Nas últimas 24 horas foram
confirmados mais 446 infetados e 21 mortes, de acordo com o boletim
epidemiológico da DGS. Os diagnósticos aumentaram 7,5% em relação a ontem - a
menor taxa de crescimento desde que o surto se intensificou.
O número de infetados com
covid-19 em Portugal passou a 6408, sendo que 13% do total são profissionais de
saúde. Há ainda a registar 140 vitimas mortais e 43 recuperados, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde desta
segunda-feira (30 de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia
anterior. No último dia foram notificadas mais 21 mortes e 446 casos (um
aumento de 7,5% - a menor taxa de crescimento desde que o surto se intensificou.
É preciso recuar até ao dia 10 de março para encontrar um aumento menor, de
5%).
Há 853 profissionais de
saúde portugueses infetados. Destes, 209 são médicos e 177 são
enfermeiros, segundo dados atualizados pelo secretário de estado António
Lacerda Sales na conferência de imprensa diária no ministério da Saúde, esta
segunda-feira. Sabe-se que menos de dez profissionais encontram-se a receber
internados no serviço de cuidados intensivos, embora o secretário de estado não
tenha precisado este número.
"Faz hoje duas semanas que
fecharam as escolas portuguesas e que as famílias estão em suas casas. Temos
todos de continuar este trabalho porque a luta não dá tréguas. Ficar em
casa é salvar vidas", disse o secretário de estado da Saúde, acrescentando
que a prioridade do ministério neste momento passa por: "testar, isolar,
proteger e tratar".
O primeiro-ministro afirmou, esta
segunda-feira, que "o país vai entrar no mês mais critico e por isso
é fundamental que nos preparemos". Depois de uma visita ao antigo Hospital
Militar de Belém, em Lisboa, onde será instalado o novo centro de apoio militar
para o combate à pandemia, António Costa voltou a apelar à mobilização de todos
e declarou que o estado de emergência em vigor deverá ser prolongado esta
semana, quando tiver de ser reavaliado. "Neste momento, nada justifica a
alteração das coisas, que têm estado a correr muitíssimo bem", disse o
primeiro-ministro.
Ainda de acordo com o boletim de
hoje, estão internadas 571 pessoas, 164 nos cuidados intensivos. Aguardam
resultados laboratoriais 4845 cidadãos e outras 11482 estão em vigilância pelas
autoridades de saúde (ou seja, recebem contactos regulares de profissionais por
terem estado numa zona de risco ou terem estado com alguém infetado).
A região mais afetada do país
continua a ser o norte (3801 casos, 74 mortes), onde estão quatro dos cinco concelhos que registam mais casos no país: Porto
(941), Vila Nova de Gaia (344), Maia (313), Matosinhos (295). Só Lisboa, que
entra nestas contas em segundo lugar, com 633 casos, não pertence a esta zona
do país. "O Porto tem estado a receber todo o apoio nacional",
garantiu Graça Freitas, acrescentando que será hoje tomada uma decisão sobre a
possibilidade de um cerco sanitário no Porto.
A nível regional segue Lisboa
e Vale do Tejo (1577, 30 mortes), o centro (784, 34 mortes), o Algarve (116, 2
mortes), o Alentejo (45), a Madeira (44) e os Açores (41 casos).
Mais de metade das mortes por
covid-19 em Portugal (83%) dizem respeito a pessoas com mais de 70 anos. No
entanto, há duas vitimas mortais entre os 40 e os 49 anos, seis entre os 50 e
os 59 e 16 entre os 60 e os 69.
Está ainda em investigação a morte de um jovem de 14 anos de Ovar, que testou
positivo para covid-19. O óbito foi declarado no domingo de manhã no hospital
de Santa Maria da Feira, embora as causas da morte tenham de ser esclarecidas,
uma vez que o rapaz tinha outras doenças crónicas que levaram à sua
hospitalização, indicou a diretora-geral da Saúde, este domingo. "Só
quando estivermos certos é que será divulgada a causa da morte, mas
provavelmente vamos inscreve-la [a criança] no boletim", reforçou Graça
Freitas, esta segunda-feira.
Idosos e funcionários em lares
testados a partir de hoje
O Governo vai realizar a partir
desta segunda-feira uma operação de testes de despiste da covid-19 em todos os
lares de idosos nos concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda, estendendo-se
depois ao resto do país. A meio da semana deverão chegar aos concelhos de Loulé
e Portimão. É uma ação de caráter preventivo pioneira no combate ao novo
coronavírus.
A iniciativa, articulada entre os
ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (que tutela os lares)
e o da Ciência, é possível graças a um kit de diagnóstico do
vírus criado pelo Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de
Lisboa, com reagentes 100% portugueses, seguindo o protocolo estabelecido pelo
Centro para Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
"Vamos começar com os
profissionais que estão a trabalhar nos lares e também em pessoas que tenham
algum tipo de suspeita e sintomas", adiantou a ministra do Trabalho, Ana
Mendes Godinho. A recolha das amostra biológica fica a cargo da Cruz Vermelha
Portuguesa.
Por enquanto, a capacidade
de produção diária destes testes em Portugal ronda as 300 unidades diárias e
cada teste tem um custo de 30 euros, mas é previsível que em breve haja
possibilidade de aumentar a produção para mil testes.
735 mil casos no mundo
A covid-19 afeta 735 010
pessoas em todo o mundo, neste momento, e já matou 34 804. Há 156 122
recuperados. Os Estados Unidos da América são o país com o maior número de
casos (142 746 e 2489 mortes), seguido da Itália (97 689 e 10 779 mortes) e da
Espanha (85 195 e 7 340 mortes).
A China - onde no final do ano
passado surgiu o surto e agora aparece em quarto lugar - anunciou esta
segunda-feira mais 31 novos casos da Covid-19, quase todos oriundos do
exterior, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país
de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.
As autoridades de saúde chinesas
indicaram que 30 casos são importados, ou seja, pessoas que estão a regressar
do exterior, e apenas um caso de contágio local, na província de Gansu, no
noroeste da China.
Recomendações da DGS
Para que seja possível conter ao
máximo a propagação da pandemia, a Direção-Geral da Saúde continua a reforçar
os conselhos relativos à prevenção: evite o contacto próximo com pessoas que
demonstrem sinais de infeção respiratória aguda, lave frequentemente as mãos
(pelo menos durante 20 segundos), mantenha a distância em relação aos animais e
tape o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (de seguida lave novamente as
mãos).
Em caso de apresentar sintomas
coincidentes com os do vírus (febre, tosse, dificuldade respiratória), as
autoridades de saúde pede que não se desloque às urgências, mas sim para ligar
para a Linha SNS 24 (808 24 24 24).
Rita Rato Nunes | Diário
de Notícias
Imagens: Boletim epidemiológico
do dia 30 de março. © DGS | Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas /
Manuel de Almeida / Lusa
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