Filipe Nyusi quer que o maior
partido da oposição em Moçambique dissipe os problemas internos do partido o
mais rápido possível. Presidente moçambicano está confiante no processo de paz.
O Presidente da República de
Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, instou este sábado (27.07) a liderança da
Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) a resolver os seus problemas
internos, para não pôr em causa o decurso do processo de desarmamento, desmobilização
e reintegração (DDR) das forças do braço armado do maior partido da oposição em
Moçambique.
Nyusi falava numa conferência de
imprensa após um comício popular na localidade de Zimuala, distrito de
Machanga, no último dia de visita à província de Sofala. "Vamos
continuar a conversar sobre paz, eu acredito que todos os guerreiros da RENAMO
querem paz. Alguns deviam estar até aqui no comício", comentou o
Presidente. "Todos têm o interesse de serem integrados ou inseridos na
sociedade", acrescentou.
Já na sexta-feira (26.07), Nyusi
tinha demonstrado confiança no processo de desmilitarização do braço armado da
RENAMO num comício em Sena, no distrito de Caia, província de
Sofala.
O chefe do Estado adiantou que
este sábado manteve contacto com o líder da RENAMO, Ossufo Momade, tendo
recebido por parte deste boas indicações em relação ao decurso do alistamento
dos militares para a sua integração nas Forças Armadas de Defesa e Segurança do
país.
"Ainda hoje aqui em Machanga
falei ao telefone com o presidente da RENAMO e ele disse-me que não há
problemas no processo de paz. Nós, moçambicanos, temos que viver reconciliados,
ter ideias diferentes… Não deve haver motivos para ver as pessoas como inimigos.
Vamos todos viver juntos, andar juntos e não isolados", sugeriu Filipe
Nyusi. "Pensar diferente não é pegar em armas e matar. Isso já
terminou", advertiu.
"Estive a conversar com
líder da RENAMO (…) e ele disse-me que o processo está a andar bem", garantiu
o chefe de Estado.
Todas as famílias têm
"problemas", diz Nyusi
Sobre os conflitos internos no
seio do partido RENAMO – já que parte da ala militar do partido contesta a
liderança de Ossufo Momade –, Filipe Nyusi considera apenas que as diferenças
internas não afetam as negociações. "Acredito que em todas famílias existem
problemas", rematou o Presidente.
Do contacto telefónico mantido
esta manhã entre ambas as partes, Filipe Nyusi fez ainda saber que recebeu
garantias de Momade de que nas próximas semanas poderão ser entregues
novas listas de nomes, sendo que cerca de dez homens serão recebidos pelo
comandante geral da polícia nos próximos dias.
"Ainda esta segunda-feira
vai começar o registo de mais homens armados para serem integrados. Nós
queremos juntos desenvolver o país", concluiu Nyusi.
Arcénio Sebastião (Beira) |
Deutsche Welle
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