Os corpos de uma adolescente e de
uma mulher foram encontrados a flutuar no rio Búzi, centro de Moçambique, no
fim de semana, na sequência das cheias que afetam a região, disse hoje a
secretária de Estado provincial.
A secretária de Estado da
província de Sofala, Stela Zeca, disse, em conferência de imprensa, que a
adolescente, 16 anos, vivia no distrito de Búzi, província central de Sofala,
mas não se sabe a proveniência da mulher, nem a sua idade.
As inundações que atingem a
província desde quarta-feira (12.02) já provocaram a retirada de 70.070
pessoas, o correspondente a 15.755 famílias, para centros de acomodação ou
casas de familiares situadas em locais seguros, declarou Stela Zeca.
"Queremos saudar a prontidão
de muitos singulares que estão a albergar as famílias e outras pessoas. Nos
centros de acomodação estão albergadas menos de 50% das pessoas afetadas",
frisou Stela Zeca. Para alojar as vítimas das inundações foram criados 30
centros de acomodação, acrescentou a governante.
Os estragos
As cheias na província de Sofala
estão a afetar os distritos de Buzi, Nhamatanda, Cheringoma, Gorongosa, Caia e
Maríngué. 1.152 casas de caniço foram totalmente destruídas e 3.136 destruídas
parcialmente pelas cheias, que afetam igualmente 3.255 alunos e 322 professores
de 27 escolas.
As intempéries na província de
Sofala inundaram, pelo menos, 4.565 hectares de campos de cultivo, afetando
3.400 camponeses. As autoridades locais consideram que a área afetada chega a
8.000 hectares.
Além desta inundação, e contando
desde o início da época chuvosa, em outubro, Stela Zeca afirmou que o número de
vítimas do atual período está dentro da previsão contida no plano de
contingência, que projetou um impacto sobre 150 mil pessoas.
"Esperávamos dar assistência
a aproximadamente 150 mil pessoas e neste caso estamos com 71 mil pessoas
afetadas, o que ainda está dentro do nosso plano de contingência", referiu
Stela Zeca. A secretária de Estado garantiu que existe capacidade para
assegurar a assistência humanitária às vítimas das inundações.
O recente historial
A província de Sofala foi uma das
mais afetadas pelo ciclone Idai, que, em março de 2019, matou 604 pessoas e
afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas na região centro. E cerca de duas
semanas depois, o ciclone Kenneth provocou 45 mortos e afetou 250.000 pessoas
na província nortenha de Cabo Delgado.
A atual época das chuvas em
Moçambique, de outubro a abril, já matou 54 pessoas e afetou cerca de 65 mil,
muitas com habitações inundadas, segundo o Instituto Nacional de Gestão de
Calamidades (INGC).
Deutsche Welle | Agência Lusa, ni
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