domingo, 6 de outubro de 2019

Reflexões em dia de eleições em Portugal e a pensar em Angola


António Jorge* | opinião

Pela boca morre o peixe!

Se a nossa língua é a pátria... mais que a própria geografia do país onde nascemos ou vivemos...

- Se assim é... como é que a África e os países e povos africanos que tem uma língua oficial estrangeira... geralmente acessível apenas às elites e assimilados... e que foi imposta pelo colonialismo... responsável por séculos de escravatura.. como idioma exclusivo ou oficial... se podem libertar algum dia?

- E se a este facto juntarmos a discriminação e desvalorização que é feita às línguas africanas... onde milhões de crianças, (a maioria) por não falarem a língua adoptada como oficial, estão afastadas do sistema de ensino... e crescerem sem puderem ter acesso aos conhecimentos elementares... e que vivem na pobreza e nunca terão uma profissão condigna... transformados apenas... em biscateiros, varredores, lavadores de carros, carregadores, aguadeiros, catadores de lixo, vendedores de rua... prostitutas, traficantes ou como bandidos para sobreviverem e encherem as cadeias.

Como podem os Não alfabetizados no idioma oficial compreender e participar da vida colectiva de um país... como Angola que eu conheço.

- Ser um ser normal, numa escola, ter uma profissão, ter esperança e ter futuro?

Houve devido às várias guerras no passado em Angola, e por razões de sobrevivência também, um êxodo... milhões de pessoas que fugiram das suas terras para as cidades... principalmente para Luanda... hoje com mais de oito milhões de habitantes... e que pela aculturação e urbanização... muitos hoje comunicam em português... claro que deficientemente, por conhecerem apenas alguns dos vocábulos da língua de Camões... e de Fernando Pessoa... que afirmou certa vez... "a minha pátria é a língua portuguesa"... e sabemos que é assim, nomeadamente quando nos encontramos na diáspora.

Esta dependência da língua portuguesa continuará a fazer com que... a libertação seja uma miragem... já que a aculturação continua a ser feita neste idioma... e agora de forma massiva e geral na sociedade angolana... e reforçada ainda pelos meios de comunicação em massa... nacionais e estrangeiros.

- Angola deveria ser constitucionalmente... no mínimo um país bilingue... e ter um sistema de ensino universal para todos, (como se comprometeu nas Nações Unidas) com a criação de escolas primárias e professores em línguas nacionais para as crianças nascidas e criadas nas línguas maternas, como transição para a língua oficial, de acordo com as principais línguas de Angola sem prejuízo e do aproveitamento das capacidades cognitivas das crianças, da sua cultura antropológica e como processo de extrapolação de um sentimento nacional abrangente e único.

*António Jorge - editor e livreiro em Angola

REVITALIZAR O TECIDO PATRIÓTICO ANGOLANO



Por ocasião do assinalar do 2º ano do corrente mandato do Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço. (http://jornaldeangola.sapo.ao/politica/pr-considera-legitima-reivindicacao-de-cidadaos)

Pequena nota prévia:
Todos os que lerem este conteúdo devem preocupar-se em abrir os links que sugiro para uma melhor percepção das questões que levanto!

O Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, ensaiou o balanço de dois anos de mandato com um espírito de abertura que não só deve cativar todos os angolanos, mas também e sobretudo mobilizá-los e incentivá-los nas suas capacidades de reconhecimento identitário próprio (individual e colectivamente), de reconhecimento da história de Angola e de África, de reconhecimento sobre o imenso que há que realizar nos termos de resgate e luta contra um subdesenvolvimento que advém de múltiplas razões, entre elas as de raiz histórica, as de raiz antropológica e as de raiz sociológica.

Angola deve-se redescobrir a si própria na rica trilha do movimento de libertação em África, numa carga mental construtiva capaz de revitalizar o seu próprio tecido humano em prol da identidade patriótica que é possível cultivar em pleno século XXI.

Angola | Pressões na origem da demissão de Rui Ferreira do Tribunal Supremo?


O Presidente João Lourenço aceitou o pedido de demissão de Rui Ferreira, juíz-presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da Magistratura Judicial. Continua a discussão sobre os motivos da demissão. 

As pressões para a destituição de Rui Ferreira vinham de quase todos os lados. Em março de 2019, o maior partido da oposição, a UNITA, pediu a nulidade da nomeação de Rui Ferreira para o cargo de juiz-presidente do Tribunal Supremo.

Na altura, a UNITA tinha alegado inconstitucionalidade na sua indicação. Também este ano, um grupo de empresários e de ativistas cívicos fizeram uma petição a exigir a sua destituição do Supremo.

Em causa está o seu alegado envolvimento em atos de corrupção no caso Arosfram - um grupo empresarial de importação de bens alimentos extinta na sequência de um mandado de captura e condenação de um dos seus responsáveis pelos os Estados Unidos da América. A empresa foi acusada de financiamento ao terrorismo.

Legalização da comunidade angolana na Namíbia é autorizada


A embaixadora de Angola na Namíbia anunciou que obtenção do cartão consular por angolanos residentes no país terá início imediato. Bilhetes de identidade serão emitidos para reduzir problemas de angolanos indocumentados.

A embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, anunciou este sábado (05.10) que os primeiros serviços relativos à legalização dos cidadãos angolanos naquele país vão iniciar imediatamente com a inscrição para a obtenção do cartão consular. A diplomata fez o anúncio numa reunião com cerca de 200 angolanos residentes naquele país

Segundo uma nota da embaixada, a falta de documentação apropriada e o elevado número de jovens que atravessam ilegalmente a fronteira da Santa Clara, na província do Cunene, à procura de melhores condições de vida foram o foco das preocupações transmitidas pela comunidade. 

A diplomata, que esteve acompanhada por uma brigada do setor consular e outros funcionários da missão diplomática, disse que os primeiros serviços de legalização iriam iniciar-se logo após o encontro.

Angola | Repatriamento voluntário de congoleses para a próxima semana


O Governo angolano, a partir da próxima semana, inicia um novo processo de repatriamento voluntário dos restantes 10 mil refugiados da República Democrática do Congo, no centro de acolhimento do Lóvua.

"Dos mais de 36 mil refugiados que entraram, em março de 2017, até ao mês passado contabilizavam-se no banco de dados cerca de 24 mil. Desse número mais de 14 mil já regressaram de forma espontânea, com todo o apoio do Governo angolano e a partir da próxima semana iniciaremos mais um processo de repatriamento voluntário", disse esta quinta-feira (03.10) Alfredo Leite, consultor do gabinete do secretário de Estado angolano para a Ação Social.

O processo de repatriamento voluntário organizado dos refugiados da RDC, que se encontram desde 2017 no centro de acolhimento do Lóvua, na província angolana da Lunda Norte, decorre de um acordo tripartido assinado entre os governos de Angola e da RDCongo, juntamente com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR).

Presidente do Parlamento iraquiano compara corrupção ao terrorismo e apoia protestos


O presidente do Parlamento do Iraque, Mohammed al Halbusi, enfatizou a necessidade de combater a corrupção da mesma forma que o terrorismo.

O político anunciou a necessidade de "acabar com os confrontos entre manifestantes e serviços de segurança", prometendo que se juntaria aos protestos "se o Estado não puder atender às demandas dos manifestantes".

"A corrupção deve ser combatida tão seriamente quanto o terrorismo", disse Al Halbusi em seu discurso transmitido nos canais de televisão árabes.

Ele também anunciou que chefiará um novo comité de reforma criado para ajudar as autoridades a atender às demandas do povo iraquiano.

A maior coligação do parlamento iraquiano Al Mihwar Al Watani anunciou em 4 de outubro a suspensão de sua participação na legislatura em apoio aos manifestantes no país.

Turquia envia tropas adicionais para fronteira com Síria


O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse em ocasiões anteriores que Ancara estava pronta para iniciar uma operação militar no norte da Síria para recuperar áreas das forças curdas apoiadas pelos EUA.

A Turquia enviou tropas adicionais e veículos blindados para a fronteira com a Síria no condado de Akcakale depois que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou a operação contra a coalizão armada curda das Forças Democráticas da Síria, apoiada pelos Estados Unidos.

A operação militar no norte da Síria será realizada usando unidades terrestres e aéreas da Turquia. O objetivo da intervenção militar é criar uma zona-tampão para acomodar refugiados sírios na Turquia e expulsar as forças da coalizão curda.

O representante das Forças Democráticas da Síria, Mustafa Bali, disse que as formações curdas iniciariam operações militares contra as tropas turcas em caso de invasão das regiões nordestinas da Síria.

Sputnik | Foto: © AP Photo / Lefteris Pitarakis

Ofensiva devastadora dos Houthis: Três brigadas sauditas aniquiladas


– Uma verdadeira viragem na situação do Médio Oriente

– Esta notícia foi omitida pela maior parte dos media corporativos

Federico Pieraccini [*]

Até agora, muitos poderiam ter sido levados a acreditar que os Houthis eram uma força armada esfarrapada e sem sofisticação. Outros, vendo os ataques de drones e mísseis às instalações petrolíferas sauditas, podem ter achado que seria um ataque de "falsa-bandeira" realizado por Riad para aumentar o valor de mercado da Aramco; ou então numa operação realizada pelo Irão ou mesmo Israel. Porém, em 28 de setembro, os Houthis puseram fim a estas especulações confirmando o que muitos, como eu, escrevemos há meses; isto é, que as táticas assimétricas dos Houthis, combinadas com as capacidades convencionais do exército iemenita, são capazes de por de joelhos o reino saudita de Mohammed Bin Salman.

As forças de mísseis do exército iemenita mostraram ser capazes de realizar ataques altamente complexos, sem dúvida em resultado de informações fornecidas pela população xiita na Arábia Saudita, que é contra a ditadura da Casa de Saud. Esses simpatizantes Houthis ajudaram na identificação dos alvos, realizaram o reconhecimento dentro das instalações atacadas, descobriram os pontos mais vulneráveis e transmitiram essas informações ao exército Houthi e iemenita. As forças iemenitas empregaram meios produzidos localmente para degradar severamente as unidades de extração e processamento de petróleo bruto da Arábia Saudita, ataques que reduziram a quase metade a produção de petróleo e ameaçaram continuar com outros alvos se o genocídio levado a cabo pela Arábia Saudita no Iémen não cessasse.

Portugal / Eleições | O poder que nos é confiado


Domingos de Andrade | Jornal de Notícias | opinião

Se não o fizer por mais ninguém, se não o fizer por si porque não acredita, porque se convenceu de que já não vale a pena, porque lhe parece tudo igual, faça-o porque houve quem lutou e haverá quem lute.

Porque vale a pena levar os pais pela mão, os netos e os filhos, e passar o testemunho geracional do tempo em que não se podia fazer para que nunca mais se perca a oportunidade de o fazer. Votar. Porque este é, como escreve Valter Hugo Mãe neste jornal, o momento em que somos todos únicos e em que valemos tanto quanto cada um, nem mais nem menos.

E deixe que estes sejam dias futuros de boas memórias. Para lá das escolhas partidárias. Como aqueles da campanha quente para as presidenciais de 1986, que representaram para uma geração inteira o primeiro sobressalto cívico e a perceção do que estava em jogo num ato eleitoral. Entoava-se "Soares é fixe" e "Prá frente Portugal".

Freitas do Amaral, protagonista dessa disputa e um dos responsáveis pela integração da Direita na democracia, deixou-nos em vésperas de ida às urnas. O seu percurso empenhado e livre, tão livre que ficou por muitos momentos numa inesperada solidão, deve levar-nos a refletir sobre a forma como vivemos os nossos direitos e deveres.

O adormecimento social, em parte explicado pela sucessão de casos e de polémicas que retira dignidade à ação política, faz chegar o distanciamento por parte dos eleitores a um ponto inaceitável. Como o caso narrado por um adolescente, filho de um casal amigo, que chegou a casa surpreendido porque uma professora tinha afirmado que este domingo se realizariam eleições autárquicas.

Faz falta uma dignificação da vida pública e uma renovação dos partidos que afaste os vícios da corrupção, da promiscuidade e do aproveitamento dos cargos. Faz falta o surgimento de novas lideranças, mais livres e inspiradoras. Mas nada disso se alcança sem uma participação exigente dos cidadãos, porque a democracia faz-se da confluência entre os dois papéis. Hoje é o dia de dizermos presente, mostrando que estamos atentos. E que não abdicamos do dever e do poder que nos é confiado.

*Diretor

Portugal | Tudo sobre as legislativas em direto na TSF


Na TSF pode ficar a saber tudo sobre as Legislativas que decorrem hoje. Aqui, em direto a emissão audio. Também pode ler as últimas se preferir passar uma vista de olhos para ler e se atualizar. 

Leia. Aqui tem tudo sobre as Legislativas. Saiba quem já votou dos líderes partidários ou outras figuras partidárias mais relevantes e o que dizem sobre este dia eleitoral em que Portugal vai às urnas. Quem já foi votar. Quantos eleitores faltam votar. Onde existem protestos. Afinal, tudo sobre as eleições.

Siga os links assinalados e saiba tudo na TSF.

Redação PG

Portugal / Eleições | Novos deputados deverão tomar posse no final de outubro


Os 230 deputados que vão ser eleitos nas legislativas de hoje vão tomar posse na primeira sessão plenária da XIV legislatura, que, se se repetirem os prazos de há quatro anos, poderá realizar-se na penúltima semana de outubro.

No entanto, a data da primeira sessão parlamentar está dependente de vários prazos legais.

De acordo com o artigo 111.º-A da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, o apuramento geral dos resultados da eleição em cada círculo eleitoral terá de estar concluído "até ao 10.o dia posterior à eleição".

Ou seja, até dia 16 de outubro, o apuramento geral dos resultados de todos os círculos eleitorais deverá estar terminado, sendo que tradicionalmente os círculos da emigração são os que demoram mais tempo a ser concluídos.

Portugal | Mais de 10,8 milhões de eleitores escolhem hoje os deputados da AR


Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.

Segundo a Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições de hoje 10.810.662 eleitores, mais cerca de 1,1 milhões do que nas anteriores legislativas, em 2015, devido ao recenseamento automático no estrangeiro.

As mesas de voto estarão abertas entre as 08h00 e as 19h00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Esta é a 16.ª vez que os portugueses serão chamados a votar em legislativas, concorrendo a estas eleições um número recorde de forças políticas -- 20 partidos e uma coligação -- embora apenas 15 se apresentem a todos os círculos eleitorais.

Nestas eleições, há quatro partidos novos - Aliança, Reagir Incluir Reciclar (RIR), Chega, Iniciativa Liberal, sendo a única coligação a CDU, que junta PCP e PEV e independentes.

Outros dos partidos políticos concorrentes são: PSD, PS, BE, CDS-PP, PAN, PNR, PDR, PCTP-MRPP, PPM, PTP, Livre,MPT, PURP, Nós, Cidadãos!, MAS e JPP.

A 16 de outubro serão contados os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa, que elegem quatro deputados. Após o apuramento destes dois círculos, fica fechado o apuramento geral dos resultados das legislativas.

Em relação a 2015, o número de mandatos de deputado a atribuir nos círculos eleitorais da Guarda e de Viseu diminuiu de quatro para três e de nove para oito, respetivamente, enquanto Lisboa e Porto ganharam um lugar cada.

No total, são eleitos 230 deputados numas eleições que, ao longo dos anos, têm vindo a registar um aumento da taxa de abstenção.

Em 2015, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 44,4%, comparando com os 8,3% nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4% das primeiras legislativas, em 1976.

Notícias ao Minuto | Lusa

“Paz e democracia” levada pelos EUA e Aliados ao Iraque é morte e falsa libertação


Protestos contra o governo no Iraque somam dezenas de mortos

Onda de manifestações populares denuncia corrupção estatal, alta taxa de desemprego e serviços públicos precários no país. Em quatro dias, confrontos violentos deixam quase 4 mil feridos, e centenas são detidos.

Apesar da intensa repressão, manifestantes voltaram às ruas de várias cidades do Iraque neste sábado (05/10), enquanto autoridades do país tentam chegar a um consenso sobre como reagir às violentas manifestações antigoverno, que já deixaram quase cem mortos.

A onda de protestos em Bagdá e no sul do Iraque teve início na última terça-feira, inicialmente contra o desemprego crônico e os serviços públicos precários no país, mas acabou se transformando num movimento mais amplo, exigindo o fim da corrupção e uma mudança de governo.

Segundo a comissão de direitos humanos do Parlamento iraquiano, quase 4 mil pessoas ficaram feridas em confrontos com forças de segurança desde a terça-feira. Mais de 500 pessoas foram detidas. A cifra de mortos, de acordo com a comissão, é de 94 pessoas, sendo 55 em Bagdá. Na capital do país, 250 pessoas foram tratadas por ferimentos de bala.

A agência de notícias Reuters, por sua vez, fala em ao menos 81 mortos desde a terça-feira, sendo cinco nos protestos deste sábado. O veículo usa informações de fontes policiais e médicas e diz que não pôde verificar os números divulgados pela comissão do Parlamento.

Ao longo do dia, dezenas de pessoas se reuniram em torno do prédio do Ministério do Petróleo, no centro de Bagdá, enfrentando disparos efetuados por oficiais contra elas, segundo relataram correspondentes da agência de notícias AFP.

Os novos confrontos seguiram um dia de relativa calma, após autoridades terem levantado um toque de recolher na manhã deste sábado, com o tráfego voltando a correr normalmente no centro da capital iraquiana. Uma praça onde se reuniram manifestantes anteriormente amanheceu lotada com centenas de policiais e outros oficiais de segurança.

Tiros também foram disparados contra manifestantes na cidade de Nassiriya, onde ao menos 18 pessoas foram mortas durante a semana, segundo a Reuters.

Os distúrbios são os mais mortais no Iraque desde a declarada derrota do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI), em 2017, e têm abalado o governo do primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi, há apenas um ano no poder. Enquanto isso, o governo tem respondido com promessas vagas de reformas que dificilmente apaziguarão os iraquianos.

Em discurso na sexta-feira, visando restaurar a calma após dias de agitação civil, Abdul-Mahdi descreveu como "legítimas" as reivindicações dos manifestantes e prometeu que seu governo não faria "promessas vazias".

"Suas demandas por reformas e a luta contra a corrupção chegaram até nós", disse o premiê. "As demandas para combater a corrupção e a preocupação com o futuro dos jovens são demandas legítimas, e nós responderemos a todos os pedidos legítimos."

Ao mesmo tempo, Abdul-Mahdi usou seu discurso na televisão para pedir aos iraquianos que não sigam nenhum "defensor do desespero" e que não permitam que os protestos pacíficos se tornem violentos.

O Parlamento deveria se reunir às 13h (horário local) deste sábado para discutir a questão. O presidente da Casa, Mohamed al-Halbousi, disse que "a voz dos manifestantes estava sendo ouvida" e esperava debater temas como geração de empregos e esquemas de assistência social com os deputados.

Contudo, o Parlamento não conseguiu alcançar quorum, após o bloco de 54 parlamentares do clérigo Moqtada al-Sadr e outras bancadas terem boicotado a sessão. Sadr expressou apoio às manifestações com um pedido de renúncia do primeiro-ministro Abdul-Mahdi, e adiantou que seu bloco só retornará ao Parlamento quando o governo lançar um programa a favor do povo iraquiano.

Mas muitos manifestantes, principalmente homens jovens, insistem que seu movimento não está ligado a nenhum partido ou grupo religioso e menosprezam as recentes iniciativas de políticos. "Esses homens não nos representam. Não queremos mais partidos. Não queremos que ninguém fale em nosso nome", disse um manifestante na sexta-feira.

Segundo o Banco Mundial, a taxa de desemprego entre jovens no Iraque é de cerca de 25%. O país é classificado como a 12ª nação mais corrupta do mundo pela ONG Transparência Internacional.

Deutsche Welle | EK/afp/ap/dpa/rtr/ots

EUA e Coreia do Norte em conflito sobre conversas de desnuclearização


EUA e Coreia do Norte apresentam versões conflitantes sobre conversas de desnuclearização

Segundo negociador norte-coreano, encontro com delegação americana não conduziu a qualquer progresso, devido a atitude de Washington. EUA desmentem. Expectativas são grandes, após suposta aproximação entre Kim e Trump.

O negociador-chefe da Coreia do Norte, Kim Myong Gil, acusou os Estados Unidos pelo fracasso das negociações sobre a desnuclearização iniciadas neste sábado (05/10), em Estocolmo, após meses de impasse e apesar de uma nova escalada dos testes de mísseis de Pyongyang.

"As negociações não corresponderam às nossas expectativas e acabaram por fracassar", disse. Esse resultado "das negociações, que não conduziram a qualquer progresso, deve-se unicamente aos Estados Unidos, que não abandonaram a sua atitude habitual", declarou o enviado norte-coreano aos jornalistas reunidos na embaixada de seu país na capital sueca.

Apesar de sugestões como "abordagem flexível, novos métodos e soluções criativas", os EUA teriam "decepcionado grandemente" e "sufocado o entusiasmo para negociações" da delegação norte-coreana, explicou Kim Myong Gil. Agora, a situação na Península Coreana "se encontra na encruzilhada entre diálogo e confrontação", alertou.

EUA testam princípios de golpes de Estado ilegítimos em países latino-americanos


Estados Unidos estão testando golpes de Estado em nações da América Latina para derrubar governos indesejáveis e interferindo nos assuntos de outros países, diz primeiro-ministro russo.

Discursando para estudantes da Universidade de Havana nesta sexta-feira (4), Dmitry Medvedev afirmou que eles devem decidir que caminho seguir para progredir Cuba em um mundo cada vez mais complexo e caracterizado pela imprevisibilidade e uma variedade de desafios.

"Primeiramente, me refiro à relutância de muitos países em reconhecer que o mundo moderno se tornou multipolar e às violações ligadas a isso dos princípios internacionais mais importantes consagrados na Carta das Nações Unidas", acentuou.

Segundo Medvedev, trata-se do respeito à soberania e à não interferência nos assuntos internos, e da inadmissibilidade do uso da força ou da ameaça de força.

"Estão se tornando cada vez mais transparentes as tentativas de substituir as normas do direito internacional por regras que são estabelecidas por um círculo restrito de países selecionados, e muitas vezes, o que abafar, de fato, que está sendo preparado em um país, para então passar essas decisões como uma ordem internacional supostamente existente, como se fosse um posicionamento de toda a comunidade internacional, para espalhá-la ao redor do globo", disse Medvedev.

Política dos EUA

Como explicou Medvedev, um novo modelo de todos os tipos de interferência nos assuntos soberanos está sendo testado na região da América Latina.

"E neste caso, os EUA estão agindo não apenas com a ajuda do poder brando, como é comumente dito em assuntos internacionais, mas, de fato, exigindo mudança de governos e metendo o nariz em qualquer caso, em qualquer decisão tomada por todos os países", acrescentou.

O primeiro-ministro russo acentuou que os EUA "alocam dinheiro para desestabilizar o sistema político, e, às vezes, apenas para intervir diretamente, e ao mesmo tempo não permitem serem criticados".

Resolução da crise na Venezuela

Além disso, Medvedev explicou que os assuntos internos da Venezuela devem ser decididos pelos cidadãos venezuelanos.

"Acredito que desacordos internos, que podem acontecer em países e que não possuem nada de especial, podem e devem ser resolvidos pelos próprios venezuelanos através de negociações em estrita conformidade com Constituição nacional", afirmou o primeiro-ministro russo.

"Há outra coisa óbvia. Só pode haver apenas um presidente na Venezuela, o que foi eleito em conformidade com a Constituição de seu país, e hoje é Nicolás Maduro", adicionou.

Sputnik | Foto: © AP Photo / Hasan Jamali

Rússia e Venezuela renovam acordo de cooperação técnico-militar


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu neste sábado em Caracas o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Borisov, no âmbito da Comissão Intergovernamental de Alto Nível (CIAN).

Durante a reunião, Maduro enfatizou a importância da visita de Borisov como uma oportunidade para consolidar o progresso alcançado durante a recente visita do presidente venezuelano a Moscovo, onde se encontrou com seu colega russo, Vladimir Putin.

O presidente da Venezuela informou ter renovado neste sábado os acordos na área técnica e militar com a Rússia.

Avaliamos a cooperação técnico-militar, que segue perfeitamente o cronograma, e renovamos todos os contratos de suporte, consultoria e progressos no aspecto técnico-militar muito importante", afirmou Maduro.

O presidente também mencionou acordos bilaterais na área de petróleo e gás.

"Existem novos empreendimentos económicos com transferência de tecnologia, com participação de empresas russas em todas as áreas estratégicas de produção do país. Renovamos e avançamos tremendamente em toda a área de petróleo e gás das empresas de base", disse ele.

O chefe de estado também garantiu que concordou em lançar novos projetos com presença direta de investimento e consultoria russa.

Antes, a vice-presidente Delcy Rodríguez e o ministro das Relações Exteriores Jorge Arreaza receberam Borísov na Casa Amarela, sede do Ministério das Relações Exteriores.

O governo venezuelano assegurou que a estreita cooperação com Moscovo se traduz em 264 acordos assinados, em 20 áreas estratégicas entre as quais: energia, cooperação técnico-militar, mineração, finanças, agricultura, indústrias, comércio e transporte.
Plano de Cooperação até 2030

A Rússia e a Venezuela pretendem desenvolver um plano de cooperação a longo prazo, anunciou o vice-primeiro-ministro russo.

"Para a próxima reunião da Comissão Intergovernamental de Alto Nível, tentaremos preparar um documento estratégico que defina as relações económicas, comerciais, científicas, tecnológicas e culturais entre nossos países até pelo menos 2030", afirmou Borisov.

Sputnik | © Foto / Prensa Miraflores

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