Primeiro ataque armado no centro
de Moçambique, desde que começou o segundo mandato de Filipe Nyusi, termina com
mortes e destruição na aldeia de Macorococho. A polícia promete
pronunciar-se sobre o caso oportunamente.
No início da noite de segunda-feira (20.01), homens armados não identificados atacaram o
centro de saúde de Macorococho, na província de Sofala, em Moçambique.
Os atacantes dispararam contra o centro e, depois, atearam fogo ao edifício,
deixando quatro pessoas mortas.
Segundo relatos do morador
António Chiranga, eles "chegaram mesmo no hospital e começaram a
disparar. Lá queimaram o hospital e a casa do senhor chefe que vive lá,
queimaram e começaram a atacar as pessoas, no hospital, começaram a atacar
outras pessoas", afirmou António.
O morador fugiu para as matas
durante o ataque e, esta terça-feira (21.01), teve de procurar refúgio na vila-sede
do distrito, Nhamatanda. Segundo fontes locais, os atacantes roubaram vários
medicamentos do centro de saúde. Os homens atearam ainda fogo a outras casas,
incluindo a do chefe da aldeia.
O ataque é o primeiro na região
centro do país desde a tomada
de posse do Presidente Filipe Nyusi, a 15 de janeiro, e segue-se a uma
série de incêndios ocorridos na mesma zona, em sedes do partido no poder, a
Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), no final de dezembro.
"Começaram por sedes da
FRELIMO e depois ficou-se durante quatro semanas e depois começou isto",
afirmou Chiranga.
A polícia promete pronunciar-se
sobre o caso oportunamente. Até à tarde desta terça-feira (21.01), a região
estava inacessível devido às chuvas fortes que se abateram sobre a
província.
Ligações com a RENAMO
Entretanto, na segunda-feira (20.01),
dois antigos deputados do maior partido da oposição, a Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO), foram ouvidos pela Procuradoria Provincial de Sofala.
As autoridades
suspeitam que Sandura Ambrósio e Manuel Bissopo estejam ligados à
autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, um grupo dissidente do
partido que é apontado como autor dos ataques no centro de Moçambique. Até
agora, as autoridades não divulgaram o que foi falado nas audições.
Arcénio Sebastião | Deutsche
Welle
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