Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
O 28º Congresso do CDS será
seguramente animado.
Depois de Portas sobrou Cristas,
incapaz de se livrar do peso de decisões tomadas enquanto ministra de Passos
Coelho e mais incapaz ainda de fazer frente a uma extrema-direita mais do que
anunciada e que roubará votos aos partidos de direita e talvez não só.
Portas seguiu o caminho do
populismo tão familiar a essa extrema-direita e Cristas procurou outro caminho,
o que só por si é particularmente louvável, mas que não terá dado o melhor
contributo para o futuro do partido. Em tempos de confusão e de legitimação do
que até há pouco tempo não se devia dizer, Cristas que procurou desviar-se do
populismo de Portas, e portadora de um passado oneroso, não conseguiu fazer
vingar a sua liderança.
Com o partido fortemente abalado
pelos resultados das legislativas, surgem candidatos sem expressão, uns mais
convencionais outros nascidos de uma corrente interna, designada por Esperança
em Movimento, ultra-conservadora que creio terá algum crescimento.
A ver vamos se João Almeida,
apoiante e porta-voz de Cristas, será o vencedor. Nuno Melo e Telmo Correia,
embora não se apresentem como candidatos, apresentam um moção própria.
Seja como for, o futuro do CDS
não parece promissor. Talvez por agora João Almeida possa vencer, mas a
tendência ultra-conservadora alicerçadas numa certa visão religiosa está à
espreita e pronta para entrar em cena. Ainda vamos ter saudades dos tempos em
que o CDS era liderado por Assunção Cristas.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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