sábado, 15 de junho de 2019

Angola | João Lourenço critica José Eduardo dos Santos por faltar ao congresso


Num discurso que apontou baterias à família do seu antecessor, o Presidente de Angola falou dos “que ameaçam o MPLA e fazem chantagem” e defendeu a necessidade de fazer respeitar a Constituição e a Lei.

O Presidente de Angola abriu o 7.º Congresso Extraordinário do MPLA, lamentando a ausência do seu antecessor na liderança do partido e do país: “Gostaríamos imenso de ter entre nós a presença do camarada José Eduardo dos Santos, que, ao longo de 39 anos, conduziu o MPLA nos momentos bons e maus e hoje é o presidente emérito do nosso partido”, afirmou João Lourenço.

Se estivesse, aquele que foi chefe de Estado angolano durante 39 anos, não gostaria de ter ouvido o seu sucessor a criticar aqueles que “ameaçam o MPLA e fazem chantagem”, numa clara alusão à família Dos Santos.

Uma das filhas de José Eduardo dos Santos, a deputada Tchizé dos Santos, é outra das grandes ausentes do congresso, suspensa do Comité Central do partido por estar ausente do Parlamento há mais do que os 90 dias permitidos pelo estatuto de deputado e se recusar a suspender o seu mandato.

Brasil | As mensagens secretas da Lava Jato, ou quanta sacanagem existe na justiça


Sergio Moro, enquanto julgava Lula, sugeriu à Lava Jato emitir uma nota oficial contra a defesa. Eles acataram e pautaram imprensa

Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima mostra que o ex-juiz pediu aos procuradores da Lava Jato uma nota à imprensa para rebater o que chamou de "showzinho" da defesa de Lula após o depoimento do ex-presidente no caso do triplex do Guarujá. O conteúdo faz parte do arquivo As mensagens secretas da Lava Jato.

Os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera “absolutamente normal” que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de “contato pessoal” e “conversas”, como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar.

Juntamente com as extensas evidências publicadas pelo Intercept no início desta semana – em que Moro e Deltan conversam sobre a troca da ordem de fases da Lava Jato, novas operações, conselhos estratégicos e pistas informais de investigação –, esta é mais uma prova que contraria a tentativa de Moro de minimizar o tipo de relacionamento íntimo que ele teve com os promotores.

Ao contrário da defesa de Moro de que as comunicações eram banais e comuns – contendo apenas notícias e informações, mas não ajudando os promotores a elaborar estratégias ("existia às vezes situações de urgência, eventualmente você também está ali e faz um comentário de alguma coisa que não tem nada a ver com o processo", disse ao Estadão) –, essas conversas provam que Moro estava sugerindo estratégias para que os procuradores realizassem sua campanha pública contra o próprio réu que ele estava julgando.

Portugal | Pode o CDS-PP querer voltar a ser o «partido dos contribuintes»?


Na tentativa de apagar responsabilidades do agravamento fiscal que protagonizou, o CDS-PP apresentou hoje (14.06) um pacote de medidas para a «defender os contribuintes dos abusos» da Autoridade Tributária.

AbrilAbril | editorial

Num salto em frente para fazer esquecer as medidas fiscais – realizadas pelo anterior governo do PSD e do CDS-PP – que agravaram as condições de vida das populações e dos trabalhadores, Assunção Cristas apresentou hoje, em conferência de imprensa, um conjunto de propostas que parece querer ressuscitar a velha ideia de que este pode ser «o partido dos contribuintes».

A ex-ministra anuncia ideias no sentido de «aumentar as garantias» de defesa dos contribuintes, designadamente em torno de penhoras fiscais para fazer face a «acções desproporcionais e abusivas» levadas a cabo pela Autoridade Tributária, as quais farão parte do programa eleitoral do partido para as próximas eleições legislativas.

O Portugal da Mini – um discurso salazarista em Portalegre


Tinha curiosidade no discurso de João Miguel Tavares, presidente das comemorações do 10 de Junho de 2019. Tinha vontade, mais do que esperança, de ser surpreendido. Em várias ocasiões da minha já longa vida vi pessoas vulgares superarem-se quando colocadas em situações difíceis. Serem mais do que eles.

Carlos de Matos Gomes * | Jornal Tornado | opinião

Na minha geração e como símbolo do que quero expor, o Fernando Salgueiro Maia, que se transformou diante dos nossos olhos no Terreiro do Paço e no Largo Carmo no “homem do leme” do poema de um génio, Fernando Pessoa, que enfrentou o Mostrengo. O 10 de Junho tem como patrono um génio que escreveu uma epopeia dos portugueses.

O discurso de João Miguel Tavares correspondeu ao que esperava dele, em vez de génio e grandeza, ele exaltou o português da mini do snack bar da cidade, aquele português que sucedeu sem percalços ao português de Salazar do copo de três na tasca da aldeia. O mesmo português do respeitinho, servil, de chapéu na mão, um tanto alarve.

Portugal | Corrupção e censura prévia


Inês Cardoso | Jornal de Notícias | opinião

Nas últimas semanas intensificaram-se ações de buscas e processos por corrupção e tem vindo a agigantar-se a perceção de que somos um país minado por práticas abusivas, agora com as autarquias a ganhar peso.

O aumento do número de inquéritos pode ser visto noutra perspetiva: a de que ganhámos capacidade de investigação e de combate a estes crimes. Investigar, punir e criar condições para o rigor na vida pública é essencial para pôr fim ao que parece ser uma doença endémica.

Para isso é essencial celeridade nos processos. Porque esse é um direito dos que se veem envolvidos e incriminados, mas também porque estão em causa interesses públicos que fazem com que o resultado destes inquéritos diga respeito a toda a comunidade. Convém nunca esquecer que há diferenças sucessivas entre fazer buscas, acusar e condenar, portanto é crucial perceber o que fica no final dos processos, quando de facto transitam em julgado.

Portugal | Pedro Duarte, a direita “social-democrata” ainda mais liberalizadora


Pedro Duarte apresenta programa alternativo a Rio

Manifesto X quer promover a felicidade dos portugueses, mas com despedimentos liberalizados. Agora não é só “turbulência” política, há também concorrência programática. 

Enquanto Rui Rio realiza hoje, em Coimbra, a Convenção do Conselho Estratégico Nacional dedicada à Justiça, na segunda-feira, Pedro Duarte — um dos possíveis candidatos à liderança do PSD — apresenta um embrião de programa com medidas que contrariam as principais posições do líder do PSD nessa área. Mas também noutras: se Rio corre o país a fazer convenções temáticas para preparar o programa eleitoral, este crítico lança um programa alternativo preparado com 25 independentes (entre eles António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa ou João Paulo Batalha, da Transparência e Integridade). 

O chamado ‘Manifesto X’ será divulgado no dia 17, em Lisboa, com 100 medidas e dez metas que o país deve atingir nos próximos dez anos.

Vítor Matos | Expresso

*Artigo sobre Pedro Duarte, o ainda mais liberalizador, é condicionado. Siga as instruções em Expresso

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- Titulo PG

Cães deitados ao lixo e electrocutados geram indignação em Cabo Verde


Na capital de Cabo Verde, os cães errantes são apanhados e abatidos por eletrocussão na lixeira municipal. A falta de campanhas de esterilização está na origem da prática, criticada por associações de bem-estar animal que defendem outras políticas de controlo da população canina.

A presença de cães nas ruas de Cabo Verde, particularmente na cidade da Praia (ilha de Santiago), é visível mal se chega à capital. Muitos apresentam feridas e é raro o que não mostra sinais de agressão ou atropelamento. Vivem nos campos, dormem nas praias, ocupam as entradas dos prédios ou das lojas, fogem do calor debaixo dos carros. Há cães velhos, embora raros, cadelas grávidas ou com sinais de parto recente, cachorros mal-escondidos em buracos de terra e cães menos jovens e adultos.

A população canina tem-se revelado uma dor de cabeça para as autoridades, que se deparam com uma forte oposição dos que estão contra a forma como estes animais são capturados e abatidos, por eletrocussão.

O vereador da Cultura, Ambiente e Saneamento da Câmara Municipal da Praia assume que os animais são capturados e, quando não são resgatados, acabam eletrocutados. "Temos a consciência plena de que não é a abater os cães que se resolve o problema", afirmou António Lopes da Silva à Lusa, assegurando que a captura só acontece nos bairros sem campanhas de esterilização, que são a maioria.

Aí, os cães reproduzem-se e, ciclicamente, são capturados e levados para a lixeira, onde serão eletrocutados se ninguém os for resgatar, a troco de cerca de 28 euros por cão.

Crise política: Presidente guineense ausculta partidos para nomear primeiro-ministro


Presidente guineense recebe em audiências separadas os seis partidos com representação parlamentar, três meses depois de realizadas as eleições legislativas

A menos de 24 horas da chegada ao país (15.06.) de uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para uma visita de acompanhamento à situação política, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, reuniu-se esta sexta-feira (14.06.) com os partidos políticos com assento parlamentar, para recolher opiniões sobre a nomeação de um novo primeiro-ministro  e consequente nomeação do Governo.

Nas audiências separadas, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas legislativas (10 de março), foi o primeiro a ser ouvido pelo Presidente José Mário Vaz.

Portugal acusado de interferência nos assuntos internos da Guiné-Bissau


“O grupo parlamentar do Movimento para a Alternância Democrática apela às autoridades daqueles países a absterem-se de ingerir nos assuntos internos do nosso país e respeitarem a soberania, as leis e as instituições da República da Guiné-Bissau”, refere, em comunicado, o segundo partido mais votado nas legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau.

O Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15) apelou hoje às autoridades portuguesas e angolanas para se absterem de “ingerir” nos assuntos internos da Guiné-Bissau.

“O grupo parlamentar do Movimento para a Alternância Democrática apela às autoridades daqueles países a absterem-se de ingerir nos assuntos internos do nosso país e respeitarem a soberania, as leis e as instituições da República da Guiné-Bissau”, refere, em comunicado, o segundo partido mais votado nas legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau.

Angola | LEGÍTIMO AVISO À NAVEGAÇÃO! - Martinho Júnior


Martinho Júnior, Luanda 

Os socialdemocratas de injectado pensamento estruturalista estão incapazes de perceber que a hegemonia unipolar, para fazer prevalecer o seu domínio, é em todas as opções profundamente dialética!...

É dialética quando divide, é dialética quando dissemina o caos, é dialética quando desagrega, é dialética com a subversão da liberdade e da democracia...

É DIALÉTICA QUANDO, INJECTANDO ESTRUTURALISMO NO MPLA, PREPARA DE FACTO O "THE DAY AFTER" COM A UNITA!...

Por conseguinte: terapia neoliberal com cariz socialdemocrata sendo uma afronta à história do MPLA, não o será jamais em meu nome, nem em nome do futuro que tenho vindo a propor com base na própria experiência do MPLA!

Se assim for, desalojaram a identidade histórica do MPLA e meteram-se na concha que ficou, conferindo à criatura a subversão de sua própria identidade!

É premente lutar contra a corrupção neutralizando as suas raízes, caso contrário essa luta corre o risco de ter apenas pernas curtas!

MILITANTE ALGUM DO MPLA DEVE CAUCIONAR UM EXPEDIENTE DESSA NATUREZA!

Martinho Júnior - Luanda, 13 de Junho de 2019

A consultar:

Foto: Mausoléu de Agostinho Neto, em Luanda.

Angola | Chivukuvuku pede sugestões para criação do novo partido...


 ...e manda “farpas” ao MPLA

A nova organização política que tem como segundo desafio a participação nas eleições gerais de 2022, vai ser criada com recursos próprios, como já fez no passado, com a criação da CASA-CE, em 2012.

O político angolano Abel Chivukuvuku, ex-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), reuniu nesta sexta-feira em Luanda, vários apoiantes para pedir sugestões visando a formação de um novo partido político angolano cujo nome será divulgado até 15 de agosto próximo.

No primeiro contacto direto com os seus apoiantes, depois da sua destituição da liderança da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação eleitoral (CASA-CE) em fevereiro deste ano, por alegada "quebra de confiança", Chivukuvuku mandou várias "farpas” ao MPLA, partido que suporta o Governo, afirmando que organização está composta de cidadãos "antipatrióticos que delapidaram o país”.

Abel Chivikuvuku juntou na manhã desta sexta-feira (14.06.) numa unidade hoteleira no Talatona, centenas de apoiantes com quem discutiu os métodos para o lançamento de um novo projeto político, que no seu entender poderá garantir alternância do poder em Angola.

Moçambique | Renamo denuncia “encenação caluniosa e grosseira” de desertores


Na sequência das denuncias, por parte de um pequeno grupo de guerrilheiros da Renamo, que o processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) está a ser mal conduzido por Ossufo Momade o maior partido de oposição esclareceu nesta quinta-feira (13) que tratam-se de desertores que através de uma “encenação caluniosa e grosseira” pretendem desacreditar o seu presidente.

Mariano Chizinga, major-general do partido Renamo, denunciou nesta quarta-feira (12) que a lista enviada pelo presidente ao Governo “é para excluir todos os combatentes da Renamo, assim como o comandos. Toda a mata está cheia de comandantes, a partir da praça até generais, mas ele levou os amigos que não são militares. Não nos querem. Mandou evacuar todos os delegados, assim está para mandar evacuar todos os comandos assim como praças, para as casas e ele levar os amigos dele que são da Renamo renovada e irem tomar posse. Afinal democracia é assim ? Se Ossufo é usado, se as pessoas estão a usar Ossufo, amanhã vão chorar. Forças ainda estamos!”

“Matou nosso brigadeiro, espera resposta para Ossufo. Todo o povo moçambicano ouve isto: Nós já não temos facto com Ossufo, deteve três brigadeiros, matou um brigadeiro e ficaram dois brigadeiros. Mandou correr dois coronéis. Ossufo não quer a pessoa que está na Renamo. Quando ver que este comandante encosta muito da Renamo, ele mata. Assim, o que eu estou a falar, nas costas de Ossufo, estão aí, procurar os comandos da Renamo para matar”, revelou Mariano Chizinga a jornalistas no Distrito da Gorongosa, na Província de Sofala.

Crocodilos causam pelo menos uma morte por mês em Timor-Leste


Num país de 1,2 milhão de habitantes, os ataques aumentaram cerca de 20 vezes nos últimos dez anos

Lospalos, Timor-Leste - Os dois cientistas vieram de muito longe na esperança de descobrir o que muitas pessoas procuram evitar: crocodilos que comem seres humanos. Em março, os biólogos Yusuke Fukuda e Sam Banks, da Austrália, vieram a Timor-Leste a fim de investigar um mistério nacional: por que motivo tantos timorenses estão sendo mortos por crocodilos?

Os ataques aumentaram nada menos que 20 vezes nos últimos dez anos, uma média de pelo menos uma morte por mês em um país de 1,2 milhão de habitantes. Há séculos, a população de Timor-Leste reverencia e adora os crocodilos. O mito original do país fala do crocodilo Lafaek Diak, que pela amizade por um menino se sacrificou transformando-se no lar da criança - a ilha de Timor; cada escama da sua pele tornou-se uma montanha.

Os timorenses chamam aos crocodilos “abo”, avô, na língua tétum (de influência portuguesa), e matá-los é tabu do ponto de vista cultural, além de ilegal. Os animais são tão admirados que, por timidez, as vítimas dos ataques muitas vezes deixam de denunciá-los.

Singapura acaba com rankings escolares já no próximo ano letivo


O objetivo é combater a extrema pressão a que os estudantes estão sujeitos desde a infância. O país tem conquistado os valores mais altos do mundo em resultados académicos.

Singapura vai abolir os rankings escolares no próximo ano letivo. Os alunos deixarão também de saber em que lugar ficaram na avaliação. A medida histórica é ainda mais surpreendente tendo em conta que o sistema de educação do país é considerado um exemplo para o resto do mundo.

A medida tem como objetivo combater o elevado stresse que os pais colocam nos filhos desde o primeiro ano - aos fins de semana as crianças têm aulas de enriquecimento curricular para conseguirem ficar nos primeiros lugares da classe. Segundo o Ministro da Educação Ong Ye Kung, com a eliminação de notas pretende-se mostrar aos estudantes que "aprender não é uma competição", conta a imprensa internacional.

Os melhores alunos de Singapura nas áreas de Matemática, Ciência e Leitura, vão continuar a ter avaliações, mas estas irão limitar-se a "observações mínimas e máximas". Não haverá registo de notas nem comparação com outros colegas, e o Ministério da Educação vai também abolir o termo "aprovado" e "reprovado" nos resultados finais.

Especialistas da ONU pedem investigação independente sobre violações das Filipinas


Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas pediram na sexta-feira (7) para o Conselho de Direitos Humanos da ONU realizar uma investigação independente sobre violações nas Filipinas, citando uma deterioração acentuada na situação de direitos humanos no país, incluindo ataques contínuos contra pessoas e instituições.

Segundo os especialistas, poucas investigações independentes e eficazes aconteceram, a mídia e jornalistas independentes são ameaçados e a lei foi transformada em arma para minar a liberdade de imprensa. “Registramos um número desconcertante de mortes ilegais e assassinatos cometidos por policiais no contexto da chamada ‘guerra às drogas’, assim como de assassinatos de defensores dos direitos humanos”, disseram.

Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas pediram na sexta-feira (7) para o Conselho de Direitos Humanos da ONU realizar uma investigação independente sobre violações nas Filipinas, citando uma deterioração acentuada na situação de direitos humanos no país, incluindo ataques contínuos contra pessoas e instituições.

Segundo os especialistas, poucas investigações independentes e eficazes aconteceram, a mídia e jornalistas independentes são ameaçados e a lei foi transformada em arma para minar a liberdade de imprensa.

“Registramos um número desconcertante de mortes ilegais e assassinatos cometidos por policiais no contexto da chamada ‘guerra às drogas’, assim como de assassinatos de defensores dos direitos humanos”, disseram.

China | Macau elege domingo comissão que vai escolher novo chefe de Governo


Macau, China, 14 jun 2019 (Lusa) - A eleição para a comissão que vai escolher o novo chefe do Governo de Macau começa este domingo, envolvendo mais de 5.700 eleitores.

No domingo serão eleitos os membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) de Macau, envolvendo 569 pessoas coletivas, ou seja, mais de 5.700 eleitores, segundo a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE).

A eleição dos membros da CECE realiza-se em três locais de votação: Pavilhão Polidesportivo do Instituto Politécnico de Macau (setor industrial, comercial e financeiro; subsetor educacional); Fórum de Macau (subsetor profissional, subsetor desportivo e subsetor dos serviços sociais); Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional (subsetor cultural e subsetor do trabalho).

A votação decorre entre as 09:00 e as 18:00 (02:00 e as 11:00 de Lisboa) e os resultados deverão ser publicados na segunda-feira, segundo as autoridades.

China | Hong Kong anuncia suspensão da polémica proposta de lei da extradição


O Governo de Hong Kong anunciou hoje que vai suspender o debate sobre a polémica proposta de lei da extradição, que motivou já vários protestos na antiga colónia britânica.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje em conferência de imprensa que a decisão de suspender temporariamente o debate foi tomada em resposta à crise que desencadeou, acrescentando que o objetivo seria "impedir que Hong Kong se torne um paraíso para criminosos", segundo as agências internacionais de notícias.

A polémica proposta de lei, que permitiria que a chefe do Executivo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental, levou centenas de milhares de pessoas à rua na última semana.

Outro protesto estava previsto acontecer este domingo.

Notícias ao Minuto | Lusa

Greve geral no Brasil regista atropelamento e intervenções policiais


A greve geral convocada para sexta-feira pelos sindicatos brasileiros, para contestar a reforma do sistema de pensões, registou um atropelamento no Rio de Janeiro e obrigou a intervenções policiais em várias cidades, avança a imprensa local.

Cinco manifestantes que aderiram à greve geral em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, foram atropelados por um carro que acelerou diante de uma via bloqueada por integrantes do protesto, relata o portal de notícias G1, acrescentando que as vítimas são duas professoras universitárias e três estudantes. O veículo colocou-se posteriormente em fuga.

As vítimas foram levadas para o Hospital António Pedro, localizado na mesma região do incidente, não tendo sido divulgado o seu estado de saúde.

Ainda no Rio de Janeiro, transportes públicos e aeroportos operaram normalmente, mas os trabalhadores bloquearam várias artérias da cidade, o que obrigou à intervenção da polícia militar, que usou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.

Brasil | Greve geral cumpriu o objetivo


Uma contundente resposta à agenda regressiva do governo Bolsonaro. Essa é a mais sintética avaliação da paralisação geral que, segundo os dirigentes das centrais sindicais, teve a adesão estimada de 45 milhões de trabalhadores. Com mais esse êxito no ciclo de protestos iniciado assim que a “reforma” da Previdência Social foi anunciada, ainda no governo Temer, e que se intensificou no governo Bolsonaro com duas grandes manifestações contra os cortes neoliberais na Educação, o Brasil atinge um novo patamar de mobilização popular.

Os efeitos desse ciclo já podem ser vistos em decisões do Congresso Nacional, como as mudanças do relator na proposta da “reforma” da Previdência Social na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, Samuel Moreira (PSDB-SP). Claro, as mudanças foram tópicas — a mais significativa foi a retirada da proposta de capitalização —, mas não deixam se ser uma sinalização importante de que a manifestação popular pode dar resultados muito além do que esse.

O êxito da greve tem como saldo também uma melhor compreensão pelo povo do que representa a agenda ultraliberal e neocolonial do governo Bolsonaro. Mobilizações dessa magnitude abrem amplo diálogo com a sociedade, permitindo que outros pontos de vista circulem até mesmo nos grandes veículos da mídia. Ideias passadas como verdades absolutas são contestadas e a consciência popular é alertada para novas formas de se avaliar as reais intenções dessa agenda.

Assim como as mobilizações contra os cortes na Educação foram um contundente alerta para amplos setores da população sobre o que existe de fato nessa medida, a greve geral do dia 14 mostrou que o alarde sobre um imaginário descontrole nas contas da Previdência Social tem segundas intenções. Da mesma forma a escalada do desemprego, que tem causas bem definidas e o governo como seu centro irradiador. 

Como derrotar a “direita Trump-Bolsonaro”


Multiplicam-se, em todo o mundo, as alianças entre donos do dinheiro e lúmpen-políticos. Por que o poder econômico abandonou a direita “civilizada”? Como a esquerda “esqueceu-se” da crítica radical ao sistema? É possível retomá-la?

Nick Dearden | Outras Palavras | Tradução:Marianna Braghini

“Viajei 24 horas, de Manila ao Rio, para estar aqui e ainda assim, politicamente, sinto que não deixei minha casa”. Walden Bello, principal guia do “movimento anti-globalização” e ex-deputado das Filipinas, refletiu sobre o ascenso dos “homens fortes” autoritários de direita, das Filipinas até o Brasil. Juntei-me à ele no Brasil para avaliar o que mudou nos últimos 20 anos desde que os protestos massivos em Seattle levaram a Organização Mundial do Comércio a paralisar e anunciaram o nascimento de um novo movimento internacional ao mundo. “Mas 20 anos atrás, Seattle era uma questão exclusivamente da esquerda” continuou Bello. “Nós precisamos entender como a extrema-direita conseguiu comer o nosso almoço”.

Como o capitalismo está passando por uma de suas piores crises na história, uma galeria de desonestos, financistas, empresários bilionários e os políticos mais establishment possível conseguiram capturar, suficientemente, o imaginário popular e tomar o poder de um dos maiores países do mundo? E onde está a esquerda internacional que, há 20 anos atrás, fermentou um dos movimentos mais internacionais e diversos que o mundo já viu, mas atualmente parece defensiva e insular frente à uma crise que previmos e alertamos a respeito?

Estávamos no Brasil para comparar experiências, para aprender uns com os outros, para trabalhar em como reconstruir um internacionalismo forte o suficiente para combater esta tendência “trumpista”. Como a citação inicial de Walden Bello esclarece, as similaridades enfrentadas por diversas sociedades ao redor do mundo é surpreendente. O capitalismo está enfrentando sua mais profunda crise desde a Segunda Guerra Mundial, uma crise que ameaça a própria existência deste modelo econômico. Mas, ao passo que a esquerda política está recuada em diversos lugares e fortemente focada em uma agenda defensiva e doméstica, a direita usou este momento para construir uma assustadora rede global, sustentada com muito dinheiro e capaz de se alimentar da insatisfação popular.

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