Ataque
a Agostinho Vuma
Aumenta
coro de vozes de condenação após ataque ao Presidente da Confederação das
Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma. Vice-Presidente da Comunicação da
CTA associa frequência de casos ao clima de impunidade.
O
Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma,
continua internado no Instituto do Coração, em Maputo, inspirando cuidados
médicos.
O
Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, disse a jornalistas após
visitar Agostinho Vuma, no início da tarde desta segunda feira (13.07), que o
também deputado da FRELIMO, partido no poder, está a responder bem à medicação,
saiu de uma situação crítica e o seu estado de saúde é estável.
O
timoneiro da confederação patronal de Moçambique foi baleado
no sábado, por homens desconhecidos, à saída do seu escritório no
centro da capital moçambicana.
O
Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) informou esta segunda feira
que está a trabalhar para o rápido esclarecimento do caso. "O SERNIC
esteve no local, tirou todos os vestígios possíveis e, com isso, está a
trabalhar para localizar os indivíduos praticantes desta ação criminosa",
garantiu Hilário Lole, porta-voz do SERNIC, que diz não poder adiantar outras
informações, prometendo fazê-lo em momento oportuno, no final dos trabalhos de
investigação.
Antes,
o porta-voz da polícia na cidade de Maputo, Leonel Muchina, tinha já
avançado alguns detalhes: "Existem dois estabelecimentos onde se
podem localizar duas câmaras de videovigilância, mas também temos testemunhos
que foram colhidos e estes testemunhos são fundamentais para o esclarecimento
deste caso". "Sobre ameaças", diz ainda Leonel Muchina, a
polícia não tem "relatos oficiais".
A
Associação Moçambicana dos Polícias afirmou que as autoridades policiais devem
pôr à prova, mais uma vez, a sua capacidade de investigação e deixar claro que
em Moçambique não há espaço para o crime.
Entretanto,
o analista e vice-presidente do Pelouro da Comunicação na Confederação das
Associações Económicas, Fernando Lima, tira já uma conclusão deste caso:
"Neste país, ninguém está imune a ser atacado ou baleado, assim como
ninguém está imune a ser assaltado".
Fernando
Lima observa que este tipo de atentados acontece cada vez com mais frequência e
com motivos que vão desde os roubos à extorsão, passando pelos ajustes de
contas e motivos passionais. "As razões são vastas e diversas, o que
mostra exatamente que há uma grande impunidade em relação a este tipo de
atentados", considera.
Depois
do recente
desfecho do assassinato do ativista social Anastácio Matavele, em que
apenas foram condenados os executantes do crime, Lima não está otimista em
relação à responsabilização dos mandantes do ataque a Agostinho Vuma:
"Tenho poucas esperanças de que cheguemos ao fim de quem, de facto, está
por detrás da tentativa de assassinato".
Leonel
Matias (Maputo) | Deutsche Welle
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