terça-feira, 12 de novembro de 2019

EUA votam "não" à resolução anti-nazista da ONU há 11 anos consecutivos


Israel, rompendo com os EUA nesta questão extremamente séria, apoia a resolução anti-nazista da ONU. O Reino Unido se abstém, levantando questões de duplicidade


Parece irónico que a maioria dos co-patrocinadores do Projeto de Resolução A / C.3 / 74 / L.62: “Combate à glorificação do nazismo, do neo-nazismo e de outras práticas que contribuem para fomentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, Xenofobia e intolerância relacionada ”são nações atualmente sob sanção pelos Estados Unidos, e algumas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas: Bielorrússia, China, Cuba, República Popular Democrática da Coréia, Nicarágua, República Árabe da Síria, Venezuela, Zimbábue e outros, não sob sanção, incluindo Israel. Esta resolução foi apresentada pela Federação Russa.

A União Soviética, da qual a Rússia era a maior nação, sofreu aproximadamente 30 milhões de mortes como resultado do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial e, é claro, todo o país foi destruído. Fontes diplomáticas altamente colocadas envolvidas nas discussões que levaram a esta décima primeira resolução da ONU confirmaram que a resistência a essa resolução era muito forte pelas delegações da Lituânia, Estônia, Ucrânia e Polônia, que acabaram se abstendo. A abstenção de toda a União Europeia é particularmente bizarra, considerando que o território deles era o mais barbaramente subjugado pelos nazistas e cujos países ocupados sofreram crueldades hediondas sob a ocupação nazista.

A Lituânia, é claro, se oporia a esta resolução, pois esse país recentemente recebeu prisões secretas da CIA que torturavam prisioneiros políticos que haviam “desaparecido”, em “Rendição” à hospitalidade voluntária da Lituânia. E, de maneira notória e vergonhosa, a Lituânia perseguiu por uma década vergonhosa o brilhante político Algirdas Palescis (imagem à direita), que fundou a organização "Lituânia sem Nazismo". A Lituânia persiste nesta perseguição cruel ao Sr. Paleckis, apesar das cartas ao Presidente e Ministro da Justiça da Lituânia escritas pelo ex- congressista dos EUA Dennis Kasiniche outras pessoas eminentes, em defesa do direito heróico de Palescis à liberdade de expressão. Durante minha própria visita a Vilnius, para participar de um dos muitos julgamentos aos quais o Sr. Palescis foi submetido, ele me levou em uma excursão a Vilnius e me disse (um fato corroborado por inúmeras fontes incontestáveis ​​e impecáveis), que antes de Segunda Guerra Mundial, havia 200.000 judeus vivendo na Lituânia. 195.000 judeus foram assassinados durante a guerra por nazistas lituanos.

A resolução, adotada por votação gravada; "Sim": 121; “Não”: 2 (Estados Unidos e Ucrânia); "Abstenção": 55, afirma:

“Recordando a Carta do Tribunal de Nuremberg e a Sentença do Tribunal que reconheceu como criminosa, entre outras coisas, a organização da SS e suas partes integrantes, incluindo a Waffen SS, por meio de seus membros oficialmente aceitos, implicados ou com conhecimento da comissão de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados com a Segunda Guerra Mundial, bem como outras disposições relevantes da Carta e do Julgamento, Atentos aos horrores da Segunda Guerra Mundial, e enfatizando, a esse respeito, que a vitória sobre o nazismo no Segundo Mundo A guerra contribuiu para o estabelecimento das condições para a criação das Nações Unidas, projetadas para impedir futuras guerras e salvar as gerações vindouras do flagelo da guerra. Expressa profunda preocupação com a glorificação, sob qualquer forma, do movimento nazista, neo-nazismo e ex-membros da organização Waffen SS, incluindo a construção de monumentos e memoriais, realizando manifestações públicas em nome da glorificação do passado nazista, movimento nazista e neo-nazismo, declarando ou tentando declarar esses membros e aqueles que lutou contra a coalizão anti-Hitler, colaborou com o movimento nazista e cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade como participantes de movimentos de libertação nacional, bem como pela renomeação de ruas que os glorificavam ... 13. Expressa profunda preocupação com o aumento da frequência de tentativas e atividades destinadas a profanar ou demolir monumentos erigidos em memória daqueles que lutaram contra o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, bem como exumar ilegalmente ou remover os restos mortais dessas pessoas.

Europa "não está livre de um novo ataque terrorista de larga escala"


O ISIS é uma "ameaça grave a curto e médio prazo" para a Europa

O diretor-geral do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz, afirmou, esta terça-feira, em Braga, que a Europa "não está livre de um novo ataque terrorista de larga escala".

Neiva da Cruz alertou que a organização terrorista Estado Islâmico "continua a ser uma ameaça grave a curto e médio prazo", apesar da morte do seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi, divulgada em outubro.

"Continuamos a avaliar que a Europa não está livre de um novo ataque de larga escala nem essa hipótese está sequer excluída", vincou.

O diretor-geral do SIS falava na Universidade do Minho, durante um congresso internacional sobre "Prevenção, policiamento e segurança - Implicações nos direitos humanos", promovido pela Escola de Direito daquela academia.

Admitindo que a "derrota territorial" e, sobretudo, a morte do seu líder significaram um "golpe significativo" para o Estado Islâmico, Neiva da Cruz frisou que não consubstanciam "o fim ou a derrota da organização".

"A organização terrorista Estado Islâmico continua a ser uma ameaça grave a curto e médio prazo (...). Seria imprudente descansar", referiu, sublinhando que a morte de Abu Bakr Al-Baghdadi "não terá impacto nos planos da organização para a Europa".

O bom, o mau e o assustador nos serviços de saúde em Portugal


Ricardo Paes Mamede* | Diário de Notícias | opinião

Todos os dias há notícias sobre problemas nos serviços públicos de saúde em Portugal. São tão insistentes que ficamos sem saber se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está à beira do colapso ou se há quem queira fazê-lo pior do que está. O relatório "Health at a Glance 2019", publicado há dias pela OCDE, dá-nos uma ideia algo diferente. Permite-nos ver o bom e o menos bom do sistema no seu conjunto. Mostra-nos também o que há de assustador nas perspectivas de evolução do SNS.

A saúde em Portugal destaca-se em áreas como a obstetrícia, a vacinação e a oncologia. Temos uma das mais baixas taxas de mortalidade infantil da OCDE e somos dos países onde os partos são mais seguros. A percentagem de crianças com 1 ano vacinadas contra a difteria, o tétano, a tosse convulsa, o sarampo e a hepatite B é das mais elevadas. Portugal está também acima da média na taxa de sobrevivência ao cancro da mama, um indicador de qualidade da prevenção e dos tratamentos oncológicos. Todas estas são áreas em que predominam os serviços públicos.

O bom desempenho não se limita a algumas áreas de especialidade. Contrariando o senso comum, o tempo de espera por cirurgias em Portugal (pelo menos as consideradas no relatório) é hoje inferior à média da OCDE. Portugal destaca-se também pelos níveis relativamente reduzidos de mortalidade por causas que podem ser previstas ou tratadas.

Portugal | Acordos para puxar ou travar?


Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Estão aí as discussões sobre o salário mínimo nacional (SMN) e sobre política de rendimentos, temas que tenho pontualmente tocado neste espaço, mas que merecem aprofundamento.

O Governo parece querer fazer a gestão destes dois dossiers confinada ao espartilho da agenda e dos equilíbrios/desequilíbrios da Concertação Social. Tenho como certo que, se o debate e compromissos não forem muito para além desse espaço, não teremos acordos a puxar pelo desenvolvimento do país e das condições de vida da generalidade dos portugueses, mas sim a consolidar travagens.

O SMN pode ser atualizado ano a ano mas essas atualizações devem inserir-se numa estratégia, onde não cabe mais a estagnação salarial que ainda marcou a última legislatura. O Governo, até agora, limitou-se a perspetivar um valor do SMN insuficiente para 2023 (750 euros), sem nada avançar de concreto sobre cinco grandes desafios cruciais para o país, que balizarão muito os conteúdos de uma verdadeira política de rendimentos: i) subida generalizada dos salários associada a rápida melhoria das qualificações e das carreiras profissionais; ii) alteração cirúrgica de mecanismos estruturais e legais que sustentam a injusta distribuição do rendimento do trabalho, condição necessária para se concretizar o aumento geral dos salários; iii) combate ao enviesamento e enfraquecimento das estruturas produtivas e incremento de atividades com maior valor acrescentado e emprego qualificado; iv) melhoria das mobilidades/transportes e da gestão do território; v) valorização e qualificação dos serviços públicos e dos seus profissionais, sendo imperioso que o Governo encare duras realidades que entram pelos olhos dentro de qualquer cidadão português atento: o SNS continua a degradar-se perigosamente e a escola portuguesa debate-se com bloqueios em vários patamares.

Brasil | Clã Bolsonaro está todo na mira das autoridades


CLÃ BOLSONARO. "Jair, Flávio, Carlos e Eduardo. Clã Bolsonaro está todo na mira das autoridades. Desde esta semana, o deputado tenta evitar perda do mandato por ter falado no regresso da ditadura e o presidente e o vereador são alvo de notícia-crime no Supremo por interferência nas investigações do Caso Marielle. O senador já era suspeito de lavagem de dinheiro e associação criminosa num esquema de assessores fantasmas." (Diário de Notícias, Portugal)

CARLOS EDUARDO SILVEIRA, no Clipping Internacional, em Carta Maior

Brasil, com Lula livre. Tudo o que precisa de saber sobre o que aí vem


Os fogos de artifício estouraram, no momento em que, depois de 580 dias, o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva entrou no Sindicato dos Trabalhadores, em São Bernardo do Campo, o berço político do metalúrgico que promete fazer renascer a oposição num país com acentuadas divisões internas. A prisão acabou mas a tensão está longe do fim. Para já, todas as atenções estão focadas no primeiro grande discurso de Lula, previsto para o fim da tarde deste sábado

Agora que chegaram ao fim os 580 dias de Luís Inácio Lula da Silva nas instalações da Polícia Federal, em Curitiba, o Brasil pergunta-se o que vai acontecer. De regresso ao local de onde saiu para a prisão, o ex-Presidente brasileiro regressa para relançar a oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Mas este objetivo não será fácil de conquistar num país que acordou tão dividido como estava no momento em que Lula desapareceu dos palanques.

Para já, Lula da Silva não se pode candidatar a nenhum cargo político por estar enquadrado no que os brasileiros chamam de Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados em segunda instância. Mas o ex-Presidente não deverá voltar a poder ser preso pelos outros processos que ainda decorrem, nomeadamente o que o liga à compra de um sítio no interior de São Paulo, com julgamento marcado para dia 27. A estratégia de defesa de Lula, para libertá-lo da proibição de concorrer a eleições, é pedir a anulação do julgamento que o manteve detido até sexta-feira, invocando a parcialidade do juiz Sérgio Moro, após a revelação das escutas pelo jornal digital "Intercept Brasil", conhecidas como Vaza Jato.

Caso se mantenha o impedimento de se apresentar a eleições, um dos cenários sobre a mesa é o regresso de Fernando Hadadd: o ex-ministro da Educação de Lula foi mesmo uma das figuras mais em evidência no pós-libertação, tendo sido várias evezes elogiado pelo ex-Presidente no seu primeiro discurso após sair da Polícia Federal.

Uma das primeiras medidas anunciadas por Luís inácio Lula da Silva foi a intenção de percorrer o Brasil numa caravana política, fazendo aquilo que o notabilizou: ir de encontro à população mais desfavorecida, devolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT) às ruas de que se afastara. a ideia é colá-lo à figura de Nélson Mandela, como líder que foi preso político.

Plano EUA: Derrubar ou assassinar Evo Morales - os mesmos do costume


Chomsky denuncia que Estados Unidos tinham plano A e plano B para a Bolívia: derrubar ou assassinar Evo Morales

Um dos maiores intelectuais do mundo, Noam Chomsky denuncia a participação dos Estados Unidos na derrubada do governo de Evo Morales, citando inclusive a hipótese de assassinato

BEIJING – AUGUST 13: (CHINA OUT) Noam Chomsky lectures during the ceremony for the Conferment of the Honorary Doctorate at Peking University on August 13, 2010 in Beijing, China. (Photo by ChinaFotoPress/Getty Images) (Foto: Foto: ChinaPress)

Do site Aporrea – 10 de noviembre de 2019.- El politólogo Noam Chomsky denuncia que EE.UU. está detrás del golpe de Estado de la oposición en Bolivia para derrocar al presidente Evo Morales.

“El golpe es promovido por la oligarquía boliviana (…) y cuenta con el total apoyo del Gobierno de Estados Unidos, que desde hace mucho tiempo está ansioso por expulsar a Evo Morales y a su movimiento del poder”, advirtió el reconocido politólogo estadounidense.

En un comunicado emitido el sábado, Chosmky alertó que el centro de operaciones de la embajada de Estados Unidos en La Paz (capital boliviana) ha dejado entrever dos planes en el país suramericano: “el ‘plan A’, un golpe de Estado, y el ‘plan B’, el asesinato de Morales”, indicó.

Pátria Latina

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América Latina: a ultradireita contra-ataca


Na Bolívia, golpe de Estado. No Brasil, tentativa de encarcerar Lula de novo. Derrotados no Outubro Rebelde, protofascistas querem o troco. Mas rebeldia no Chile expõe seu ponto vulnerável: o rabo preso com a devastação neoliberal

Antonio Martins | Outras Palavras | Imagem: Emil Nolde, “Soldados” (1913)

Última lição do dia: os homens, eles voltam sempre. É preciso estar sempre de olhos abertos… Na peça Os Saltimbancos, recriada por Chico Buarque, o aviso é dado pelo Jumento, personagem de fina inteligência. Os Bichos espantaram os Barões e têm, enfim, onde dormir. Mas ainda não podem descansar em paz, porque prepara-se a revanche. Na América Latina, um Outubro Rebelde abalou os governos neoliberais do Chile e do Equador, destronou Maurício Macri na Argentina e continua a sacudir o Haiti. Novembro, porém, começou em refrega. Na Bolívia, um golpe militar que estava em fermentação desde 23 de outubro derrubou ontem Evo Morales, seu vice, a presidente do Senado e o da Câmara. Gravações vazadas pelo jornal El Periodico (e reproduzidas no Brasil pela revista Fórum) indicam que em sua preparação participaram assessores de Jair Bolsonaro e senadores norte-americanos. Agora, o país está acéfalo, aterrorizado por milícias. Dois governadores, um ministro e a irmã do presidente tiveram suas casas queimadas. Meios de comunicação independentes foram atacados e tirados do ar. Num dos episódios, José Aramayo, diretor de rádio ligada à Confederação dos Trabalhadores Camponeses, foi amarrado a uma árvore. A Patricia Arce, prefeita de Vinto, na região de Cochabamba, rasparam os cabelos, pintaram o corpo de vermelho e fizeram caminhar sob insultos proferidos por homens.

Ao Brasil, cuja importância geopolítica é incomparável, a orientação foi dada pelo próprio Steve Bannon, principal ideólogo e articulador da onda protofascista. Inconformado com a libertação de Lula, ele propôs no sábado, em entrevista à BBC, que os partidários de Bolsonaro se aproveitem do fato para acirrar a polarização e “empurrar a agenda de reformas com um senso extra de urgência”. Contudo, advertiu que isso deveria ser apresentado não por meio da defesa explícita das propostas, mas como um movimento em favor do combate à corrupção e ao sistema político. Dito e feito. Ainda ontem (10/11), revela a Folha de S.Paulo, Bolsonaro alterou sua tática inicial diante de Lula – que era manter relativo silêncio. Decidiu encarregar Sérgio Moro de lançar campanha para que o Congresso restabeleça, por meio de Emenda Constitucional, a prisão dos réus, após condenação segunda instância.

No mesmo domingo, porém, vinha do Chile um sinal de sentido oposto. Incapaz de frear os protestos contra seu governo (houve nova manifestação gigante na sexta-feira), o presidente Sebastián Piñera sinalizava que aceitará a convocação de um “Congresso Constituinte”. Embora nenhuma informação adicional tenha sido dada, o ato expressa clara vitória de uma revolta popular reprimida com selvageria. Poderá significar forte pressão contra o projeto neoliberal, num país que era há pouco visto como sua “vitrine”.

A América Latina continua instável e, em certa medida, imprevisível. Até outubro, a região era marcada pelo avanço de uma onda conservadora em que se somam correntes ultracapitalistas e protofascistas. No mês passado, uma sucessão revoltas populares e resultados eleitorais – em especial o da Argentina – interrompeu a maré e criou uma situação de impasse. Agora, vem a ressaca. A região parece transformar-se num palco crucial para a disputa entre a ultradireita e os que buscam, diante da crise civilizatória, alternativas humanizadoras. O Brasil será certamente centro deste embate – em especial após as esperanças e ódios despertados pela libertação de Lula. Eis, com base nos fatos mais recentes, quatro hipóteses para examinar o novo cenário.

REINTERPRETAR O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO EM ÁFRICA – VI


Martinho Júnior, Luanda  

SUBSÍDIOS EM SAUDAÇÃO AO 11 DE NOVEMBRO DE 2019

Uma das maiores deficiências de que sofrem os africanos duma forma geral e os angolanos em particular, é a ausência de reflexão própria sobre os fenómenos antropológicos e históricos afectos ao seu espaço físico, geográfico e ambiental.

Essa falta de vontade e de perspectiva abre espaço ao conhecimento que chega de fora, em prejuízo do conhecimento que tem oportunidade de florescer dentro, ou seja: subvaloriza o campo experimental próprio, quantas vezes para sobrevalorizar as teorias injectadas do exterior!

Isso permite que outros não abram o jogo sobre essas interpretações dialéticas em função de seus interesses, manipulações e ingerências, aplicando a África, por tabela a Angola, as interpretações estruturalistas de feição, de conveniência e de assimilação!


Esta série pretende reabrir dossiers que do passado iluminam o longo caminho da libertação dos povos da América Latina e Caribe, de África e por tabela de Angola, sabendo que é apenas um pequeno contributo para o muito que nesse sentido há que digna e corajosamente fazer!

Abrir os links permite complementar com fundamentos, muitas das (re)interpretações do autor.

Angola | Jornalista Rafael Marques condecorado por João Lourenço


Jornalista e ativista dos direitos humanos Rafael Marques foi condecorado pelo Presidente angolano, João Lourenço. Marques recebeu medalha de mérito pelo seu combate contra a corrupção em Angola.

Rafael Marques foi uma das cerca de 70 personalidades e instituições condecoradas esta quinta-feira (07.11) pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço.

O jornalista é o fundador do portal online Maka Angola, especializado em investigações sobre corrupção, e foi detido várias vezes durante o mandato de José Eduardo dos Santos, uma delas por escrever num artigo que o ex-Presidente era um "ditador".

Ao receber agora a medalha de mérito das mãos de João Lourenço, Rafael Marques disse estar "bastante satisfeito", porque já foi chamado de "vende pátria" e agora é "patriota".

O jornalista e defensor dos direitos humanos elogiou ainda a iniciativa de João Lourenço, por ser "uma atitude de inclusão de todos os angolanos que muito têm feito para o desenvolvimento de Angola, mas nunca foram reconhecidos", afirmou Marques ao Novo Jornal.

Os condecorados foram desportistas, empresários e membros da sociedade civil, como o jornalista Sousa Jamba ou o músico Eduardo Paim.

Em setembro, numa entrevista à agência de notícias Lusa, Rafael Marques elogiou o "maior espaço de liberdade de expressão" em Angola, desde que João Lourenço é Presidente, tal como o "fim da ideia de impunidade" no país.

Angola | Novembro da esperança


Víctor Silva | Jornal de Angola | opinião

O país está a comemorar 44 anos de Independência Nacional, que se assinalam amanhã, com um vasto programa de celebrações que inclui as já habituais inaugurações e reinaugurações de equipamentos sociais e serviços.

Na realidade, o aniversário do 11 de Novembro vai muito além dessas realizações, grandes e pequenas, que têm vindo a ser promovidas, incluindo o acto central, amanhã, na Kibala.

Quarenta e quatro anos depois, a questão que se coloca é saber se a vida dos angolanos, enquanto cidadãos com a sua própria identidade, tem vindo a melhorar e, sobretudo, se há uma luz que indicie estar-se no bom caminho para que isso possa vir a acontecer, mais cedo que tarde?

Muitas gerações de nacionalistas bateram-se pela Independência, alguns de armas na mão, e muitos não chegaram a ver a concretização dos objectivos por que se entregaram à luta. Ficaram pelo caminho, mas outros deram sequência triunfal ao seu combate vencendo o colonialismo português.

A luta pela Independência merece ser melhor e mais explicada aos jovens que não a vivenciaram e que hoje, quarenta e quatro anos depois, reclamam, justamente, por uma vida condigna, com oportunidades iguais para todos, formação com saídas profissionais, emprego e perspectivas de vida familiar ou individual dentro dos parâmetros modernos, como acontece na maioria dos outros países. São alguns desses jovens que, usando as novas ferramentas de comunicação, questionam nas redes sociais os sacrifícios vividos desde 1975 quando comparados com os actuais provocados pela crise económica e financeira e pelas medidas de estabilização macroeconómica que o Governo tem vindo a adoptar.

Não é demais recordar que o parto da Independência foi muito doloroso. Com os combates entre os três principais movimentos de libertação e a autêntica guerra que depois se seguiu por mais de trinta anos, onde, em muitos sítios, não ficou ninguém para contar a História, nem pedra sobre pedra.

Angola | Novo Presidente do Supremo será "cavaleiro" contra a corrupção?


Joel Leonardo é o novo presidente do Tribunal Supremo de Angola. Presidente João Lourenço espera que o magistrado possa ajudar o Estado a acelerar o passo no combate à corrupção. Mas analista duvida que haja celeridade.

Tribunal Supremo tem a fama de não ser célere na decisão sobre recursos interpostos. A associação cívica Mpalabanda, por exemplo, aguarda há mais de 10 anos pela decisão de um recurso contra a sua extinção, em 2006.

Quando tomou posse, o novo presidente do Tribunal Supremo de Angola, Joel Leonardo, que substitui o juiz Rui Ferreira, que se demitiu do cargo em outubro, disse que tem como prioridade a celeridade processual.

Mas o jurista angolano Manuel Pinheiro tem dúvidas quanto a isso, "até porque o presidente do Supremo, na prática, desempenha funções administrativas e não propriamente jurisdicionais, o que nos coloca numa posição de alguma dúvida relativamente à celeridade que pretende impor."

O novo presidente do Tribunal Supremo de Angola tem 57 anos. É licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto e pós-graduado em Direito Penal pela Universidade de Coimbra, em Portugal.

Foi inspetor judicial do Conselho Superior da Magistratura, juiz de Direito do Tribunal Provincial da Huíla e juiz presidente do Tribunal Provincial do Cunene, além de ter sido presidente da Comissão Eleitoral do Cunene, entre outras funções.

Angola | 11 DE NOVEMBRO DE 2019 - Martinho Júnior


Para aqueles que sabem e sentem, que só há uma alternativa para Angola: seguir o rumo do pensamento estratégico de Agostinho Neto e seu enorme legado de lógica com sentido de vida!

Martinho Júnior, Luanda 

01- O QUE A GLOBALIZAÇÃO DE FACTO TECE:

INDEPENDÊNCIA?...

... QUE INDEPENDÊNCIA?...

... SEM ILUSÕES, NEM ALIENAÇÕES E COM A DIGNIDADE QUE ALIMENTA A CONSCIÊNCIA DA HISTÓRIA!

A DRAMÁTICA VERDADE SOBRE A "INDEPENDÊNCIA" É A DE QUE ELA CONSTITUI HOJE, NOS TERMOS DESTA INQUINADA GLOBALIZAÇÃO, UMA ALIENAÇÃO PRÓPRIA PARA CONTINUAR A ILUDIR OS CONDENADOS DA TERRA!

ÁFRICA E ANGOLA, ESTANDO AO NÍVEL DUMA ULTRA PERIFERIA ECONÓMICA EM FUNÇÃO DA CORRENTE GLOBALIZAÇÃO DO DOMÍNIO DE 1% SOBRE O RESTO DA HUMANIDADE, ESTÁ CONDENADA A CONTINUAR A SER UM CORPO INERTE ONDE CADA ABUTRE VEM DEPENICAR O SEU PEDAÇO!


02- MEMÓRIA DE ELEFANTE:

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DECISIVA BATALHA DE QUIFANGONDO QUE URGE EVIDENCIAR!

A) Do meu camarada de trincheira e de luta, Luis Rosa Lopes:

A Batalha de Kifangondo foi, sem dúvida, um factor decisivo para a conquista da Independência proclamada há 44 anos pelo Presidente Agostinho Neto. Contudo, há dois pontos de reflexão que devem merecer a atenção dos historiadores e que quase nunca são referenciados ou até esquecidos ( propositadamente?) :

1- Operação realizada por alguns elementos das forças de Segurança das FAPLA do MPLA (que originou a criação posterior da DISA como órgão de soberania logo após a Declaração da Independência), no Porto de Luanda, Maio ou a Junho de 1975, se não estou em erro, na qual foram capturados diversos meios rolantes e muito ARMAMENTO, oferecidos à FNLA por um país europeu.

Estes meios e equipamentos encontravam-se num navio a aguardar ordem para desembarcar todo aquele material na área do Nzeto e entregá-lo às forças comandadas por Santos e Castro, coronel português que chefiava as forças do ELP (Exército de Libertação de Portugal), integrads no ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola) que enquadrava mercenários ex-militares portugueses, organização essa que estava operacionalmente ligada à FNLA.

Imediatamente após a recepção desse importante equipamento militar, as forças do ELP deveriam integrar a coluna de tropas do ELNA (braço armado da FNLA), tropas Zairenses, Mercenários de várias origens, etc. e dirigirem-se de imediato em direcção Luanda, onde deveriam chegar muito antes do 11/11/75.

Recorde-se que as forças das FAPLA estacionadas na capital lutavam com uma gritante falta de armamento para defesa da mesma.

Com o êxito dessa operação talvez se tenha concretizado porventura a mais importante acção estratégica na mudança do rumo da guerra pela independência.

A pouca referência que se tem feito à mesma acção, remete para o lixo frases de certos políticos eventualmente admirados internacionalmente como a famosa "Nunca tantos deveram tanto a tão poucos".

2- A PROPÓSITO DE QUIFANGONDO.

A) A contenção das forças que pretendiam tomar Luanda (atrás referenciadas) na faixa Úcua/Piri/Quibaxe.

As FAPLA eram chefiadas na nossa contraofensiva pelo Cte. Margoso nos dias 7,8 e 9 de Novembro de 1975 e o principal objectivo foi proteger o flanco das nossas forças pois, se assim não acontecesse, estaria o caminho aberto para Luanda via Pango Aluquem/Maria Teresa/Catete, dada a concentração das nossas parcas forças (relativamente às do inimigo)  na área de Kifangondo.

Essa acção militar foi também, sem dúvida, parte importante daquilo a que se chama hoje a Batalha de Kifangondo, da qual, quase uniformemente, se faz apenas referência aos combates em Kifangondo / Panguila.

Eis algumas pequenas considerações que deixo para aqueles que estão interessados na verdade histórica.

LRL®

B) Meu acrescendo:

... e há mais: os cubanos só estavam concentrados em Quifangondo, no Ebo e em Cabinda...

Quer nas operações clandestinas em Luanda (que eram mesmo muitas, levadas a cabo pela Segurança do Estado Maior das FAPLA), quer na asa leste da batalha de Quifangondo, só haviam angolanos e portugueses progressistas!...


03- LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO...

A luta contra a corrupção foi perdida em Março de 1976 e só retoma em 2017, com a ascensão do camarada JLO à Presidência de Angola!

... e lembrar que, para que a corrupção fermentasse durante mais de 30 anos, foi preciso colocar os justos na cadeia, conforme comigo ocorreu em Março de 1986, processo 76/86, acusado duma mentira: golpe de estado sem efusão de sangue!...

Fui condenado a 16 anos de prisão maior por que defendi Angola dos traficantes de diamantes que foram julgados no processo 105/83!...,

... De então para cá, além da condenação, fui votado ao ostracismo e à marginalização como muitos outros camaradas fieis aos ideais de António Agostinho Neto e do seu estratégico rumo, mas conforme têm provado meus próprios escritos desde finais do século XX, ainda que de forma tão dispersa, não me venceram, nem neutralizaram a minha consciência de lógica com sentido de vida, que desde jovem tenho feito individual cultura, em nome da dignidade!

Confesso que vivi e em nome do amor que se deve à humanidade, a história me absolverá!

04- ASSIM MESMO!

Assim mesmo amor!
Com meus olhos secos,
Com minha cabeça fria
mas clara,
Com meu coração ardente,
sempre,
ardente
e as minhas mãos nuas,
nuas...
mas limpas!

Assim mesmo,
meu irmão, meu camarada!
De dentes cerrados
Somos filhos pródigos,
duma imensa
e intensa
madrugada!...

...Assim mesmo!

Martinho Júnior com uma intervenção de Luís Rosa Lopes, meu companheiro de trincheira e de luta.

Luanda,11de Novembro de 2019

Imagens:
01- Bandeira da República de Angola;
02- Eu próprio, no Mausoléu Dr. António Agostinho Neto;
03- Bandeira sobre a fortaleza colonial.

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