sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

ALBA, ITINERANTE VULCÃO DA AMÉRICA INSURRECTA


 Martinho Júnior, Luanda

01- No preciso ocaso do ano de 2019, no ocaso pré-anunciado duma administração republicana estado-unidense que qualifica o “The America first” como a continuação da expansão de que se foi nutrindo de territórios e de almas desde a sua sulfúrica origem, ALBA vulcânica se levanta uma e outra vez, do chão insurrecto dos povos que se recusam a continuar a ser as temperadas vítimas da velha devassa colonial e do expansionismo do império! (http://www.cubadebate.cu/etiqueta/alba/https://albaciudad.org/).

ALBA se levanta como o ascender do alvor de cada dia, quando desperta o homem simples, o homem digno, o homem ávido de cidadania, ávido de paz, ávido de vida e amante do seu planeta azul… ALBA se levanta por que se levanta Pátria Grande! (https://mazo4f.com/maduro-celebro-los-15-anos-del-alba-tcp-florece-con-fuerza-en-los-pueblos-de-la-patria-grande).

Em Havana, América encontrou-se por estes dias consigo mesma, por que são os povos que emergem, os reitores de seus destinos e dos destinos de toda a humanidade ainda que isso pareça imperceptível, ainda que isso imponha sacrifícios, por que com a ALBA, são esses mesmos povos vanguardas de civilização, face à contundência da barbárie que há séculos se arrasta, a barbárie que torna o capitalismo neoliberal num pântano, cada vez mais putrefacto e insolvente, cada vez mais submerso na morte que ele próprio se obriga a determinar! (http://www.cubadebate.cu/noticias/2019/05/21/consejo-politico-del-alba-tcp-sesiona-en-la-habana-2/#.Xfnm4CZCdjo).

Espero a cada ano esses encontros-balanço da ALBA, porque esse farol solidário que vai despertando, marca a cadência dos povos da América e também da humanidade que está sacudida pela emoção dos avanços e recuos do campo da liberdade!

Temo também, por que é de desequilíbrio em desequilíbrio, de assimetria em assimetria, de bloqueio em bloqueio, de sanção em sanção, difícil saber medir a vontade psicológica e emocional dos povos, na medida dos sacrifícios que sobre eles o império pende! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2017/08/barbarie-em-nome-da-democracia.html).

A expansão do império nos termos de hoje, multiplicando justificações, formas, métodos e tecnologias em disseminação a cavalo nas novas tecnologias, tornou-se tão perversamente egoísta, exclusivista e elitista que as características do domínio o tornou feudal, ditatorial, bárbaro, criminoso e nas mãos de apenas 1% da humanidade!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/01/a-hegemonia-unipolar-retorna-em-forca.html).

Por causa desse carácter foi possível a meio deste ano saber-se que os recursos que deveriam ser arrancados à Terra durante um ano, foram-no de facto arrancados até essa altura, finais de Julho de 2019!… (https://geomorfusjr.wixsite.com/geomorfusjr/blog-1/o-dia-que-o-ser-humano-passou-do-limite).

O capitalismo gerado com seus cortejos imperiais, esgota os recursos, a maior parte deles sem possibilidade de reciclagem e provoca alterações que estão a conduzir a humanidade à fragilização e o planeta a transformações degradantes cada vez mais inibidoras das espécies e da própria vida tal qual ela é hoje conhecida!

Também por isso ALBA se levanta, com Cuba a recordar 60 anos de diplomacia revolucionária (http://www.cubadebate.cu/especiales/2019/12/14/abel-prieto-nuestra-diplomacia-ha-defendido-a-cuba-y-a-las-mejores-causas-de-la-humanidad/), com a Venezuela e Cuba a recordar os encontros inspiradores de há 25 anos entre os Comandantes Fidel e Hugo Chavez nas próprias escadarias da Universidade de Havana (https://www.telesurtv.net/news/cuba-primer-encuentro-hugo-chavez-fidel-castro-20191214-0020.html), os pais-arquitectos e criadores da própria ALBA, que nasceu há 15 anos!...

Mesmo que hajam significativas ausências, o vulcão itinerante dos povos não renunciará à luta pela dignidade, pela liberdade pelas bandeiras de seus próceres, sacudindo telúrico a América e todo o planeta nutrido dessa consciência que nos põe de pé, por que obrigada ao engenho até da sua própria sobrevivência!

É assim na Argentina, na Bolívia, no Chile, na Colômbia, no Haiti, na América Central, no México e, pouco a pouco, mesmo por dentro da profundidade dos Estados Unidos e Canadá, quando a vontade insurrecta se torna consciência, clarividência e passa à substantiva acção, num massivo ardor que só em Pátria Grande é possível!... Pátria Grande en la Plaza de la Dignidad, en Santiago que se levanta, una vez mas en Santiago, el pueblo que temprano se levanta!... (https://www.nodal.am/2019/12/chile-plaza-de-la-dignidad-el-pueblo-unido-jamas-sera-vencido-inti-illimani/?fbclid=IwAR0DwOS808NLTFd9-rwqI_klFA5TuYvtbX7jM1Ch_0VHNQvUvVI5IP9EcVg).

Angola | Ana Gomes "não está sozinha nesta luta", diz sociedade civil


A organização não governamental "Friends of Angola" (FoA) lançou uma campanha de apoio a Ana Gomes. A ex-eurodeputada portuguesa está a ser julgada em Sintra, no sequência de uma queixa movida por Isabel dos Santos.

Numa nota enviada à imprensa, a FoA frisa ter a "obrigação moral" de estar ao lado de Ana Gomes pela "sua longa luta por uma Angola democrática” e pelo "seu exemplo de integridade". Para além de apoiar Ana Gomes, o grupo exige que a filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos explique publicamente a origem da sua riqueza.

A posição da FoA é expressa numa nota que é subscrita por mais de 30 artistas, ativistas, jornalistas e profissionais de outras áreas.

Ana Gomes está a ser julgada num tribunal de Sintra, Portugal, na sequência de uma queixa movida por Isabel dos Santos, filha do antigo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos. A empresária diz que foi difamada de forma reiterada por Ana Gomes. A ex-eurodeputada acusou a angolana de branquear capitais e enriquecer de forma ilícita.

Mulher rural guineense enfrenta barreiras impostas pelos homens


Um estudo sobre a situação da mulher guineense do mundo rural aponta para a existência de várias barreiras impostas pelos homens, inibidoras da sua participação nas tomadas de decisão.

Boaventura Santy, coordenador do estudo, promovido pela organização não-governamental guineense, Tiniguena, disse à Lusa que a amostra retrata apenas a realidade de 30 comunidades rurais, mas espelha a realidade vivida em toda a Guiné-Bissau.

"Constatámos que existem barreiras exteriores à afirmação da mulher rural, constituídas pelos homens, mas também concluímos que a pouca instrução dessas mulheres, a pobreza e o excesso de trabalho, são também outros dos fatores para a sua fraca participação nas tomadas de decisão", afirmou Santy.

O também sociólogo e investigador no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) exemplificou que a mulher rural acorda e sai de casa às 06:00 da manhã e só se deita às 22:00, acabando por deixar para os homens a tarefa de decisão sobre os assuntos da comunidade.

"A maior parte dessas mulheres são as provedoras da família, são elas que produzem o que se come, o que se veste e o que se gasta para outras necessidades. São levadas a pensar e incorporar na sua mente que o processo decisório cabe apenas aos homens", sublinhou Boaventura Santy.

O investigador notou que o estudo concluiu que as mulheres rurais "acabam por ficar confinadas apenas à produção de bens de consumo e aos cuidados com as crianças".

Parlamento britânico aprova acordo do Brexit


Em vitória para o primeiro-ministro Boris Johnson, maioria conservadora consolida passo fundamental para saída do Reino Unido da UE, mas estabelece prazo apertado para negociar termos do divórcio com Bruxelas.

O Parlamento britânico aprovou nesta sexta-feira (20/12) o plano do primeiro-ministro Boris Johnson para o Brexit, o que possibilita ao governo conservador cumprir a promessa de consolidar a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até 31 de janeiro de 2020.

A maioria obtida pelo Partido Conservador de Johnson nas eleições de 12 de dezembro permitiu que o texto fosse aprovado por 358 votos contra 234. O resultado na Câmara dos Comuns deverá permitir uma ratificação do acordo sem sobressaltos, nas próximas etapas do processo no Parlamento.

A votação marca o fim do período de incertezas, iniciado há mais de três anos após o referendo sobre a saída britânica da UE. Entretanto, só após 31 de janeiro o governo britânico poderá dar início às conversações para um acordo comercial com o bloco dos demais 27 países. O texto aprovado prevê prazo até fim de 2020 para essas negociações.

Uma mudança na lei aprovada nesta sexta-feira torna ilegal estender esse limite, o que cria um novo gargalo para as negociações entre as duas partes. A saída definitiva do país da UE chegou a ser adiada três vezes desde 29 de março, primeira data estipulada após o referendo.

"Hoje cumpriremos a promessa que fizemos ao povo de deixar o Brexit embalado para o Natal", disse Johnson antes da votação. "O próximo ano será excelente para nosso país. "Agora é o momento em que começamos a agir juntos como uma nação revigorada, um único Reino Unido", afirmou, convocando os parlamentares a "forjar uma nova parceria com nossos amigos europeus" e "começar o processo de cura que as pessoas deste país tanto desejam".

Alemanha desperta para o terror de direita


Extremistas de direita semeiam ódio nas ruas e na internet. Diante de seu número crescente e dos assassinatos que abalam a Alemanha, órgãos de segurança estão finalmente aprendendo a lição, opina Marcel Fürstenau.

A lista do terror está ficando cada vez mais longa: no estado alemão de Hessen, um suposto neonazista matou o político local Walter Lübcke; e na cidade de Halle, na Saxônia-Anhalt, um atentado fracassado à sinagoga repleta de fiéis fez duas vítimas.

Todos os dias, em algum lugar da Alemanha, cidadãos são insultados e agredidos devido à cor de sua pele, sua religião ou orientação sexual. O Departamento Federal para a Proteção da Constituição (BfV), serviço secreto interno alemão, classifica agora 12,7 mil extremistas de direita como de orientação violenta.

Em comparação: em 2011, quando foi descoberto o grupo terrorista Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), que cometia assassinatos em todo o país, havia apenas 9,8 mil.
Por falar da NSU: "fracasso estatal completo" foi a conclusão devastadora de uma comissão de investigação do Parlamento alemão. O foco das críticas recaiu, com razão, sobre a polícia e o BfV, que por muito tempo não quis ver qualquer motivação racista por trás da série de assassinatos e atentados, apesar das provas claras.

Autoridades e políticos prometeram melhorias. Mas as trocas de pessoal nas chefias dos órgãos de segurança e as mudanças organizacionais se mostraram fundamentalmente ineficazes.

Como a brutalidade em França continua a ser invisível


Coletes amarelos & descaramento

George Galloway [*]

Embora utilizem coletes de alta visibilidade, os que protestam em França têm sido quase invisíveis nos chamados media "de referência", provocando também um silêncio ensurdecedor do movimento trabalhista e sindical e até mesmo da assim chamada "esquerda" no seu bojo.

Se bem que uma cabeça quebrada ou mesmo uma vidraça partida em Hong Kong ou na Venezuela muitas vezes lidere os noticiários, mais de um ano de sublevação semanal e de movimentos de massa de trabalhadores que se deparam com a extrema violência do estado francês e o seu dolorosamente liberal presidente Macron têm sido ignorados pela imprensa ocidental e pelos jornalistas da rádio e TV com estudada arrogância.

Não pode haver justificação racional para isto. Hong Kong está a quase 10.000 km da Inglaterra, Caracas a quase 8.000 km. A França está a 50 km de distância. Não é barato enviar e manter equipas de jornalistas no outro extremo da terra. Proliferam viagens baratas para Paris.

Nenhum critério noticioso poderia justificar a quase total ausência de cobertura da desordem generalizada e as multidões maciças no nosso vizinho europeu mais próximo ao longo de um ano inteiro. Na verdade, é tamanha a antipatia entre a elite inglesa e a francesa (e vice-versa) que, tomando emprestada uma palavra alemã, seria expectável que uma sensação de schadenfreude conduzisse a cobertura britânica, à velocidade máxima! Mas não houve nada disso.

Já não são só os coletes amarelos. Obviamente, o que aconteceu agora é que toda a classe trabalhadora organizada da França entrou no campo de batalha. Grandes centrais sindicais – como o moderado CFDT, bem como a militante CGT – com milhões de membros estão agora a confrontar fisicamente o poder do estado francês.

Trump deu imunidade a Israel pelo direito internacional


No tratamento de Israel à Palestina Ocupada, Israel viola o direito internacional há décadas. De acordo com o direito internacional, uma potência ocupante não pode incorporar a terra ocupada em seu próprio domínio. No entanto, Israel o fez persistentemente, expulsando os palestinos de suas casas, vilas e terras agrícolas, a fim de construir apartamentos para imigrantes judeus.

À medida que as pessoas aprendiam sobre o destino sofrido pelos palestinos nas mãos de Israel, cresceram as críticas à política de Israel para os palestinos por ativistas de direitos humanos, e surgiram movimentos de boicote, desinvestimento e sanções (BDS).

Esses desenvolvimentos são inconvenientes para Israel. A mídia israelita indicou que o governo israelita está pronto para concluir a anexação da Palestina despejando os palestinos restantes e incorporando a terra palestina restante em Israel. Antes de dar esse passo, Israel quer silenciar os críticos e impedir a ação da BDS.

Nos EUA, o Lobby de Israel tentou aprovar a Lei de Consciencialização do Anti-Semitismo, a Lei Anti-Boicote de Israel e a Lei de Fortalecimento da Segurança da América no Oriente Médio. No entanto, esses atos violam claramente a liberdade de expressão e o protesto constitucionalmente protegidos, e o Congresso, embora feliz em agradar ao lobby de Israel, não quer aprovar atos que a Suprema Corte obviamente derrubará. A ACLU se opõe a esses atos com base na Primeira Emenda.

Portanto, o Lobby de Israel recorreu a Donald Trump para alcançar, por ordem executiva, o que eles não alcançaram pela legislação.

18.000 casas na Jerusalém ocupada estão sob ameaça de demolição - oficial


Cerca de 18 mil casas em Jerusalém estão ameaçadas de demolição pelas autoridades de ocupação de Israel, anunciou ontem o vice-governador da cidade.

Abdullah Siam disse ao The Voice of Palestine que as atividades de demolição de Israel estavam sendo realizadas sob o pretexto da "construção ilegal" das casas.

"A demolição das casas palestinas na Jerusalém ocupada ocorre no contexto das medidas punitivas de Israel, deslocamento forçado, limpeza étnica e judaização da Jerusalém ocupada", destacou Siam.

A ocupação israelita está demolindo casas e estruturas palestinas na Jerusalém ocupada, num esforço para expandir os assentamentos e forçar os palestinos a deixar suas casas e terras.

Middle East Monitor em Global Research

As duas faces do processo contra Trump


Seria ótimo derrubar proto-fascista instalado no posto de maior poder do planeta. Porém, ação aberta ontem pode ser atalho para frear a avanço da esquerda e recompor o casamento do Partido Democrata com a plutocracia americana

Paul Street | Outras Palavras

O processo de impeachment contra Donald J. Trump está aberto. O que fazer dele? É difícil não gostar de ver o Perverso contorcer-se e atacar como uma fera ferida. Não há humilhação pública suficiente para essa caricatura patética de ser humano, esse ser racista, sexista, ecocida e fascista que coloca o mundo em risco com sua presença no cargo mais poderoso. O regime racista, sexista, xenófobo e plutocrático de Trump causou grandes danos às regras básicas democráticas e humanas, à decência civilizacional, à justiça social e perspectivas de um futuro decente. Tudo isso torna impossível a qualquer pessoa de esquerda ou progressista que se preze não querer vê-lo cair em desgraça e ser removido do poder. O regime Trump-Pence deve ser forçado a deixar o cargo o mais rápido possível.

Mas como, por que razões, e com que tipo de visão do futuro? O impeachment requer dois terços do Senado, majoritariamente republicano. As chances de remoção são baixas. E ela teria de ser precedida ou seguida da remoção do vice-presidente Mike Pence, um fascista cristão que está programado para ascender à Casa Branca depois da saída de Trump, segundo as regras da Constituição dos EUA.

A melhor maneira de remover Trump não é meramente através de procedimentos projetados por uma elite de ricos proprietários de escravos do século XVIII, negociantes capitalistas e publicitários para quem a democracia era o maior pesadelo. É através de uma rebelião de massa, sustentada por aquilo que a classe dominante norte-americana mais teme: Nós, o Povo, a maioria trabalhadora. Deveríamos nos mobilizar para derrubar esse regime da mesma maneira que o povo de Porto Rico expulsou seu governador corrupto e racista, Ricky Rosello; da mesma forma que o povo de Hong Kong obteve a revogação de uma lei de extradição autoritária e as massas da Argélia derrubaram um regime autoritário no ano passado.

Não podemos deixar que o espetáculo do impeachment mantenha milhões sentados diante de telas brilhantes para saber como o desastroso sistema bipartidário dos EUA, a mídia corporativa e uma Constituição ultrapassada “trabalham” pela democracia e pelo bem comum. Eles não fazem tal coisa.

Portugal | Excedente de prosápia


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Engalanado pela ideia do lucro proveniente da perspectiva do único excedente orçamental em democracia, o primeiro Orçamento do Estado (OE) pós-geringonça é pouco mais do que um processo de intenções.

À excepção do reforço da dotação na saúde (a boa aposta que permite ao Governo enrolar a língua para puxar dos galões), este OE é um simulacro de melhores dias.

Com um par de piscadelas de olho à Esquerda e com o conservadorismo que não permite à Direita afiar as garras, António Costa pretende fazer-nos confundir músculos com tendões. Com margem para muito mais, esta é uma proposta de Orçamento sem força, mapa de balanço e contas de quem dobrou a espinha e, estranhamente, não se quer endireitar. Dá sinal de um país intermitente, refém do passado da troika que vai obsessivamente a inventário. É a desilusão esperada.

É fartar vilanagem | BPN custou ao Estado 4.900 milhões entre 2011 e 2018


O processo de nacionalização e reprivatização do Banco Português de Negócios (BPN) custou ao Estado 4.900 milhões de euros entre 2011 e 2018, segundo o parecer do Tribunal de Contas à Conta Geral do Estado de 2018, hoje divulgado.

No documento, o Tribunal de Contas aponta que só no ano passado o saldo das receitas e despesas orçamentais decorrentes da nacionalização e reprivatização do BPN e da constituição das sociedades-veículo públicas Parups, Parvalorem e Parparticipadas (que ficaram com ativos do ex-BPN) foi negativo em 829 milhões de euros.

No total, a fatura do BPN nas contas públicas totalizou, entre 2011 e 2018, 4.900 milhões de euros.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Lusa

A Elsa no país cinzentão… E o resto do mundo


No Bairro Alto, em Lisboa, uma certa Elsa era muito popular. Já lá vão umas vastas décadas de tempos idos. Havia um dizer que a popularizou: “Oh Elsa! Vais presa?” Isto porque a escultural senhora lá do bairro seguia na rua acompanhada por um polícia. À pergunta ela respondia: “Não, vou dormir com o chefe!” Com a tempestade de ontem quem (desses tempos) não se lembrou dessa Elsa escultural? Era uma mulheraça tempestuosa, com um vernáculo bem no tom do bairro.

Vedeta na atualidade lisboeta e de muitas outras paragens de Portugal foi a Elsa tempestade que assolou o país, causou mortes, um desaparecido, feridos ligeiros, desalojados e destruição. Uma intempérie batizada de Elsa cujo ‘vernáculo’ foi muito superior em ventos fortes do que aqueles da outra Elsa nos seus arfares e nos “despacha-te, filho, que tenho mais que fazer” aos que a “compravam” por uns minutos.

Vimos que esta Elsa, a tempestade, não deu prazer e passou por terras lusas cobrando altas maquias: vidas, dores, inundações e destruição inabitual. Foi o seu cunho.

Melhor, sobre essa Elsa, refere Martim Silva do Expresso, autor do Curto de hoje. Muito jovem para saber referir com conhecimento de causa a outra Elsa, a do lisboeta Bairro Alto – então sítio de jornais, ardinas, tipógrafos, jornalistas, lojas, catadores, rufias, outros pintas e gentes boas.

Temos por tal a Elsa Tempestade a seguir e na abertura. De mais trata Martin nesta manhã mais calma mas invernosa. Anunciado já está a próxima visita do jaez Elsa, o Fábio (em português), que outros batizaram de Fabien – os apostados em fazer da língua portuguesa uma trapeira, se não uma estrumeira.

Tenha um bom dia, aproveite para contemplar o cinzento do vindo do céu a da luz que já nos era incomum. Este cinzentão incomoda e entristece até os mais otimistas. Prova de que afinal o sol quando nasce não é para todos. Mentem com todos os dentes os que tantas promessas fazem nas campanhas eleitorais e nas práticas parlamentares e governativas. As desigualdades imperam e ampliam-se. Está provado.

A Elsa, do resto do mundo e do país. Curto do Expresso a despontar seguidamente. Avante.

MM | PG

“CONVERSA DA TRETA”, sobre o BES – uma história infantil


Mário Motta | opinião

No Público podemos ler sobre o adiamento do Processo BES. A prosa tem o rótulo de conteúdo exclusivo para assinantes. Por isso é uma prosa com preço, não aberta aos que não avançarem com umas moedas de euro, os proprietários precisam de continuar a desfrutar de uma vida condigna… Os sortudos. Concordamos, sob a perspetiva de que nesta sociedade (que para iludir apelidam de tão maravilhosa) não existem almoços grátis, nem textos… Nem nada.

No assomo de prosa a que é permitido chegar concluímos que o trabalho de Ana Henriques, sem surpresa, é mais do mesmo e que a poupança de uns euros ao não comprarmos o acesso à prosa vem por bem.

Do que lá consta por acesso online livre reproduzimos:

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Acusação do processo BES adiada para o primeiro semestre de 2020

“Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado?”, interroga António Costa a propósito das novas medidas contra a corrupção.

“O poder político que nos dê meios suficientes para trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.

A acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aos arguidos do processo da derrocada do banco e do Grupo Espírito Santo foi novamente adiada: depois de terem planeado apresentá-la no final deste ano ou no início do próximo, os procuradores apontam agora para o primeiro semestre de 2020...

ESTE CONTEÚDO É EXCLUSIVO PARA ASSINANTES DO JORNAL EUROPEU DO ANO

Ana Henriques | Público | Cartoon Vasco Gargalo

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Aquilo que sobressai para conclusão dos milhões de cidadãos remonta à postura absolutamente natural das técnicas conhecidas mas nunca esgotadas das histórias infantis vulgarmente conhecidas pelo jogo do empurra: Costa, atual PM, interroga com quase estupefacção “Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado?” (grande lata!) e a resposta surge cristalina: “O poder político que nos dê meios suficientes para trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.

Empurram uns para os outros, os dos poderes políticos e os do judiciário, cabendo também responsabilidades apontadas aos profissionais da Comunicação Social, entre tantos outros que foram comprados pelo famigerado Dono Disto Tudo, Ricardo Salgado. É ou não o jogo do empurra?

A saber? Quem foram os “comprados” com proventos em offshores, incluindo “dádivas” a partidos políticos, a candidatos presidenciais, a políticos a mencionar, e outros? Quem são os jornalistas que também foram contemplados com "ofertas" em offshores em países e ilhas paradisíacas? Porque nunca vimos as suas identidades reveladas, quando é expectável que existam listas que informam?

Pois… Já sabemos a resposta: está tudo em “segredo de justiça”. Já nos esquecíamos dessa nuance – aplicável quando convém, mas revelada em grandes parangonas quando  por interesses esconsos consideram convir...

Se tudo isto não é uma “história infantil” encontrem-lhe outro epíteto qualquer. Daqueles que sejam igualmente de embalar.

Além disso há a justiça. Essa tresloucada que se desfez da venda nos olhos, que anda de hiperminisaia, exageradamente maquilhada, e que abre as pernas aos que lhe justificam os seus poderes políticos e financeiros. Uma megera inqualificável.

Acresce que, como isto está, tudo se compreende que ocorra. Que se prometa luta pela transparência, pela democracia, pela justiça... Histórias.

Portugal | Pensões? Dois milhões recebem mais 0,7% e o 'extra' não está nos planos


O aumento extraordinário das pensões não está nos planos do Governo para o próximo ano, confirmou a ministra do Trabalho e da Segurança Social, na quinta-feira. O acréscimo de 0,7% às pensões mais baixas chega a dois milhões de pessoas.

A Segurança Social apresentou o orçamento para o próximo ano e a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, aproveitou para baixar as expectativas: não está em cima da mesa um aumento extraordinário das pensões - contrariamente ao que aconteceu em anos anteriores. Além disso, detalhou que o acréscimo de 0,7% às remunerações mais baixas chegará a dois milhões de pessoas. 

"Consta da proposta do Governo uma valorização real dos rendimentos dos pensionistas dos escalões mais baixos", que inclui a atualização das pensões prevista na lei, de 0,7%, para cerca de dois milhões de pensionistas e um aumento do valor do referencial do Complemento Solidário para Idosos (CSI), disse a ministra. 

E, à semelhança do que fez o ministro de Estado e das Finanças, Mendes Godinho 'chutou' o assunto para a frente: "Em sede de especialidade veremos, mas esta é a proposta do Governo", referiu. 

Nos últimos três anos, sublinhe-se, o Governo atribuiu um aumento extraordinário até 10 euros por pensionista. Em 2017 e 2018, este aumento foi aplicado a partir de agosto e em 2019 a partir de janeiro.

Portugal | Promover o ditador Salazar é branquear o fascismo


A URAP denuncia que a Câmara de Santa Comba Dão não desmente que terá estátuas do ditador fascista que pretende pôr numa praça e reitera a importância da recolha de assinaturas para a petição contra o «Museu Salazar».

A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) alerta, em nota enviada à imprensa, para o facto de que «a promoção da figura do ditador visa o branqueamento do fascismo e vem na linha do projecto de abertura do Museu Salazar, com este ou outro nome, em Santa Comba Dão».

Para combater o branqueamento do fascismo, os resistentes antifascistas recordam que prossegue a recolha, por todo o País, de uma petição «para ser entregue na Assembleia da República para que, à semelhança do que aconteceu em 2007, este órgão de soberania possa condenar a criação de tal museu».


A URAP entende que se vive um tempo «em que um pouco por todo o mundo se vê ressurgir o populismo e o fascismo», o que deve mobilizar «os democratas amantes da liberdade».

Referindo-se a situações positivas recentes, aponta o caso ocorrido em Espanha, onde se «ordenou a exumação do corpo do fascista Francisco Franco do Vale dos Caídos» e, na Áustria, onde se anunciou que «a casa onde nasceu Adolf Hitler será transformada numa esquadra da polícia, para que seja dado um "sinal inequívoco" de que não se tornaria num lugar para celebrar o fascismo».


Imagens: 1 – Salazar e correlegionários fascistas, com o fascismo na mente, na saudação nazi, na desumanização / vozdooperario.pt; 2 – Manifestação antifascista / URAP

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