Polícia de Moçambique tem sido
incapaz de encontrar o empresário português Américo Sebastião, permitindo que
se avolume a sensação de que já desistiu de investigar e agir objetivamente
para esclarecer e resolver o caso. Entretanto a esposa de Sebastião não desiste e insiste
em “incomodar” as autoridades moçambicanas, como em @Verdade relata Adérito
Caldeira. (PG)
Comissão Parlamentar considera
existirem “pistas bastantes para se seguir o caso” Américo Sebastião
Após ouvir os factos relatados
pela esposa do empresário português que está desaparecido em Moçambique desde
Julho de 2016 a
Comissão de Petições, Queixas e Reclamações da Assembleia da República (AR)
considera existirem “pistas bastante para se seguir o caso” e deverá convocar
os ministros da Defesa, do Interior, dos Negócios Estrangeiros e também a
Procuradora-Geral da República.
As incansáveis iniciativas que
Maria de Salomé da Luz Pereira Sebastião tem efectuado em Moçambique sem
sucesso para encontrar o seu marido, Américo Sebastião, podem ter encontrado
algum alento na Comissão de Petições, Queixas e Reclamações do Parlamento onde
foi ouvida no passado dia 22 de Abril.
“A peticionária disse que havia
falta de vontade por parte das autoridades moçambicanas em resolver o caso, na
medida em que há muitas diligências imediatas que deveriam ter sido feitas e
não foram, pois um dos telemóveis do seu esposo encontra-se activo e a ser
usado por um desconhecido e ninguém faz nada para apurar os factos sobre o que
se está a passar”, revelou o deputado Francisco Campira na apresentação do
Relatório da 8ª Comissão à Plenária da IX do Parlamento nesta quarta-feira
(22).
De acordo com Campira a esposa do
empresário tomou conhecimento de que o telemóvel de Américo Sebastião estava
activo “quando um dos seus filhos adicionou o número a um grupo de whatsapp e
de imediato quando o tal indivíduo apercebeu-se de que o número havia sido
aderido ao grupo de whatsapp retirou-se”.
Relativamente ao cartão bancário
de Américo Sebastião que foi usado durante 30 dias após o seu desaparecimento
em várias ATM´s da Cidade da Beira que possuem câmaras de vídeovigilância mas
que o Serviço Nacional de Investigação Criminal alegou que as imagens não eram
nítidas Maria de Salomé da Luz Pereira Sebastião informou aos deputados que a polícia
portuguesa “conseguiu decifrar e vislumbrar as caras das pessoas que usaram o
cartão de débito do seu esposo para levantarem o valor de 300 mil Meticais que
estavam na sua conta bancária”.
Maria de Salomé desabafou com aos
deputados da 8ª Comissão que “têm sofrido ameaças de morte e extorsão por parte
de indivíduos que dizem conhecer o cativeiro onde se encontra o senhor
Sebastião e exigem somas monetárias avultadas em troca de informação”.
Com estes factos a Comissão de
Petições, Queixas e Reclamações da AR “constatou que há pistas bastante para se
seguir o caso” e, para obter mais esclarecimentos, vai convocar para audição os
ministros da Defesa, do Interior, dos Negócios Estrangeiros e também a
Procuradora-Geral da República.
Américo António Melro Sebastião,
na altura com 49 anos de idade, foi raptado a 29 de Julho de 2016 numa
gasolineira, na localidade de Nhamapadza, no Distrito de Marínguè, Província de
Sofala, por indivíduos alegadamente desconhecidos que trajavam farda das Forças
de Defesa e Segurança de Moçambique.
Adérito
Caldeira | @Verdade
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