Pequim, 18 mai 2020 (Lusa) - O
ministério do Comércio da China disse hoje que vai tomar "todas as medidas
necessárias" para retaliar as restrições impostas pelos Estados Unidos ao
uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês das telecomunicações Huawei.
Em comunicado, o ministério
classificou as restrições adotadas por Washington como "abuso do poder
estatal" e "violação dos princípios do mercado" e advertiu que
constituem uma ameaça para a segurança da "cadeia industrial e de fornecimento
global".
"Os EUA usam o poder do
Estado, recorrendo à desculpa da segurança nacional, e abusam das medidas de
controlo sobre as exportações para oprimir continuamente e conter empresas
específicas de outros países", acusou a China.
A China "vai tomar todas as
medidas necessárias para salvaguardar, de forma determinada, os direitos e os
interesses legítimos das empresas chinesas", lê-se na mesma nota.
As novas regras estipulam que os
fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana
devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.
O equipamento de design e fabrico
de 'chips' usado nas fábricas de semicondutores do mundo é fabricado sobretudo
nos EUA, pelo que a nova regra afeta produtores estrangeiros que vendem para a
Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que projeta principalmente
'chipsets' usados em telemóveis e estações base para redes sem fio da Huawei.
O Departamento de Comércio
norte-americano disse que as empresas têm um período de carência de 120 dias para
os chips já em produção.
A Huawei Technologies Ltd., a
primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos
de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China
motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim.
Os Estados Unidos acusam a maior
fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar
com os serviços secretos chineses. A Huawei nega a acusação e as autoridades
chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança
nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas
de tecnologia dos EUA.
JPI // MIM
Sem comentários:
Enviar um comentário