Houve mais de 140 detenções só em
Paris
Foi um aniversário com um sabor
amargo. Enfraquecido, mas vivo, o movimento dos coletes amarelos franceses
mobilizou, este sábado, milhares de pessoas, sobretudo em Paris.
Houve confrontos entre
manifestantes e a polícia, uma nuvem de gás lacrimogénio, tijolos
arremessados, caixotes do lixo a arder, carros virados e jatos de água para
tentar dispersar a multidão.
O movimento contou com mais de 28
mil pessoas por todo o país, 4.700 em Paris, refere o Ministério do Interior
francês, naquela que foi a 53ª manifestação. Ao início da noite de sábado, a
polícia registava 147 detenções só em Paris.
Conta o Le Figaro que, em frente
a uma entrada da sede da polícia, um carro patrulha foi virado ao
contrário no meio da estrada e o pára-brisas de um veículo da alfândega foi destruído.
As manifestações também viram
violência noutras cidades francesas. Em Lyon, as forças policiais usaram
gás lacrimogénio contra cerca de mil manifestantes que invadiram o
centro da cidade que se encontrava interdito. Em Nantes houve confrontos entre
os civis e a polícia, bem como em Bordeaux e Toulouse. Em Montpellier o
gabinete do partido de Emmanuel Macron - La République en Manche -
foi vandalizado.
Este domingo são esperados mais
protestos.
Recorde-se que tudo começou a 17
de novembro de 2018, quando mais de 300 mil pessoas, a maioria
vestidas com coletes amarelos florescentes saíram às ruas em França para
protestar contra um imposto sobre os combustíveis. Em pouco tempo o movimento
sem líderes ou estrutura, organizado via Facebook, conseguiu por em xeque
o governo de Macron e revelar o profundo descontentamento das classes mais
baixas com os salários estagnados, a perda de poder aquisitivo, aumento de
impostos e desigualdades sociais.
Sara Gouveia | Notícias ao Minuto
| Imagem: Reuters
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