Roteiro para sair do labirinto de
uma das mega-corporações tecnológicas. Ela já provou incontáveis vezes não
merecer nossa confiança – mas julgamos estar presos, por não ver alternativas.
Elas existem
Gabriela Leite | Outras Palavras | Imagem: Pawell Kuczynski
Há alguns anos, viralizou um meme
com dois porquinhos surpresos com sua vida grátis na fazenda. Abaixo, uma
eloquente comparação com a rede social mais famosa do planeta: se não está
pagando para usar, é porque é você quem está sendo vendido. De fato, a lógica
da internet seguiu esse caminho. Foi uma bruta transformação: um espaço de
gigante potencial de liberdade e troca de conhecimento foi engolido por grandes
empresas que controlam os dados de seus usuários, vendem sua atenção, manipulam
seu humor, delatam sua rotina para agências de inteligência, intensificam o
hiperindividualismo, influenciam eleições… Tudo isso num regime de oligopólio,
cujos integrantes aniquilam (ou engolem) qualquer iniciativa que desafie sua
hegemonia.
Mas como fugir? O jornalista
Nithin Coca contou,
no Medium, sua experiência em deixar de usar todos os produtos de uma
dessas brutamontes tecnológicas: a Google. Conta que, a princípio, era um
grande fã da empresa, que sempre aparecia com um novo serviço genial —
e gratuito. Ora, se não chegamos ao ponto de ir ao abate, após habitar esse
confortável curral, certamente já pagamos a conta com nossos dados, nossa privacidade,
nossa liberdade. Nithin passou a perceber que deixamos de adotar os serviços do
Google porque são os melhores, mas porque parece não haver alternativas.
Mas há: várias iniciativas
resistem, muitas delas ainda com o enorme benefício de proteger suas
informações — afinal a ideia não é sair do Google e migrar para a Microsoft ou
a Apple, veja bem. Vamos a algumas das alternativas.
Primeiro, bem, a busca. Duckduckgo já é conhecido por muitos,
mas ele também cita o Startpage.
Nenhum dos dois coleta seus dados ou cria um perfil de consumo para indicar as
marcas “certas”. Para substituir o navegador Chrome, fácil: o Firefox. Muito conhecido,
bem mais rápido, é mantido por uma fundação sem fins lucrativos que luta pela
liberdade e privacidade na internet. Se seu problema é a localização, também já
pode abandonar Google Maps e Waze. Para o computador, ele indica o HereWeGo, para celular, o Maps.me. Para substituir o Gmail, escolheu o ProtonMail, um servidor que se preocupa
tanto com segurança quanto com a facilidade de uso. Vale a pena ver a lista completa:
há opções para o Hangouts, o Google Drive, e até sistemas operacionais que
substituem o Android, nos celulares.
Gostou do texto? Contribua para
manter e ampliar nosso jornalismo de profundidade: OUTROS QUINHENTOS
Sem comentários:
Enviar um comentário