David Chan* | opinião
O Governo de Hong Kong tem
enfrentado grande oposição após ter feito uma proposta para uma nova Lei da
Extradição, que deu depois origem a uma série de protestos, semelhantes ao
movimento "Occupy Central". Após esta reação, a Chefe do Executivo da
região, Carrie Lam, anunciou que iria suspender a implementação desta proposta
de forma a trazer de volta alguma tranquilidade ao Conselho Legislativo. Porém,
o impacto do incidente não diminuiu, com vários a exigir um pedido de desculpas
e a demissão da Chefe do Executivo.
Ao longo do último mês, o Governo
de Hong Kong, nos confrontos com a oposição, acabou também por ter alguns
encontros com forças internacionais. Estes não só exercem pressão sobre o
Governo de Hong Kong, como também expressam o seu apoio aos movimentos de oposição,
alimentando ainda mais este confronto. Na passada quarta-feira, após os
primeiros protestos, membros da administração norte-americana tornaram-se ainda
mais abertos no apoio e manipulação política da oposição de Hong Kong.
Devido à grande importância de
Hong Kong para a estratégia americana para lidar com a China, é bastante claro
que os EUA querem obrigar a China a abrir o mercado financeiro através de uma
guerra comercial. Querem ganhar de volta os dólares que a China tem conseguido
acumular e destruir a economia chinesa, tal como fizeram com o Japão há 30
anos. Hong Kong é apenas uma ferramenta nesta estratégia para desencadear um
colapso político na China, e por uma simples razão: por Hong Kong ser a menina
dos olhos da China. É a região mais liberal, rebelde e mais fácil de provocar
do país, mas mesmo que os EUA tenham sucesso a gerar mais uma onda de
"Laços Amarelos" e a economia chinesa seja afetada, não nascerá uma
primavera árabe na China. Hong Kong tem uma posição especial no país, é a janela
da China para o resto do mundo e uma forma de outros países entrarem em
contacto com o país. Desde a Segunda Guerra Mundial que Hong Kong é conhecido
como a "Capital de Espionagem do oriente", por ter espiões de todo o
mundo a trabalhar na cidade e por ser muitas vezes um campo de batalha para a
China e para os EUA. Por essa razão, se os EUA quiserem provocar a China, Hong
Kong é a forma mais fácil de o fazer, sendo este um local de acesso livre a
espiões americanos da CIA ou FBI e poderá até ser utilizado para uma estratégia
de "terra queimada".
Hong Kong, fazendo parte do
regime "Um País, Dois Sistemas", faz com que a China não possa
diretamente resolver o problema, e se o decidisse fazer tal iria
inevitavelmente levar à intervenção de outras potências do ocidente. No
entanto, se nada for feito, o problema só continuará a crescer. Por isso,
representantes do Governo central chinês encontraram-se com representantes do
Governo de Hong Kong e demonstraram apoio à decisão da Chefe do Executivo. Foi
também revelado que os EUA têm manipulado este incidente já por mais de 70
vezes. Por essa razão o Governo apela para que a população de Hong Kong
mantenha a calma e não se deixe manipular.
* Editor Sénior | em Plataforma
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