Ao ordenar à Google sabotar a
Huawei, ele revela um Ocidente rancoroso e dominador — mas abre um flanco.
Chineses recorrerão ao software livre. E se resgatarem a lógica de circulação
de saberes que marcou a internet em seu início?
Pablo Romero, no Público | Tradução: Rôney Rodrigues
| Outras Palavras
A guerra comercial entre EUA e
China está se convertendo em escalada. Uma das últimas consequências foi a
suspensão, pelo Google, de uma significativa parte de seu negócio com a Huawei,
depois da inclusão dessa companhia na lista estadunidense de empresas que
representariam uma “ameaça à segurança nacional”. Prova-se, mais uma vez, como
é arriscado deixar nas mãos de empresas de outros países elementos essenciais
de determinado produto, como o “software”: uma decisão da Casa Branca pode
prejudicar cidadão de todo o mundo.
Essa decisão do governo Trump,
que ataca diretamente a próspera divisão de celulares da fabricante chinesa,
presume que a Huawei perderá acesso à maioria dos “benefícios” do gigante
estadunidense. Seus celulares, a partir de agora, deixarão de ter acesso ao
Google Mobile Services, a plataforma que aglutina serviços como o Google Play
Store (a “loja” de aplicativos), o Gmail, o aplicativo do Youtube e o navegador
Chrome para celular: os novos telefones não poderão oferecer esses “apps”.