sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

“CONVERSA DA TRETA”, sobre o BES – uma história infantil


Mário Motta | opinião

No Público podemos ler sobre o adiamento do Processo BES. A prosa tem o rótulo de conteúdo exclusivo para assinantes. Por isso é uma prosa com preço, não aberta aos que não avançarem com umas moedas de euro, os proprietários precisam de continuar a desfrutar de uma vida condigna… Os sortudos. Concordamos, sob a perspetiva de que nesta sociedade (que para iludir apelidam de tão maravilhosa) não existem almoços grátis, nem textos… Nem nada.

No assomo de prosa a que é permitido chegar concluímos que o trabalho de Ana Henriques, sem surpresa, é mais do mesmo e que a poupança de uns euros ao não comprarmos o acesso à prosa vem por bem.

Do que lá consta por acesso online livre reproduzimos:

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Acusação do processo BES adiada para o primeiro semestre de 2020

“Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado?”, interroga António Costa a propósito das novas medidas contra a corrupção.

“O poder político que nos dê meios suficientes para trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.

A acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aos arguidos do processo da derrocada do banco e do Grupo Espírito Santo foi novamente adiada: depois de terem planeado apresentá-la no final deste ano ou no início do próximo, os procuradores apontam agora para o primeiro semestre de 2020...

ESTE CONTEÚDO É EXCLUSIVO PARA ASSINANTES DO JORNAL EUROPEU DO ANO

Ana Henriques | Público | Cartoon Vasco Gargalo

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Aquilo que sobressai para conclusão dos milhões de cidadãos remonta à postura absolutamente natural das técnicas conhecidas mas nunca esgotadas das histórias infantis vulgarmente conhecidas pelo jogo do empurra: Costa, atual PM, interroga com quase estupefacção “Como é que é possível ainda ninguém ter sido julgado?” (grande lata!) e a resposta surge cristalina: “O poder político que nos dê meios suficientes para trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.

Empurram uns para os outros, os dos poderes políticos e os do judiciário, cabendo também responsabilidades apontadas aos profissionais da Comunicação Social, entre tantos outros que foram comprados pelo famigerado Dono Disto Tudo, Ricardo Salgado. É ou não o jogo do empurra?

A saber? Quem foram os “comprados” com proventos em offshores, incluindo “dádivas” a partidos políticos, a candidatos presidenciais, a políticos a mencionar, e outros? Quem são os jornalistas que também foram contemplados com "ofertas" em offshores em países e ilhas paradisíacas? Porque nunca vimos as suas identidades reveladas, quando é expectável que existam listas que informam?

Pois… Já sabemos a resposta: está tudo em “segredo de justiça”. Já nos esquecíamos dessa nuance – aplicável quando convém, mas revelada em grandes parangonas quando  por interesses esconsos consideram convir...

Se tudo isto não é uma “história infantil” encontrem-lhe outro epíteto qualquer. Daqueles que sejam igualmente de embalar.

Além disso há a justiça. Essa tresloucada que se desfez da venda nos olhos, que anda de hiperminisaia, exageradamente maquilhada, e que abre as pernas aos que lhe justificam os seus poderes políticos e financeiros. Uma megera inqualificável.

Acresce que, como isto está, tudo se compreende que ocorra. Que se prometa luta pela transparência, pela democracia, pela justiça... Histórias.

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