quarta-feira, 20 de maio de 2020

Bombardeiros dos EUA no mar do Sul da China pressionam Pequim


Os Estados Unidos anunciaram ter feito um exercício militar de 32 horas com quatro bombardeiros supersónicos B-1B sobre o mar do Sul da China, área que Pequim considera sua. A pressão americana ocorre em meio à renovada tensão entre as duas maiores economias do mundo, em guerra comercial e tecnológica desde 2017.

Nesta semana, os países se digladiaram na Organização Mundial da Saúde (OMS). Washington acusa Pequim de ser responsável pelo contágio do surto do coronavírus de seu território para o resto do mundo, o que os chineses negam.

O uso dos B1-B, ocorrido nos dias 29 de abril e 1º de maio, é simbólico. Os aviões, assim como outros bombardeiros como os B-52, haviam sido retirados da base americana em Guam (Pacífico), naquilo que foi visto como um estranho recuo tático por analistas.

Os aparelhos, agora de volta à ilha com 200 aviadores, são a ponta de lança de qualquer ataque aéreo americano na região, e têm capacidade de empregar armas nucleares. A operação foi um recado "demonstrando a credibilidade da Força Aérea americana para lidar com um ambiente de segurança diversificado e incerto", escreveu no Twitter o Comando Pacífico da Força Aérea.

Desde que a Covid-19 tornou-se uma pandemia, há um jogo entre EUA e seus rivais para demonstrar prontidão militar. Para os americanos, a questão é mais sensível porque seus dois porta-aviões baseados no Pacífico foram atingidos por surtos da doença.

Russos, chineses, norte-coreanos e até os combalidos iranianos exercitaram sua musculatura militar com testes de armas e inúmeras simulações de combate após o vírus ganhar o planeta. Os EUA fizeram o mesmo, apesar dos seus problemas pontuais, lembrando aos adversários sobre sua capacidade como maior potência bélica global, responsável por 39% do orçamento militar do mundo em 2019.

A pandemia muda o equilíbrio geopolítico de oeste para leste



Não está claro como o mundo acabará por transitar da atual pandemia de Covid-19. Existem apreensões profundas e, ainda assim, sinais esperançosos de progresso em direção a um futuro melhor.

A Organização Mundial da Saúde alerta esta semana que a doença viral não pode ser erradicada e pode se tornar uma ameaça permanente à saúde humana da mesma forma que a doença pelo HIV apresenta.

De qualquer forma, as mortes globais por Covid-19 aumentarão além do nível atual de 300.000, causando assim mais estragos nas economias e sociedades nacionais.

A devastação económica da pandemia é de abrangência global, mas as economias ocidentais parecem particularmente mais atingidas. Os Estados Unidos e a Europa estão olhando sombriamente para quedas abismais nas suas economias, que estão sendo descritas como as piores desde a Grande Depressão nos anos 30. Há pouca dúvida de que a pandemia está provocando mudanças épicas no mundo.

Plano USA: Controlo Militarizado da População


Manlio Dinucci*

A Fundação Rockefeller, que mantém laços históricos com o Estado Federal dos EUA, apresentou um plano nacional para controlar a epidemia de coronavírus. O objectivo destina-se a testar 30 milhões de pessoas por dia à custa do Estado e submeter os cidadãos americanos a um controlo militar rigoroso.
O Presidente da Fundação Rockefeller, Dr. Rajiv Shah (foto), é um alto funcionário americano especializado na manipulação da “ajuda humanitária” como forma de pressão política. Foi, especificamente, Director do Programa Ecológico, da Fundação Bill & Melinda Gates, em África, depois foi nomeado por Hillary Clinton, Directora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Dizem que é membro da Irmandade, o grupo de oração que reúne os Chefes de Estado-Maior dos EUA e Hillary Clinton ao lado do Pentágono.
A Fundação Rockefeller apresentou o “Plano de Acção Nacional Covid-19”, indicando os “passos pragmáticos para reabrir os nossos locais de trabalho e a nossa comunidade”. No entanto, como aparece no título, não se trata apenas de medidas de saúde.

O Plano - para o qual contribuíram algumas das universidades de maior prestígio (Harvard, Yale, Johns Hopkins e outros) - prefigura um verdadeiro modelo social hierárquico e militarizado.

No topo, o “Conselho de Controlo da Pandemia, análogo ao Conselho de Produção de Guerra que os Estados Unidos criaram na Segunda Guerra Mundial”. Seria composto pelos “‘leaders’ do mundo dos negócios, do governo e do mundo académico” (assim enumerados por ordem de importância, em primeiro lugar, não os representantes do governo, mas os das finanças e da economia).

Este Conselho Supremo teria o poder de decidir produções e serviços, com uma autoridade semelhante à conferida ao Presidente dos Estados Unidos em tempo de guerra pela Lei de Produção de Defesa.

Portugal | No país dos matraquilhos


O Governo regateia apoios a empresas e trabalhadores independentes, aperta os cordões à bolsa nos apoios sociais, nega subsídios de risco a quem está na linha da frente, mas à banca continua a entregar os milhões de bandeja. Não estamos todos no mesmo barco.

Pedro Filipe Soares | opinião

Tudo está bem quando acaba bem? Não se engane, esta crise política(link is external) foi apenas uma encenação para nos distrairmos do essencial. Enquanto nos dão a entender que podemos respirar fundo, que depois da tempestade veio a bonança, foram mais 850 milhões de euros nossos parar aos cofres do Novo Banco(link is external). Mais uma vez, o prémio sai à banca à custa de cada um de nós.

O compromisso político era inequívoco(link is external): “Até haver resultados da auditoria não haverá qualquer reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para esse fim.” Esta foi a frase de António Costa em resposta ao Bloco de Esquerda quando questionado se iria continuar a aceitar meter dinheiro no Novo Banco.

A questão não era menor. Sempre nos prometeram que não haveria custos para os contribuintes com o BES e o Novo Banco, mas a realidade mostrou como isso era um enorme embuste. Até 2015, a resolução que PSD e CDS garantiam não ter custos levou 3900 milhões de euros dos cofres do Estado. Depois, a venda do Novo Banco que António Costa jurava não ter encargos significou um rombo de 2130 milhões de euros. São promessas dolorosas para os cofres públicos. Juram com uma mão no peito e a outra no nosso bolso.

Portugal | BES é o "maior crime de colarinho branco", diz Rui Rio


O presidente do PSD, Rui Rio, desafiou esta quarta-feira o primeiro-ministro a esclarecer se não estão a ser pagos "calotes empolados" no Novo Banco, lamentando que a justiça não tenha ainda atuado no "maior crime de colarinho branco", numa referência ao BES.

No debate quinzenal com António Costa no parlamento, Rui Rio centrou toda a sua intervenção nas injeções de dinheiro público no Novo Banco calculando que, desde 2014, esta instituição já tenha recebido cerca de sete mil milhões de euros de impostos dos portugueses.

"O senhor ministro das Finanças diz que temos de pagar, ponto final. Não concordo, temos de pagar porquê? Temos de pagar se for devido, se não for devido não temos de pagar", defendeu.

O líder do PSD pediu a António Costa que esclarecesse se "tem a certeza" de que não existem créditos do Novo Banco "vendidos ao desbarato", imóveis vendidos "a preço de favor" (e a quem) e pediu que a Assembleia da República tenha acesso à documentação que detalha as imparidades que justificam as injeções do Fundo de Resolução.

"Imparidades em linguagem bonita da Assembleia da República, para o povo entender, são calotes", afirmou Rio.

Na resposta, o primeiro-ministro apontou que quem supervisiona e quantifica as imparidades do Novo Banco é o Banco Central Europeu e que as contas desta instituição foram auditadas por três entidades.

"Se quer saber e obter essa documentação, é requerer a quem a tem. E quem a tem ou são os auditores ou o Fundo de Resolução", afirmou.

Portugal | Hoje morreram mais 16 pessoas por covid-19



Portugal regista, esta quarta-feira, mais 16 mortos de covid-19 e um acréscimo de 228 novos casos de infeção. Há mais 21 doentes recuperados.

Esta quarta-feira, Portugal regista um total de 1263 mortos associados à covid-19, o que representa mais 16 óbitos em relação ao dia de terça-feira (1247).

Geograficamente, registam-se 713 óbitos na região Norte (mais seis), 230 no Centro (mais três) e 289 na região de Lisboa e Vale do Tejo (mais sete), mantendo-se inalterados os valores no Alentejo (um), no Algarve (15) e nos Açores (15). A região da Madeira não tem registo de vítimas mortais de covid-19.

Por faixa etária, os novos óbitos registaram-se em pessoas com mais de 80 anos (mais 12), entre os 70 e 79 anos (mais três) e entre os 60 e 69 anos (mais um).

Segundo o boletim divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), há um total de 29660 casos confirmados de infeção (mais 228) e 6452 doentes recuperados (mais 21). São 2405 as pessoas que estão a aguardar resultado laboratorial (mais 56).

Dos casos confirmados, contam-se 537 crianças até aos nove anos. Com mais de 80 anos há 4374 pessoas infetadas.

Há 609 doentes internados (menos 20), dos quais 93 em unidades de cuidados intensivos (menos oito).

Por concelho, e salientando aqueles que têm mais de mil casos de covid-19, Lisboa continua no topo do número de casos de infeção confirmados, são hoje 2046 (2018 no boletim de terça-feira). Seguem-se Vila Nova de Gaia com 1521 registos (1510), Porto com 1334 (1326), Matosinhos com 1245 (1242), Braga com 1196 (1173) e Gondomar com 1065 (1058).

Sandra Alves | Jornal de Notícias

Portugal | A FESTA DO AVANTE!


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Quando o Governo proibiu os festivais musicais até ao final de setembro, logo alguns exultaram porque "também" a Festa do Avante! estava proibida. Naturalmente que o PCP reafirmou o óbvio: a Festa não é um simples festival de música dado que junta muitas expressões culturais (cinema, teatro, folclore, pintura, escultura), a ciência, o desporto, a gastronomia, o artesanato e, claramente, a componente política, com comícios, debates, exposições e espaço internacional(ista).

Portanto, uma iniciativa com estas caraterísticas não podia ser enquadrada na categoria de "festivais de música" ou mesmo em "iniciativas de caráter similar". Está, aqui, subjacente um princípio fundamental: não pode haver abertura para as atividades económicas e fecho para as atividades promovidas por uma força política. Ou seja, se os restaurantes podem abrir cumprindo determinadas condições, porque não podem abrir os restaurantes da Festa do Avante! nas mesmas condições? Se as salas de cinema e de teatro podem abrir, porque não podem abrir nas mesmas condições o Avanteatro e o espaço cinema da Festa? Se são permitidos concertos em "drive in", porque não se podem fazer do mesmo modo na Festa? Ou seja, um partido que nunca se vergou na luta contra a ditadura, não pode, naturalmente, aceitar que, em pleno regime democrático, se proíbam atividades políticas com caraterísticas semelhantes a outras que não são vedadas à restante sociedade (e, não o esqueçamos, ainda falta mais tempo para a Festa do que aquele que levamos de pandemia...).

Não sei, hoje (e creio que ninguém sabe com absoluta certeza...), se a Festa se realizará. Ou se se realizará num formato diferente, adaptado às condições impostas pela DGS. Isso depende (tal como acontece com tudo o resto) do que se passar nos próximos tempos. Agora tenho uma certeza: a manterem-se as atuais regras de distanciamento físico, a Festa não será a Festa. Porque, independentemente da qualidade dos artistas, da comida, dos diversos e múltiplos eventos, o que torna a Festa única e inigualável é o ambiente que se vive na mesma. E que é um ambiente de fraternidade que não dispensa as genuínas expressões de afetividade. Como os fortes abraços e/ou os beijos pela alegria dos reencontros. Como começar uma refeição ao lado de um desconhecido e terminar a mesma a conversar como se se conhecessem há muito tempo. Ou com a proximidade inerente ao cumprimento, voluntário, das diversas tarefas que garantem o complexo funcionamento da Festa.

Ambiente onde milhares de pessoas que nada têm que ver com o PCP se sentem também bem. O que ajuda a esbater preconceitos anticomunistas. E a disseminar as caraterísticas da sociedade "sem amos" preconizada pelo PCP.

Por isso alguns a querem proibir. Se possível, para sempre...

*Engenheiro

Brasil | Bolsonaro e o ''fascismo eterno''


 A liberdade e a libertação são tarefas sem fim
(Umberto Eco)

Na data de 19/11/2009, Carta Maior publicou o admirável ensaio de Umberto Eco sobre o fascismo intitulado O Fascismo Eterno, que se tornou posteriormente um livro publicado em 2018 pela Editora Record. O ensaio foi publicado originalmente em inglês sob o título de “Ur-Fascism” na edição de 22/6/1995 da revista “The New York Review of Books” a partir de uma conferência na Universidade de Columbia em 24/4/1995.
O ex-deputado Jair Bolsonaro, que atualmente ocupa o Palácio do Planalto como presidente, foi inúmeras vezes acusado de fascista. Entre os historiadores e cientistas políticos, não faltou quem protestasse contra esse uso abusivo da palavra fascismo, que só encontraria sentido na Europa, no período histórico de 1930 a 1945, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Como as características e atitudes do atual presidente são próximas ao fascismo, ressalvadas as diferenças históricas, julgamos útil recorrer ao texto clássico de Umberto Eco sobre o fascismo. O escritor italiano aponta 14 características como típicas do que chamou de “Fascismo Eterno” ou “Ur-Fascismo”. Passamos a resumi-las com o objetivo de comparar com o fascismo tropical do atual presidente, recomendando, entretanto, a leitura integral do magnífico texto de Umberto Eco.

Brasil | STF julga hoje ações contra MP que livra agente público de punição


CORONAVÍRUS

MP estabelece que agentes públicos só podem ser responsabilizados se houver comprovação de 'erro grosseiro' ou 'dolo' em ações. Para especialistas, MP é 'obscura' e 'autoritária'.

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará nesta quarta-feira (20) ações contrárias à medida provisória (MP) editada pelo presidente Jair Bolsonaro que isenta de punição decisões tomadas por agentes públicos no combate à pandemia do coronavírus.

A MP foi editada no último dia 14, e seis ações contra a medida foram apresentadas ao STF. O relator das ações é o ministro Luís Roberto Barroso, que decidiu nesta terça (19) levar o tema diretamente para o plenário, para que os 11 ministros do Supremo possam analisar o caso.

Quando a MP foi editada, especialistas consideraram o conteúdo "obscuro" e "autoritário"O ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, por exemplo, chegou a dizer que o ato foi "desnecessário".

A MP já está em vigor. Isso porque medidas provisórias têm força de lei assim que publicadas no "Diário Oficial da União". Precisam, no entanto, de aprovação pelo Congresso Nacional para se tornar leis em definitivo.

Se o STF mantiver a MP, ou seja, rejeitar as ações, o conteúdo permanecerá em vigor. Se os ministros decidirem suspender o ato de Bolsonaro, a medida, então, deixará de vigorar.

SADC solidariza-se formalmente no combate ao Al Shabaab em Moçambique


A Troika de Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) solidarizou-se formalmente com o drama de terrorismo enfrentado por Moçambique e demandou aos seus Estados membros a apoiarem no combate ao Al Shabaab na Província de Cabo Delgado. “Recebemos grande solidariedade e grande encorajamento”, declarou o Presidente Filipe Nyusi.

Apesar das medidas de prevenção contra a covid-19 recomendarem o distanciamento social os presidentes de Moçambique, Zimbabwe, Zâmbia e do Botswana reuniram-se nesta terça-feira (19) em Harare para ponderarem sobre o terrorismo no nosso país e as tensões políticas existentes no Lesotho e no Malawi.

No término do encontro extraordinário a Troika, presidida por Emmerson Mnangagwa, “condenou veementemente os ataques armados e actos de sabotagem perpetrados por terroristas e grupos armados em alguns distritos da Província de Cabo Delgado”.

“A Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão Mais Moçambique comprometeu-se e instou os Estados-Membros da SADC a apoiar o Governo de Moçambique na luta contra os grupos terroristas e armados que actuam em alguns distritos da Província de Cabo Delgado”, refere ainda um comunicado do órgão.

O Norte da Província de Cabo Delgado é assolado por terrorismo desde finais de 2017 perpetrado por grupos armados apelidados pelos locais por Al Shabaab, embora não tenham nenhuma ligação com o grupo homónimo da Somália.

Falando à jornalistas após a cimeira extraordinária o Presidente Filipe Nyusi declarou que o terrorismo começou “na Tanzânia, depois vieram para nós, entram e saem, e é preciso, com alguma antecipação podermos partilhar as experiências e as realidades e saber que tipos de apoios. Aqui de facto recebemos grande solidariedade e grande encorajamento”.

@Verdade (mz)

Moçambique regista primeira morte de um infectado por Coronavírus


O país registou a primeira morte de um infectado por Coronavírus. Com idade compreendida entre 40 e 49 anos, o cidadão de nacionalidade moçambicana morreu em Palma, em Cabo Delgado, de acordo com o Ministério da Saúde, vítima de uma outra doença.

Até a altura em que o doente assintomático para COVID-19 foi ao hospital local, encontrava-se a fazer o tratamento da doença a partir de casa. 

Nas últimas 24 horas, o Instituto Nacional de Saúde testou 256 casos suspeitos de Coronavírus. Segundo os dados avançados pelo Ministério da Saúde, dos testados 255 são casos negativos e um acusou positivo.

O infectado, segundo avançou a Directora Nacional de Saúde, está relacionado com a investigação feita em Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado.

"Assim, Moçambique conta actualmente com 48 pacientes totalmente recuperados. Até o momento não temos nenhum óbito devido a COVID-19. Contudo, queremos informar que há registo de um (1) óbito, em um portador assintomático da COVID-19. Trata-se de um indivíduo de sexo masculino, nacionalidade moçambicana, com idade entre 40 e 49 anos de idade, de Palma-Sede, diagnosticado no dia 15 de Maio de 2020. O mesmo cumpria isolamento domiciliar, esteve sempre assintomático para a COVID-19. Hoje, por volta das 11h, deu entrada na Unidade Sanitária local, inconsciente e o óbito aconteceu poucos minutos depois", afirma o MISAU. 

Ainda nas últimas 24 horas, recuperaram mais duas pessoas.

José dos Remédios | O País (mz)

Moçambique | Cabo Delgado: "Não há ataque calculado contra missões católicas"


Duas missões católicas foram alvos recentes dos ataques de insurgentes em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Mas Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo de Pemba, descarta um ataque premeditado à Igreja Católica.

Em menos de dois meses, duas missões da Igreja Católica foram atacadas pelos insurgentes em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. A primeira, no período da Páscoa (abril) e a segunda, na terça-feira passada (12.05): os atacantes destruíram a casa de uma missão de monges beneditinos.

Contudo, o bispo de Pemba não acredita em ataques calculados contra as missões católicas, pois outros alvos próximos são igualmente atacados, argumenta em entrevista à DW África.

Segundo Dom Luiz Fernando Lisboa, o ataque é mais uma prova do agravamento da insegurança na província de Cabo Delgado, onde operam as multinacionais do gás naturalEm dois anos e meio de violência, os insurgentes mataram pelo menos 550 pessoas. Dezenas de milhares de pessoas foram afetadas. O bispo de Pemba diz que a Igreja Católica está a ajudar os deslocados.

Presidente timorense considera intolerável uso de violência verbal e física por deputados


Díli, 20 mai 2020 (Lusa) -- O Presidente timorense considerou intolerável que alguns deputados tenham usado violência verbal e física contra outros, considerando que hoje há uma maioria no parlamento que garante estabilidade governativa.

"Não podemos tolerar a utilização de violência verbal ou física de alguns deputados no Parlamento Nacional", afirmou hoje Francisco Guterres Lu-Olo, numa declaração ao país.

"Esta crise institucional é solucionada quando os partidos contribuírem de coração aberto e de forma correta ao funcionamento do Parlamento Nacional, de acordo com princípios e regras democráticas que dizem que as decisões são baseadas na maioria e na sua representatividade ou proporcionalidade", considerou.

Francisco Guterres Lu-Olo falava ao país numa mensagem transmitida pelas televisões do país, no que constituiu a única evocação oficial dos 18 anos da restauração da independência de Timor-Leste, cujas comemorações foram condicionadas pelo estado de emergência devido à covid-19.

Os comentários de Lu-Olo surgem depois de dois dias de tensões graves no Parlamento Nacional, com agressões entre deputados, mesas derrubadas, gritos, empurrões e a intervenção de agentes policiais.

Timor-Leste | Deputados elegem novo presidente do parlamento em votação irregular


Uma maioria de 40 deputados elegeu hoje Aniceto Guterres, da Fretilin, numa votação irregular, como novo presidente do Parlamento Nacional timorense, numa sessão plenária convocada pelos vice-presidentes do órgão.

A votação, que ficou marcada pela terceira intervenção de agentes policiais, ocorreu depois do presidente Arão Noé Amaral ter sido destituído do cargo com deputados do CNRT a gritar: “ilegal” e “assalto ao poder”.

A maioria acabou por concretizar o objetivo de substituir o presidente do parlamento.

A eleição de Aniceto Guterres, com os votos favoráveis dos deputados da Fretilin, PLP, KHUNTO e de quatro dos cinco deputados do PD, implica o regresso ao cargo que ocupou em 2017 e 2018, até à dissolução do parlamento nesse ano.

À saída do parlamento, em declarações à Lusa, Aniceto Guterres chamou a si a legitimidade “de um apoio de 40 dos 65 deputados”.

“Houve um processo, foi interrompido desde ontem, mas tentámos que o processo cumprisse o regimento e está tudo feito. No parlamento a maioria é que manda. Houve 40 votos a favor. O parlamento não obedece à vontade da minoria de estragar o parlamento”, disse à Lusa.

Denúncias de corrupção no setor privado crescem em Macau - relatório


Macau, China, 20 mai 2020 (Lusa) -- O relatório de atividades de 2019 do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) de Macau publicou hoje um relatório que aponta para um crescimento nos últimos anos no número de denúncias de corrupção no setor privado.

"No âmbito das queixas relacionadas com o setor privado recebidas nos últimos anos, existe uma tendência de subida do número de queixas e denúncias que envolvem as questões de gestão dentro dos casinos e dos hotéis de grande envergadura", salientou o organismo público.

"Sobretudo envolvendo irregularidades no âmbito de concursos públicos de empreitada, aquisição de bens e materiais, recrutamento e promoção de pessoal", de acordo com o relatório.

O CCAC sublinhou que "além de empenhar esforços na conclusão de investigações anticorrupção no setor público, (...) dá igualmente ênfase ao trabalho de combate à corrupção no setor privado".

Por isso, acrescentou, "continuará a prestar atenção ao eventual risco da prática de crimes de corrupção no setor privado (...), promovendo a ética empresarial e o desenvolvimento saudável (...), esforçando-se pela defesa da integridade e da justiça em Macau".

China acusa Trump de atacar OMS para desviar a atenção


Pequim, 19 mai 2020 (Lusa) -- A China acusou hoje o presidente norte-americano, Donald Trump, de atacar a Organização Mundial de Saúde (OMS) para desviar atenções da sua gestão da pandemia de covid-19 e fugir às suas obrigações para com a organização.

Trump ameaçou na segunda-feira cortar definitivamente a contribuição dos Estados Unidos para OMS, suspensa desde abril depois de Trump criticar a forma como a organização geriu a pandemia de covid-19 e acusá-la de ceder às pressões da China.

Questionado sobre a ameaça, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, considerou que ela tem por objetivo "manchar os esforços da China no combate à epidemia" para não enfrentar as suas próprias responsabilidades.

O porta-voz exortou Washington a "deixar de lançar a culpa" para a China e a concentrar-se antes a combater o novo coronavírus, cujo epicentro é neste momento nos Estados Unidos, que registam mais de 1,5 milhões de infetados e 90.000 mortes.

Donald Trump acusou na segunda-feira a OMS de ser "uma marioneta da China" e divulgou no Twitter uma carta que enviou ao diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ameaçando tornar permanente o congelamento temporário de contribuições dos Estados Unidos.

O orçamento da OMS é fixado por períodos de dois anos. Em 2018 e 2019 ascendeu a 5,62 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros).

Os Estados Unidos são o maior contribuinte para o orçamento desta agência da ONU, com 553,1 milhões de dólares naquele período, entre contribuições obrigatórias e voluntárias, que comparam com 7,9 milhões de dólares pagos pela China.

Surgido em dezembro na China, o SARS-CoV-2 já infetou 4,7 milhões de pessoas em todo o mundo, quase 316 mil das quais morreram, segundo um balanço de hoje da agência AFP.

MDR // FPA

Rei da Tailândia ignora covid-19 e vive vida de luxo na Alemanha


Enquanto a pandemia do coronavírus coloca à prova a Tailândia, seu rei Maha Vajiralongkorn desfruta da tranquilidade num hotel de luxo na Baviera, acompanhado por uma comitiva de consortes do palácio real. 

Enfurecido com a ausência, o povo tailandês convoca protestos contra o monarca, o que é proibido na Tailândia.

Jacinda Ardern torna-se a PM mais popular da Nova Zelândia do século


Primeira-ministra impôs rígida quarentena para conter pandemia no estágio inicial. Dois meses depois, país regista só 21 mortes, e comércio pôde reabrir. Medidas também aumentaram popularidade do partido da primeira-ministra.  

Jacinda Ardern se tornou a primeira-ministra mais popular da Nova Zelândia do século, graças à reação do seu governo à covid-19, que fez do país um dos mais bem-sucedidos na contenção da doença, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18/05).

Esta foi a primeira pesquisa pública desde que a crise do coronavírus chegou ao país. De acordo com os resultados, 59,5% dos neozelandeses vêem Ardern como a melhor pessoa para ocupar o cargo de PM, um crescimento de 20,8 pontos em relação à última pesquisa. É a cifra mais alta de qualquer líder na história dos levantamentos do instituto Reid Research, responsável pela pesquisa.

OMS promete investigação independente sobre resposta à pandemia


Tedros Adhanom: "O mundo nunca mais vai ser o mesmo"

A 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, que termina esta terça-feira, é um passo à frente no sentido de propor uma avaliação independente e transparente sobre o que correu mal no combate à pandemia do novo coronavírus.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, garante que será investigada a resposta à pandemia de todos os atores  incluído a da própria OMS. "No momento oportuno, iremos iniciar uma avaliação independente para rever a experiência adquirida e as lições que aprendemos ao longo da crise. Depois, faremos recomendações no sentido de melhorar a preparação e a resposta nacional e mundial a uma pandemia. Mas uma coisa é certa: O mundo nunca mais vai ser o mesmo", frisou.

A assembleia geral da OMS decorre sob críticas do Presidente dos Estados Unidos de América. Donald Trump acusa a OMS de ser uma marioneta da China: "Nos últimos tempos prestaram um mau serviço. Os Estados Unidos dão à OMS 450 milhões de dólares por ano. A China dá 38 milhões de dólares por ano. Mas eles continuam atrás da China. Ou seja, a OMS é uma marioneta da China".

Interrogado sobre o futuro da contribuição financeira dos Estados Unidos para a OMS, Trump prometeu tomar uma decisão para breve. 

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