Marcha Solidária com Cristina
Tavares, contra a repressão e os despedimentos ilegais Créditos/ Facebook
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Na Marcha Solidária com Cristina
Tavares, que decorreu este sábado em Santa Maria de Lamas,
foram anunciadas novas iniciativas de apoio à trabalhadora, vincando-se a
ilegalidade do seu despedimento.
A marcha foi convocada em
solidariedade com Cristina Tavares, funcionária que a Fernando Couto Cortiças despediu, no passado
dia 10, na sequência do processo disciplinar que a empresa corticeira
instaurou à trabalhadora, em Novembro do ano passado, por denegrir a imagem da
empresa. A trabalhadora tinha denunciado as condições em que fora reintegrada,
em Maio último, por ordem judicial, após ter sido despedida anteriormente.
Para justificar este
despedimento, a empresa acusou a operária de ter proferido «afirmações
caluniosas», mas, para o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte
(SOCN/CGTP-IN), a situação configura-se como uma «retaliação», uma vez que o
processo disciplinar foi instaurado a Cristina Tavares poucos dias depois de a
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ter dado como provada a
existência de uma atitude repressiva constante contra a funcionária por parte
da empresa, que foi autuada em 31 mil euros.
«Não à repressão, não aos
despedimentos»
Entre a centena e meia de
participantes na marcha de hoje, que decorreu entre o Parque de Santa Maria de
Lamas e a sede da APCOR (Associação Portuguesa da Cortiça), na mesma localidade
do concelho da Feira, «havia muitas dezenas de trabalhadores e activistas
sindicais, sobretudo do distrito de Aveiro, mas também dos de Coimbra, Porto e
Braga», disse ao AbrilAbril o coordenador da União de Sindicatos de
Aveiro (USA), Adelino Nunes.
O dirigente sindical sublinhou
que a marcha «foi bem ruidosa, com muitas palavras de ordem». Solidários com
Cristina e denunciando a situação em que se encontra, os participantes exigiram
«Trabalho com direitos» e disseram, sobretudo, «Não à repressão» e «Não aos
despedimentos».
Numa mobilização que, para além
do movimento sindical, contou com representantes de organizações e partidos
políticos como o Movimento Democrático de Mulheres, PCP, Partido Ecologista «Os
Verdes» e BE, já no final o SOCN anunciou que solicitou uma reunião aos
partidos com assento na Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira.
Adelino Nunes disse ainda
ao AbrilAbril que o sindicato vai promover a realização de uma nova
iniciativa solidária no próximo sábado, dia 26: um cordão humano frente à
Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
«Não foi a Cristina que difamou a
empresa»
No final da marcha, junto à
associação patronal da cortiça, intervieram João Ribeiro, da Interjovem, Alírio
Martins, presidente do SOCN, e Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN.
O sindicato, além de prosseguir
com a queixa-crime já apresentada contra a empresa, por assédio, anunciou que
vai avançar com a impugnação do despedimento, referiu o coordenador da USA.
Por seu lado, o secretário-geral
da Inter sublinhou a necessidade de manter a solidariedade com Cristina
Tavares, bem como com outros trabalhadores em idênticas circunstâncias, tendo
feito um apelo para que tais casos sejam denunciados aos sindicatos.
Na intervenção final, Arménio
Carlos, que destacou a ilegalidade do despedimento desta trabalhadora, afirmou
que «não foi a Cristina que difamou a empresa», mas foi esta que agiu em
«retaliação», ao arrepio da decisão judicial.
A melhor testemunha de Cristina
Tavares é a ACT, «que confirmou que a trabalhadora estava a ser assediada,
humilhada e sujeita a um trabalho improdutivo», frisou Arménio Carlos.
Abril Abril
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