A perseguição dos EUA contra
Julian Assange revela bem o que resta do “Estado de Direito” burguês. Não há
arbitrariedade, violência ou crime que não tenha sido cometido, seja pelos EUA
seja pelos seus Estados lacaios. E agora o que está em marcha para Assange é
idêntico ao que aconteceu a Milosevic: um “problema de saúde” que arrumará de
vez o problema.
Que outro nome podemos dar-lhe
quando um editor faz o que o New York Times fez ao publicar os Documentos do
Pentágono e foi deliberado pelo Supremo Tribunal em 1971 (New York Times Co. v.
Estados Unidos) que o fizera sob a protecção da Primeira Emenda, e quando desta
vez o editor é mantido durante anos em vários tipos de prisão sem julgamento, e
está agora tão destruído que agora, na sua primeira aparição em tribunal para
se defender, parece ter sido drogado mas, por qualquer motivo, “Quando lhe
pediram para dizer o seu nome e data de nascimento, ele esteve durante alguns
segundos visivelmente em dificuldades para se recordar dos dois.” “Foi um
verdadeiro esforço dele para articular as palavras e se concentrar sua linha de
pensamento.” O acontecimento ocorreu em 21 de Outubro.
Aqui (com o negrito a ser por mim usado apenas para destacar especialmente os nomes das principais pessoas na audiência) estão mais destaques do relato fornecido em 22 de Outubro pelo ex-embaixador do Reino Unido Craig Murray, sob o título “Assange in Court”:
“Tendo assistido aos julgamentos no Uzbequistão de várias vítimas de tortura extrema e tendo trabalhado com sobreviventes da Serra Leoa e de outros lugares, posso dizer que ontem mudei completamente de ideia e Julian exibiu exactamente os sintomas de uma vítima de tortura piscando perante a luz, particularmente em termos de desorientação, confusão e do verdadeiro esforço para exprimir a vontade própria por entre a névoa do desamparo inculcado.”