quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Moçambique/Renamo | Líder dissidente ameaça intensificar ataques armados


O líder dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição no país, ameaçou hoje intensificar ações armadas nas principais estradas das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique.

"Tenho informação que os deputados vão tomar posse. Bem aventurados são eles, mas que saibam onde andar. Eu agora não vou poupar mais ninguém: autocarros de passageiros, homem ou mulher, vou bater. Já não há mais brincadeiras", disse à Lusa Mariano Nhongo, falando em contacto telefónico a partir de um ponto incerto do centro de Moçambique.

Em causa estão os ataques que se têm registado nas estradas nacionais EN1 e EN6, nas províncias de Manica e Sofala, incursões que já provocaram 21 mortos e têm sido atribuídas à autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo de guerrilheiros dissidentes do partido que exige a renegociação do acordo de paz assinado em 06 de agosto e a demissão do atual líder daquela força política, Ossufo Momade.

O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo critica a tomada de posse (marcada para segunda-feira) dos deputados da Renamo, enquanto "os guerrilheiros estão no mato a sofrer, sem sapatos nem comida".


"Hoje, deixaram de fora os guerrilheiros e estão a ir tomar posse, o que isto significa?" questionou Mariano Nhongo, acusando a liderança do partido de estar a afastar-se dos ideais do líder antecessor de Ossufo Momade, Afonso Dhlakama, que morreu em 2018.

O líder da autoproclamada Junta Militar disse que enviou um documento para o Governo moçambicano, em 02 de outubro, e para o grupo de contacto das negociações de paz com todas as condições para reintegração dos seus guerrilheiros, mas não teve uma resposta.

"A Junta Militar não reconhece os deputados que estão a tomar posse", disse o líder do grupo, acrescentando que o que está a acontecer com os guerrilheiros da Renamo "não é o que foi combinado nas negociações".

Plataforma | Lusa

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