quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Moçambique | Cheias matam no centro do país


Os corpos de uma adolescente e de uma mulher foram encontrados a flutuar no rio Búzi, centro de Moçambique, no fim de semana, na sequência das cheias que afetam a região, disse hoje a secretária de Estado provincial.

A secretária de Estado da província de Sofala, Stela Zeca, disse, em conferência de imprensa, que a adolescente, 16 anos, vivia no distrito de Búzi, província central de Sofala, mas não se sabe a proveniência da mulher, nem a sua idade.

As inundações que atingem a província desde quarta-feira (12.02) já provocaram a retirada de 70.070 pessoas, o correspondente a 15.755 famílias, para centros de acomodação ou casas de familiares situadas em locais seguros, declarou Stela Zeca.

"Queremos saudar a prontidão de muitos singulares que estão a albergar as famílias e outras pessoas. Nos centros de acomodação estão albergadas menos de 50% das pessoas afetadas", frisou Stela Zeca. Para alojar as vítimas das inundações foram criados 30 centros de acomodação, acrescentou a governante.


Os estragos

As cheias na província de Sofala estão a afetar os distritos de Buzi, Nhamatanda, Cheringoma, Gorongosa, Caia e Maríngué. 1.152 casas de caniço foram totalmente destruídas e 3.136 destruídas parcialmente pelas cheias, que afetam igualmente 3.255 alunos e 322 professores de 27 escolas.

As intempéries na província de Sofala inundaram, pelo menos, 4.565 hectares de campos de cultivo, afetando 3.400 camponeses. As autoridades locais consideram que a área afetada chega a 8.000 hectares.

Além desta inundação, e contando desde o início da época chuvosa, em outubro, Stela Zeca afirmou que o número de vítimas do atual período está dentro da previsão contida no plano de contingência, que projetou um impacto sobre 150 mil pessoas.

"Esperávamos dar assistência a aproximadamente 150 mil pessoas e neste caso estamos com 71 mil pessoas afetadas, o que ainda está dentro do nosso plano de contingência", referiu Stela Zeca. A secretária de Estado garantiu que existe capacidade para assegurar a assistência humanitária às vítimas das inundações.

O recente historial

A província de Sofala foi uma das mais afetadas pelo ciclone Idai, que, em março de 2019, matou 604 pessoas e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas na região centro. E cerca de duas semanas depois, o ciclone Kenneth provocou 45 mortos e afetou 250.000 pessoas na província nortenha de Cabo Delgado.

A atual época das chuvas em Moçambique, de outubro a abril, já matou 54 pessoas e afetou cerca de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

Deutsche Welle | Agência Lusa, ni

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