Segundo nota da FLEC/FAC, três
soldados das Forças Armadas Angolanas teriam sido mortos durante uma emboscada
na região de Necuto, na província angolana de Cabinda.
Na nota, divulgada esta
sexta-feira (12.04) e assinada pelo chefe de operações das Forças Armadas de
Cabinda (FAC), Kisolokele Hulk, as forças independentistas daquela província
informam que têm em curso "um conjunto de operações militares em Cabinda,
como resposta à militarização do território pelo ocupante angolano e repressão
da população cabindesa pelas forças de ocupação angolanas".
De acordo com o documento,
militares angolanos, para "justificar a multiplicação dos ataques das
FAC", acusaram um guia e um militar das Forças Armadas Angolanas (FAA)
naturais de Cabinda de serem informadores da Frente de Libertação do Estado de
Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC), denunciando que o primeiro foi
"friamente executado no local por militares angolanos".
Relativamente ao militar, o
documento refere que o mesmo foi detido e transferido para a cidade de Cabinda,
"onde está a ser submetido a um violento interrogatório".
Resistência armada
Em 28 de fevereiro último, a
FLEC/FAC anunciou a retoma, "de forma intensiva, da luta armada em
Cabinda" e alertou que o enclave angolano é "um território em estado
de guerra e que os estrangeiros ‘devem tomar as medidas de segurança adequadas".
Num "comunicado de
guerra", enviado então à agência Lusa, a FLEC/FAC argumentou que
"nunca quis a guerra e sempre abriu as portas à paz" e que
"todas as oportunidades" para a construir foram "esmagadas no
sangue por Angola e os seus presidentes Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos
e João Lourenço".
Na ocasião, o movimento
independentista alertou a comunidade internacional e todos os seus expatriados
que Cabinda é um território em estado de guerra e por isso todos devem tomar as
medidas de segurança adequadas.
O Governo angolano, que nem
sequer discute a possibilidade de Cabinda aceder à independência, tem insistido
na ideia de que a situação no enclave é "tranquila".
A FLEC, através do seu
"braço armado", as FAC, luta pela independência do território
alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou
estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte
integrante do território angolano.
Criada em 1963, a organização
independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com
a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma
"resistência armada" contra a administração de Luanda.
Agência Lusa, cvt | em Deutsche Welle
Imagem: Elementos da FLAC/FAC (foto
ilustrativa)
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