sábado, 21 de dezembro de 2019

Violência, uma constante na realidade colombiana


Masiel Fernández Bolaños* Bogotá (Prensa Latina) - em Pátria Latina

Todo mês, semana e, praticamente todos os dias deste ano, a violência era uma constante na realidade colombiana. Ameaças, ataques, sequestros e assassinatos foram repetidos, com frequentes vítimas entre membros de comunidades indígenas, líderes sociais e ex-guerrilheiros.

Tudo isso acontece três anos após a assinatura do Acordo de Paz entre o Estado e as ex-Forças Armadas Revolucionárias do Exército Popular da Colômbia (FARC-EP) e 16 meses após a chegada à Casa Nariño (sede da Presidência) da República. Presidente Iván Duque.

Vozes diferentes concordam que centenas de líderes sociais, indígenas e ex-guerrilheiros foram assassinados desde a assinatura do Acordo, enquanto aumentam os pedidos de sua implementação abrangente, a fim de alcançar uma paz com justiça social, estável e duradoura.

No caso das comunidades indígenas e afrodescendentes, eles também insistem na necessidade de uma presença integral do Estado em seus territórios, opondo-se à existência de grupos armados, legais ou ilegais, e pedindo que suas formas sejam respeitadas. defesa própria.


EL CAUCA, UM DOS DEPARTAMENTOS MAIS VIOLENTOS

Ao falar sobre a situação persistente de violência no departamento de Cauca, várias vozes apontam para elementos como ilegalidade e abandono do estado.

A violência que existe em nossos territórios data de muito tempo e é por várias razões, disse à Prensa Latina a líder social Clemencia Carabalí, membro da Associação de Mulheres Afro-descendentes do norte de Cauca.

Ele ressaltou que a área tem uma localização estratégica, porque desse corredor no norte de Cauca você tem acesso ao interior do país, mas também à costa do Pacífico, à costa de Cauca e ao sul, o que permite o tráfego de todos os tipos de elementos, Legal e ilegal.

Da mesma forma, ele disse, a biodiversidade que hospeda, bem como a riqueza da mineração, ouro e petróleo e carvão, faz com que os olhos de muitos investidores nacionais e estrangeiros olhem para esta região.

Por outro lado, disse ele, a questão do abandono do Estado é cúmplice precisamente em todas essas situações, porque as pessoas não têm capacidade ou apoio técnico e jurídico e econômico para operar em harmonia com o meio ambiente.

As pessoas, embora morem em um território muito rico, não têm condições de explorá-lo racionalmente e dentro da estrutura de seu próprio desenvolvimento, como dizem as leis para comunidades negras e indígenas, explicou Carabalí.

Na sua opinião, outro problema é a falta de cumprimento da palavra comprometida com o Acordo de Paz, porque ‘isso se tornou um terreno fértil para a deterioração dos direitos das pessoas em nossa região’.

O líder social também enfatizou que a questão da mineração ilegal causa muitos danos no território, não apenas prejudica a natureza, mas principalmente a vida de homens e mulheres, porque polui o ar, o meio ambiente.

Na opinião de Rossi Jair Muñoz, defensor do Povo Regional de Cauca, o tráfico de drogas, a mineração ilegal e as lavouras ilícitas estão entre os problemas que afetam a ordem pública naquela região do sudoeste colombiano.

Fatos que estão afetando a ordem pública foram apresentados. O povo de Cauca é um povo de paz. Esta é uma questão que o Ombudsman Nacional, Carlos Negret, tornou visível para o nosso departamento. Queremos ser um território de paz, disse Muñoz à Prensa Latina.

Para ele, a presença da institucionalidade é necessária. Olhar para a institucionalidade é olhar novamente para o campo, nossos camponeses, nossos povos indígenas; promover colheitas lícitas na região; atingir a sociedade por estradas, postos de saúde, escolas, disse ele.

Esse é um componente que faz parte do que o Provedor de Justiça solicitou para que nossas comunidades possam viver em paz e ter paz nesta região, disse ele.

Nessas condições, ele enfatizou, estamos alertando sobre a importância de atender a alertas precoces, que é um sistema de prevenção e proteção dos direitos humanos.

Pedimos que as observações e recomendações que fazemos em nossos primeiros alertas pela instituição sejam levadas em consideração, disse ele.

O Escritório do Ombudsman descreveu a situação como uma catástrofe humanitária devido a confrontos entre grupos armados fora da lei para apreender rotas de tráfico de drogas e mineração ilegal.

Nesse contexto, o Conselho Regional Indígena de Cauca (CRIC) informou que o estado de emergência territorial ainda está em vigor, diante de ações violentas contra membros das comunidades originais.

O CRIC instou todas as estruturas da organização e comunidade nativas em geral a permanecerem vigilantes e vigilantes.

Ele também alertou as organizações nacionais e internacionais de direitos humanos sobre os eventos apresentados na área, que não se limitam a ameaças por escrito, mas a situações de perseguição e morte.

O Conselho enfatizou que ‘as ameaças de morte que continuamos a receber por nosso trabalho autônomo de controle territorial não respondem a nenhum projeto político revolucionário, mas à pequena ambição do narcotráfico’.

Juntamente com isso, a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) declarou uma emergência humanitária devido à morte de nativos desde a assinatura do Acordo de Paz.
Sobre o envio de soldados ordenados pelo governo diante da violência em Cauca, ele disse que ‘já sabemos que a militarização não é a solução’.

A VIOLÊNCIA POLÍTICA

Os atos de violência e as demandas por garantias políticas precederam as eleições regionais e locais de 27 de outubro.

A Missão de Observação Eleitoral (MOE) declarou que 108 candidatos foram vítimas de violência de 27 de julho a 21 de outubro.

Ameaças, seqüestros, ataques e assassinatos foram algumas das manifestações de tais eventos.

Ao longo do calendário eleitoral, a Missão monitorou permanentemente a violência sofrida por candidatos, candidatos, altos funcionários de todas as ordens territoriais, líderes políticos, líderes sociais e membros dos Comitês de Ação da Comunidade, detalhados em um relatório sobre o assunto.

Juntamente com isso, vários partidos denunciaram os ataques contra seus candidatos e exigiram garantias do governo para realizar a campanha eleitoral.

A questão é tão complexa que, segundo pesquisas, a insegurança é uma das questões que mais preocupa os colombianos.

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