Cerca de 536 mil famílias de 103
distritos de Moçambique estão em risco de fome devido aos efeitos combinados de
estiagem, pragas e inundações, após os ciclones Idai e Kenneth, anunciou hoje o
ministro da Agricultura.
"Estima-se que mais de 60
por cento das culturas [nas áreas devastadas] foram perdidas, podendo colocar
as populações em situação de insegurança alimentar", precisou Higino de
Marrule.
O governante falava na abertura
do V Conselho Coordenador do Ministério da Agricultura no distrito de Gondola,
província de Manica, centro de Moçambique.
Um total de 873 mil hectares de
culturas diversas foram destruídas, das quais 684.171 hectares
pelo ciclone Idai nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia.
No Sul, a seca provocou a
destruição de 125.855
hectares de culturas alimentares.
O total de terra devastada - uma
porção já com culturas na fase de colheita - representa 13% da área semeada no
país.
O responsável disse ainda que o
setor pecuário perdeu 5.400 bovinos, 10.300 pequenos ruminantes, 3.172 bovinos
e 123 mil aves, afetando cerca de 15 mil criadores, além da destruição de
infraestruturas cruciais nas regiões inundadas pelo ciclone Idai.
"Há necessidade de
continuarmos a refletir sobre como elevar os níveis de produção e produtividade
face aos atuais obstáculos que se prendem com as mudanças climáticas que estão
cada vez mais acentuadas, com impacto significativo no setor agrário"
disse Higino de Marrule.
A reunião de dois dias, que
decorre sob o lema "Moçambique no aumento da produção e produtividade rumo
à fome zero", vai adotar um plano de recuperação, cujas intervenções estão
viradas para a melhoria da capacidade produtiva dos camponeses e reabilitação
de infraestruturas, além da reposição dos animais perdidos.
Notícias ao Minuto | Lusa
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