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Presença de submarinos russos no
Atlântico é demonstração de força e determinação da Rússia em defender sua
pátria, mas também é para projetar poder no Atlântico, segundo mídia.
A presença militar russa no
Atlântico, que se manifesta através de grandes exercícios militares ou da
instalação de um maior número de submarinos, em grande parte modernizados nos
últimos anos, está "testando a OTAN" e os Estados Unidos, relata o jornal The Wall Street Journal (WSJ) na sua
edição de 2 de julho.
Seria a presença militar da
Rússia no Atlântico uma ameaça para os Estados Unidos e a OTAN? De acordo com o
The Wall Street Journal, a resposta é definitivamente sim, dando como exemplo o
final de 2019, quando dez submarinos russos participaram de exercícios
militares no Atlântico Norte.
De acordo com o jornal, tratou-se
de uma das maiores manobras russas na região desde o fim da Guerra Fria, envolvendo testes de armamento e de
submersão a uma profundidade máxima e decorreram ao largo da costa norueguesa.
Modernização da frota de
submarinos russos
Segundo o WSJ, nos últimos anos,
a Rússia gastou bilhões de dólares na modernização da sua frota de submarinos,
herdada da União Soviética.
Os novos navios russos são mais
silenciosos e rápidos e podem permanecer debaixo d'água a profundidades
maiores, opinião confirmada por especialistas auscultados pelo jornal
norte-americano.
"Eles [submarinos russos]
podem atravessar o Atlântico e chegar despercebidos na costa leste, e até mesmo
atingir alvos nos Estados Unidos ou na Europa se deixados por conta própria",
advertiu Mike Petersen, diretor do Instituto de Estudos Marítimos Russos na
Escola Superior de Guerra Naval dos EUA, para quem a principal tarefa dos
submarinos russos é rastrear alvos críticos, tais como porta-aviões e
infraestruturas nos Estados Unidos e Europa.
Petersen acrescentou ainda que os
submarinos russos movidos a energia nuclear são "os mais letais, os mais
furtivos e os que têm a maior resistência, entre as forças navais".
Submarinos russos representam
'ameaça'
Segundo o vice-almirante Keith
Edward Blount, comandante do Comando Marítimo Aliado da OTAN, citado pelo WSJ,
cada vez são vistos "mais submarinos, navegando por períodos mais
longos".
O WSJ relembra igualmente as
palavras do vice-almirante Andrew Lewis, comandante da Segunda Frota dos Estados Unidos, proferidas no início deste ano, de que os
navios norte-americanos não podiam cruzar o Atlântico sem encontrar obstáculos.
Segundo o jornal norte-americano,
o aumento da atividade de Moscou mostra sua "capacidade de prejudicar a
estratégia de defesa da OTAN, que depende de um rápido deslocamento das tropas
norte-americanas".
A presença contínua de submarinos
russos no Atlântico em missões de patrulhamento poderia "ameaçar os navios
militares da OTAN, bem como a infraestrutura crítica dos Estados Unidos",
continua o WSJ, baseando-se em fontes navais dos EUA e seus aliados.
Vale recordar que a representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, tem
repetidamente reiterado que a Rússia sempre conduz seus exercícios militares de
acordo com as regras internacionais.
Entretanto, a OTAN intensificou
suas capacidades de detecção de submarinos, nomeadamente com o Reino Unido
encomendando nove novos aviões de patrulha marítimos Boeing P-8A Poseidon e a
Noruega se comprometendo a adquirir cinco.
Enquanto isso, a Marinha dos EUA
retornou à Islândia, onde sua base aérea dos tempos da Guerra Fria tinha sido
desativada em 2006.
Sputnik | © Foto / Sevmash
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