Pequim,
19 mai 2020 (Lusa) -- A China acusou hoje o presidente norte-americano, Donald
Trump, de atacar a Organização Mundial de Saúde (OMS) para desviar atenções da
sua gestão da pandemia de covid-19 e fugir às suas obrigações para com a
organização.
Trump
ameaçou na segunda-feira cortar definitivamente a contribuição dos Estados
Unidos para OMS, suspensa desde abril depois de Trump criticar a forma como a
organização geriu a pandemia de covid-19 e acusá-la de ceder às pressões da
China.
Questionado
sobre a ameaça, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês,
Zhao Lijian, considerou que ela tem por objetivo "manchar os esforços da
China no combate à epidemia" para não enfrentar as suas próprias
responsabilidades.
O
porta-voz exortou Washington a "deixar de lançar a culpa" para a
China e a concentrar-se antes a combater o novo coronavírus, cujo epicentro é
neste momento nos Estados Unidos, que registam mais de 1,5 milhões de infetados
e 90.000 mortes.
Donald
Trump acusou na segunda-feira a OMS de ser "uma marioneta da China" e
divulgou no Twitter uma carta que enviou ao diretor-geral da organização,
Tedros Adhanom Ghebreyesus, ameaçando tornar permanente o congelamento
temporário de contribuições dos Estados Unidos.
O
orçamento da OMS é fixado por períodos de dois anos. Em 2018 e 2019 ascendeu a
5,62 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros).
Os
Estados Unidos são o maior contribuinte para o orçamento desta agência da ONU,
com 553,1 milhões de dólares naquele período, entre contribuições obrigatórias
e voluntárias, que comparam com 7,9 milhões de dólares pagos pela China.
Surgido
em dezembro na China, o SARS-CoV-2 já infetou 4,7 milhões de pessoas em todo o
mundo, quase 316 mil das quais morreram, segundo um balanço de hoje da agência
AFP.
MDR
// FPA
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