Luciano Rocha | Jornal de Angola
| opinião
A venda ilegal de divisas nas
ruas de Luanda, perante a complacência das autoridades, continua
incompreensível para o cidadão comum, incapaz de entender o descaramento do
negócio que tem nas kinguilas apenas a parte visível.
A negociata, como é evidente, tem
marimbondos por trás. E nem é necessário ser grande detective para perceber
isso. Que o dinheiro não vai parar, por artes de magia, aos sutiãs das
kinguilas, sentadas em passeios sebentos. Vem de gabinetes alcatifados,
equipados com ar condicionado e dividido em pacotes por mãos de unhas
envernizadas.
Nesta fase da vida do país em que
o combate à corrupção ganha folgo impensado ainda não há muito tempo, talvez
fosse oportuno esclarecer por que raio de motivo parece haver cada vez
mais gentinha com contas bancárias volumosas à conta de beneméritos fantasmas.
Assim a modos, de Pai Natal que, pela calada da noite, desce pelas chaminés
para deixar brinquedos aos meninos, enquanto estes dormem. Mas isso, ao que
dizem, é nas terras frias e com neve, que nós não temos.
O que temos é direito de saber quem anda a distribuir diariamente - às vezes mais do que uma vez ao dia - pelas kinguilas as notas que deviam estar em locais mais seguros para a economia nacional.
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