Era um dos grandes nomes da
música de intervenção portuguesa
O músico e compositor José Mario
Branco morreu, esta terça-feira, aos 77 anos, avança a RTP3. José Mário Branco
é autor de uma obra singular no panorama musical português, passando por
géneros como a música de intervenção e o fado, entre outros.
Nascido no Porto, a 25 de maio de
1942, José Mário Monteiro Guedes Branco era filho de professores do ensino
primário.
Estudou História nas
Universidades de Coimbra e do Porto, mas acabou por abandonar o curso. Começou
por ser ativo na Igreja Católica, mas acabou por juntar-se ao Partido Comunista
Português, durante o Estado Novo, tendo sido perseguido pela PIDE, o que lavou
ao seu exílio em França, em 1963. Só regressaria a Portugal já em 1974, onde
funda o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta.
Cantou sobre o que o inquietava a
si e ao povo, foi uma das vozes mais reivindicativas do seu tempo. Entre as
suas obras mais conhecidas estão os discos "Ser solidário",
"Margem de Certa Maneira", "A noite", e o emblemático
"FMI".
Também o Teatro e o Cinema
fizeram parte do seu caminho artístico, tendo colaborado em perto de três
dezenas de peças teatrais e mais de uma dezena de filmes.
Aos 64 anos, regressou à
universidade, para tirar a licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras
da Universidade Clássica de Lisboa, onde foi considerado o melhor aluno do
curso.
Completou 50 anos de carreira no
último ano, momento em que lançou uma coleção de inéditos chamada "Canções
Escolhidas", depois de uma década sem atuar ao vivo. Na altura, afirmou:
"A minha relação com a música foi sempre uma relação de amantes. Não é uma
relação de matrimónio, carimbada. E as coisas vão acontecendo entre dois amantes.
Quando se encontram é para ser bom, não é porque tem de ser."
Rita Carvalho Pereira | TSF | Imagem em TSF
*Mário, não Mario
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