quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O Fórum Económico Mundial de Davos (WEF) está de volta - comemorando 50 anos


Peter Koenig* | Global Research

Amigos, este ano o WEF está comemorando seu 50 º aniversário. Quarenta e nove (49) dos eventos insanamente pomposos - e a cada ano mais - ocorreram em Davos, na Suíça. Apenas um, em 2002, depois do 11 de setembro, foi transferido para a cidade de Nova York, paradoxalmente por "razões de segurança", disseram eles - a lógica de tal mudança era tão ridícula quanto o próprio WEF.

Amigos, você deve ir ao WEF, o famoso Fórum Económico Mundial em Davos (21 a 24 de janeiro), onde um quarto de hotel de 12 metros quadrados custa US $ 10.000 por noite (se você não acredita, procure na Internet), e onde é totalmente normal que atiradores de elite estejam em todos os lugares no topo do telhado em temperaturas abaixo de zero - para proteger os cerca de 3000 escalões superiores, é claro - e que uma grande parte do aeroporto de Zurique tenha sido isolada para uso particular aviões da 'elite ambientalmente consciente' - e onde Trump chegou nesta manhã, terça-feira, 21 de janeiro; e onde os “observadores de avião”, com seus sofisticados binóculos e telescópios, estão praticamente acampando no aeroporto - primeiro, quando os portões do aeroporto forem abertos.

Este ano, são esperados cerca de 130 convidados de alto escalão, protegidos pelo direito internacional - quem quer que sejam - além de cinco Royals, 22 presidentes e 23 primeiros ministros. Eles serão blindados pela polícia e pelas forças armadas suíças, um total de cerca de 5000. O presidente Trump terá cerca de 300 policiais especiais de segurança suíços, além de seu próprio contingente de segurança, além de um helicóptero particular, trazido por carga militar dos EUA. Seus dois dias na Suíça custarão ao contribuinte dos EUA mais de US $ 3,4 milhões, sem incluir o pessoal de segurança; amendoins em comparação com o Chabang inteiro para cerca de 3.000 VIPs e celebridades de “alto nível”, ou simplesmente “quero ver”, que estão ansiosos para esfregar os cotovelos doloridos com as pessoas 'realmente importantes'. Que farsa!

O chefe da polícia de Zurique disse a um repórter que eles, a polícia, têm boas relações com os detalhes de segurança de Trump: "estamos vendo nos olhos, eles nos consideram competentes e iguais". O que posso dizer? Parece que a auto-estima deste policia suíço de alto escalão depende do nível de aceitação da polícia do serviço secreto de Trump. Que triste!

Quando o presidente Trump desce do Air Force One, ele transfere imediatamente sob a máxima segurança, incluindo os olhos atentos de zilhões de atiradores afiados nos telhados do aeroporto para seu helicóptero, especialmente transportado dos EUA em um avião de carga militar, para ser transportado como um rei para Davos. A maioria de suas tropas de apoio terá que viajar em SUVs e limusines cegos nas rodovias congestionadas pelo WEF para Davos. Trump estará na melhor companhia - Greta Thunberg também é esperada em Davos, embora com um atraso de um dia, devido a uma febre alta repentina. No entanto, ela prometeu estar lá.

A proteção desse evento incrivelmente ridículo é gigantesca, custando milhões e milhões. É uma orgia de poder e dinheiro, dos homens e mulheres que dão os tiros no mundo ocidental - ou é nisso que eles gostariam de acreditar, e eles podem, se vocês, pessoas, não acordarem e tomarem as rédeas em suas próprias mãos, as mãos das pessoas, porque é o volante das pessoas que está em jogo - não a alavanca de comando dos super-ricos.

Guiné-Bissau | STJ insiste que CNE deve apresentar atas de apuramento eleitoral


Instância máxima da justiça guineense reitera que CNE deve apresentar os documentos feitos após os apuramentos regionais e nacional. CNE diz que já esgotou os “seus poderes”.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau esclareceu na terça-feira (21.01) que em nenhum momento exigiu a recontagem dos votos da segunda volta das eleições presidenciais. A instância máxima da justiça guineense insiste, no entanto, que as atas de apuramento devem ser apresentadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

O STJ entende que está seguindo o que determina a Lei Eleitoral da Guiné-Bissau. Segundo as regras do pleito, uma ata deve ser redigida imediatamente após o apuramento nacional. A lei também orienta que um exemplar da ata seja enviado aos órgãos de soberania até 24 horas depois da conclusão do apuramento nacional.

Segundo a instância máxima da justiça guineense, tais procedimentos não foram cumpridos.

Outra determinação não cumprida, conforme os esclarecimentos do STJ, refere-se ao momento de início do apuramento nacional. A lei prevê que os trabalhos de apuramento nacional dos resultados iniciem imediatamente após a receção das atas de apuramento regional e ocorram ininterruptamente até a conclusão.

"Devia-se terminar o trabalho com ata assinada e comunicada aos órgãos da soberania. Esta parte não foi cumprida e é isso que o Supremo [Tribunal de Justiça] pediu à CNE para cumprir. A decisão do STJ é para cumprir", disse o porta-voz do STJ, Salmo Vieira.

Índice de Democracia 2019: Os três piores dos PALOP na última categoria


Guiné-Bissau, Moçambique e Angola, nessa ordem, são os piores dos PALOP em termos de democracia, segundo avaliação feita pela EIU. Estão na categoria de regimes autoritários.

O Economist Intelligence Unit (EIU) divulgou nesta quarta-feira (22.01) o seu Índice de Democracia 2019. O documento intitulado "Um ano de reveses democráticos e protestos populares" subdivide em quatro categorias a sua avaliação: democracias completas, democracias imperfeitas, regimes híbridos e regimes autoritários.

Dos PALOP, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, a Guiné-Bissau é o país que se encontra na pior posição: a 148, de um total de 167 países avaliados. Acima está Moçambique na 120ª posição, logo seguido de Angola no lugar 119, os três países no grupo de regimes autoritários. Cabo Verde é o melhor posicionado, no 30º lugar. O arquipélago está na categoria de democracias imperfeitas.

Nádia Issufo | Deutsche Welle

OS ATOS FUNDADORES DA CRIAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU E DE CABO VERDE

Os atos fundadores da criação dos atuais Estados-Nacionais da República da Guiné-Bissau e da República de Cabo Verde

(em homenagem a todos os Combatentes da Liberdade da Pátria Bissau-Guineenses e Cabo-Verdianos, Juntos)

Abdulai Keita* | opinião

São constituídos de nove componentes, a saber: 

1 – Uma figura e personalidade político-moral ímpar, central, de referência (o componente da pessoa física): AMILCAR CABRAL; 

2 – Um ideal, causa, razão e condição principal, fundamental e essencial de existência dos atuais Estados-Nacionais bissau-guineense e cabo-verdiano (o componente do fundamento ideológico basilar, o pensamento original enquadrador de tudo e todo o resto): INDEPENDÊNCIA (entendido no sentido do valor; do direito inalienável e não negociável de cada povo à autodeterminação; e igualmente, seja qual for as circunstancias de vida de quaisquer pessoas humanas em qualquer momento e lugar, entendido no sentido de: i) negação de qualquer espécie de dependência [quer dizer, desrespeito, violação, amedrontamento, subjugação, servidão, humiliação, espoliação, dominação, exploração de qualquer espécie, tutelagem...] em relação a qualquer grupo humano ou força de qualquer origem, de fora ou dentro do continente africano, no espaço e no tempo, e; ii) rejeição absoluta de qualquer tendência, vontade e prática hegemónica [quer dizer, a perceção da alteridade no Outro/Vós em relação a Eu/Nós em como Ser/Entidade inferior, desprezível e sujeito, a bel-prazer, a quaisquer géneros de tratamento; a conquista, submissão e dominação colonial em todos os sentidos do termo, do tal Outro/Vós percebido e pensado como o Ser/Entidade inferior] pretendida e praticada por quem quer que seja o grupo humano ou força de qualquer origem, de fora ou dentro do continente africano, no espaço e no tempo). Enfim (juntando o sentido destes dois itens), a negação e rejeição ao par, do colonialista na mente do colonizado e, do colonizado na do colonialista. Numa só palavra, uma INDEPENDÊNCIA que significa a humanização e libertação total, e do colonizado, e do colonialista ao par.    

A INDEPENDÊNCIA conquistada no quadro deste entendimento nestas suas dimensões pela luta comum dos então colonizados povos da Guiné e Cabo Verde contra o jugo do regime colonial fascista e ditatorial euro-português, fundada numa visão estratégica Pan-africanista/humanista, orientada na execução de todos os atos, pelo princípio central e divisa da unidade e luta (Unidade na Guiné; Unidade em Cabo Verde; Unidade da Guiné e Cabo Verde; Unidade Africana);  

Maiores partidos timorenses em silêncio sobre soluções para crise política


Díli, 22 jan 2020 (Lusa) - Os dois maiores partidos timorenses, Fretilin e CNRT, mantiveram-se hoje em silêncio sobre possíveis soluções para a crise política no país, desencadeada com o 'chumbo', na sexta-feira, da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020.

Contactados pela Lusa, os secretários-gerais da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, e do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Francisco Kalbuadi, optaram por manter "o silêncio".

Outras fontes partidárias garantiram que o assunto está, no entanto, a ser debatido internamente, antes do início, na quinta-feira, de uma ronda de reuniões convocadas pelo Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, com os líderes políticos do país.

As mesmas fontes sugeriram que a posição da Fretilin assenta numa solução que passe por um Governo de grande inclusão, enquanto o CNRT mostra maior abertura à realização de novas eleições.

Fontes partidárias da Fretilin, do CNRT, do Partido Democrático (PD) e do Partido Libertação Popular (PLP) admitiram à Lusa desconhecer soluções para a crise que vai deixar o país por tempo indefinido com um apertado regime duodecimal, com grande impacto numa economia, que em 2019 não conseguiu recuperar de dois anos de contração.

Formalmente, o Governo liderado por Taur Matan Ruak continua em plenas funções, apesar do primeiro-ministro ter admitido esta semana que a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) -- a coligação que o apoia -- "já não existe".

Consultas do Presidente timorense sobre crise política até 04 de fevereiro


Díli, 22 jan 2020 (Lusa) -- O Presidente timorense vai realizar, até 04 de fevereiro, uma ronda de consultas para encontrar uma solução para a crise política, desencadeada pelo chumbo à proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020.

O calendário, aprovado por Francisco Guterres Lu-Olo, e a que a Lusa teve acesso, começa na quinta-feira com reuniões separadas com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o maior partido da coligação do Governo, Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), liderado por Xanana Gusmão.

Seguem-se no mesmo dia encontros com a liderança do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), terceiro partido da AMP, e depois, à tarde, com dirigentes dos partidos mais pequenos no parlamento, a União Democrática Timorense (UDT) e Frente Mudança (FM).

Moçambique | Pelo menos 29 mortos devido ao mau tempo


O número de mortos em Moçambique subiu de 12 para 29 devido ao mau tempo que se regista na época chuvosa em quase todo o país, desde outubro. De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidade (INGC), que confirma que o maior número de vítimas mortais foi registado na província da Zambézia.

As descargas atmosféricas são responsáveis pela morte de 24 pessoas, e outras quatro foram vítimas de desabamento de casas, lê-se no comunicado da instituição, que diz respeito aos casos registados até segunda-feira.

A estes números junta-se a morte de um jovem de 15 anos, arrastado pelas águas de inundações na cidade da Beira na segunda-feira e cujo corpo foi encontrado esta terça-feira, segundo disse fonte do município à Agência Lusa.

Moçambique | Partir pedra para sobreviver


Jovens desempregados de Namacurra, na província moçambicana da Zambézia, partem pedras e pedregulhos para conseguirem dinheiro. É um trabalho duro, mas "não há outra coisa", dizem os jovens.

Deutsche Welle --- Assistir ao Vídeo

Ataque armado no centro de Moçambique faz quatro mortos


Primeiro ataque armado no centro de Moçambique, desde que começou o segundo mandato de Filipe Nyusi, termina com mortes e destruição na aldeia de Macorococho. A polícia promete pronunciar-se sobre o caso oportunamente.

No início da noite de segunda-feira (20.01), homens armados não identificados atacaram o centro de saúde de Macorococho, na província de Sofala, em Moçambique. Os atacantes dispararam contra o centro e, depois, atearam fogo ao edifício, deixando quatro pessoas mortas.

Segundo relatos do morador António Chiranga, eles "chegaram mesmo no hospital e começaram a disparar. Lá queimaram o hospital e a casa do senhor chefe que vive lá, queimaram e começaram a atacar as pessoas, no hospital, começaram a atacar outras pessoas", afirmou António.

O morador fugiu para as matas durante o ataque e, esta terça-feira (21.01), teve de procurar refúgio na vila-sede do distrito, Nhamatanda. Segundo fontes locais, os atacantes roubaram vários medicamentos do centro de saúde. Os homens atearam ainda fogo a outras casas, incluindo a do chefe da aldeia.

"Luanda Leaks" | Escândalo afetará negócios de Isabel dos Santos em Moçambique?


Especialistas debatem se novas ações na justiça podem comprometer interesses de Isabel dos Santos em Moçambique. Empresária controla Efacec, que vai operar a central de energia solar de maior capacidade do país.

A Efacec, controlada pela empresária Isabel dos Santos, ganhou o contrato para a operação e manutenção da central solar de maior capacidade em Moçambique. A filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, opera há mais de 20 anos no mercado moçambicano e pretende iniciar a produção de energia elétrica no final de 2020.

A maior acionista da Efacec, entretanto, está em maus lençóis. Documentos revelados pelo chamado "Luanda Leaks" esta semana apontam para o uso indevido de dinheiros do Estado angolano em investimentos privados da empresária angolana.

Em caso de uma ação na justiça contra a empresária, em que medida este projeto em Moçambique ficaria comprometido?

Para o jurista Vicente Manjate uma ordem de arresto que afete o património e fundos disponíveis da Efacec terá impacto na presença da empresa e suas atividades em Moçambique. "A disponibilidade de recursos para realizar este grande investimento poderá sofrer substancialmente. Há este risco, sim", diz.

Sindika | Mundo da arte recusa virar as costas ao marido de Isabel dos Santos



Curadores e negociantes de arte mantêm apoio ao empresário e colecionador de arte, o congolês Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos.

"Que eu saiba, Sindika não era traficante de armas nem de droga. Que eu saiba, ele não geria empresas nacionais [de Angola]. Até que surja algo de novo, o que retenho sobre ele é que é alguém que faz avançar a arte contemporânea em África e por isso continuo a ter todo o respeito pela sua atividade". As palavras são do curador de arte Simon Njami, que durante muitos anos foi conselheiro de Sindika Dokolo, que, tal como outros agentes do mundo da arte ouvidos pelo Le Monde recusam virar as costas ao empresário congolês que está envolvido no caso Luanda Leakes, juntamente com a mulher, Isabel dos Santos.

Uma investigação de dezenas de meios de comunicação internacionais revelou, este domingo, 19 de janeiro, informações mostram o esquema que permitiu a ascensão de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, que durante 38 anos liderou os destinos de Angola.

Apesar das suspeitas de desvio de dinheiros públicos que recai sobre o casal após as revelações feitas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, do qual o Le Monde faz parte, o mundo da arte não vira as costas a Sindika Dokolo, continuando a valorizar o seu papel na divulgação e promoção da arte africana.

Fundadora da revista Something We Africanians Got, na qual Dokolo participou num número editado em 2016, a franco-marfinense Anna-Alix Koffi também se mantém ao lado de Sindika Dokolo: "Ele é um verdadeiro apaixonado pela arte, não tem a ver com oportunismo. Conhece muitas pessoas que comprariam obras por centenas de milhares de euros para devolvê-las ao seu país? Ele é um defensor da arte africana e, como tal, estou ao seu lado".

Luanda Leaks | O luxuoso iate de Isabel dos Santos que custou 29 milhões de euros


Isabel dos Santos é, segundo a investigação "Luanda Leaks", dona de um iate avaliado em 31 milhões de euros. 

O Hayken custou 29 milhões de euros à empresária angolana e ao marido, em 2016. Tem 50 metros e capacidade para 12 passageiros, em seis cabines, e oito tripulantes, em quatro. Percorra a fotogaleria e veja as imagens da luxuosa embarcação.

A filha do ex-presidente de Angola está no debaixo do fogo depois de o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) ter revelado mais de 715 mil ficheiros que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.

Portugal | DESPESA BOA E DESPESA MÁ



Quando o aumento extraordinário das pensões ou possíveis aumentos salariais são «riscos de desvio» para as contas públicas, mas mais dinheiro para o Novo Banco é uma decorrência do acordo de capitalização.

AbrilAbril | editorial

Não é nova – mas nem por isso deve deixar de ser sinalizada sempre que surge – a visão dicotómica entre políticas que são vistas como «riscos de desvio» para as contas públicas (como o investimento nas funções sociais do Estado), em contraponto com as «prementes necessidades financeiras» de acudir à banca privada.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) vem juntar-se, sem surpresas, ao rol daqueles que entendem ser preocupantes medidas que representam «aumento da despesa» na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2020.

É já recorrente a análise de diferentes instituições – como a Comissão Europeia (CE) ou agora o CFP – que optam por se alhear do impacto social e económico de determinadas políticas necessárias para as populações e o interesse nacional, privilegiando uma visão economicista que beneficia os mesmos de sempre.

É que o juízo, puramente numérico, não se estende a outras dimensões da «despesa pública», como acontece com os casos em que se chama o Estado a salvar a banca privada.

SINDIKA, MOREIRA E OS DONOS DAS MEDALHAS E CONDECORAÇÕES


A novela da corrupção e dos roubos ao povo angolano, protagonizada pelo clã Eduardo dos Santos, ex-presidente da República Popular de Angola, mantém-se. Mais um dia a ser servida no Expresso Curto. Pois então. Hoje sai à liça Sindika, marido de Isabel dos Santos, assim como o cognominado "Medalhas", Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto. Isso mesmo pode encontrar no Curto que apresentamos a seguir, relativamente escaldado e cremoso, saído da máquina do tio Balsemão Impresa do Bilderberg.

Esta moda das condecorações a grandes avantesmas das corrupções, dos roubos, das vigarices a países e povos está na moda. Assim como as condecorações por nada ou quase nada, impróprias e escandalosas na teima de medalharem em contributo para a vulgarização de algo que já nem tem importância porque nada tem que ver com o espírito para que foram criadas. 

Vimos assim Rui Moreira a medalhar Sindika... por nada. Vimos há anos atrás Cavaco Silva a condecorar o modisto(a) da dona Maria Cavaco Silva, vimos alguns trapaceiros do clã Cavaco a também serem medalhados, assim como de presidentes disto ou daquilo que pertence a todos nós, os que sustentam por via de imensas alcavalas e esforços derreantes a máquina de uns descarados parasitas que fazem as vidas negras aos governados - ou devemos dizer àqueles que desgovernam por via de tanto se governarem com cambalachos conhecidos ou pelas surras. Vimos e não gostamos do que vimos... Mas quem cala consente - é o dito nacional dos lusos tão tosquiados.

Pois então, aqui, a seguir, sai à liça Sindika e o Medalhas do Porto, que nada de mal fez além do que viu aos outros seus antecessores da política. Até porque o maior Medalhas da história talvez já tenha atingido o pódio, esse simpático medalheiro Marcelo Rebelo de Sousa. O que não vimos nunca foi os operários da construção civil que construíram esta ou aquela obra relevante e de interesse nacional serem medalhados (alguns desses até encontraram a morte ou invalidez). Nem esses, nem outros operários em outros ramos. Os reles que produzem com sangue, suor e lágrimas - vítimas de enorme exploração. Os que construíram e constroem realmente Portugal, que trabalham a sério, não têm direito a essas mordomias, só têm direito a velhacarias. Decerto porque não pertencem aos clãs dos diplomados - às vezes falsamente - dos que surgem com fortunas conseguidas enquanto o diabo esfrega um olho. Ou será que estamos a referir dos clãs de corruptos, vigaristas e vulgarmente chamados pela plebe de mafiosos?

Bem, Sindika Dokolo foi condecorado. Outros já foram e muitos outros irão ser... Sem o merecerem, por afinal serem irrelevantes para a felicidade e justiça que devem aos povos. A não ser que detenham fortunas ou simpatias com os políticos que são donos das medalhas, condecorações, tachos e afins. Esses mesmos que por tanta vulgaridade retiraram o valor às medalhas e condecorações, porque são ou querem vir a ser "farinha do mesmo saco" - que é como se definem popularmente os políticos e muitos outros que nem são de confiança mas antes dignos de desconfiança.

Bom dia. Leia o que vem a seguir, do Curto, no Expresso. Amanhã deve haver mais Luanda Leaks. Hoje foi também dia das Medalhas Leaks. Porque não?

MM | PG

Portugal | Rui Pinto envergonha a justiça


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Parece que o direito à privacidade ou o sigilo profissional dos advogados não são o princípio e o fim da vida de cada um, nem o alfa e o ómega de todos os negócios.

Quando a divulgação de milhares de documentos nos permite perceber como as coisas funcionam, também podemos adivinhar o que nos queria dizer o advogado da PLMJ quando, no debate instrutório do processo que mantém Rui Pinto em prisão preventiva, afirmou que foi testemunha "da aflição, angústias e pânico" que atingiram o seu colega João Medeiros, ao descobrir que todo o seu correio eletrónico podia ser exposto publicamente.

Além da caixa de email profissional de Medeiros, advogado do Benfica no processo e-Toupeira, na mesma altura foram reveladas, pelo blogue Mercado de Benfica, informações confidenciais relativas à Operação Marquês, a Manuel Pinho, a António Mexia, a Ricardo Salgado e a outros casos mediáticos. A PLMJ, que entretanto perdeu um número significativo de sócios, interpôs uma providência cautelar para proibir a Comunicação Social de fazer notícias com base na informação tornada pública. O escritório de advogados teve ganho de causa na Relação, com os juízes desembargadores, embora reconhecendo que é função da Imprensa divulgar dados de interesse público, a argumentarem que não estavam a censurar. A sério?!

Pompeo revela detalhes do plano dos EUA para mudar governo na Venezuela


Os EUA estão trabalhando com a comunidade internacional para mudar o governo na Venezuela e remover o presidente venezuelano Nicolás Maduro, disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, segundo mídia.

Durante entrevista ao canal colombiano Caracol, o diplomata destacou que o lado americano conseguiu discutir os detalhes do plano com “representantes da América do Sul e Central, assim como da Europa”.

“O projeto deve levar [o presidente Nicolás] Maduro a sair e o povo da Venezuela a poder realizar eleições livres e justas. Estamos falando com a América do Sul, América Central e Europa, países de todo o mundo para alcançar este resultado”, disse o Secretário de Estado ao canal.

Pompeo observou que a estratégia desenvolvida para a mudança do governo venezuelano é “fundamental”, e que os EUA pretendem continuar na mesma direção. Ele também acusou Maduro de ser o responsável pela “enorme crise humanitária na Venezuela”.

Brasil | Orquestração antidemocrática contra Glenn Greenwald


A denúncia do procurador Wellington Divino de Oliveira, do Ministério Público Federal, contra o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, é motivada por claras razões ideológicas. Sem justificativas legais, o denunciante foi buscá-las na prática do jornalismo que ousou romper as fronteiras da conivência para mostrar práticas ilegais, autoritárias e persecutórias da Operação Lava Jato.

Vermelho | editorial

Nesse aspecto, a denúncia se alinha aos atentados contra o Estado Democrático de Direito, que tantos prejuízos têm causado ao país. As revelações do Intercept comprovaram muito do que já se sabia e que estavam no campo das suspeitas. Ao mostrar como a Lava Jato montava e operava seus esquemas, as reportagens, que ficaram conhecidas como Vaza-Jato, deram inestimáveis contribuições para a defesa da legalidade democrática. Inclusive motivando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que coibiram abusos da República de Curitiba.

A ação desse procurador – o mesmo que fez denúncia contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, a mando de Sergio Moro, rejeitada pela Justiça Federal – mostra que a prática de fazer da Constituição e de outros códigos democráticos letras mortas continua. Uma denúncia como essa, com esse grau de inconsistência e com inquestionável intenção de revidar politicamente uma atuação jornalística, mostra até onde pode ir a ousadia dos que desprezam regras coletivas que regem uma sociedade civilizada.

As vozes que se levantaram mais uma vez contra o arbítrio, a exemplo do que ocorreu recentemente no caso da manifestação nazista do ex-secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, reafirmam a constatação de que a escalada autoritária suscita um amplo espectro de defensores da democracia. Os valores da redemocratização estão pulsantes na consciência de vastos setores da sociedade.

Brasil | Glenn Greenwald rebate denúncia do MPF: “É um ataque à imprensa livre”


Editor do site The Intercept Brasil disse que procurador usa cargo para atacar inimigos políticos

O editor do site The Intercept Brasil Glenn Greenwald publicou um vídeo de resposta à denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele e mais seis pessoas no âmbito da Operação Spoofing. A denúncia é assinada pelo procurador Wellington Divino de Oliveira, o mesmo que denunciou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por calúnias contra o ministro Sergio Moro.

No entendimento do MPF, houve prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptações telefônicas ilegais pelos investigados. Embora tenha sido denunciado, Greenwald não havia sido indiciado pela Polícia Federal. Segundo o órgão, provas demonstram que o jornalista auxiliou, incentivou e orientou o grupo durante o período das invasões.

Greenwald acusou o procurador de utilizar seu cargo público para atacar inimigos políticos. Além disso, ressaltou que a Polícia Federal concluiu que não houve crime por sua parte.

“É um ataque contra a imprensa livre, obviamente, contra a nossa reportagem, mas também contra a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal, que disse que eu não posso ser investigado, muito menos denunciado, porque é uma violação do direito constitucional de uma imprensa livre”, queixou-se.

O jornalista também relacionou o caso ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

“Isso é obviamente uma retaliação pelo governo Bolsonaro. Nós nunca vamos ser intimidados para ninguém abusando o aparato do Estado. Nós vamos continuar a fazer o nosso jornalismo, estou fazendo o nosso trabalho agora para a próxima reportagem e vamos sempre defender a imprensa livre”, afirmou.

CONSTANTE NECESSIDADE DE RADIOGRAFAR O IMPÉRIO


“ENCONTRO MUNDIAL CONTRA O IMPERIALISMO”

"Pela vida, soberania e paz"

Caracas - Venezuela, de 22 a 24 de janeiro de 2020


A Venezuela Bolivariana é um inestimável património de vida, de soberania e de paz para toda a humanidade e como tal deve ser defendida por todos aqueles que trilham a lógica com sentido de vida, onde quer que seja a âncora de sua existência e por isso particularmente a partir dos mais obscuros rincões do planeta!

Desde África junto-me ao ENCONTRO MUNDIAL CONTRA O IMPERIALISMO, por que a resoluta alternativa à barbárie do império, é a civilização que luta pela vida, pela soberania e pela paz para toda a humanidade!

CONSTANTE NECESSIDADE DE RADIOGRAFAR O IMPÉRIO

COMUNICAÇÃO

I

01- Desde o final da IIª Guerra Mundial e particularmente desde o deflagrar das bombas atómicas em Hiroshima e Nagasaki (em Agosto de 1945 e com apenas 3 dias de diferença), um crime contra a humanidade a pretexto de mais rapidamente se pôr fim aos combates, que necessário se tornou a constante radiografia do império, agora império da hegemonia unipolar, assim como do seu comportamento nos relacionamentos internacionais, em função do seu carácter expansionista, exclusivista, dominante (em nome duma estrita aristocracia financeira mundial) e nazi-fascista.

02- Durante o período denominado de “Guerra Fria” (de 1947 a 1991), o socialismo remanescente da IIª Guerra Mundial conseguiu não só uma relativa paridade e equilíbrio nos contenciosos com o império, mas também apoiou a motivação em África do movimento de libertação contra o colonialismo e o “apartheid”, a luta dos povos e das organizações revolucionárias da América Latina e Caribe contra as ditaduras fantoches, parte delas emanações do plano Condor, o fortalecimento do Não Alinhamento activo no espaço da “Tricontinental” e as expressivas vitórias alcançadas sobretudo no Vietname;

03- Já nos anos de transição 20/30 do século XX, a Reserva Federal dos Estados Unidos havia sido tomada por um conjunto de poderosos bancos privados transnacionais sob os auspícios da aristocracia financeira mundial, algo que teve a ver com a grande depressão que então veio a ocorrer;

Chile | Assim se prepara a nova batalha


Quatro meses depois dos protestos que abalaram projeto neoliberal, direita tenta contraofensiva: leis severas, prisões em massa, soda cáustica sobre manifestantes. Mas maioria, que já perdeu o medo, aposta na Constituinte — e segue nas ruas

Paul Walder,  no Nodal | Tradução: Rôney Rodrigues

É possível que estejamos assistindo à queda de um regime, ao fim da democracia representativa. É possível que tenhamos dado um passo para além da pós-democracia e já nos encontremos em uma espaço político murado. A democracia liberal, que nunca foi muito democrática, e hoje todo o Chile já sabe disso, se transforma em novas estruturas para proteger aquilo que sempre cuidou: o regime oligárquico instalado há mais de 40 anos.

O sistema político dos últimos 30 anos, aquela democracia de baixa intensidade útil para os anos de transição da ditadura à ordem de mercado binominal, não foi capaz de dar uma resposta política às demandas atuais da população. Aquele regime incorporou e internacionalizou a crise social como uma crise política. Não uma crise de governo, mas de toda a estrutura política, desde suas bases enraizadas nos poderes financeiros, extrativistas e comerciais – com a Penta [holding que lucra, entre outros, com a Previdência Social no Chile] e a SQM [maior produtora de lítio do mundo] na ponta do iceberg neoliberal – ao governo da vez e toda a casta de parlamentares, inclusive seus satélites e parasitas. Uma classe que se fechou em si mesma.

Sun Tzu em Teerão


Alastair Crooke [*]

O Irão não acabou. O general Hajizadeh, comandante da Força Aeroespacial do IRGC, disse ontem num briefing que o ataque "foi o ponto de partida de uma grande operação ". Ele também sublinhou que "os ataques não se destinavam a causar fatalidades: pretendíamos [ao invés] assestar um golpe na máquina militar do inimigo". E o Pentágono está a dizer, também, que o Irão intencionalmente evitou as tropas americanas nas bases. 

Isso equivale ao Pentágono admitir que o Irão pode lançar mísseis com extrema precisão a uma distância de várias centenas de quilómetros – além disso, isto ocorreu sem que qualquer míssil tivesse sido interceptado pelas forças dos EUA. Evitar totalmente alvejar soldados numa grande base militar não é tarefa fácil – sugere uma precisão de um metro ou dois – e não dez metros – para os mísseis iranianos.

Não é esta a questão? Isto sugere que avanços nos sistemas de orientação do Irão permitem lançar mísseis com extrema precisão . Não vimos algo semelhante acontecer recentemente na Arábia Saudita (Abqaiq)? E não estava claro a partir de Abqaiq que os extremamente caros sistemas de defesa aérea dos EUA não funcionam? O IRGC demonstrou satisfatoriamente que eles e seus aliados podem penetrar nos sistemas de defesa aérea fabricados nos EUA, utilizando mísseis "inteligentes" produzidos internamente e através do uso dos seus sistemas de guerra electrónica.

As bases dos EUA na região – em resumo – agora representam infraestrutura vulnerável dos EUA – e não força. O mesmo vale para aquelas dispendiosas frotas de porta-aviões. A mensagem iraniana era clara e muito pertinente para aqueles que entendem (ou querem entender). Para os outros, menos estrategicamente conscientes, pode parecer que o Irão deu um soco militar e mostrou fraqueza. Realmente, quando você acaba de demonstrar a capacidade de reverter o status quo militar, não há necessidade de tocar trombetas. A própria recepção da mensagem é em si a "bofetada" para uma "máquina militar". Primorosamente calibrada: evitou a guerra frente a frente. Trump desistiu (e alegou êxito).

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