sábado, 26 de outubro de 2019

Pode o imperialismo alemão substituir o dos Estados Unidos?


A Ministra da Defesa alemã e Presidente da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, apanhou de surpresa os seus parceiros e aliados ao propor, em 21 de Outubro de 2019, a colocação de uma força militar internacional na Síria. Só a sua mentora, a Chancelerina Angela Merkel, estava ao corrente e de imediato a apoiou.

Esse anúncio mal preparado deu lugar a declarações contraditórias: qual seria a sua legalidade? Seria uma iniciativa da União Europeia, da OTAN ou da ONU? Interpor-se-ia a Força entre os Turcos e os Curdos ou entre os Turcos e os Sírios?

Parece que após o Conselho Franco-Alemão de Defesa e Segurança de 16 de Outubro [1], a Alemanha havia decidido retomar o velho projecto enunciado no livro New Power, New Responsability. Elements of a German foreign and security policy for a changing world (Novo Poder, Nova Responsabilidade. Elementos de uma política externa e de segurança alemã para um mundo em mudança) [2]. Este documento preconiza que a OTAN delegue a gestão da Ásia Central, do Médio-Oriente e do Norte de África à União Europeia, sob liderança alemã. Esta estratégia foi discretamente inserida, em 2016, por Ursula von der Leyen no Livro Branco (Das Weißbuch-ndT) da Bundeswehr [3]. Uma outra próxima de Angela Merkel, a Srª von der Leyen, tornou-se Presidente da Comissão Europeia, onde coloca pessoal muito alemão.

A proposta de destacamento militar para a Síria, no entanto, está já obsoleta após o acordo russo-turco do dia seguinte, 22 de Outubro [4]. No entanto, ele indica a vontade de certas elites europeias em se apoderarem do papel imperial ao qual Washington está em vias de renunciar.

Voltaire.net.org | Tradução Alva

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