O dirigente de Os Verdes (PEV)
José Luís Ferreira acusou hoje o PAN de não ser "de esquerda nem de
direita", nem "carne nem peixe", em resposta a declarações do
porta-voz e deputado único daquele partido, André Silva.
O deputado do PEV respondia
a questões dos jornalistas à margem de um comício da CDU, que junta
comunistas e ecologistas, na Marinha Grande.
"É natural, e não
estranhamos, que partidos que não são de esquerda nem de direita, não são carne
nem peixe, que tenham alguma dificuldade em distinguir a ficção da realidade,
porque esse cinzentismo é que leva a que haja confusão. O PEV tem
provas dadas ao longo dos anos. Não acordámos agora para os problemas
ambientais, alterações climáticas e bem-estar animal", afirmou.
O porta-voz do PAN, André Silva,
defendera hoje, em Almada, que o PEV "é um projeto que
perdeu a sua validade" e uma "ficção política", que tem como
"patrão" o PCP, igualmente em resposta a uma intervenção num
comício em Setúbal de José Luís Ferreira, na qual o parlamentar ecologista
disse que era possível defender o ambiente e os animais "sem `PANpulismos´"
e sem "fundamentalismos, proibicionismos e penalismos".
"Não temos nada a esconder,
com toda a transparência. Somos um partido de esquerda. Consideramos que o
equilíbrio ambiental só é possível com justiça social até porque a defesa do
ambiente não se compadece com modelos económicos que assentam na ideia do
crescimento infinito como se infinito fosse o planeta e os seus recursos. Nós
não temos patrões nem sobre nós recaem quaisquer suspeitas de envolvimento com
pessoas ou organizações que agem de cara tapada, com métodos questionáveis do ponto
de vista legal, do estado de direito democrático e até penal. Temos toda a
transparência", continuou, referindo-se à polémica de alegadas ligações
entre membros do PAN e o grupo Intervenção e Resgate Animal (IRA).
José Luís Ferreira foi ainda
questionado sobre o facto de os últimos anos, com a posição conjunta com o PS a
viabilizar também o Governo, à semelhança de PCP e BE, assim como a
emergência das questões climáticas não poderiam ter impulsionado uma autonomização do
seu partido face aos comunistas.
Os Verdes não têm de se
autonomizar do PCP porque são autónomos. Temos uma coligação onde, em
cada ato eleitoral, as direções dos dois partidos decidem ou não
formular uma coligação. Isso já vem do Durão Barroso e do José Sócrates
[acusações de satelização]. Enquanto a direção do PEV decidir
a forma de participação não são terceiros que vêm sugerir e dar palpites",
concluiu.
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