e a tal que também é paga por todos nós - despeja literalmente quilos de porcaria sob a forma de espectáculos ao ar livre, repletos de playback, a que acresce a tourada e o futebol.

Este é o país dos brandos costumes, mas cujos habitantes, parte deles, aprecia ver um animal ser torturado, retirando um inefável prazer do sofrimento de um ser vivo, deixando os psicopatas cheios de inveja e até com dúvidas ontológicas. Para se sentirem melhor convencem-se e tentam convencer-nos de que se trata de uma tradição ou então que aqueles animais são especificamente criados para serem torturados - razão da sua existência -, ou ainda, que todos os que se insurgem contra este retrocesso civilizacional são uma cambada de hipócritas que se deliciam com um bife no prato. Depreende-se, de resto, que esses hipócritas, nos quais me incluo, são os mesmos que antes de terem o tal bife no prato, deslocam-se ao matadouro para assistir à morte do animal. Primeiro pagam bilhete, assistem ao sofrimento, deixando-se invadir por um prazer dos pés à cabeça, e só depois de todo este processo é que o bife pode ser comido.

Vem tudo isto a propósito da requalificação e abertura de uma praça de touros em Paio Pires no concelho do Seixal. E tudo isto se tornou ainda mais inquietante devido, desde logo, à proximidade geográfica e à minha surpresa enquanto cidadã daquele concelho sobretudo pelo desconhecimento da "tradição" tauromáquica que ressurge, espante-se, em pleno século XXI. 

Nem vou entrar pela argumentação, ainda assim particularmente assertiva, que sublinha o desprezo que a autarquia tem pelas verdadeiras necessidades do concelho, até porque esse desprezo torna-se por demais evidente a partir do momento em que 200 mil euros são despejados num espectáculo atroz para gáudio de alguns.

Digo apenas que a vergonha se abate sobre todos os que por ali vivem, e para aqueles que conseguem e tentam (como eu) fazer algum humor com esta palhaçada recomenda-se que consultem a vasta lista que vos deixo em baixo e que dá conta dos dinheiros públicos gastos com esta verdadeira atrocidade. São 35 páginas.

Seja como for, espera-se que esta decisão da câmara do Seixal tenha os seus custos sobretudo nas urnas. E que a memória não falhe e que nos corra a todos.
Deixo-vos ainda a petição para quem quiser fazer um pouco mais: http://peticaopublica.com/?pi=PT86673

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

Cultura | Saiba o que pode ver à borla em Lisboa e no Porto


Chegámos tarde mas a tempo. Apresentamos a Agenda Cultural do Notícias ao Minuto para os que a deixaram escapar. Sai todas as sextas-feiras por lá. O dia de ontem já passou e neste sábado talvez já tenha perdido algum evento que lhe interessaria, o que não invalida a utilidade de trazermos aqui esta habitual agenda do NM. Ainda há muito para ver, para fazer, para divertir os que estiverem interessados. Vamos a isso. (PG)

Fim de semana está aí. Saiba o que pode ver à borla em Lisboa e no Porto

Fique a saber o que nos reserva este fim de semana no que a borlas culturais diz respeito.
Mais uma semana, mais uma agenda cultural com a nossa palavra favorita na hora da poupança: grátis.

Depois de um fim de semana abrasador, os próximos dias não serão de 'esturricar'. Há, portanto, ainda menos razões de queixa para ficar em casa. 

Como já é habitual, o Notícias ao Minuto escolheu alguns eventos para gostos bem diferentes. Há música e exposições, há feiras e filmes e muito mais para aproveitar (e muitos ao ar livre).

Antes de vermos com mais pormenor o que podemos esperar na Grande Lisboa e no Grande Porto, aproveitamos para destacar que o Dino Parque da Lourinhã mudou-se de 'malas e bagagens' até dia 15 de agosto para o Arena Shopping, em Torres Vedras, onde há uma agenda recheada

É chegada a hora de ver o que nos reservam estes dias 10, 11 e 12 de agosto.

Grande Lisboa

Somersby Out Jazz continua

Já foi novidade mas, a cada ano que passa, é cada vez mais tradição. E uma que vale muito bem a pena manter. O Out Jazz junta música ao vivo em fins de tarde nos espaços verdes mais nobres de Lisboa. No mês de julho foi no Parque Eduardo VII que se fez a festa. Em agosto é o Jardim da Estrela que está a ser palco dos concertos do Somersby Out Jazz. 

Quando e Onde
Domingo, 12 de agosto, a partir das 17h - Jardim da Estrela
Quem
Zeñel | Helder Russo


Inimigo Público no Passevite

Os trabalhos de ilustração originais de Nuno Saraiva para o Inimigo Público estão agora em exposição no Passevite, em Lisboa. Podem ser vistos de terça-feira a sábado, das 15h às 21h. A exposição é gratuita (excepto se quiser comprar um dos 15 trabalhos que estão à venda).

Conversas da Rua na Amadora

A 4.ª edição do projeto Conversas na Rua já chegou à cidade da Amadora. Até 20 de agosto, seis artistas portugueses vão criar propostas visuais para diferentes locais da cidade. Saiba tudo aqui.

Roy Liechtenstein no Colombo

Uma exposição com 41 obras do pintor norte-americano Roy Lichtenstein, desde pop art, paisagens e cartazes, está a dar cor e vida ao Centro Comercial Colombo. Saiba mais sobre este artista e esta iniciativa louvável do Colombo aqui. Uma oportunidade tão simples quanto imperdível, para ver até dia 23 de setembro.

Rafael Toral revisita Wave Field

O Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado recebe esta sexta-feira, pelas 19h30, um espectáculo de Rafael Toral. O concerto vai decorrer no Jardim das Esculturas e é de entrada livre, numa iniciativa que promete dar música por agosto fora ao Museu do Chiado, todas as sextas-feiras.

Odeon Hotel na Fnac Chiado

Odeon Hotel é um projeto de fotografia de Daniel Costa Neves que está em exposição na Fnac do Chiado, no coração da capital. Trata-se de um trabalho artístico para conhecer até 2 de setembro. Clique aqui para conhecer melhor este projeto.

Grande Porto

Laúndos em Movimento

Esta sexta-feira, sábado e domingo há Laúndos em Movimento na Póvoa do Varzim. O cartaz é variado, com atividades várias e espectáculos de stand-up comedy. Mas o destaque irá para 'a mais louca corrida do país', com carros artesanais a ocupar as ruas. Saiba tudo aqui.

Verão na Casa da Música

A Casa da Música, espaço privilegiado não apenas na Invicta mas em todo o país, também não esquece o verão. Até 11 de setembro há um programa variado que incluiu algumas oportunidades que não são de desaproveitar. Saiba tudo clicando aqui.

Dominguinhos no MAR Shopping

O MAR Shopping continua a dar-nos domingos para toda a família, a pensar nos mais pequenos. Os Dominguinhos continuam a 'todo o gás'. Este domingo, 12 de agosto, pelas 11h da manhã, há Atelier de Artes Plásticas - Mensagem numa Garrafa. É gratuito mas é necessária a inscrição. Clique aqui

Portobello... Porto Belo

Todos os sábados,o histórico e mundialmente conhecido mercado londrino de Portobello tem uma versão a pensar no 'relax' na Invicta. Eis o Porto Bello, que conta com bancas variadas. As compras terão de ser pagas com o esforço da carteira, o passeio nem por isso.

Onde
Praça Carlos Alberto
Quando
Todos os sábados, entre as 10h e as 19h

School Affairs na Fnac de Santa Catarina

A Fnac de Santa Catarina, bem localizada no centro da Invicta, recebe por estes dias o projeto School Affairs, de João Henriques, vencedor do prémio Novo Talento Fnac, em 2015. Saiba mais sobre este projeto aqui. A exposição está patente até dia 20 de setembro.

Bom fim de semana e boas ofertas culturais!

Notícias ao Minuto

Cinema | Um 'Pedro e Inês' em três tempos no novo filme de António Ferreira


O realizador António Ferreira apresenta em outubro a sua nova longa-metragem, 'Pedro e Inês', um filme que faz ressoar o 'Romeu e Julieta português' em três tempos distintos - passado, presente e futuro.

"São três histórias em três tempos diferentes, cada uma com um princípio, um meio e um fim, mas que se vão contando umas às outras", com cenas no passado, presente e futuro a sucederem-se e a "preencherem os buracos das outras histórias", disse à agência Lusa António Ferreira, realizador de Coimbra a residir no Brasil.

Apesar de serem três histórias distintas, "fica a sensação de que é tudo uma", resumiu.

O filme, que adapta o romance de Rosa Lobato Faria 'A Trança de Inês', conta com antestreia a 14 de outubro, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, concelho onde a maioria da obra foi rodada.

Entre outros, o elenco do filme é composto pelos atores Diogo Amaral (Pedro), Joana de Verona (Inês), Vera Kolodzig (Constança), Custódia Gallego (Beatriz), Cristóvão Campos (Estevão), João Lagarto (Afonso) e Miguel Borges (Pero Coelho).

A ideia de adaptar o romance de Rosa Lobato Faria já surgiu há vários anos, quando entrou em contacto com o livro, mas só agora foi materializada devido à demora em conseguir financiamento.

"Achei que dava um filme espetacular. É uma abordagem inovadora. Não é um filme histórico, mas uma releitura total do tema, com uma estrutura narrativa contada em vários tempos", explicou, considerando que o romance é uma "forma fresca de se falar de um tema sobejamente conhecido e até chato", ainda para mais para uma pessoa de Coimbra, palco histórico do romance: "Já não podia mais com o Pedro e Inês".

Segundo António Ferreira, "é um filme muito ambicioso, do ponto de vista de produção" - com coprodução de três países (Brasil, França e Portugal) -, dispendioso e que contou com "um milhar de figurantes em Coimbra e com 'décors' muito difíceis".

"Filmar a Idade Média sem muito dinheiro é um desafio. Mesmo com um orçamento modesto, conseguimos fazer um filme exuberante que não fica a dever nada a um grande filme", vincou.

Em termos estéticos, o realizador optou por usar o mesmo tipo de olhar e movimento de câmara para os diferentes tempos, deixando de parte a ideia de usar uma espécie de coloração diferente para cada época.

O projeto que começou a ser desenhado há dez anos vê agora a luz do dia em outubro.

Depois da antestreia em Coimbra, o filme vai ser exibido em salas de cinema de todo o país, a partir de 18 de outubro.

Para fevereiro de 2019, já está programada a estreia do filme para o Brasil, com a equipa a assumir o objetivo de internacionalizar a história de Pedro e Inês, o 'Romeu e Julieta português'.

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto: iStock

Portugal/Incêndios | "A questão principal continua a ser o ordenamento florestal"


Presidente da Comissão Técnica Independente dos incêndios de 2017 garante que o problema da falta de gestão da floresta mantém-se em todo o território nacional.

O presidente da Comissão Técnica independente que investigou os incêndios de 2017, João Guerreiro, diz que continuam a faltar as políticas de ordenamento rural e florestal no território nacional.

"A questão principal continua a ser o ordenamento rural e florestal. Todas as questões relacionadas com o combate e a ANPC, há sempre fragilidades. O essencial é ordenamento rural, ordenamento florestal!, explicou à TSF João Guerreiro, que durante vários anos foi reitor da Universidade do Algarve.

O incêndio que começou em Monchique há uma semana foi o maior registado este ano a nível nacional e europeu. O destruiu mais de 27 mil hectares de floresta, provocando centenas de desalojados e dezenas de feridos.

Este sábado, o Presidente da República chegou ao terreno, tendo sido recebido pelos autarcas dos concelhos afetados. Durante a manhã, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu ainda as críticas dos populares à organização do combate ao incêndio que deixou a Serra de Monchique reduzida a cinzas.

Guilherme de Sousa | TSF | Foto: Lusa

Ministra da Educação de Timor-Leste não segue orientações do Primeiro-Ministro


Quem o afirma é Lurdes Bessa, Vice-Ministra da Educação e Cultura do VII Governo Constitucional, em carta enviada ao Jornal Tornado, tecendo duras críticas à Ministra da Educação, Juventude e Desporto, Dulce Soares de Jesus.

A indignação de Lurdes Bessa acontece, em reacção à carta da Ministra Dulce de Jesus enviada ao nosso jornal a propósito da notícia “A pedra no sapato do VIII Governo de Timor-Leste”, e precisamente no dia em que o Parlamento Nacional de Timor-Leste (6 de Agosto de 2018), a pedido da Ministra da Educação, Juventude e Desporto, Dulce Soares de Jesus, quer revogar o Decreto-Lei nº4/2018, de 14 de Março (Primeira Alteração ao Decreto-Lei 4/2015 – Currículo Nacional de Base da Educação do Primeiro e Segundo Ciclos do Ensino Básico).

A carta - ver em Jornal Tornado

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Na opinião de Lurdes Bessa, o Decreto-Lei nº 4/2015 sofreu alterações com o Decreto-Lei de 2018, portanto, há um cumprimento legal premeditadamente ignorado na argumentação da Ministra Dulce de Jesus. Por outro lado, com o novo Decreto-Lei de 2018 há fundamentação pedagógica inovadora no que concerne ao processo de ensino-aprendizagem no primeiro e segundo ciclos do ensino básico que também não está a ser tomada em devida consideração.

Segundo esta antiga governante, a Ministra Dulce de Jesus é “uma pedra no sapato do VIII Governo de Timor-Leste, cada vez mais consolidada” porque não está a seguir as orientações inequívocas do Primeiro-Ministro Taur Matan Ruak no cumprimento da Constituição da República Democrática de Timor-Leste, da Lei de Bases da Educação, na defesa das duas línguas oficiais e na operacionalização do português como língua de ensino, valorizando também as línguas nacionais.

O Parlamento Nacional, a pedido da Ministra da Educação Dulce Soares de Jesus, está desde 6 de Agosto de 2018 a debater a anulação do Decreto-Lei nº4/2018, de 14 de Março.

Eis algumas das diferenças: Ver em Jornal Tornado

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Toda esta polémica está inserida num processo muito complexo, devido à situação geográfica onde Timor-Leste se insere, com dois vizinhos particularmente interessados em manter e desenvolver relações no plano económico, social e cultural, a Austrália e a Indonésia.

Num contexto em que a Constituição de Timor-Leste nos termos do Artigo 13º (Línguas oficiais e línguas nacionais), no seu ponto 1, é destacado que “o Tétum e o Português são as línguas oficiais da República Democrática de Timor-Leste” e no seu ponto 2 que “O tétum e as outras línguas nacionais são valorizadas e desenvolvidas pelo Estado”, e em conformidade com o Artigo 159º (Línguas de trabalho), “A língua indonésia e a inglesa são línguas de trabalho em uso na administração pública a par das línguas oficiais, enquanto tal se mostrar necessário”, a polémica ganhou contornos de outra natureza e instalou-se no Parlamento Nacional, junto da comunidade académica e na sociedade em geral após a publicação pelo Jornal Tornado do artigo intitulado Porque razão Timor-Leste optou pelas línguas oficiais Tétum e Português.

A complexidade linguística em Timor-Leste, conforme se mostra no artigo publicado pelo nosso jornal, com o título, Grupos étnicos e línguas de Timor-Leste, decorre (também) do facto de existirem mais de 15 línguas nacionais em todo o território, sendo certo que com base no Censu de 2010, o Tétum é falado e escrito por 56% da população, o Bahasa (língua indonésia) é falado por 45.3%, o Português é falado por 25% e o Inglês por 14.6% dos timorenses.

Agência Lusa continua a primar pela ausência em Timor-Leste

Não é de agora mas sim desde há muito tempo que o trato de polé que a Agência Lusa dá à atualidade timorense, noticiada em português, se mantém. Regra geral ocorre nos períodos de descanso ou de férias dos profissionais ali destacados, sendo incompreensível que não os substitua atempadamente, não interrompendo durante dias e semanas as notícias sobre a atualidade do país. Serviço que os contribuintes portugueses pagam para em demasiados de vez em quando serem mal servidos.

O agravante de não existir mais nenhum órgão de informação em português em Timor-Leste, sobre a atualidade do país, causa uma grande "branca" acerca do que ali acontece. E existem fases em que realmente os acontecimentos ocorrem e não existe nem uma palavra sobre eles em português. O mesmo não acontece em tétum, língua pátria timorense, em que a informação é profícua e constante.

Evidentemente que a responsabilidade do que está a acontecer há tanto tempo não tem por responsáveis os profissionais que para aquele país lusófono são destacados mas sim muito mais além na hierarquia. Contudo, ao que parece, em Lisboa, na sua sede, a Lusa não está disposta a prestar esclarecimentos sobre as políticas de "não informação" que ciclicamente ocorrem em Timor-Leste.

Na Lusa, como em outras empresas públicas, o "segredo é a alma do negócio". Nem mesmo os que pagam o "negócio" têm o direito ou merecem ser informados sobre as dificuldades que levam a privar-nos de ter acesso a informação sobre Timor-Leste. O que não destoam da prática portuguesa do "pagam e não bufam".

E depois falam tanto em lusofonia... Sim, sabe-se que até durante o colonialismo Timor era sempre ignorado ou protelado para último. Basta de tanto desprezo apesar das caras de pau de "grandes amigos", no caso a Agência Lusa.

Mário Motta = António Veríssimo | em Timor Agora

Em defesa da língua portuguesa em Timor-Leste


Há uns dias partilhei uma reflexão no Jornal Tornado com o nome Porque razão Timor-Leste optou pelas línguas oficiais Tétum e Português. 

M. Azancot de Menezes*| Jornal Tornado

Este texto, durante vários dias, foi o mais visto neste órgão de comunicação social, tendo ocupado o primeiro lugar neste jornal, que é consultado, em média, por 5 milhões de pessoas.

Estou a salientar estes aspectos para evidenciar a importância da questão das línguas no nosso país, principalmente num momento em que é evidente o interesse que o governo australiano está a demonstrar em (tentar) aniquilar a implantação da língua portuguesa em Timor-Leste e substituir a nossa segunda língua oficial (português) pela língua inglesa.

A propósito das escolhas das duas línguas oficiais, Tétum e Português, obviamente, sem desvalorizar a importância das línguas maternas, revisitando o livro «Processo educativo na educação pré-escolar e no 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico» da autoria do Ministério da Educação e Cultura do VII Governo Constitucional da RDTL, penso que é de toda a conveniência relembrarmos de forma resumida as razões que nos levaram a optar pelo português como segunda língua oficial.

A escolha da língua portuguesa contabiliza: um peso simbólico (por ser língua de resistência à invasão indonésia, língua usada para dar informações ao mundo sobre a luta e os efeitos da invasão), um aspecto identitário (o do seu passado sem grandes imposições, sem grande impacto), um aspecto afectivo(ligação ao catolicismo, igreja que em conflitos de guerra – segunda guerra mundial, invasão indonésia – nunca abandonou o povo) e um aspecto geoestratégico (Timor confinado à Indonésia e à Austrália).

A escolha da língua tétum constitui, por um lado, a assunção do compromisso de defesa, desenvolvimento e promoção de uma língua em situação altamente desfavorecida. (Costa, 2012, p. 215, citado por Carvalho in Guedes et al., 2015, p. 152).

O que disseram dirigentes dos principais partidos timorenses, académicos e religiosos

Para que não restem dúvidas sobre o desejo da língua portuguesa em Timor-Leste, na qualidade de cidadão timorense que lutou pela libertação do país (Nota do Director: por entendermos pertinente dar a conhecer o percurso de Azancot de Menezes publicamos uma nota biográfica e respectivo Certificado no fim do texto), decidi compilar algumas frases célebres de alguns dirigentes:

da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN); do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT); do Partido de Libertação Popular (PLP); do Partido Democrático (PD); bem como de académicos; da Igreja Católica; internacionais apoiantes da causa de Timor-Leste,

para avivar a memória de alguns e para esclarecer os mais novos que pouco sabem a este respeito.

Por outro lado, numa outra perspectiva, independentemente das boas relações que podemos manter e estabelecer com a vizinha Austrália, há uma mensagem directa ao governo australiano: o povo maubere está atento, a língua portuguesa em Timor-Leste não será substituída pela língua inglesa, nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo.

Vejamos as frases célebres em defesa da língua portuguesa em Timor-Leste (na totalidade em Tornado):





É natural de Díli (Lahane Oriental) e Secretário-Geral do Partido Socialista de Timor (PST). Durante a luta de libertação nacional de Timor-Leste representou a AST – Associação Socialista de Timor (1991) e mais tarde o PST, junto da CPLP, Europa e Nações Unidas, onde apresentou várias petições a favor da independência de Timor-Leste.

Em 1996 envolveu-se nas acções políticas e militares da Brigada Negra, Força Especial das FALINTIL, durante a luta de libertação nacional de Timor-Leste no âmbito da Guerrilha Urbana.

Na década de 90, enquanto Representante do PST no Exterior, divulgou mensagens escritas de vários líderes da resistência, onde se incluem Avelino Coelho, Taur Matan Ruak e Kay Rala Xanana Gusmão (este último para o Presidente de Angola), entre outros. Teve reuniões com o Governo de Portugal, dos PALOP e da CPLP, e com a Amnistia Internacional, para denunciar a violação dos direitos humanos em Timor-Leste.

Em 2001 foi candidato à Assembleia Constituinte de Timor-Leste e em Dezembro de 2004, provisoriamente, foi Deputado do Parlamento Nacional de Timor-Leste.

Azancot de Menezes é Professor Universitário, Doutor em Educação na Especialização em Administração e Política Educacional pela Universidade de Lisboa, Mestre em Educação na Especialização em Supervisão e Orientação Pedagógica pela Universidade de Lisboa, Pós-Graduado com o Curso de Especialização Pós-Licenciatura, Área de Organização e Desenvolvimento Curricular, Especialidade em Formação Pessoal e Social/Educação para a Cidadania – pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Lisboa e Licenciado em Matemáticas Aplicadas.

Trabalhou em Portugal, Angola e Timor-Leste no ensino secundário e no ensino superior durante mais de 25 anos, como professor, formador, consultor e investigador em educação.


Depois destas evidências demonstradas pelas personalidades políticas, académicas e religiosas referidas, e atendendo a que “a imprecisão, ambiguidade e insuficiência semântica do tétum actual para traduzir muitos dos conceitos político-administrativos, técnicos e científicos da cultura contemporânea determinam a importância crucial reconhecida à língua portuguesa, no sistema de ensino, na produção legislativa, na administração, na aplicação do direito e no plano das relações internacionais” (Vasconcelos, 2011).

Seria bom que o Jornal Tornado entrevistasse académicos timorenses sobre esta matéria para que se evidenciem aspectos de âmbito epistemológico que ajudem a perceber a complexidade da aprendizagem e do uso da língua, em particular a língua portuguesa, com base em argumentação teórico-conceptual adequada, em particular, através do paradigma cognitivista da linguística e da pragmática linguística.

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