Mário Motta | opinião
No Público podemos ler sobre o
adiamento do Processo BES. A prosa tem o rótulo de conteúdo exclusivo para
assinantes. Por isso é uma prosa com preço, não aberta aos que não avançarem
com umas moedas de euro, os proprietários precisam de continuar a desfrutar de
uma vida condigna… Os sortudos. Concordamos, sob a perspetiva de que nesta
sociedade (que para iludir apelidam de tão maravilhosa) não existem almoços
grátis, nem textos… Nem nada.
No assomo de prosa a que é
permitido chegar concluímos que o trabalho de Ana Henriques, sem surpresa, é mais
do mesmo e que a poupança de uns euros ao não comprarmos o acesso à prosa vem
por bem.
Do que lá consta por acesso
online livre reproduzimos:
*********
“Acusação do processo BES adiada
para o primeiro semestre de 2020
“Como é que é possível ainda
ninguém ter sido julgado?”, interroga António Costa a propósito das novas
medidas contra a corrupção.
“O poder político que nos dê
meios suficientes para trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.
A acusação do Departamento
Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aos arguidos do processo da
derrocada do banco e do Grupo Espírito Santo foi novamente adiada: depois de
terem planeado apresentá-la no final deste ano ou no início do próximo, os
procuradores apontam agora para o primeiro semestre de 2020...
ESTE CONTEÚDO É EXCLUSIVO PARA
ASSINANTES DO JORNAL EUROPEU DO ANO
Ana Henriques | Público | Cartoon
Vasco Gargalo”
Aquilo que sobressai para conclusão
dos milhões de cidadãos remonta à postura absolutamente natural das técnicas
conhecidas mas nunca esgotadas das histórias infantis vulgarmente conhecidas
pelo jogo do empurra: Costa, atual PM, interroga com quase estupefacção “Como é
que é possível ainda ninguém ter sido julgado?” (grande lata!) e a resposta
surge cristalina: “O poder político que nos dê meios suficientes para
trabalharmos”, reclama fonte do DCIAP.
Empurram uns para os outros, os
dos poderes políticos e os do judiciário, cabendo também responsabilidades
apontadas aos profissionais da Comunicação Social, entre tantos outros que
foram comprados pelo famigerado Dono Disto Tudo, Ricardo Salgado. É ou não o
jogo do empurra?
A saber? Quem foram os “comprados”
com proventos em offshores, incluindo “dádivas” a partidos políticos, a
candidatos presidenciais, a políticos a mencionar, e outros? Quem são os
jornalistas que também foram contemplados com "ofertas" em offshores em países e
ilhas paradisíacas? Porque nunca vimos as suas identidades reveladas, quando é expectável
que existam listas que informam?
Pois… Já sabemos a resposta: está
tudo em “segredo de justiça”. Já nos esquecíamos dessa nuance – aplicável quando
convém, mas revelada em grandes parangonas quando por interesses esconsos consideram convir...
Se tudo isto não é uma “história
infantil” encontrem-lhe outro epíteto qualquer. Daqueles que sejam igualmente de
embalar.
Além disso há a justiça. Essa
tresloucada que se desfez da venda nos olhos, que anda de hiperminisaia,
exageradamente maquilhada, e que abre as pernas aos que lhe justificam os seus
poderes políticos e financeiros. Uma megera inqualificável.
Acresce que, como isto está, tudo se compreende
que ocorra. Que se prometa luta pela transparência, pela democracia, pela
justiça... Histórias.
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