Donald Trump garante que “este é
um fantástico acordo para os EUA”. China diz que é vantajoso para os dois
países por resolver “graves divergências”. Fase dois será assinada em 2021.
Um mês após o anúncio de que
havia acordo, o documento foi finalmente assinado, reduzindo assim as tensões
entre os Governos norte-americano e chinês e removendo algumas sanções
económicas dos EUA em troca de uma intensificação de compras de produtos agrícolas
e energéticos norte-americanos por parte da China. Está assim ultrapassada a
“Fase Um”, mas Donald Trump e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, remetem
para 2021 uma segunda fase do tratado.
“Este é um fantástico acordo para
os Estados Unidos”, disse o Presidente norte-americano na cerimónia de
assinatura realizada em Washington, embora tenha admitido que várias tarifas
retaliatórias se manterão até que haja um acordo para a “Fase Dois”. Já o
vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping,
dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois
países ao permitir resolver graves divergências”.
Para já, a China compromete-se a
comprar cerca de 200 mil milhões de euros em mercadorias dos EUA, especialmente
no setor agrícola e no setor das energias, ficando também obrigada a respeitar
procedimentos de transferência forçada de tecnologia e de propriedade
intelectual. “Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas
chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em
discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo
norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.
Ainda esta semana, os EUA
retiraram a China da lista “negra” de países que manipulam a moeda, após em
agosto ter tomado a decisão de colocar o país nessa lista. Em termos de taxas
aduaneiras, os EUA suspenderam tarifas que iam entrar em vigor em dezembro e
reduziram para metade a tarifa de 15% que incide sobre bens chineses avaliados
em 120 mil milhões de dólares (mais de 107 mil milhões de euros). Em fases
posteriores do acordo poderá haver espaço para mais reduções de tarifas
alfandegárias, dado que ainda existem bens chineses avaliados em 250 mil
milhões de dólares (cerca de 224 mil milhões de euros) com uma taxa de 25%.
Sónia Peres Pinto | i online |
Imagem: AFP
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