segunda-feira, 17 de junho de 2019

Governo da Venezuela acusa Guaidó de envolvimento em esquema de corrupção


Segundo Caracas, membros da oposição pediram auxílio a Iván Duque para facilitar pagamento por quebra de contrato com mercenários; Guaidó pede 'investigação colombiana'

O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, apresentou nesta segunda-feira (17/06) evidências do que o governo venezuelano chama de "esquema de corrupção" envolvendo o deputado de direita e autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó, e outros membros da oposição.

De acordo com as provas apresentadas, Guaidó e outros opositores estão envolvidos em um esquema de desvio de dinheiro proveniente das supostas "ajudas humanitárias" que ONGs queriam enviar à Venezuela.

As provas apresentadas por Rodríguez, em sua maioria capturas de telas dos telefones celulares dos envolvidos, mostram o opositor Roberto Marrero conversando com "Rossana de Cúcuta" sobre o cancelamento da contratação de "sicários" (agentes armados) de outros países da América Latina para causar focos de violência e desestabilização na Venezuela.

Brasil | O método Moro, antes da Lava-Jato


Exemplos de justiça sem força existem aos montes; de força sem justiça, o mais recente é capitaneado pelo ex-juiz federal e hoje ministro Sérgio Fernando Moro

Sandoval Matheus | GGN

Um povo não deve admitir justiça sem força, tampouco força sem justiça. A frase não é minha, mas de um sujeito que morreu em 2008, o escritor e jornalista Fausto Wolff, conhecido por, além de escrever maravilhosamente bem e não fazer nenhuma concessão aos poderosos, certa vez ter vencido um duelo de birita contra nada mais nada menos do que um marinheiro sueco.

Exemplos de justiça sem força existem aos montes; de força sem justiça, o mais recente é capitaneado pelo ex-juiz federal e hoje ministro Sérgio Fernando Moro. Fica cada vez mais difícil a argumentação de quem pretende rechaçar a tese de que Luiz Inácio Lula da Silva é um prisioneiro político, alguém que precisava ser tirado do caminho para que se pudesse promover a escalada do projeto político que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República.

Lula, no entanto, não foi o primeiro nem o único alvo da sanha de Moro. O método do ex-juiz e seu complexo de justiceiro são antigos, e remontam a antes da famigerada Operação Lava-Jato: a Operação Agro-Fantasma, em 2013.

Quando ainda estava à frente da 2.ª Vara Federal de Curitiba – posteriormente 13.ª Vara – e antes de ser designado para a Lava-Jato, Moro autorizou a prisão preventiva de 11 pessoas no estado do Paraná, entre agricultores familiares e funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Eles foram acusados de estelionato, associação criminosa, falsificação de documento público, falsidade ideológica, peculato e prevaricação, no âmbito do Programa Aquisição de Alimentos (PAA).

Brasil | O precipitar da crise


A crise brasileira precipita-se a um ritmo vertiginoso. Dois factos importantes são de assinalar:  O primeiro foi a Greve Geral de 14 de Junho que pôs em cena os trabalhadores como sujeito da História.  O segundo foram a revelações do Intercept acerca da corrupção e das mentiras do homem da CIA que no Brasil actualmente encabeça o Ministério da Justiça e das polícias.

Se o sr. Sérgio Moro tivesse vergonha na cara já se teria demitido após a descoberta da sua trama para, em conluio com procuradores, forjar os processos que conduziram à prisão o ex-presidente Lula.

Neste turbilhão de acontecimentos ocorrem também episódios caricatos, como o da demissão do sr. Joaquim Levy da presidência do banco de fomento do Brasil (BNDES). Se foi absurdo que a social-democracia petista pusesse este banqueiro neoliberal como ministro das Finanças do governo Dilma Rousseff, mais absurdo ainda é o seu afastamento pelo presidente de um governo ultra-neoliberal.

Ao forçar a demissão de Levy, o sr. Jair confirmou a sua imbecilidade.

Portugal | Miguel Tiago lança duras criticas a Marcelo. “Um corrupto legalizado"


O ex-deputado do PCP acusou o Presidente da República de ter passado férias “pagas por Ricardo Salgado”.

O ex-deputado do PCP Miguel Tiago acusou, este sábado, nas redes sociais, Marcelo Rebelo de Sousa de ter passado férias “pagas por Ricardo Salgado” e ter uma campanha eleitoral “de 10 anos paga por um magnata”.

As acusações foram proferidas na página de Facebook do antigo parlamentar, depois de o Presidente da República ter garantido, durante a visita oficial à Costa do Marfim, que Portugal é admirado por investigar casos de corrupção e que “é bom” haver investigação da corrupção no nosso país.

“Um Estado de direito que investiga a corrupção faz o que deve fazer”, disse aos jornalistas o Chefe de Estado.


Declarações estas que não foram do agrado de Miguel Tiago, que acabou por ser ainda mais duro nas palavras que utilizou para descrever Marcelo Rebelo de Sousa.

“Bem sabe do que fala. Um corrupto daqueles legalizados”, escreveu o comunista.

Natacha Nunes Costa | Notícias ao Minuto | Na foto: Miguel Tiago // Bias Manuel

Portugal | Berardo enviou carta a Santos Ferreira a pedir crédito de 350 milhões


O ex-diretor da CGD José Pedro Cabral dos Santos afirma que José Berardo enviou uma carta dirigida a Carlos Santos Ferreira, ex presidente do banco, a solicitar a abertura do crédito de 350 milhões de euros para comprar ações.

De acordo com o ex-diretor de grandes empresas da CGD José Pedro Cabral dos Santos, a Fundação José Berardo enviou uma carta dirigida a Carlos Santos Ferreira, assinada pelo empresário, datada de 10 de novembro de 2006, em que solicitava a "concessão de linha de crédito" de 350 milhões de euros, com "a finalidade do financiamento" a ser a compra de "ações do BCP e de outras ações pertencentes ao PSI 20".

José Pedro Cabral dos Santos revelou o conteúdo da carta na sua segunda audição na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, tendo a missiva sido despachada para Cabral dos Santos através do vice-presidente da CGD Maldonado Gonelha no dia 07 de dezembro de 2006.

Portugal | Pedrógão: dois anos volvidos, como podemos defender a floresta?


O que resta de dois anos de discussão e de medidas tomadas na sequência dos trágicos incêndios de 2017? Quais dos responsáveis se chegaram à frente dizendo «sim, foram as nossas políticas, a nossa acção que deixou o mundo rural à sua sorte»?

AbrilAbril | editorial

O que resta de dois anos de discussão e de medidas tomadas na sequência dos trágicos incêndios de 2017? Quais dos responsáveis se chegaram à frente dizendo «sim, foram as nossas políticas, a nossa acção que deixou o mundo rural à sua sorte, que degradou os meios necessários à prevenção e ao combate aos incêndios, que permitiu que os interesses privados se sobrepusessem ao interesse público»?

As causas, ainda que concorrentes, são por demais evidentes: as opções da política de direita ao serviço dos interesses dos grupos económicos que povoam a região e o sector agroflorestal, as imposições orçamentais da União Europeia, a obsessão pelo défice, o enfraquecimento das funções sociais do Estado e a desvalorização dos trabalhadores da Administração Pública. Eis o que está na origem da vulnerabilidade tanto da nossa floresta como do nosso sector alimentar e energético.

Mas o que dizer às vítimas que continuam por indemnizar, àqueles cujo trabalho no sector agroflorestal é o de contribuir para o potencial produtivo do país que continua por recuperar? Como explicar que volte a crescer sem qualquer limite o eucalipto a partir da sua regeneração natural, identificada que estava a necessidade de reflorestar com espécies folhosas autóctones?

Portugal | Ministério Público investiga morte de Ruben de Carvalho


O histórico comunista morreu na terça-feira, dia 11 de junho, aos 74 anos.

Ministério Público abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte do histórico comunista, Ruben de Carvalho. A informação foi confirmada à TSF pela Procuradoria-Geral da República.

"Confirma-se a existência de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Lisboa. Não tem arguidos constituídos", pode ler-se na resposta da PGR.

De acordo com o Observador, o inquérito pretende averiguar se houve negligência durante o internamento do histórico dirigente comunista Ruben de Carvalho no Hospital de Santa Maria.

O mesmo jornal conta que Ruben de Carvalho terá dado entrada no hospital de Santa Maria, em Lisboa, com queixas na vesícula e que terá sofrido uma queda enquanto estava internado e batido com a cabeça, três semanas antes de morrer.

Contactado pela TSF, o Hospital de Santa Maria remete esclarecimentos para mais tarde.

O funeral de Ruben de Carvalho aconteceu este domingo, cinco dias depois, uma vez que as circunstâncias da morte exigiram a realização de uma autópsia.

Mar do Sul da China: um mar de conflitos?


Carla Melo* | Plataforma | opinião

A China, comummente designada por Império do Meio, leva o "termo à letra". Desde o início da civilização chinesa que as máximas de centralidade e isolamento caracterizavam o modo como o país se ia estabelecendo no mundo: inicialmente escondido e recatado, o único ciente da sua grandeza; agora, ciente da necessidade de afirmação através da participação na cena política internacional, com um multilateralismo "lucrativo", por alguns visto como duvidoso.

De acordo com essa mesma pretensão, grande parte da ação política da China para com o seu mar tem sido de caráter absoluto, pois basta olhar para a configuração geográfica do país para perceber a necessidade, senão a obrigatoriedade, de controlar este mar tão importante não só em termos de recursos como também em termos económicos: a "nine-dash line", que corta as Zonas Económicas Exclusivas da Malásia e de Brunei é correta, legal, soberana e representada nos mapas marítimos da China; as ilhas Spratly e Paracel, disputadas entre a China, Taiwan, Vietname e Filipinas, são chinesas e a justificação histórica é o suficiente para que assim seja. Com isto, entendemos que o Mar do Sul da China é um "mar de conflito", em iminência de militarização, um foco de dinâmicas geopolíticas intensas, onde ainda não se chegou a Clausewitz e à sua teoria da guerra total, mas onde Sun Tsu - centrado na capacidade de dissuasão para estabelecer controlo sobre o outro - parece já não oferecer a explicação necessária e suficiente. Este "mar de conflitos" é também uma demonstração perfeita da geopolítica de recursos, onde os Estados Unidos da América vão-se envolvendo crescentemente.

E as Nações Unidas? E a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático)? A ONU, ou melhor, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar cria limites, condena, avisa sobre esta militarização e sobre as consequências que a mesma poderá trazer, mas nada mais. No fundo, e como sempre tem sido, a sua capacidade de atuação é bastante limitada e sempre assombrada pelos grandes monstros chamados "soberania" e "não interferência nos assuntos internos".

China | Macau: A “grande farsa” da eleição do Colégio Eleitoral do CE


Uma “farsa”, uma “piada”, “um espectáculo orquestrado” executado por “marionetas”, é assim que a eleição de ontem de 344 dos 400 membros do Colégio Eleitoral que vai eleger o Chefe do Executivo foi descrita, tanto pelo deputado e vice-presidente da Associação Novo Macau, Sulu Sou, como por António Katchi, professor do IPM.

Ontem, na Areia Preta, à porta da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, que serviu de assembleia de voto para os eleitores dos sub-sectores cultural e do trabalho, membros da Associação Novo Macau repetiram ao longo do dia palavras de ordem como: “Sou cidadão de Macau, quero o sufrágio universal, quero escolher o meu Governo, quero votar para o Chefe do Executivo”. Os eleitores, ora chegavam em camionetas, ou em grupos mais pequenos, alguns aceitavam o folheto que lhes era distribuído. Outros contornavam o grupo de activistas, fugindo como o diabo da cruz.

Sobre o apelo ao voto lançado na noite anterior pela presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), a juíza Song Man Lei, o mais jovem deputado à Assembleia Legislativa riu-se, e disse: “só pode ser uma piada”. “Ontem, a presidente Song apelou aos eleitores para votarem activamente, isso é outra piada, quando a maioria dos eleitores não tem o direito de vir aqui participar na eleição. Também nós, da Associação Novo Macau, gostávamos de responder ao apelo da presidente da comissão, mas não temos direito a voto, tal como os cidadãos comuns, até a polícia, os jornalistas, não têm direito a voto. Essa é a razão principal porque estamos aqui”, afirmou ao PONTO FINAL Sulu Sou. Num comunicado, a Novo Macau descrevia o processo como “um espectáculo orquestrado” executado por “marionetas”.

China | Surto de dengue nas regiões vizinhas deixa Macau em risco “elevado”


No Camboja foram 1300 em menos de uma semana, em Taiwan 163, e em Zhuhai 15 este ano. O número de casos de dengue em vários países do Sudeste da Ásia, como Malásia, Vietname e Singapura, duplicaram comparativamente com o período homólogo do ano passado. Por isso, a RAEM está muito atenta e a recear que haja um surto também no território. Para já, os Serviços de Saúde estão a divulgar todos os cuidados a ter. 

As últimas semanas estão a levar Macau a acender a luz vermelha de perigo. A situação epidémica da febre de dengue nas regiões vizinhas da RAEM, nomeadamente em Zhuhai, Taiwan e países do Sudeste e do Sul da Ásia “tem atingido níveis graves”, segundo os Serviços de Saúde. E apesar de em Macau, desde o início deste ano, só se terem registado três casos, importados de outros países, as autoridades estão preocupadas, e apostadas em evitar que a situação se descontrole.

Para tal vão fazer tudo para dar mais informação à população e dotar de mais meios os serviços hospitalares. “Vamos reforçar o trabalho de promoção e divulgação, através das companhias de telecomunicações, para que as pessoas que viajam recebam as mensagens e para os residentes actuarem com cautela, e se tiverem sintomas similares ao dengue, recorrem aos serviços de saúde. Vamos reforçar os elementos de primeira linha”, afirmou ontem à tarde o coordenador do Centro de Controle de Doenças, Lam Chong.O mesmo responsável aconselha todos os residentes do território a “removerem a água estagnada nos locais de trabalho e nas áreas periféricas de residência, de modo a fortalecer a prevenção”. E garante que está a ser feito tudo para “evitar um possível surto”.

Pequim apoia líder de Hong Kong e imprensa oficial atribui protestos a "forças estrangeiras"


Pequim, 17 jun 2019 (Lusa) - Pequim manifestou hoje apoio à chefe do Executivo de Hong Kong, após protestos maciços contra as alterações à lei da extradição, descritos pela imprensa oficial chinesa como "violentos" e originados por "forças estrangeiras".

Em editorial, o jornal oficial em língua inglesa China Daily afirmou que o apoio do Governo central a Carrie Lam "não vai tremer", apesar dos crescentes protestos, que exigiram a demissão da responsável, que no sábado anunciou a suspensão e adiamento do debate das emendas à lei da extradição.

Propostas em fevereiro, as alterações permitiriam que a chefe do Executivo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

O delegado de Hong Kong na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo chinês, Tam Yiu-chung afirmou que o regime chinês "apoia, respeita e entende" a decisão de Lam.

China | Últimos manifestantes dispersam e trânsito volta à normalidade em Hong Kong


Hong Kong, China, 17 jun 2019 (Lusa) - As principais ruas de acesso ao parlamento e ao quartel-general do Governo de Hong Kong foram hoje reabertas e o trânsito voltou a circular normalmente na zona, depois de os últimos manifestantes terem dispersado voluntariamente.

De acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), a Hardcourt Road, uma das principais artérias que atravessam a ilha de Hong Kong, reabriu ao trânsito por volta das 11:00 (04:00 em Lisboa).

Pouco depois do amanhecer, a polícia apelou para os manifestantes desocuparem as estradas, bloqueadas desde a manifestação maciça de domingo contra a proposta de lei da extradição.

Apesar de alguma resistência inicial, os ativistas acabaram por sair voluntariamente, depois de a polícia ter sublinhado tratar-se de um apelo e não de uma ordem, escreveu o SCMP.

Cerca de dois milhões de pessoas, quase um terço da população da região administrativa especial chinesa, saiu às ruas da cidade no domingo, de acordo com os organizadores. A polícia estimou a adesão em 338 mil.

China | Libertado ativista pró-democracia e líder dos protestos de 2014 em Hong Kong


Hong Kong, China, 17 jun 2019 (Lusa) - Um dos rostos do movimento pró-democracia do outono de 2014 em Hong Kong Joshua Wong foi hoje libertado, um mês mais cedo do que o previsto, um dia depois do terceiro protesto maciço contra o Governo do território.

O ativista, de 22 anos, que se tornou o principal rosto do movimento 'Occupy Central', há cinco anos, deixou o Instituto Lai Chi Kok, onde era esperado por muitos apoiantes e uma multidão de repórteres, indicou a agência de notícias France-Presse (AFP).

À saída da prisão, o líder estudantil exigiu a demissão da chefe do Executivo, Carrie Lam, na sequência das manifestações maciças contra a proposta de lei da extradição, que permitiria o envio de suspeitos para julgamento na China continental.

"Ela já não tem qualificações para ser a líder de Hong Kong", declarou Joshua Wong, condenado por desobediência civil pelo papel na chamada "revolução dos guarda-chuvas", em 2014.

Dívidas ocultas: "Imagem negativa de Moçambique vai passar"


A imagem negativa de Moçambique, após o escândalo das dívidas ocultas, vai passar. É o que diz o representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no país, que alertou que é preciso manter reformas.

"A imagem negativa vai passar, mas depende do país continuar no caminho que foi começado há dois anos, o progresso é significativo e é claro que há uma vontade do país em reintegrar-se no sistema financeiro internacional, e estão a fazer a abordagem certa", disse este domingo (16.06) Pietro Toigo, representante do BAD em Moçambique.

Em entrevista à agência de notícias Lusa em Malabo, à margem dos Encontros Anuais do BAD, que decorreram até sexta-feira, o italiano escolhido pelo banco para Moçambique acrescentou que "a confiança é uma moeda preciosa e talvez o país precise de um pouco mais de tempo para voltar desse episódio, mas o trabalho nos últimos dois anos já está a ter resultados".

Moçambique | RENAMO garante que "nada vai impedir desarmamento até agosto"


O secretário-geral da RENAMO garantiu que nada vai impedir o desarmamento e a reintegração do braço armado do partido até agosto, em Moçambique. E que as ameaças ao líder Ossufo Momade foram feitas por "desertores".

O secretário-geral da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), André Madjibiri, garantiu na tarde deste sábado (15.06), na Beira, que "não há nenhum impedimento quanto ao desarmamento e reintegração dos homens armados do partido".

Segundo Madjibiri, que falava durante um comício na capital provincial de Sofala, a RENAMO segue "animada com o ritmo" das negociações com o Governo para efetivar o acordo de paz.

Portugal | Contra a corrente, convicta e resolutamente


Miguel Graça Moura* | Diário De Notícias | opinião

No espaço de apenas dois dias (17 e 18 do mês de maio), três textos em três jornais diferentes defendem a baixa da idade para votar dos actuais 18 para os 16 anos, felizmente já rotundamente chumbada na Assembleia da República (a saber: Votar aos 16: a democracia representativa faz-se com representação, de Susana Peralta, in Público do dia 17 [pág. 6]; Aos 16, de João Taborda da Gama, in jornal Diário de Notícias (online) do dia 18; e A idade para votar devia baixar para os 16 anos? Sim, de André Silva, este em contraponto com o Não de José Matos Correia ao lado, in semanário Expresso do dia 18 [1º caderno, pág. 4]).

Boquiaberto perante colocar-se sequer tal hipótese, num contexto em que a democracia está cada vez mais ameaçada e atacada por todo o lado, deixo aqui algumas reflexões que vão exactamente em sentido contrário.

1. Subjacente à democracia está a sua essência: a liberdade. Ora, a liberdade pressupõe conhecimento, informação e capacidade de análise e reflexão ([1]).

2. Daqui resulta que a democracia pressupõe educação e cultura, porque não há escolhas conscientes sem uma nem outra.

3. Ora, o que nos mostra a realidade actual?

Joe Berardo | Bacalhôa compra edifício de 30 mil metros quadrados em Azeitão


Imóvel pode servir para novo espaço Bacalhôa Berardo Collection ou até para albergar a Coleção Berardo, caso o acordo com Estado termine em 2022.

Joe Berardo tem estado debaixo de fogo desde a sua recente passagem pelo Parlamento – onde garantiu que não tem dívidas pessoais, apesar de as suas empresas deverem 962 milhões de euros aos bancos – mas o empresário e a sua família continuam ativos no setor dos vinhos e no mundo da arte. Ao que o Jornal Económico (JE) apurou, a Quinta da Bacalhôa comprou um edifício histórico com 30 mil metros quadrados em Azeitão, avaliado em vários milhões de euros, que poderá dar origem a um mega-espaço cultural denominado Bacalhôa Berardo Collection (BBC), entre outras possibilidades.

O imóvel em questão foi comprado no ano passado pela holding da família Berardo para os vinhos e o enoturismo, por um valor que não foi possível confirmar. No entanto, a preços de mercado estará avaliado em vários milhões de euros, pois trata-se de um espaço com uma área que equivale à de três campos de futebol e que antes pertencia à Transportadora Setubalense – Belos, do Grupo Barraqueiro (de Humberto Pedrosa, acionista da TAP).

Portugal | Centenas no "até sempre" a Ruben de Carvalho, ao som da "Carvalhesa"


Centenas de pessoas despediram-se hoje, em Lisboa, do dirigente comunista Ruben de Carvalho, com um "até sempre", ao som de uma guitarra, da "Carvalhesa" e do "Avante Camarada" e com a promessa do líder do partido de "prosseguir a luta".

"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, entre dirigentes, militantes e amigos do antigo dirigente comunista que morreu na terça-feira, aos 74 anos.

Na evocação de Ruben de Carvalho, Jerónimo de Sousa começou por evocar a carreira política do dirigente comunista, membro do PCP desde 1970, das prisões pela PIDE ao trabalho autárquico em Setúbal e Lisboa e à organização da Festa do Avante! e terminou com um discurso político.

"A melhor forma de honrar a sua memória é prosseguir a luta pelas causas a que dedicou a vida, pela liberdade, democracia, socialismo e comunismo, prosseguir a luta que hoje travamos pela rutura com a política de direita, por uma política alternativa, patriótica e de esquerda com soluções para o país", afirmou, ao lado da mulher de Ruben de Carvalho e de membros da direção do partido.

Jerónimo de Sousa afirmou que a "luta" do PCP "foi decisiva para garantir a defesa, reposição e conquista de direitos dos últimos três anos e meio", com o apoio parlamentar dado pelos comunistas ao Governo minoritário do PS, "e é agora de novo decisiva para fazer Portugal avançar e não andar para trás".

A pensar nas próximas legislativas, em outubro próximo, o secretário-geral comunista alertou que "a luta" também "implica o alargamento, a unidade e convergência dos democratas e patriotas".

A cerimónia do funeral do antigo vereador da Câmara de Lisboa e organizador da Festa do Avante!, que se prolongou por pouco mais de 30 minutos, incluiu, primeiro, um momento musical, de guitarra portuguesa, a evocar a sua faceta de melómano e musicólogo, em frente ao caixão tapado com a bandeira vermelha dos comunistas.

E terminou com as centenas de pessoas a entoar o hino do partido, "Avante Camarada", antes de se ouvir a gravação da música que acompanha, há anos, as campanhas eleitorais do PCP e a festa do Avante!, a "Carvalhesa", executada por uma orquestra.

O funeral realizou-se hoje no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e coube ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, fazer a evocação do ex-deputado e organizador da Festa do Avante!, desde a sua primeira edição, em 1976.

Ruben de Carvalho era responsável na Câmara Municipal de Lisboa pelo Roteiro do Antifascismo, membro do Comité Central do PCP e fazia parte da organização da Festa do Avante! desde o seu início, em 1976.

Jornalista de profissão, Ruben de Carvalho foi também chefe de redação do semanário Avante!, órgão central do PCP, entre abril de 1974 e 1995, chefe de redação da revista Vida Mundial e redator coordenador do jornal O Século.

Foi membro das "comissões juvenis de apoio" à candidatura do general Humberto Delgado, chefe de gabinete do ministro Sem Pasta, Francisco Pereira de Moura, no I Governo Provisório após o 25 de Abril de 1974, deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa.

Tinha 74 anos e era o único membro no atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.

Expresso | Lusa | Foto: António Pedro Santos

Angola | Crise leva estudantes a desistirem do ensino superior


A crise económica e falta de políticas sociais em Angola fazem com que mais jovens desistam das instituições privadas, dizem estudantes. Entretanto, universidades públicas também devem cobrar propinas nos cursos diurnos.

Cada vez mais estudantes desistem do sonho de uma formação universitária em Angola. O preço das propinas das instituições do ensino superior privadas e a ausência de políticas públicas no apoio aos estudantes são apontados pelos jovens e encarregados de educação como fatores que colaboram para o aumento do número de desistências.

Para Tomás Jonas, estudante do 5º ano do curso de Direito, no Instituto Superior Politécnico do Huambo, e coordenador da área jurídica da associação dos estudantes daquela instituição, não há dúvidas: os cerca de 39 mil kwanzas, o equivalente a 102 euros, exigidos como pagamento mensal de propina não estão ao alcance de todos os estudantes angolanos.

"Podemos afirmar que há desistências tendo em conta as condições económicas e financeiras que o país vive e isso afeta diretamente os estudantes", afirma Tomás, que diz que "as pessoas vão abandonando os estudos por dificuldades financeiras".

Angola protege fugitivo português há cinco anos


Processo em Espanha em que Guilherme Taveira Pinto é peça-chave vai a julgamento por causa de esquema de subornos na venda de armas à polícia angolana. Despacho de pronúncia mostra como gestor português era o senhor 4,75%

Espanha continua sem conseguir levar à justiça um cidadão português implicado num dos casos mais graves de corrupção no país vizinho. Completam -se em julho cinco anos em que foi emitido um mandado de captura internacional contra Guilherme de Oliveira Taveira Pinto, um empresário que chegou a aparecer na primeira página do diário espanhol “El Mundo” depois de ter sido fotografado a circular nas ruas de Luanda.

Micael Pereira | Expresso

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O avanço da direita e a causa oculta -- Boaventura


Para impor “verdades” repetidamente desmentidas, as elites globais suprimiram o debate público e instalaram, em seu lugar, um mercado frenético e vazio de opiniões. Daí às “fake news” foi um passo

Boaventura de Sousa Santos | Outras Palavras

A verdade de um sistema errado é o erro. Para ser politicamente eficaz, este erro tem de ser incessantemente repetido, amplamente difundido e aceito pela população como a única verdade possível e credível. Não se trata de uma qualquer repetição. É necessário que cada vez que o erro é posto em prática, o seja como um ato inaugural – a verdade finalmente encontrada para resolver os problemas da sociedade. Não se trata de uma qualquer difusão. É necessário que o que se difunde seja percebido como algo com que naturalmente temos de estar de acordo. Não se trata, enfim, de uma qualquer aceitação. É necessário que o que se aceita seja aceito para o bem de todos e que, se envolver algum sacrifício, ele seja o preço a pagar por um bem maior no futuro.

O avanço das forças políticas de direita e extrema-direita um pouco por todo o mundo assenta nesses pressupostos. É difícil imaginar a sobrevivência da democracia numa sociedade em que tais pressupostos se concretizem plenamente, mas os sinais de que tal concretização pode estar mais próxima do que se pensa são muitos e merecem uma reflexão antes que seja demasiado tarde. Abordarei os seguintes sinais: a reiteração do erro e a crise permanente; a orgia da opinião e a fabricação massiva de ignorância; da sociedade internética à sociedade métrica.

Brasil não substitui médicos cubanos e prejudica mais de 28 milhões de pessoas


'3.847 vagas para médicos no setor público em quase 3 mil municípios continuam não preenchidas', diz diz New York Times

Mais de 28 milhões de pessoas em todo o Brasil tiveram o acesso à saúde "abruptamente interrompidos" após a saída dos médicos cubanos que faziam parte do programa Mais Médicos, afirmou o jornal norte-americano New York Times.

Em reportagem publicada nesta terça-feira (11/06), o periódico afirma que o governo do presidente Jair Bolsonaro falhou em substituir os profissionais de Cuba que deixaram o país duas semanas após a vitória do ultradireitista nas eleições de outubro de 2018.

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