EUA alegam que obra aumentará
influência de Moscovo na Europa. Críticos da punição dizem que Washington quer,
na verdade, vender mais gás para os europeus. Empresa que atua no projeto
anuncia suspensão de construção.
O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (20/12) a lei que impõe sanções contra
empresas que atuam na construção do polémico gasoduto russo Nord Stream 2, uma
imensa rede de oleodutos submarinos que vem sendo instalada no fundo do Mar
Báltico. As punições já haviam sido aprovadas pelo Congresso americano.
Contestadas pela União Europeia,
as sanções foram incluídas num projeto extenso sobre os gastos com defesa que
Trump assinou durante uma cerimónia numa base da força aérea na região de
Washington.
Para justificar a punição, o
governo americano alegou que o gasoduto aumentará a dependência do gás russo
por parte dos europeus, e desta forma fortalece a influência de Moscovo no
continente. Os EUA argumentam ainda que o Nord Stream 2 enfraquecerá nações
aliadas no leste da Europa, que dependem das taxas de trânsito sobre gás russo
que passa por oleodutos instalados em seus territórios.
Além disso, Moscovo poderá
fornecer mais gás diretamente a seu principal comprador, a Alemanha, o que levanta
o temor de que os russos terão mais facilidade para eventualmente pressionar
outras nações que ficam na rota dos velhos gasodutos de superfície, podendo
trancar os oleodutos, se quiserem.