quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Não vote num psicopata ou verá a tirania nas mãos de um governo psicopata

#Publicado em português do Brasil

John W. Whitehead*

Os políticos têm mais probabilidade do que as pessoas da população em geral de serem sociopatas . Eu acho que você não encontraria nenhum especialista no campo da sociopatia / psicopatia / transtorno de personalidade anti-social que contestasse isso ... Que uma pequena minoria de seres humanos literalmente não tem consciência foi e é uma pílula amarga para nossa sociedade engolir - mas isso explica muitas coisas, sendo um comportamento político vergonhosamente enganoso.” - Drª. Martha Stout, psicóloga clínica e ex-instrutora da Harvard Medical School

Há 20 anos, uma manchete de jornal fazia a seguinte pergunta: “ Qual é a diferença entre um político e um psicopata?” A resposta, então e agora, permanece a mesma: nenhumaNão há diferença entre psicopatas e políticos.

Nem há muita diferença entre a destruição causada em vidas inocentes por criminosos indiferentes, insensíveis, egoístas, irresponsáveis, parasitas e funcionários eleitos que mentem aos seus constituintes, trocam favores políticos por contribuições de campanha, fecham os olhos aos desejos dos eleitorado, enganar os contribuintes com dólares ganhos arduamente, favorecer a elite corporativa, entrincheirar o complexo industrial militar e poupar atenção ao impacto que suas ações impensadas e legislação aprovada às pressas podem ter sobre cidadãos indefesos.

Os psicopatas e os políticos tendem a ser egoístas, insensíveis, usuários implacáveis ​​dos outros, irresponsáveis, mentirosos patológicos, loquazes, vigaristas, sem remorso e superficiais.

Políticos carismáticos, como psicopatas criminosos, exibem uma falha em aceitar a responsabilidade por suas ações , têm um alto senso de autoestima, são cronicamente instáveis, têm estilos de vida socialmente desviantes, precisam de estimulação constante, têm estilos de vida parasitas e possuem objetivos irrealistas.

Não importa se você está falando sobre democratas ou republicanos.

Os psicopatas políticos são, em grande parte, feitos do mesmo tecido patológico, cheios de charme aparentemente fácil e ostentando mentes calculistas. Esses líderes acabam criando patocracias: sociedades totalitárias empenhadas no poder, no controle e na destruição da liberdade em geral e daqueles que a exercem.

Silêncio da mídia sobre a guerra de Washington contra o mundo

#Publicado em português do Brasil

O militarismo americano avança: nenhuma discussão ou cobertura da mídia sobre a guerra de Washington contra o mundo

Philip Giraldi

Quase todo mundo já ouviu o comentário atribuído ao ex-consigliere de Clinton Rahm Emanuel de que nunca se deve desperdiçar uma boa crise. A implicação do comentário é que, se houver uma grande crise acontecendo, a capa que fornece permite fazer todo tipo de coisa sob o radar que, de outra forma, seria inaceitável. Esse aforismo é particularmente verdadeiro no contexto atual, pois há várias crises ocorrendo simultaneamente, todas as quais estão sendo exploradas em vários graus pelas partes interessadas.

Uma das histórias mais interessantes cuidadosamente escondidas pela fumaça gerada pela agitação civil, peste e escândalos pessoais é a marcha contínua do militarismo americano. A história é particularmente convincente porque nenhum dos principais candidatos do partido se preocupa em falar sobre isso e não há discussão de política externa planejada para o debate presidencial final. Na semana passada, o excêntrico multimilionário Elon Musk anunciou que ele e o Pentágono estão desenvolvendo um novo míssil a 7.500 mph, capaz de transportar 80 toneladas de carga militar para quase qualquer lugar do mundo em menos de uma hora. Sem dúvida, seria uma grande capacidade avançada para atender aos planejadores militares que prevêem a continuação da intervenção dos EUA em todo o mundo no futuro previsível.

Enquanto isso, o acordo sobre um novo tratado START que limitaria a proliferação de alguns sistemas de armas hipersônicas está paralisado porque a Casa Branca quer incluir a China em qualquer acordo. Pequim não está interessada, especialmente porque Donald Trump também está afirmando que Pequim pagará pelos pacotes de estímulo de vários trilhões de dólares que os Estados Unidos acabarão exigindo para combater o coronavírus “... porque isso não foi causado por nossos trabalhadores e nosso povo, isso foi causado pela China e a China vai nos pagar de uma forma ou de outra. Vamos pegar da China. Estou lhe dizendo agora, está saindo da China. Eles são os que causaram este problema.”

Portugal regista hoje 16 mortes por covid-19 3270 infetados

Portugal ultrapassa três mil casos diários de covid, no dia com mais internados de sempre

O boletim epidemiológico da DGS de hoje revela mais 3270 infetados com o novo coronavírus e 16 mortes. Estão ainda hospitalizadas 1365 ​​​​pessoas (mais 93 do que ontem), 200 destas nos cuidados intensivos (mais 13). Nunca estiveram internadas tantas pessoas desde o início da pandemia.

Portugal volta a bater um recorde de novos casos em 24 horas. Foram confirmadas mais 3270 infeções e 16 vítimas mortais por causa da pandemia de covid-19. Prevendo-se, segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, que "este número de casos ainda vá aumentar nos próximos dias".

Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira (22 de outubro), no total, desde que a pandemia começou, registaram-se 109 541 infetados, 64 531 recuperados (mais 1293) e 2245 vítimas mortais no país.

Neste momento, há 42 765 doentes ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde, mais 1961 ​​​​​​​do que ontem.

A maioria dos infetados das últimas 24 horas localiza-se na região do norte (mais 1954 - 59,8% do total) e em Lisboa e vale do Tejo (936 - 28,6%). Seguem-se o centro (mais 281), o Alentejo (56), o Algarve (28), a Madeira (12) e os Açores (três).

A ministra da Saúde disse, no final da reunião do Conselho de Ministros, que esta subida de casos "corresponde ao que vínhamos prevendo", que está em linha com a situação epidemiológica "de todos os países da União Europeia" e que deverá ainda agravar-se nos próximos dias. "Até uma vacina ou um tratamento eficaz ninguém está a salvo de ficar doente", relembrou Marta Temido.

Até agora, o máximo de casos diários notificados tinha sido na passada sexta-feira, dia 16 de outubro, quando se registaram 2608 infeções, seguido desta quarta (2535).

Já o indicador do RT (risco de transmissão do vírus ao longo do tempo) é agora de 1.26 a nível nacional, de acordo com os cálculos do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), realizados entre os dias 12 e 16 de outubro. A região onde este parâmetro está mais elevado é a do centro (1.38) e onde está menos é em Lisboa e vale do Tejo (1.17).

Portugal | Podemos confiar nos hospitais privados?

Pedro Tadeu | Diário de Notícias | opinião

Já se esqueceram que, logo em março, muitos hospitais privados começaram a cobrar aos utentes das consultas mais simples uma abusiva "taxa Covid" de 10 a 20 euros, que podia ir às centenas de euros no caso de uma cirurgia? E isto até para pagar equipamentos de proteção, banais e baratos, como máscaras e gel?

Já se esqueceram que vários hospitais privados decidiram suspender as convenções com o Estado, no período de março a abril, a até então fase mais difícil da pandemia do novo coronavírus, deixando de dar apoio ao Serviço Nacional de Saúde quando este mais precisava?

Já se esqueceram que, em setembro, foi notícia o facto dos hospitais privados recusarem fazer partos a grávidas com COVID, sem terem avisado disso as mães que, durante a fase de acompanhamento da gravidez, iam lá às consultas médicas?

Já se esqueceram que no mês passado a Entidade Reguladora da Saúde teve de emitir um comunicado, depois de receber várias queixas de utentes, a pedir aos hospitais privados que recusam doentes com COVID-19 para avisarem antecipadamente os utentes dessa decisão?

É totalmente verdadeira a acusação de pessoas de direita a pessoas da esquerda de estas defenderem o Serviço Nacional de Saúde por motivos ideológicos - o pensamento de que o acesso a tratamentos médicos deve ser gratuito e de qualidade idêntica para pobres e ricos condiciona a abordagem que qualquer pessoa verdadeiramente de esquerda faz a este problema. Por mim, que sou de esquerda, ainda bem que é assim.

Portugal | Suspensão dos cuidados de saúde durou tempo demais, diz CNS

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) diz que a suspensão dos cuidados de saúde presenciais por causa da covid-19 durou tempo demais e alerta para as consequências da demora no reagendamento.

Num documento de reflexão em que analisa a resposta de Portugal à pandemia de covid-19, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) reconhece que a suspensão dos cuidados de saúde presenciais se justificava numa fase inicial de alarme, para reorganizar circuitos e rever procedimentos, mas diz que se manteve "injustificadamente durante vários meses".

"A demora no reagendamento de cuidados de saúde e a ausência de comunicação específica dirigida às pessoas com doença não só não foram compreendidas pelas pessoas afetadas, como poderão ter um impacto não negligenciável na saúde a curto, médio e longo prazo", afirma.

Num documento de 16 páginas, este órgão consultivo do Governo lembra ainda o excesso de mortalidade registado entre 1 de março e 22 de abril (entre 2400 a 4 mil mortes), sobretudo associado a pessoas com idade superior a 65 anos, sublinhando que "é três a cinco vezes superior ao explicado pelas mortes por covid-19 reportadas oficialmente".

"Pressente-se assim que muitas pessoas com doenças agudas ou crónicas graves possam não ter procurado o sistema de saúde por receio de serem contaminadas, ou não terem encontrado nele as respostas necessárias", afirma.

Portugal | O orçamento de austeridade de 2021

– Aumenta os impostos em 2839 milhões €
– Congela pensões superiores a 659€
– Aumenta as pensões de valor inferior apenas entre 2,6€ e 4,2€ por mês se considerar o ano, mas que só é pago a partir de 1/8/2021
– Congela novamente os salários dos trabalhadores da Função Pública
– Reduz a despesa com a educação
– Não reforça as transferências do OE para o SNS
– Investimento público insuficiente para reanimar a economia pois é pouco superior ao consumo de capital fixo

Eugénio Rosa [*]

 - quadros a seguir referidos podem ser consultados em Eugenio Rosa ou AQUI

Um comportamento que desacredita os governos a nível da opinião pública é quando negam ou procuram esconder a realidade, ou então quando dizem uma coisa e fazem outra, ou prometem e sistematicamente não cumprem. Falar sempre verdade aos portugueses, por mais dura que ela seja, devia ser um princípio sagrado para todos os governos. Tudo isto vem a propósito do Orçamento do Estado para 2021, em relação ao qual o governo não se cansa de repetir que não é um orçamento de austeridade, quando na verdade é de austeridade até porque os meios que o Estado dispõe são limitados, a não ser que não se esteja dominado pela obsessão do défice e se aumente a divida pública, que se corrija as graves injustiças fiscais que beneficiam os grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros e que se combata com eficácia o enriquecimento ilícito. Mas é em demasia. Para concluir que é austeridade a mais basta analisar o OE-2021 com objetividade e verdade. É o que vamos fazer neste estudo utilizando os dados do próprio governo no Relatório do OE-2021

EM 2021, UM ANO EM QUE CONTINUA A CRISE, OS IMPOSTOS AUMENTARÃO 2.839 MILHÕES €

O quadro 1, com os dados dos relatórios oficiais que acompanham a lei do O.E. mostra o aumento de impostos entre 2011 e 2021 repartido pelos governos que se sucederam neste período de tempo.

Entre 2020 e 2021 (e 2021 é um ano que continuará a ser de grave crise), o governo prevê que as receitas de impostos aumentem em 6,9%, ou seja, mais 2.839 milhões € do que em 2020. Um aumento superior à previsão governamental do aumento do PIB (+5,4%) e muito superior ao aumento dos rendimentos dos trabalhadores em 2021, como iremos mostrar. Os dados do quadro também revelam que o aumento dos impostos durante os 4 anos de governo do PSD/CDS (+ 4.820 milhões €) foi praticamente igual ao verificado em 6 anos de governo do PS ( + 4.866 milhões €). Estes aumentos significativos dos impostos estão associados ao aumento das desigualdades que era urgente corrigir mas que o governo nada faz. A provar isso, está o facto de que as receitas de impostos indiretos, que são mais injustos porque não têm em conta o rendimento dos contribuintes, representarem 56,6% das receitas totais de impostos, enquanto as receitas de impostos diretos, que são mais justos porque atendem ao volume de rendimento de cada contribuinte, representarem apenas 43,4% das receitas totais. E esta situação agravou-se com o governo do PS (quadro 1).

CONGELAMENTO DAS PENSÕES SUPERIORES A 659€ EM 2021, E AUMENTOS MÉDIOS POR MÊS ENTRE 2,60€ (0,09€/dia) E 4,20€ (0,14€/dia) DAS PENSÕES MAIS BAIXAS

Segundo o nº 1 e 2 do artº 59º da proposta de lei do OE-2021 as pensões terão uma " atualização extraordinária de € 10,00 por pensionista, cujo montante global de pensões seja igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), ou € 6,00 aos pensionistas que recebam, pelo menos, uma pensão cujo montante fixado tenha sido atualizado no período entre 2011 e 2015 (os dois escalões mais baixos das pensões mínimas) a partir de 1 de agosto de 2021 ". Em 2021, só os reformados e aposentados com pensões inferiores a 659€ é que terão aumentos de 6€ ou 10€/mês (todos os outros reformados e aposentados terão mais uma vez as suas pensões congeladas) , mas só a partir de 1 de agosto, o que significa que só os receberão, em 2021, a mais 36€ ou 60€ (6 meses). Dividindo estes valores (36€ e 60€) por 14 meses, para se obter um valor médio mensal para o ano de 2021, obtém-se uma subida média entre 2,6€ e 4,2€ por mês para os 14 meses de 2021, o que significa, respetivamente, um aumento médio de 0,09€ e 0,14€ por dia. Dizer que congelar as pensões superiores a 659€, e aumentar as outras pensões entre 0,09€ e 0,14€ por dia não é austeridade, é certamente não falar verdade. É austeridade e a mais para quem recebe tão pouco.

Portugal | Paulo Portas e os caminhos da direita

Lourenço Pereira Coutinho | Expresso | opinião

Na semana passada, Paulo Portas suspendeu por instantes o silêncio parcial a que se remeteu desde 2015, e deu uma entrevista a Maria João Avillez, editada no Público deste domingo. O pretexto para a conversa foi a avaliação do mandato do presidente da República, mas a entrevista valeu sobretudo como prova da sagacidade de Paulo Portas, e como pista sobre o seu futuro político.

De forma surpreendente, ou talvez não, Paulo Portas analisou de forma positiva o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, ressalvando a importância do seu empenho na estabilidade política. Também, revelou que, atualmente, mantém uma relação cordial com o presidente, feita de algumas conversas, sobretudo sobre temas de política internacional. Curiosamente, algumas das características que Portas aponta a Marcelo aplicam-se-lhe também: inteligência superior, hiperatividade, pragmatismo. Contudo, e apesar de até parecer o contrário, o percurso ideológico de Marcelo Rebelo de Sousa é mais coerente que o de Paulo Portas. No início da década de 1990, este foi a “eminência parda” de um PP proto populista e anti tratado de Maastricht. Depois, a partir de meados da década de 1990, encarnou o “Paulinho das feiras”, o ombro amigo onde o interior podia chorar os desmandos de Lisboa, dando inicio à sua fase “popularucha”. Esta acabaria por fim em 2002, quando chegou a ministro da Defesa e passou a assumir uma pose de estado.

Durante a entrevista, Paulo Portas valorizou a capacidade do presidente da República saber distinguir o essencial do acessório. Paulo Portas também tem a capacidade de distinguir a forma do conteúdo, mas usou-a muitas vezes de forma questionável. Durante os anos de cavaquismo, dirigiu “O Independente”, de que fui leitor assíduo, um projeto inteligente e divertido, mas que não deixava de ser sensacionalista, até mesmo populista. O jornal tinha, também, um lado narcisista e soberbo, marcado pelo patético pretensiosismo social com que atacava o “homem de Boliqueime” e a sua entourage de wannabees.

Recentemente, o episódio da “demissão irrevogável” lembrou o pragmatismo desapegado de Paulo Portas, que tem uma capacidade notável de fazer esquecer o que não lhe interessa. Ele é um émulo contemporâneo de Charles de Talleyrand (1754-1838), o arguto político e diplomata francês que tinha uma notável capacidade de metamorfose, e serviu, sucessivamente, a revolução francesa antes da chegada do “terror”, o centralismo providencial de Napoleão Bonaparte, a restauração conservadora de Luís XVIII, e a monarquia liberal de Luís Filipe de Orleans.

No Brasil neofascista, liberdade de expressão é artigo cada vez mais raro

Para a coordenadora executiva do coletivo Intervozes, Iara Moura,“liberdade de expressão é um direito humano tão fundamental, porque ele é garantidor de outros direitos”.

Correio do Brasil, com RBA – de São Paulo

— A liberdade de expressão diminuiu no Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro. É o que aponta o Relatório Global de Expressão, divulgado pela ONG Artigo 19. Segundo o documento, divulgado nesta quarta-feira, o país ocupa a 94ª posição no ranking de 161 países avaliados.

 A liberdade de expressão está prevista na Constituição Federal no artigo 5º. E o Brasil também ratificou o pacto de direitos civis e políticos no seu artigo 19º, que trata da liberdade de expressão. O que nós vimos no período recente foi uma redução progressiva daquilo que a gente chama de liberdades públicas — afirmou a diretora executiva da Artigo 19, Denise Dora, a jornalistas.

Atual governo

Para a coordenadora executiva do coletivo Intervozes, Iara Moura,“liberdade de expressão é um direito humano tão fundamental, porque ele é garantidor de outros direitos”.

— Se eu não consigo manifestar minhas ideias e pensamentos, minhas necessidades, nem denunciar o Estado e determinados governos sobre as violações de direitos cometidas, eu tenho um acesso a outros direitos, como o trabalho, o lazer e o próprio direito à vida negado — acrescentou.

O relatório indica que o direito de expressão no Brasil recuou 18 pontos numa escala que vai até 100. Quanto mais próximo de 100, maior a liberdade de expressão. A retração ocorreu entre os últimos dois anos, exatamente o período em que Jair Bolsonaro chegou ao poder, de acordo com dados divulgados pela agência de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

Segundo a ONG Artigo19, ataques à imprensa são exemplos de como no governo Bolsonaro a liberdade de expressão é cerceada no país.

— O próprio presidente, seus ministros e sua família atacaram diretamente jornalistas durante o último período. É um número absurdo de vezes. Eles foram responsáveis por 439 ataques a jornalistas e comunicadores a partir das suas falas públicas — repercutiu Denise Dora.

Direito negado

De acordo com Iara Moura, há “uma negação ao direito à liberdade de expressão, porque esse governo sabe que a liberdade de expressão, o acesso à informação, a liberdade de criação artística, a liberdade de manifestação contrariam os interesses de um governo que é autoritário, que é avesso à diversidade humana, não respeita quem é diferente”.

No mundo, quase 4 bilhões de habitantes têm o direito de expressão negado, resultado de políticas autoritárias.

— Cinquenta e quatro por cento da população global estão em países nos quais a liberdade de expressão foi reduzida. Isso significa 3,9 bilhões de pessoas no mundo, que estão sob governos autocráticos, que tem pouco apreço à democracia — conclui Dora.

Ernesto Araújo, o lunático do Itamaraty, cumpre agenda de capacho dos EUA

No dia em que governantes, políticos, líderes internacionais, oposicionistas do MAS [Movimiento Al Socialismo] e até mesmo o mercenário Luis Almagro/OEA felicitaram Luis Arce pela eleição à presidência da Bolívia, o chefe bolsonarista do Itamaraty cumpriu agenda de servidor e capacho dos EUA.

Toda tarde da agenda do lunático Ernesto Araújo nesta 2ª feira [19/10], 1º dia após a eleição realizada no país vizinho, foi inteiramente dedicada à abordagem de assuntos de interesse dos EUA na região.

Tratam-se, aliás, de interesses estrangeiros que ofendem o princípio da integração hemisférica estabelecido no artigo 4º da Constituição, que diz que “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

O lunático do Itamaraty, um vassalo estadunidense, não encontrou tempo nem mesmo para emitir uma breve nota de felicitação a Luis Arce. Mas, em compensação, teve todo tempo do mundo para despachar assuntos agendados pelo governo imperial do Norte – ao qual ele e sua “exótica” equipe servem com devotada subserviência e capachismo.

Brasil | Vacinas: a irresponsabilidade sem limites de Jair Bolsonaro


#Publicado em português do Brasil

Presidente desautoriza ministro da Saúde e anuncia que brasileiros fora de SP não terão a vacina Sinovac-Butantã. Decisão insana reduz ainda mais possibilidades de imunizar população, em meio a possível segunda onda da covid

Raquel Torres | Outras Palavras | Imagem: Laerte

PAZUELLO ANUNCIA, BOLSONARO CANCELA

O presidente Jair Bolsonaro decidiu partidarizar de vez a resposta à pandemia de covid ao cancelar abruptamente, esta manhã, a compra de 46 milhões de doses da vacina contra o cornavírus, que serão produzidas pelo empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, de São Paulo. O caráter partidário e ideológico da decisão ficou claro nas circunstâncias que a cercaram. Bolsonaro fez o anúncio ao responder um tuíte de um apoiador que “temia” ter seu futuro “comprometido pela ditadura chinesa”. “NÃO SERÁ COMPRADA”, respondeu o presidente em letras maiúsculas. Além disso, insinuou que pode ver a atitude do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, como “TRAIÇÃO”.

Pazuello havia anunciado ontem a compra da vacina Sinovac-Butantã. Mesmo com toda a campanha do presidente contra a CoronaVac – e apenas um dia depois de ele reclamar do preço dessa vacina –, o ministro anunciou um acordo de R$ 1,9 bilhão com o estado de São Paulo para a compra das 46 milhões de doses do imunizante. Com isso, a CoronaVac ficaria incorporada ao Programa Nacional de Imunizações, em vez de tornar-se um negócio exclusivo de São Paulo. “A vacina do Butantan será vacina do Brasil”, disse Pazuello, em reunião com governadores.

Segundo a pasta, foi assinado um protocolo de intenções que depende do registro da Anvisa para que a compra se concretize. A expectativa era que isso acontecesse até o fim do ano; nesse caso, a vacinação começaria em janeiro.

“Nem
os auxiliares de Jair Bolsonaro conseguem sustentar por muito tempo o circo político armado diariamente pelo chefe”, escreveu o colunista da Folha Bruno Boghossian sobre a derrota do presidente. No mesmo jornal, Pedro Venceslau apurou que João Doria, viajaria hoje mesmo para Brasília para “capitalizar o que seus aliados consideram uma vitória política do tucano“, de olho nas eleições de 2022.

Mas logo o peso da decisão chegou ao colo do presidente. Respondendo a comentários de apoiadores em suas redes sociais. O site Poder360 apurou que o presidente enviou uma mensagem aos ministros dizendo: “Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19″. A decisão partidarizante é ainda mais irresponsável porque desconsidera, inclusive, os sinais de que há uma segunda onda da pandemia, visível na Europa e Estados Unidos. O cientista Miguel Nicolelis alertou ontem para a necessidade de adotar desde já novas medidas protetivas. A decisão presidencial vai no sentido oposto.

Uruguai | Pepe Mujica renuncia ao senado e retira-se da política

#Publicado em português do Brasil

Ex-presidente uruguaio José ‘Pepe’ Mujica formaliza renúncia ao Senado e se retira da política

Pandemia precipitou decisão do ex-líder, de 85 anos, que sofre de doença autoimune

O ex-presidente uruguaio (2010-2015) José Pepe Mujica formalizou nesta terça-feira a renúncia à sua cadeira no Senado e, com isso, retirou-se definitivamente da política ativa. A renúncia de um dos líderes mais importantes da esquerda latino-americana foi precipitada pela pandemia de covid-19, porque o ex-presidente, de 85 anos, sofre de uma doença autoimune. “Esta situação me obriga, com grande pesar por minha profunda vocação política, a solicitar que se tramite minha renúncia à cadeira que os cidadãos me concederam”, escreveu Mujica em uma carta lida nesta terça-feira em sessão extraordinária do Senado. “A pandemia me expulsou”, acrescentou. “Na vida, há uma hora para chegar e uma hora para partir”, assinalou o ex-presidente sobre sua renúncia ao Senado, algo que já havia antecipado meses atrás e reiterado no dia das eleições municipais realizadas em 27 de setembro.

“O ódio é fogo como o amor, mas o amor cria e o ódio nos destrói”, disse Mujica em seu breve discurso durante uma sessão extraordinária da Câmara Alta, na qual também renunciou o ex-presidente (1985-1990 e 1995-2000) Julio María Sanguinetti. “Eu tenho minha boa quantidade de defeitos, sou passional, mas no meu jardim faz décadas que não cultivo o ódio, porque aprendi uma dura lição que a vida me impôs, que o ódio acaba idiotizando, ele nos faz perder objetividade”, acrescentou.

Depois dos discursos de despedida dos senadores de esquerda e de direita, Mujica pediu a palavra para agradecer o quanto haviam sido “elogiosos” em relação a ele. “Vencer na vida não é ganhar, é levantar e recomeçar toda vez que caímos”, disse.

Colômbia | Dirigentes políticos, agrários e indígenas mortos em menos de 24 horas

Entre os dias 19 e 20, 2 membros do movimento Colômbia Humana e 2 indígenas foram mortos a tiro no Sudoeste do país. Sobe para 1040 o número de dirigentes sociais assassinados desde o acordo de paz.

Gustavo Petro, senador e ex-candidato à presidência da Colômbia, denunciou nas redes sociais o assassinato de Gustavo Herrera, que dirigiu a sua campanha no departamento do Cauca, em 2018, e o do dirigente social e agrário Eduardo Alarcón Córdoba.

Advogado e reconhecido dirigente político, Herrera foi assassinado esta terça-feira quando seguia numa estrada entre Popayán e o município de Puracé, depois de ser atacado a tiro por desconhecidos, refere a agência EFE.

Petro exortou os membros do movimento Colômbia Humana a estarem «alerta» e a aderirem «massivamente à paralisação nacional» convocada para hoje por sindicatos e organizações populares, em defesa da vida e de medidas económicas de «emergência», contra os massacres e assassinatos de dirigentes sociais, e a repressão policial.

Tribunal popular denuncia crimes da missão da ONU no Haiti

Vítimas, familiares e especialistas testemunharam no julgamento simbólico dos crimes da missão da ONU (2004-2017). A iniciativa insere-se no contexto de mobilizações anti-imperialistas e pelos direitos.

O chamado Tribunal Popular contra os Crimes da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) decorreu ao longo desta terça-feira na capital haitiana, Porto Príncipe, visando reforçar a reivindicação de justiça e reparação para as vítimas dos abusos cometidos pelas tropas envolvidas na operação.

A missão da ONU foi liderada pelo Brasil e prolongou-se por 13 anos, entre 2004 e 2017. As críticas e denúncias à sua actuação surgiram ainda nesse período e, três anos volvidos, mantêm-se, da parte da população haitiana, que espera reparação das Nações Unidas, refere a TeleSur.

A iniciativa do tribunal popular, para responsabilizar o organismo internacional, partiu de organizações sociais como a Plataforma Haitiana para o Desenvolvimento Alternativo (Papda), a Rede Nacional em Defesa dos Direitos Humanos, a Comissão Nacional Episcopal de Justiça e Paz, a Plataforma de Organizações de Defesa dos Direitos Humanos.

Entre as violações de direitos referidas pelo tribunal durante a permanência da Minustah no Haiti, contam-se políticas contrárias ao acesso da maioria da população à educação e o aumento da repressão militar sobre manifestações populares.

Também o crescimento de grupos criminosos organizados como milícias, o desrespeito pelos direitos das mulheres e das crianças, o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e outros crimes sexuais, além da cultura de impunidade como marca do poder judicial local.

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