quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Jeremy Corbyn diz que mídia britânica é a ‘menos confiável' da Europa e propõe reforma


O líder trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, disse nesta quinta-feira (23) que a mídia britânica é a "imprensa menos confiável da Europa" e sugeriu que reformar a mídia de massa do país a tornaria mais livre e democrática.

"A mídia britânica é a menos confiável da Europa […]. Os donos e os editores da maioria dos jornais do país rebaixaram o nível de tal maneira que seus jornalistas, que trabalham duro, simplesmente não têm a confiança do público […]. Muito de nossa imprensa não é livre […]. Então, hoje quero fazer algumas sugestões de como podemos construir uma mídia digital e democrática em meio à era digital", disse Jeremy Corbyn, conforme citado no próprio site do partido Trabalhista.

Entre outras ideias, Corbyn propôs dar suporte aos jornalistas investigativos voltados ao interesse público e que trabalham de forma local. Para isso, ele acredita, é necessário que lhes seja garantido um status especial que possa lhes dar acesso a fundos de caridade.

"Acho que devemos ser mais ambiciosos. Atualmente, ministros podem vetar os comunicados FOI [sigla em inglês para liberdade de informação. O FOI serve para requisitar do governo informações de interesse público]. Em duas ocasiões, esse veto foi utilizado para barrar informação sobre a decisão do Reino Unido de dar continuidade à ação militar contra o Iraque. Isso não pode estar certo. Nós buscaremos o fim do veto ministerial para prevenir que o Comissário de Informação seja desautorizado", disse o político.

O escritório do Comissário de Informação britânico é um órgão público que responde diretamente ao Parlamento do país e funciona para a proteção dos direitos à informação.

Ele também sugeriu inspecionar a BBC com o intuito de torná-la mais democrática, representativa, e independente, assim como criar uma nova empresa pública de mídia, "irmã" da BBC, a British Digital Corporation.

Entre outras coisas, ele criticou o poder do governo sobre a BBC, como na determinação da taxa cobrada sobre os cidadãos, hoje em £50.50 por ano, cerca de R$ 264,55 na cotação atual.

"A BBC foi feita para ser independente, mas seu caráter garante ao governo o poder de apontar o presidente e quatro diretores, além de determinar o valor da taxa cobrada pela empresa. Uma proposta seria simultaneamente reduzir a influência política na BBC enquanto se empodera sua força de trabalho e os assinantes que a financiam. Isso seria feito dando poderes aos assinantes para elegerem membros do conselho da BBC, por exemplo, diretores-executivos assim como diretores comuns", enfatizou Corbyn.

Na semana passada, a mídia divulgou que o partido Trabalhista registrou uma reclamação em uma organização britânica de proteção da mídia independente. A reclamação seria em relação a jornais por terem supostamente interpretado mal o ato de Corbyn de deixar uma coroa de flores em um cemitério, em 2014, durante visita à Tunísia. Mais tarde o líder trabalhista afirmou que seu partido estaria sob a maior hostilidade da mídia desde sempre.

Sputnik | AP Photo / Dominic Lipinsk

A construção social da obesidade


Uma investigação estatística sobre o grande aumento de peso das populações ocidentais, em 40 anos, revela: as causas essenciais são invasão dos ultraprocessados e ideia de que engordar é culpa individual

George Monbiot | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho | Imagem: Fernando Botero

Quando vi a foto, mal pude acreditar que era o mesmo país. O retrato da praia de Brighton, em 1976, estampada pelo Guardian algumas semanas atrás, parecia mostrar uma raça alienígena. Quase todo mundo era magro. Mencionei isso nas mídias sociais, e saí de viagem nos feriados. Quando voltei, encontrei as pessoas ainda debatendo o assunto. A discussão estava quente e me levou a ler os comentários. Como teremos mudado tanto, tão rápido? Para meu espanto, quase todas as explicações propostas revelaram-se falsas.

Lamentavelmente, não há no Reino Unido dados consistentes sobre obesidade anteriores a 1988, quando a incidência já estava aumentando bastante. Mas nos EUA os dados foram levantados bem antes. Eles mostram que, por acaso, o ponto de inflexão foi mais ou menos 1976. De repente, por volta do momento em que a foto foi feita, as pessoas começaram a tornar-se mais gordas, e desde então a tendência se manteve. A explicação óbvia, insistiam muitas daquelas pessoas que comentaram a foto, é que estamos comendo mais. Vários apontaram, não sem razão, que nos anos 1970 a comida era geralmente muito ruim. Era também mais cara. Havia menos restaurantes de fast food e as lojas fechavam mais cedo, de modo que se você perdesse seu chá ficaria com fome. Mas eis aqui a primeira grande surpresa: nós comíamos mais em 1976.

Segundo cálculos do governo, atualmente consumimos uma média de 2131 kcals [quilocalorias] por dia, um número que parece incluir doces e álcool. Mas em 1976 consumíamos 2280 kcal, excluindo álcool e doces, ou 2590, quando os incluímos. Isso pode ser verdade? Não encontrei razão para duvidar desses números.

Outros insistiram que a causa é o declínio do trabalho manual. De novo, isso parece fazer sentido, mas, novamente, não pode ser sustentado pelos dados. Um artigo publicado no Jornal Internacional de Cirurgia afirma que “adultos trabalhando em serviços manuais não especializados têm probabilidade mais de 4 vezes maior de ser classificados como obesos mórbidos, quando comparados com profissionais especializados.

E quanto a exercícios voluntários? Um monte de gente argumentava que, como dirigimos, ao invés de caminhar ou andar de bicicleta, ficamos parados diante de nossas telas e fazemos nossas compras online, exercitamo-nos muito menos do que antes. Parece fazer sentido – e então, lá vai a próxima surpresa. Segundo um estudo de longo prazo da Universidade Plymouth, a atividade física das crianças é hoje a mesma de 50 anos atrás. Um artigo do Jornal Internacional de Epidemiologia revela que, corrigido o tamanho do corpo, não há diferença entre a quantidade de calorias queimadas pelas pessoas nos países ricos ou pobres, onde a norma continua a ser a agricultura de subsistência. Propõe não haver relação entre atividade física e ganho de peso. Vários outros estudos sugerem que exercitar-se, embora crucial para outros aspectos da saúde, é de longe menos importante que a dieta, para regular nosso peso. Alguns sugerem que não tem papel nenhum, uma vez que, quanto mais nos exercitamos, mais famintos ficamos.

Outras pessoas apontaram fatores mais obscuros: infecção por adenovirus-36, uso de antibiótico na infância e produtos químicos disruptivos do sistema endócrino. Embora haja evidências sugerindo que todos eles têm seu papel, e ainda que possam explicar algumas das variações no ganho de peso por pessoas diferentes com dietas semelhantes, nenhum deles parece ser suficientemente poderoso para explicar a tendência geral.

Então, o que aconteceu? A luz começa a surgir quando se olham os dados sobre nutrição mais detalhadamente. Sim, comíamos mais em 1976, mas comíamos de modo diferente. Hoje, compramos metade do leite fresco por pessoa que comprávamos; mas cinco vezes mais iogurte, três vezes mais sorvete e – veja só – 39 vezes mais sobremesas lácteas. Adquirimos metade dos ovos que adquiríamos em 1976, mas um terço a mais de cereais para o café da manhã e duas vezes mais cereais para o lanche; metade das batatas inteiras, mas três vezes mais batatas fritas. Embora nossa compra de açúcar tenha caído fortemente, o açúcar que consumimos em bebidas e doces provavelmente disparou (só há números sobre compra a partir de 1992, quando estava aumentando rapidamente. Talvez, já que em 1976 consumíamosapenas 9 kcal por dia em forma de bebida, ninguém imaginou que valesse a pena levantá-los). Em outras palavras, as oportunidades de sobrecarregar nossos alimentos com açúcar aumentaram. Como alguns especialistas propuseram há muito tempo, essa parece ser a questão.

A mudança não aconteceu por acaso. Como argumentou Jacques Peretti em seu filme O homem que nos tornou gordos, temos sido goleados deliberada e sistematicamente. A indústria alimentícia investiu pesadamente na criação de produtos que usam açúcar para driblar nossos mecanismos de controle do apetite, embalando-os e promovendo-os de modo a romper o que resta de nossas defesas, inclusive pelo uso de odores subliminares. Emprega um exército de cientistas e psicólogos para nos levar a comer mais junk food (e portanto menos alimentos integrais) do que necessitamos, enquanto seus publicitários usam as últimas descobertas da neurociência para romper nossa resistência.

Ela contrata cientistas corruptos e thinktanks  para nos confundir a respeito das causas da obesidade. Sobretudo, assim como a indústria do tabaco fez com o cigarro, promove a ideia de que manter o peso é uma questão de “responsabilidade pessoal”. Depois de gastar bilhões para anular nossa força de vontade, culpa-nos por não queimar calorias fazendo exercícios.

A julgar pelo debate desencadeado pela foto, tudo isso funciona. “Não há desculpa. Assumam responsabilidade por sua própria vida, gente!”. “Ninguém te força a comer junk food, é uma escolha pessoal. Não somos ratos de laboratório.” “Às vezes penso que ter um sistema de saúde gratuito é um erro. Todo mundo poder ser preguiçoso e gordo, porque há uma sensação de que se tem o direito de ser cuidado.” A emoção da desaprovação coincide desastrosamente com a propaganda da indústria. Temos prazer em culpar as vítimas.

Ainda mais alarmante, de acordo com um artigo do Lancet, mais de 90% daqueles que elaboram políticas públicas acreditam que “motivação pessoal” é “uma influência forte ou muito forte no aumento da obesidade”. Essas pessoas não explicam quais os mecanismos que levaram 61% dos ingleses que estão acima do peso ou obesos a perder sua força de vontade. Mas essa explicação improvável parece imune a evidências.

Talvez isso aconteça porque a gordofobia é frequentemente uma forma disfarçada de esnobismo. Na maioria das nações ricas, as taxas de obesidade são muito mais altas na base da pirâmide socioeconômica. Elas estão fortemente relacionadas com a desigualdade, o que ajuda a explicar por que a incidência no Reino Unido é maior do que na maioria das nações da Europa e da OCDE. A literatura científica mostra como baixo poder aquisitivo, estresse, ansiedade e depressão associados com status social inferior torna as pessoas vulneráveis a más dietas.

Assim como as pessoas sem emprego são culpabilizadas pelo desemprego estrutural, e as pessoas endividadas são culpabilizadas pelos custos impossíveis da moradia, as pessoas gordas são culpabilizadas por um problema social. Sim, a força de vontade precisa ser praticada – pelos governos. Sim, precisamos de responsabilidade pessoal – por parte de quem elabora as políticas públicas. Sim, o controle necessita ser exercitado – sobre aqueles que descobriram nossas fraquezas e as exploram impiedosamente.

A FUGA AO DÓLAR INTENSIFICA-SE

A fuga ao dólar como moeda de comércio internacional acaba de ganhar um aliado importante: nada menos que o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, sr. Heiko Maas. 


Depois de a Rússia, China, Irão e Turquia terem abandonado o dólar nas suas transacções internacionais, agora é a vez da Alemanha preocupar-se com isso. Como se sabe os EUA arrogam-se o direito extraterritorial de vetar quaisquer transacções denominadas em US dólar feitas por países terceiros.

Resistir.info

A pedofilia e o povo de Deus


Inês Cardoso | Jornal de Notícias | opinião

As palavras são duras, sofridas e inéditas na forma. E, ainda assim, sobra da reação do Papa Francisco ao escândalo na Pensilvânia (mais um, de contornos indescritivelmente hediondos) a sensação de que, espremidas, as palavras sabem a pouco. Com sucessivos casos a virem a público há anos e anos, Jorge Bergoglio chegou ao Vaticano tendo a pedofilia como um dos principais desafios. Até agora, falhou em medidas eficazes para travar e punir os crimes.

Há, na carta "Ao povo de Deus", um uso sistemático do plural que custa a aceitar. O líder da Igreja católica segue uma argumentação que defende o envolvimento e responsabilização de toda a comunidade, na solidariedade com as vítimas e na denúncia de qualquer abuso. Assumindo que a única forma de responder a "este mal" é encará-lo como tarefa que compete "a todos como Povo de Deus".

Em vários desafios sociais, Francisco soube entender as pessoas e aproximar-se delas. Acolher e incluir para a mudança. A questão é que nesta matéria o crime e a culpa estão nas cúpulas da Igreja. No corpo eclesiástico. E é na comunidade, precisamente, que estão as vítimas. Não há qualquer dúvida quanto às posições, nem qualquer nuvem que seja preciso esclarecer pedagogicamente junto dos fiéis.

O Papa Francisco não precisa de apelar aos crentes, nem de os responsabilizar, nem de os convidar a ser parte ativa na solução. Não neste caso. É certo que talvez os podres do catolicismo tivessem ruído mais cedo se, como também se escreve na carta, todos os batizados tivessem recusado há muito o clericalismo e o abuso de poder. Se a pessoa humana, sempre ela, tivesse sido o centro das preocupações de Roma. Mas essa é uma revolução para muitos anos. Acabar com a pedofilia, com a ostentação, com os abusos de poder, é uma tarefa imediata. Do Papa, dos bispos e de todo o clero.

* Subdiretora do JN

José Afonso | SPA dos burgueses contra a vontade dos malteses


O título a seguir é: "SPA quer restos mortais de Zeca Afonso no Panteão Nacional". A SPA quer? Mas a SPA agora virou ditadora por representar a burguesia cantante e mais ou menos bem-vivida, ou a mesma mas da escrita, da poesia, e por aí adiante? Ao que isto chegou. A SPA quer?

Zeca Afonso não ia querer algumas das más companhias que ‘moram’ por lá, no panteão. Jorge Letria, o presidemte daquilo, SPA, sabe muito bem isso. A família já declarou que não quer Zeca no panteão mas sim onde ele quis estar após se finar, em campa rasa. Pois é. Mas a SPA quer. Quer? E isso basta? Zeca não é Amália, a espampanante, a vedeta, o feijão frade com duas caras.

Na SPA há muito poucos que cheguem aos calcanhares de Zeca Afonso, pela coerência e muitas outras qualidade que aquele ser humano possuía. O senhor Letria que se deixe de coisas, Zeca não é da laia das tias de Cascais, aquelas lá da ‘linha’. Letria sabe isso muito bem. Só tem de o respeitar e deixar esta “guerra” para fazer valer a sua vontade e de mais alguns dos seus associados, se é que é assim. Nunca se sabe, as pessoas mudam e já vimos muitos revolucionários darem em democratas da treta e desses também só vai um saltinho pequenote para pequenos ditadores.

Honrar o Zeca não é na porcaria do panteão de más companhias, honrar o Zeca é respeitar os princípios por que ele se regia. ‘Letria’, popularmente, é uma massa. Jorge Letria está a ser massudo com esta obstinação. Ele e muitos burgueses doentios que por lá vagabundeiam. Podem ter valor cultural, indiscutivelmente, mas como pessoas têm os seus quês - até de classes que o Zeca combatia com todas as suas ganas.

Zeca preferia ser um maltês em vez de um burguês. Se alguém tem algum peso na consciência e agora está invadido por remoques hipócritas… Tivessem-no tratado bem em vida. Agora deixem-no repousar em paz, que merece, em campa rasa, como expressou ser seu desejo. (MM | PG)

SPA quer restos mortais de Zeca Afonso no Panteão Nacional

O corpo do músico está sepultado no Cemitério de N. S. da Piedade, em Setúbal. Sociedade Portuguesa de Autores promete lutar por transladação para o Panteão Nacional, para honrar "figura marcante".

A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) propôs, esta terça-feira, que os restos mortais do músico José Afonso (também conhecido por Zeca Afonso), "uma das figuras mais marcantes da história da vida cultural e artística portuguesa", sejam trasladados para o Panteão Nacional.

"É este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania", lê-se num comunicado divulgado.

A SPA "assume publicamente o compromisso de lutar por este legítimo e inadiável ato de consagração que deverá coincidir com os 90 anos do nascimento [de José Afonso] e com os 45 anos do 25 de Abril".

A SPA acrescenta que "Zeca Afonso é uma das figuras mais marcantes da história da vida cultural e artística portuguesa que influenciou as gerações que se seguiram à sua, tanto do ponto de vista artístico como do político e do moral".

"Além do compromisso que assumiu com as suas canções na luta pela liberdade e pela democracia, tendo estado preso em Caxias em abril e maio de 1973, Zeca Afonso merece ter a sua obra preservada e edições que representem o seu extenso e inigualável repertório", justifica.

"Estatuto de património cultural"

No último ano, no âmbito dos 30 anos da morte de José Afonso (1929-1987), debateu-se o facto de ser desconhecido o paradeiro das bobinas originais de gravação de José Afonso. Na altura, o Ministério da Cultura afirmou que era "importante a preservação" do património fonográfico de José Afonso e disse estar a "apurar o paradeiro das gravações".

Também na mesma ocasião, a SPA realçou a "urgência da reedição da obra" de José Afonso, questão sobre a qual alertou o ministro da Cultura, para que obtenha o "estatuto de património cultural".

"O presidente da SPA [José Jorge Letria] propôs ao ministro da Cultura [Luís Filipe Castro Mendes] uma intervenção no sentido de se assegurar a competente e adequada reedição da obra discográfica, por se tratar de uma referência obrigatória da nossa vida cultural e cívica", indicou a SPA.

No comunicado agora emitido, a SPA reclama, em nome dos autores portugueses, a trasladação dos restos mortais de José Afonso, sepultados em campa rasa no Cemitério de N. S. da Piedade, em Setúbal.

A SPA volta a recordar a obra do autor de "A Morte Saiu à Rua" e defende a sua "preservação", "em articulação com os herdeiros de José Afonso", "contra a negligência e incapacidade dos editores que a deixaram gravemente dispersa e abandonada".

"Zeca Afonso é um símbolo que nunca poderá ser esquecido ou ignorado, embora nunca se tenha batido por atos de consagração e de reconhecimento. Devem ser hoje as novas gerações a aplaudir e a louvar a obra do homem que deixou uma marca perene e profunda na vida cultural e cívica de Portugal", remata a SPA.

Lusa/TSF

Na ‘silly parva’ o Zeca disse não. Chapéus há muitos, seus…


Ao pequeno almoço tranches de Trump ensopadas em pescadinhas com o rabo na boca, todas enroladas em circuito fechado. É disto que o Curto se abre por Candeias que nem sempre iluminam o que realmente nos interessa. Dizem que estamos na “silly season”, aquela época parva, cretina, tola dos jornalistas. E é, é mesmo. Trump novamente, a novela. Que coisa!

Notícias de interesse nacional não faltam. Aprofundadas até dariam quase livros. Bons livros. Com gente que vimos e caminha como zumbis ao nosso lado. Quase nem damos por eles, de tão fechados que estão, notam-se pelos sorrisos amarelos e dixotes que disfarçam os dramas das suas vidas. Pois. Mas isso não é notícia. Nãoooo.

Aquela do governo dar mais dois meses aos dos arrendamentos de casas para as pressões ‘bulingosas’ é mesmo de PS no governo. Sempre ao lado dos “dinheirinhos” dos que depois lhes pagam em favores simpáticos e muitas vezes chorudos – como se tem visto em alguns (demasiados) do PS, mas também do PSD e do CDS. Pudera! É sacar vilanagem. Dito certo. E os vilões andam atiçados a ladrar às pernas dos arrendatários. Senhorios. Que de senhores e senhoras nada têm. Jagunços, diz-se no Brasil e também por cá. Especuladores e etc… Pois.

Apesar de ainda não ter percebido com rigor (falta de tempo) o que se passa com a transparência dos que nos governam e representam na AR, talvez desses e dos e etc., parece que com a nova lei dos dados não vamos ter a possibilidade de saber publicamente quanto sacam os marmanjos das mordomias e outras alcavalas que nos esmifram. Os tais que dizem que nos servem mas na realidade o que fazem é servir-se e sacar o mais possível à custa dos totós portugueses. Assim está bem. Fizeram a lei à medida de evitar o conhecimento de quanto nos sacam, nos roubam (grosso modo).

E o José Afonso falou. Disse uma vez mais NÃO! Disse-o pela “voz” do filho Pedro e família. “Não quero ir para o Panteão, vão à merda!” Subentende-se.

Aquela tirada do José Jorge Letria ou de quem teve esta ideia lá pela SPA (autores) foi mais que estranha. Foi aquilo a que chamam ‘lobi’ mas que rima com seita? Terá que ver com a mais valia de encafuar o Zeca no Panteão Nacional para abrir caminho a Mário Soares e Sá Carneiro? Assim como a outros que vão para ali mas que só engrossam o números dos que estão lá a mais? Zeca até mereceria se esse tal panteão fosse algo decente e não uma bandalheira. Assim não. Assim Zeca fica onde estão tantos combatentes antifascistas, da liberdade e da democracia, em campa rasa. E é ali que está bem, porque é um dos nossos. Dos tantos que morreram no Tarrafal, nas masmorras da PIDE do Salazar e do Marcdelo Caetano tão chegado  a Marcelo PR… Onde isto chegou!

Chegou ao esgoto. Também visível nessas tantas condecorações que parecem ter saído da loja chinesa. Vários já foram condecorados “porque sim”. Alguns sacanórios na lista. Cavaco Silva até condecorou o ‘modisto’ (alfaiate) da Dona Maria sua mulher que até ganhava tão pouco como professora e com reforma miserável. Disse-o o “tatebitate” então em Belém, esse Cavaco. Um ‘modisto’? Só porque fazia os andrajos para a talvez primeira-dama que cá não existe (felizmente)? Porra, mas que podridão! O abandalhamento só não é superior aos terriveis odores emanados por quase toda aquela gentinha. Políticos de esgoto.

Adiante, que isto teria pano para mangas, pernas, rabos grandes e pilas avantajadas…

Expresso Curto. Vamos nessa. Novela Trump e outras coisas, algumas com interesse. Outras porque vale sempre a pena saber o que se passa ou dizem que se passa… e depois pensar. Até o Expreso tem por slogan: Liberdade para pensar. Que bom. E por enquanto ainda não paga imposto. Paga? Talvez. Pois. (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Se parece esturro, cheira a esturro e sabe a esturro, então é bem provável que seja ele

Pedro Candeias | Expresso

Há uma lei universal não escrita que diz o seguinte: se parece esturro, se cheira a esturro e se, em última análise, sabe a esturro, então é bem provável que o esturricado seja de Donald Trump. É por isso que aqui estamos. Outra vez.

Recapitulando as últimas: na terça-feira, Michael Cohen, o fixere cão de ataque (e também antigo advogado) de Trump, confessou sob juramento ter recebido dinheiro do “candidato a presidente” para pagar o silêncio de uma porn star e de uma modelo da Playboy com quem o presidente-eleito tivera relações extra-conjugais para “influenciar as eleições”. Isto são suspeitas particularmente perigosas. Imagine o que seria se as histórias de Stormy Daniels e Karen McDougal tivessem chegado aos jornais a meio da campanha.

Mas há mais: a dada altura, Cohen foi o fazedor de pontes transcontinentais quando o indiscreto líder do mundo livre quis uma Trump Tower em Moscovo – obviamente, o negócio correu mal, mas ficou um odor estranho no ar. Segundo o multicitado Steele Dossier, da autoria do ex-MI6 Christopher Steele, Cohen encontrou-se em 2017 com russos que tinham informações e/ou se imiscuíram nas eleições de 2016.

A propósito deste dossiê, Trump chamou-lhe “lixo” e os três oligarcas russos implicados tentaram processar o autor por difamação. Christopher Steele ganhou-lhes ontem em tribunal.

Bom, na mesma terça-feira Paul Manafort, antigo diretor de campanha de Trump – amigado de gente, digamos, duvidosa, como Mobutu Sese Seko, Ferdinando Marcos ou Viktor Yanukovich – foi condenado por oito de 18 crimes, de evasão fiscal a falsificação de declarações de impostos. [Manafort será julgado em setembro por supostas ligações promíscuas com a Ucrânia].

Logicamente, Donald Trump foi ao Twitter e elogiou Manafort, “um bom homem” por “não quebrar” sob pressão (está, inclusivamente, a considerar um perdão ao tipo) e criticou Cohen pelas razões opostas. “Só inventou histórias para conseguir um acordo judicial”. E depois, numa suave e caseira entrevista ao programa “Fox And Friends”, o presidente defendeu-se com a habitual descoordenação: “Tem de perceber, Ainsley, o que ele fez… não foram tirados das finanças da campanha e isso é que interessa. Vieram [os pagamentos] da campanha? Não vieram da campanha, mas de mim. E eu tuitei sobre isso. Você sabe, eu pus - não sei se você sabe que eu tuitei sobre isto.” Usar dinheiro da campanha para tapar um escândalo sexual é simplesmente criminoso.

O confronto da Administração com a imprensa aconteceu quando a porta-voz Sarah Huckabee Sanders entrou na sala de conferências. Sanders tentou amolecer a audiência e animar o espírito republicano ao citar a Bíblia enquanto deu as condolências à família de Mollie Tibbetts, uma estudante de 20 anos cujo corpo foi encontrado sem vida; um emigrante ilegal de 24 anos foi acusado de homicídio, o que só “justifica as nossas políticas de emigração”, disse ela antes de ser repetidamente questionada sobre o tema: o presidente cometeu alguma ilegalidade? A “Politico” contou as onze vezes que Sanders respondeu “o presidente não fez nada de mal, não há acusações contra ele, não houve conluio”.

Fact check: em abril, Donald Trump garantiu em pleno voonão saber que Michael Cohen pagara 130 mil dólares a Stormy Daniels.

Reality check: mentir às autoridades é crime, mentir ao público em geral é só moralmente questionável; Trump, que é estruturalmente mentiroso, não será apanhado por isto.

Além disso, Trump está historicamente protegido, apesar de o advogado de Cohen garantir que o seu cliente mudou definitivamente de lado e irá contar tudo o que possacomprometer o POTUS – e a relação entre ambos vem de muito longe, com casos de violação escondidas por ameaças veladas e muita bravata.

Por outro lado, a destituição parece improvável, ainda que possível, porque os republicanos controlam a Câmara dos Representantes: o GOP tem 236 lugares e os democratas têm 193. Só uma reviravolta nas eleições intercalares de novembro próximo dá esperança ao “impeachment” que teria de passar, ainda, pelo Senado.

Até lá, Trump, o homem das mil e uma más companhias, irá desviar-se das balas, mesmo as que atingem a sua Fundação de caridade, como melhor sabe: expondo-se mediaticamente onde lhe interessa e insistindo patologicamente na teoria da caça às bruxas. O “New York Times” diz que Donald já usou a expressão “witch hunt” 110 vezes desde maio.

OUTRAS NOTÍCIAS

Ainda do outro lado do Atlântico, e ainda sobre originalidades políticas, o preso político ou político preso – depende de quem analisa isto fora dos tribunais – Lula da Silva lidera confortavelmente as sondagens às presidenciais brasileiras. De acordo com a sondagem da “Data Folha”, Lula tem 39% das intenções de voto a seu favor numa corrida em que está a correr, porque, bem, está na lei, como escreve a “Forbes”. O PT inscreveu-o como candidato porque o podia fazer, e assim o manterá até que todos os apelos dos advogados do ex-presidente se esgotem – e o nome de Lula seja trocado pelo de Fernando Haddad, na esperança de que a colagem mediática deste último ao primeiro seja suficiente para travar a subida de Jair Bolsonaro (18,9% na sondagem), o candidato da extrema-direita. É arriscado, mas tudo parece possível neste mundo.

Como, por exemplo, um presidente destituído esmagadoramente numa AG de um clube continuar a enviar mensagens aos seus antigos jogadores na véspera de um jogo depois de irromper nas instalações, dizendo-se de novo presidente, assinando comunicados como presidente, pedindo a bancos coisas que só os presidentes alegadamente podem fazer – quando não é certo, sequer, que esteja legalmente garantida a sua corrida às eleições, apesar das suas providências. Ontem, soube-se da resposta da Comissão de Gestão à medida cautelar de Bruno de Carvalho: são 225 pontos nos quais se referem a relação tóxica com o plantel, a perda de investidores e patrocinadores, a paralisação da gestão do clube e as rescisões de contrato.

E por falar em contratos, a SIC foi à TVI e de lá trouxe a apresentadora Cristina Ferreira; e esta é a contratação do mercado de verão que inundou naturalmente a internet com piadas futebolísticas (é fazer scroll por aqui). O assunto foi à primeira página do “Correio da Manhã”, que fala em “1 milhão por ano”, “Jornal de Notícias” e do “Público”.

NÚMEROS

24,4
A desvalorização da moeda venezuelana nos últimos cinco dias. Os analistas dizem que isto se deve a novas medidas de Nicolas Maduro. Enquanto isso, a crise agrava-se e o país afunda-se

37
Milhões de euros, o simpático buraco que Filipe Soares Francodeixou no Novo Banco e na Haitong.

1,2
Milhões de euros, a dívida que uma empresa angolana tem por saldar com 43 trabalhadores portugueses.

30%
A percentagem de agravamento na quota do condomínio segundo as novas regras do alojamento local que entram em vigor em novembro

MANCHETES

Arranco, precisamente, com o tema anterior: “Em dois anos e meio ASAE fechou apenas dez alojamentos locais”, escreve o “Público”.
“Jornal I”: “Revolta no Exército - não esquecemos aqueles que estão para trás”.
“Jornal de Notícias”: “Governo cria exceção para pagar menos IMI às Câmaras”.
“Correio da Manhã”: “1 milhão por ano - SIC rouba Cristina à TVI”.

Nos jornais desportivos, destaque para a sondagem de “A Bola”: “Varandas (35,4%) e Benedito (28,4%) na frente” na corrida às presidenciais do Sporting.
O “Record” aponta a renovação de “Rúben Dias [com o Benfica] até 2023” e o novo reforço do Sporting: “Gudelj hoje em Lisboa”.
“O Jogo" titula: “Ai está Marega”, regressado após castigo interno no FC Porto.
E a “Marca” põe a foto dos capitães das equipas de Espanha para ilustrar um anúncio de greve contra a ideia peregrina de disputar jogos da La Liga nos Estados Unidos: “É o momento de dizer basta”.

O QUE ANDO A LER

Quase todas elas começam com a palavra “amigos” após o que somos levados irremediavelmente pela imaginação: Nelson Rodrigues de suspensórios, charuto e sobrancelhas peludas a contar-nos mais uma história de futebol num jeitinho muito próprio.

Em “Brasil Em Campo”, da Tinta da China, estão reunidas muitas das crónicas desportivas que o extraordinário e fértil autor brasileiro escreveu ao longo da sua carreira. Pensando bem, “crónicas desportivas” é uma formulação redutora, porque o que aqui lemos é o Brasil e a forma como Nelson olha para ele no momento em que o país calçava as chuteiras.

Fala-se no “complexo do vira-lata”, nascido no Maracanazo de 1950, que Nelson Rodrigues quis combater com previsões extemporâneas que ele garantia estarem justificadas pela sua visão superior – na verdade, Nelson era míope e não distinguia um jogador do outro, pelo que todos os seus relatos de jogo estão carregados de imagens e metáforas, e ligações ao seu quotidiano. Mas não faz mal, porque há frases inesquecíveis e estilisticamente exageradas, sobretudo contra os “idiotas da subjetividade”. “O brasileiro é ainda maior quando solitário. Ponham o brasileiro numa ilha deserta. Ele sozinho como um Robinson Crusoé, ou apenas com uma arara no ombro. E o brasileiro [...] será um rei shakesperiano, terá um peito de césar proclamado”.

É sobre o genial Garrincha. E é incrível.

O único problema do livro, porém, não está no que está escrito, mas no que faltou escrever: são muitas referências históricas e genuinamente brasileiras que a Tinta da China não contextualizou nem explicou, pelo que muitas das ironias e parábolas de Nelson Rodrigues se perdem na viagem.

Para não perder pitada do que se passa no país e no mundo e no desporto e na música, siga o Expresso, a Tribuna Expresso e a Blitz.

CDS-PP: depois do desinvestimento a privatização


Na viagem de comboio, em pré-campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, o CDS-PP esconde a responsabilidade que lhe cabe e insiste na privatização. 

Iniciou-se ontem o périplo de Nuno Melo, cabeça de lista do CDS-PP às eleições para o Parlamento Europeu, acompanhado pela presidente Assunção Cristas e outros dirigentes do partido. 

O objectivo é fazer campanha aproveitando os problemas da ferrovia e ignorando a responsabilidade que os centristas tiveram, pelo menos, em quatro anos de governação com Passos Coelho. 

O encerramento do troço Beja – Funcheira, no Alentejo, ou o congelamento das obras do Metro Mondego, que acabariam por ditar o fim da linha que liga Coimbra à Lousã, são meros exemplos do desinvestimento realizado pelo último executivo e que agora o CDS-PP critica.

Evidenciando que «o destino dos comboios em Portugal pode ser outro», o candidato Nuno Melo fala dos benefícios da concessão a privados.

«Há espaços na ferrovia que podem ser concessionados a privados, que têm projectos e que têm capital, e que podem ajudar à modernização do material circulante e da ferrovia», admitiu esta terça-feira perante os jornalistas. 

Numa viagem na linha de Cascais, no final de Julho, Nuno Melo admitiu que o estado da ferrovia era «marca de uma governação falhada». A afirmação não levanta dúvidas e poderia ser colocada no plural, se analisadas as políticas para os caminhos-de-ferro desde a governação de Cavaco Silva, desde logo com o famigerado Plano de Modernização dos Caminhos-de-Ferro. Entre 1988 e 1994, o País passou de 3608 quilómetros de rede ferroviária para 2850, com particular incidência no transporte ferroviário regional. 

A estratégia privatizadora do governo de Passos e Portas, parcialmente travada pelo actual Executivo, foi precedida pelo estrangulamento financeiro das empresas do sector ferroviário.

Contrariamente ao que sucedeu com a CP Carga, as linhas urbanas da CP e a EMEF não foram entregues a privados mas a recuperação da capacidade de resposta das empresas tarda em concretizar-se. À falta de pessoal soma-se a falta de material circulante, equipamentos envelhecidos e a degradação da infra-estrutura. 

AbrilAbril

Na foto: Nuno Melo, Assunção Cristas e Pedro Mota Soares, à chegada à Estação de Coimbra-B - Créditos: Paulo Novais / Agência Lusa

Portugal | Família de José Afonso rejeita trasladação para Panteão Nacional


A família do compositor José Afonso rejeitou hoje a proposta da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) de trasladação dos restos mortais do músico para o Panteão Nacional.

"José Afonso rejeitou em vida as condecorações oficiais que lhe haviam sido propostas. Foi, a seu pedido, enterrado em campa rasa e sem cerimónias oficiais, em total coerência com a sua vida e pensamento. Por isso, apesar da meritória intenção que inspira a proposta, é a sua vontade que deve ser respeitada" refere uma nota divulgada pela família do criador de "Grândola, Vila Morena".

A nota, assinada por Pedro Afonso, um dos quatro filhos do músico, adianta que "a família considera fundamental a salvaguarda e fruição da obra de José Afonso e a defesa dos seus direitos de autor, contando para tal com o superior envolvimento do Estado Português e da SPA, nomeadamente para que se garanta a recuperação e preservação das gravações originais".

Em comunicado divulgado na terça-feira, a SPA defendeu a trasladação dos restos mortais de José Afonso para o Panteão Nacional, em Lisboa considerando que "é este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania".

Em maio de 1983, o músico foi homenageado pelo município de Coimbra, tendo recebido a Medalha de Ouro da cidade. Na ocasião o então presidente da câmara, Mendes Silva, agradeceu a José Afonso a quem se dirigiu tendo afirmado: "Volta sempre, a casa é tua". O compositor retorquiu: "Não quero converter-me numa instituição, embora me sinta muito comovido e grato pela homenagem".

Também nesse ano, o então Presidente da República, António Ramalho Eanes, atribuiu a José Afonso a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusou-se a preencher o formulário.

Em 1994, o Presidente da República, Mário Soares, tentou condecorar postumamente José Afonso com a Ordem da Liberdade, mas Zélia Afonso recusou, alegando que o músico não desejou a distinção em vida e também não seria condecorado após a sua morte.

JMR (CP) // JPF

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Zeca Afonso no Panteão Nacional… Bem… Já lhe perguntaram se quer? Olhem que não, olhem que não! Sim, o corpo está morto e a carne já se terá ido, mas ele, o Zeca, continua vivo e a pairar por aí. Será eterno. Além disso, agora, qualquer bicho careta vai para o Panteão, até já lá há grandes banquetes e dança cor-de-rosa. Para além de haver uns quantos que nem deviam ali estar porque em vida de sacanas nada lhes faltou. Tinham a formação toda. É assim, condecorações à farta e Panteão ao desbarato. Tudo do grande tamanho da hipocrisia dos que nos (se) governam, de certos e incertos políticos que são deputedos em prol  do sucesso do grande capital, das grandes corporações, dos grandes salafrários, dos grandes ladrões “assertivos e de colarinho branco”.

"Fiquei bastante surpreendida", diz. "Ninguém me contactou, ninguém me disse nada". Zélia Afonso diz que vai conversar com os filhos e só depois a família vai tomar uma posição sobre esta iniciativa.

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