terça-feira, 19 de novembro de 2019

A luta de classes ferve na América Latina


O imperialismo norte-americano acentuou uma acção global contra regimes que tinham garantido importantes conquistas na América do Sul, mas os povos de vários países levantaram-se e não desistem de mudanças.

António Abreu | AbrilAbril | opinião

Em poucas semanas, o imperialismo norte-americano acentuou uma acção global contra regimes que tinham garantido, com os seus povos, importantes conquistas na América do Sul. Essa acção, presente há muito neste continente, foi também uma reacção a progressos e afirmações políticas das forças de esquerda neste período. Mas os povos de vários países, com regimes de direita e ligados a oligarcas, a grupos de indústria extractiva, com bandoleiros contratados para o crime político, levantaram-se e não desistem de mudanças que melhorem as suas condições de vida, a democracia e a participação efectiva nela dos cidadãos, que resistem aos desastres ambientais que multinacionais promovem.

Na Bolívia, as imagens que nos chegam são de grande violência de grupos de direita contra as pessoas que protestam contra o golpe e querem o regresso de Morales e das liberdades. A 6 de Novembro a presidente da câmara de Vinto foi assaltada, cortaram-lhe o cabelo, agrediram-na e simularam o seu estrangulamento, derramaram sobre ela tinta1. E tudo isto, invocando Deus e Jesus Cristo!… Estas milícias estão ligados a movimentos pentecostais reaccionários armados.

A 11 de Novembro, já depois de Evo Morales ter renunciado, queimaram as casas do presidente e de seus familiares, bem como as de dirigentes dos partidos que os apoiam e de ministros.

Evo acabou por sair do país e pedir asilo ao México. Fê-lo em declaração que a nossa imprensa, rádios e TV ignoraram no seu significado. É que, depois de ser pressionado pelo chefe da polícia e das forças armadas para resignar, Evo fê-lo para evitar um banho de sangue contra os populares e que o atingiria necessariamente a ele e família.

É preciso chamar a isto golpe de estado, denunciar os seus autores e quem está por detrás deles (latifundiários, banqueiros, grandes meios de comunicação social, capital estrangeiro norte-americano e europeu).

Seis projectos contraditórios de ordem mundial


Thierry Meyssan*

As seis principais potências mundiais abordam a reorganização das relações internacionais em função das suas experiências e dos seus sonhos. Prudentemente, pensam primeiro defender os seus interesses antes de promover a sua visão do mundo. Thierry Meyssan descreve as respectivas posições antes que a luta comece.

A retirada dos EUA da Síria, mesmo que tenha sido imediatamente corrigida, indica, com certeza, que Washington não pretende ser mais o gendarme do mundo, o «Império necessário». Sem esperar, desestabilizou todas as regras das relações internacionais. Entramos, assim, num período de transição no decurso do qual cada grande potência persegue uma nova agenda. Eis aqui as principais.

Os três «grandes»

Os Estados Unidos da América

O colapso da União Soviética poderia ter provocado o colapso dos EUA na medida em que os dois Impérios estavam encostados um ao outro. Nada disso se passou. O Presidente George Bush Sr. garantiu com a Operação «Tempestade no Deserto» que Washington se tornasse o líder incontestado de todas as nações, depois desmobilizou 1 milhão de soldados e anunciou a busca da prosperidade.

As empresas transnacionais selaram então um pacto com Deng Xiaoping para que os seus produtos fossem fabricados por trabalhadores chineses, vinte vezes mais mal pagos do que os seus homólogos norte-americanos. Seguiu-se, por isso, um desenvolvimento considerável dos transportes internacionais de mercadorias, depois o desaparecimento progressivo de empregos e das classes médias nos EUA. O capitalismo industrial foi suplantado por um capitalismo financeiro.

No final dos anos 90, Igor Panarine, professor da Academia Diplomática Russa, analisa o colapso económico e psicológico da sociedade norte-americana. Ele emite a hipótese de desagregação desse país, baseado no modelo do que acontecera com a União Soviética, com o aparecimento de novos Estados. Para repelir o colapso, Bill Clinton saca o seu país do Direito Internacional com a agressão à Jugoslávia pela OTAN. Mostrando-se este esforço insuficiente, personalidades dos EUA imaginam adaptar o seu país ao capitalismo financeiro e organizar, pela força, o comércio internacional, a fim de que o período a seguir seja um «novo século americano». Com George Bush Jr., os Estados Unidos abandonaram a sua posição de nação líder e tentaram transformar-se num Poder unipolar absoluto. Assim, lançaram a «guerra sem fim» ou «guerra ao terrorismo» para destruir, uma a uma, todas as estruturas estatais do «Médio-Oriente Alargado». Barack Obama prosseguiu esta meta para isso associando uma infinidade de aliados.

Esta política trouxe os seus frutos, mas apenas um pequeníssimo número beneficiou dela, os «super-ricos». Os Norte-Americanos reagiram elegendo Donald Trump para a presidência do Estado Federal. Este rompe com a herança dos seus predecessores e, tal como Mikhaïl Gorbatchev na URSS, tenta salvar os EUA afastando-o dos seus compromissos mais onerosos. Ele relançou a sua economia encorajando as indústrias nacionais contra as que haviam deslocalizado os seus postos de trabalho. Subvencionou a extracção de petróleo de xisto e conseguiu tomar o controle do mercado mundial de hidrocarbonetos apesar do cartel formado pela OPEP e pela Rússia. Consciente de que o seu exército é, antes de mais, uma enorme burocracia, esbanjando um orçamento colossal para resultados insignificantes, cessou o apoio ao Daesh (E.I.) e ao PKK, negociando com a Rússia uma via para terminar com a «guerra sem fim» perdendo no processo o mínimo possível.

No período que se segue, os Estados Unidos serão prioritariamente guiados pela necessidade de economizar em todas as suas acções no exterior, indo até ao seu abandono, se necessário. O fim do imperialismo não é uma escolha, mas uma questão existencial, um reflexo de sobrevivência.

Suécia arquiva acusação de estupro contra Assange


Promotoria diz que provas contra fundador do Wikileaks, atualmente preso no Reino Unido, perderam força após quase uma década e não são suficientes para um indiciamento.

Promotores suecos decidiram nesta terça-feira (19/11) encerrar as investigações sobre acusações de estupro contra o fundador do portal Wikileaks Julian Assange, atualmente preso no Reino Unido.

O ativista de 48 anos também que luta contra uma possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de publicar documentos confidenciais militares e diplomáticos através do Wikileaks,

A promotora sueca Eva-Marie Persson disse que as os depoimentos da suposta vítima eram "coerentes, extensos e detalhados" e que as provas da acusação, no processo iniciado em 2010, eram confiáveis, mas que após quase uma década, "as evidências foram enfraquecidas consideravelmente devido ao longo período de tempo que se passou desde o ocorrido".

"Após conduzir uma extensa avaliação de tudo que surgiu no curso das investigações preliminares, concluí que as provas não são fortes suficientes para formar as bases para um indiciamento", disse a promotora.

"Milícias" de extrema direita manipulam temores dos alemães


Grupos de justiceiros vêm "patrulhando" áreas de cidades alemãs que supostamente não contam com presença regular da polícia. Mas analistas apontam que os motivos dos participantes da iniciativa são mais tenebrosos.

Um grito rompe o silêncio de uma tarde de terça-feira em frente à Catedral de Berlim, no centro da cidade. "Ei, você!", grita Oliver Niedrich, um patrulheiro de uma milícia local, antes de perseguir duas mulheres que pediam esmolas. Ele acredita que elas são batedoras de carteiras, mas não fornece provas.

As mulheres fogem antes que Niedrich as apanhe. Mas a perseguição é suficiente para atrair a atenção de espectadores nervosos – e policiais que patrulham a área.

"Às vezes, encontramos pessoas que não gostam particularmente muito de nós", afirma Niedrich, depois de a polícia checar sua identificação e mandá-lo embora. "A polícia vem por nossa causa, mas nós não nos importamos – pelo menos eles vêm para a área."

Ele sabe que suas ações – incluindo a utilização de coletes vermelhos que dão um ar oficial – são tecnicamente legais, desde que não resultem na detenção de alguém ou envolvam violência.

O peculiar totalitarismo do século XXI


Resgate de Sheldon Wolin, o cientista político que descreveu a fusão entre Estado e corporações. Resultado: precariedade e insegurança constantes, para impor a tirania dos mercados; e violência, quando as multidões despertam…

Chris Hedges, em Trutthdig | Outras Palavras | Tradução: Eleutério F. S. Prado

Sheldon Wolin, o mais importante teórico contemporâneo no campo da ciência política nos Estados Unidos, morreu há pouco mais de quatro anos, aos 93. Em seus livros Democracia Incorporada: democracia administrada e o espectro do totalitarismo invertido1 e Política e visão2 – uma vasta pesquisa sobre o pensamento político ocidental que o seu ex-aluno, Cornel West, considera “magistral” –, Wolin expõe a realidade da democracia falida dos Estados Unidos, as causas por trás do declínio do império americano e a ascensão de uma nova e aterrorizante configuração política, formada pelo poder das corporações, que ele chama de “totalitarismo invertido”.

Wendy Brown, professora de ciência política na Universidade da Califórnia, em Berkeley, ex-aluna também de Wolin, disse-me num correio eletrônico: “resistindo aos monopólios do marxismo, na esquerda, e da teoria democrática, pelo liberalismo, Wolin desenvolveu uma análise distinta – distintamente americana – da atualidade política e das possibilidades da democracia radical. Ele foi especialmente presciente ao teorizar sobre o forte estatismo do que hoje chamamos de neoliberalismo; eis que revelou a existência de uma nova fusão do poder econômico com o poder político, a qual considerou que envenena a democracia em sua raiz.”

Wolin, ao longo de sua vida acadêmica, mapeou a involução da democracia e, em seu último livro, Democracia incorporada, detalhou a forma peculiar que o totalitarismo corporativo assumia nos Estados Unidos. “Não é possível apontar para qualquer instituição nacional que possa ser descrita com precisão como democrática” – escreveu ele nesse livro – “certamente não nas eleições altamente gerenciadas e saturadas de dinheiro, no Congresso infestado por lobistas, na presidência imperial, no sistema judicial e penal classista e, muito menos, na mídia.”

O totalitarismo invertido é diferente das formas clássicas de totalitarismo. Ele não encontra a sua expressão em um demagogo ou líder carismático, mas no anonimato sem rosto do Estado corporativo. Esse totalitarismo invertido mantém uma fidelidade aparente à política eleitoral, à Constituição, às liberdades civis, à liberdade de imprensa, à independência do judiciário e à iconografia das tradições e da linguagem do patriotismo americano, mas aproveita em efetivo todos os mecanismos de poder existentes para tornar o cidadão impotente.

“Ao contrário dos nazistas, que tornaram a vida incerta para os ricos e privilegiados, que proporcionaram programas sociais para a classe trabalhadora e os pobres, o totalitarismo invertido explora os pobres, reduzindo ou enfraquecendo os programas de saúde e os serviços sociais, regrando a educação para formar uma força de trabalho insegura, sempre ameaçada pela importação de trabalhadores de baixa remuneração” – escreveu Wolin. “O emprego em uma economia de alta tecnologia, volátil e globalizada, afigura-se normalmente tão precário quanto durante uma depressão à moda antiga. O resultado é que a cidadania, ou o que resta dela, é praticada sob um estado contínuo de preocupação. Hobbes tinha, pois, razão: quando os cidadãos se sentem inseguros e, ao mesmo tempo, se veem impulsionados por aspirações competitivas, eles passam a desejar a estabilidade política e não o envolvimento cívico, a proteção e não o envolvimento político.”

Portugal | ABANDONADOS E MAIS VELHOS QUE TRAPOS


Mais velhos que trapos. Parece ser assim que os idosos em Portugal são considerados. São algo que "empata", que atrasa, que adoece facilmente e gasta recursos para lhes prolongarem a vida de abandono e de indiferença a que os mais novos e a sociedade portuguesa os vota - se necessário mesmo a pais e mães. Sobrevivem sozinhos nas suas casas de há décadas. Limitados fisicamente. Abandonados.

Concluiu a GNR que desses tristes e abandonados que anteriormente também construíram o país, que com caráter obrigatório foram na juventude para uma guerra colonial, que foram perseguidos pela PIDE e vítimas da ditadura salazar-fascista, que foram explorados e oprimidos até se libertarem do regime que os oprimia e obterem a liberdade e a democracia... esses, os velhos, os empatas, atingem números de cerca de 42 mil pelo país. Certamente que são muitos mais. Sempre abandonados por tudo e todos. Também pelo Estado que tanto lhes deve. Abandonados pelos políticos vigentes, por quase todos, que enchem a boca sobre a velhice dolorosa mas que deixam perceber no intimo que o ideal era que morressem sem causar a necessidade de cuidados e despesa. As vantagens anunciadas ou em prática para os que padecem de velhice são falácias dos políticos e mal quistas pelos que hoje exibem as suas juventudes como se não viessem a envelhecer. É isso que se constata, é isso mesmo que imensos velhos sentem na pele, nas suas vidas a acabar a transbordar de tristezas.

Com humanidade e moderação o Curto aborda os velhos, a velhice. Estão convidados a explorar a abertura da peça que se segue, fruto da autoria de Jorge Araújo. Assunto tratado pela rama porque esse é imposição do natural modelo do Curto, do Expresso.

Com bengala ou sem ela vá ler. Use os óculos se convier e puder. É que há óculos que já são quase tão velhos como os velhos que atualmente precisam deles mas não os têm, ou têm mas compraram-nos há muitos anos e as dioptrias já são outras. As reformas de miséria não dão para adquirir novos óculos atualizados e os existentes não vêem para ler. Verdades que tocam aos abandonados, os velhos de um país ingrato, como tantos outros do neoliberalismo exacerbado que atualmente nos rege, em muito semelhante ao fascismo-salazarista que fomentava a iliteracia, a ignorância e analfabetismo... Era como não ver, a não ser para ser explorado, oprimido e reprimido... se contestasse.

Atualmente existe o quase obrigatório comportamento do politicamente correto contestando... para nada. Porque falar não é decreto nem resulta em cedências por parte dos governantes, dos políticos. A resposta frequente é que "não há dinheiro"... Mas já há dinheiro para os banqueiros para os corruptos, para os criminosos que compõem as elites e que escapam impunes à Justiça. Olhai Salgado e outros. Salgado é velho e feliz. Os milhares de milhões de euros debulhados a todos os portugueses (novos e velhos) são parte da sua felicidade. Nunca na vida ele fez outra coisa. Prova de que o crime compensa, para esses.

Siga para o Curto, do Expresso. Bom dia.

SC | PG

Portugal | Morreu o músico e grande revolucionário José Mário Branco*


Era um dos grandes nomes da música de intervenção portuguesa

O músico e compositor José Mario Branco morreu, esta terça-feira, aos 77 anos, avança a RTP3. José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português, passando por géneros como a música de intervenção e o fado, entre outros.

Nascido no Porto, a 25 de maio de 1942, José Mário Monteiro Guedes Branco era filho de professores do ensino primário.

Estudou História nas Universidades de Coimbra e do Porto, mas acabou por abandonar o curso. Começou por ser ativo na Igreja Católica, mas acabou por juntar-se ao Partido Comunista Português, durante o Estado Novo, tendo sido perseguido pela PIDE, o que lavou ao seu exílio em França, em 1963. Só regressaria a Portugal já em 1974, onde funda o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta.

Cantou sobre o que o inquietava a si e ao povo, foi uma das vozes mais reivindicativas do seu tempo. Entre as suas obras mais conhecidas estão os discos "Ser solidário", "Margem de Certa Maneira", "A noite", e o emblemático "FMI".

Portugal | SNS: O mais importante é...


Mariana Mortágua | Jornal de Notícias | opinião

O pagamento de despesas médicas é a maior causa de falência pessoal nos EUA. Mais que o desemprego ou um imprevisto, é o pagamento dos cuidados de saúde que atira as pessoas para a miséria, depois de terem vendido ou penhorado todos os seus bens.

São 530 mil pessoas por ano nesta situação, sendo que a maioria tem seguro privado de saúde. É o caso de Susanne LeClair, da Florida, que contou ao jornal inglês "The Guardian" como, depois da primeira cirurgia para o cancro comparticipada pelo seguro, começou a receber as faturas de todos os tratamentos não comparticipados, que somam agora 52 mil dólares. Um em cada seis americanos tem dívidas médicas que, no total, somam 81 mil milhões de dólares. A situação é mais dramática para um em cada 12 que não tem acesso a um seguro.

Os EUA são só um exemplo entre vários países que rejeitaram a ideia de um serviço público e universal de saúde, deixando que os cuidados médicos se tornassem num negócio que apenas cuida de quem tem recursos financeiros e que leva milhares de pessoas à falência ou mesmo à ausência de tratamento.

Depois de 1974 Portugal fez outra escolha. Durante décadas os impostos de todos foram canalizados para financiar um Serviço Nacional de Saúde que, com maior ou menor facilidade, atende a todos. A ninguém em Portugal é recusado o acesso a cuidados médicos, seja rico ou pobre. E essa garantia é uma coisa preciosa, que nos pertence e nos une enquanto povo.

“A independência na Catalunha virá. É algo que ninguém vai parar” -- Quim Torra


“A independência na Catalunha virá. É algo que ninguém vai parar”, garante presidente do Governo regional

Quim Torra, julgado esta segunda-feira por desobediência. Em entrevista à Al Jazeera, garante que tenta conversar com o primeiro-ministro espanhol em funções todos os dias e também aborda o que considera ser “talvez o maior problema de Espanha neste momento: a ascensão do fascismo”. “Aprendemos algo com o último ano. Vamos ser mais fortes”, diz.

Opresidente do Governo Regional da Catalunha, Quim Torra, garantiu que a independência na região “virá”. “É algo que ninguém vai parar. Vamos exercer novamente o direito de autodeterminação”, acrescentou, em entrevista à Al Jazeera divulgada este fim de semana.

“Aprendemos algo com o último ano. A ideia é: vamos ser mais fortes, vamos construir este grande consenso entre todos nós e depois vamos prosseguir com este horizonte de exercer o nosso direito de autodeterminação”, referiu.

Em maio de 2018, o Parlamento catalão elegeu Torra como o novo presidente do Governo Regional. Torra é um aliado próximo do seu antecessor no cargo, Carles Puigdemont, que no ano anterior tinha sido deposto pelo então primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, na sequência de um referendo, entretanto ilegalizado, e posterior declaração da independência da Catalunha do resto de Espanha.

RU | Hoje: Primeiro debate televisivo põe frente a frente Boris e Corby


O primeiro de uma série de debates televisivos que antecedem as eleições de 12 de dezembro, opondo o primeiro-ministro, Boris Johnson, e o líder do principal partido da oposição, o Trabalhista Jeremy Corbyn, realiza-se hoje.

O debate, no canal televisivo ITV às 20:00 locais (mesma hora em Lisboa), está previsto durar uma hora e será a estreia de Corbyn neste modelo, uma vez que Theresa May, a então líder do Partido Conservador, recusou enfrentar o líder trabalhista na campanha eleitoral para as legislativas de 2017.

Na opinião de Polly McKenzie, antiga assessora do antigo líder Liberal Democrata Nick Clegg, a tarefa está mais facilitada para o líder da oposição porque "a maioria das pessoas diz que ele vai perder, o que quer dizer que Boris tem mais a perder", disse à BBC Radio 4 na segunda-feira.

Uma sondagem tornada pública pela ITV dá ao partido Conservador 42% das intenções de voto, uma vantagem de 14% sobre o principal rival, o 'Labour', que se fica pelos 28%, projetando uma vitória e uma possível maioria absoluta na Câmara dos Comuns para Boris Johnson.

A líder dos Lib Dems, Jo Swinson, tinha esperança de poder participar e o partido pediu a intervenção da Justiça, alegando falta de imparcialidade porque tanto Corbyn como Johnson são eurocéticos, mas os juízes do Tribunal Superior [High Court] recusaram intervir na programação televisiva da ITV.

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