quinta-feira, 26 de agosto de 2021

CURTO, GROSSO E ELEITORALISTA... MAS QUE PACHORRA!

Deste Curto do Expresso de hoje vem a recordação de que as Eleições Autárquicas estão quase a acontecer. A campanha eleitoral contém o blá-blá do costume. Em eleições nunca vimos tantos mentirosos usarem de tanto tempo de antena, de comícios, de ajuntamentos, de passeatas, e tudo o mais que lhes dê nas partidárias ganas. Por tudo isto registamos que existem eleitores que até são caçados – gabemos-lhes a paciência e os adormecimentos de que serão vítimas. O costume.

Cousa muito mais importante é a abertura da Feira do Livro em Lisboa. No PG dedicamos um bom espaço sobre o acontecimento – espremido do Expresso. Vá lá, ao Parque Eduardo VII, compre livros, mesmo que depois tenha de passar alguma fome física. Os livros alimentam a alma, o conhecimento, a cultura, etc.

Prado, o jornalista do Expresso, trata deste Curto que aí vem. Já a seguir. Vá nessa, se quiser. Já sabe que tem "liberdade para pensar" – como diz o slogan do Expresso. Use-a. Não vá nas patranhas que a mídia corporativa dita para preencher as suas funções. Pense. Não dói nada. Arme-se de pachorra e avançe, sem medos.

Bom dia e um queijo do Rabaçal. Esse mesmo. Com um Borba dos anos 70. Pois então.

Saúde.

MM | PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Eleições à porta e um Rio de (des)preocupações

Miguel Prado | Expresso

Bom dia.

Estamos a um mês das autárquicas. Permita-me que não lhe fale de imediato do Afeganistão e que não lhe traga já, a esta hora da manhã, os números da vacinação. Deixe-me virar a agulha. Não serão as primeiras eleições em pandemia. Foi ainda em janeiro, há apenas sete meses, que Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito para um segundo mandato. Estas são, porém, eleições diferentes.

Centenas de candidatos à liderança de uma câmara municipal andarão no terreno. Talvez sem as acaloradas arruadas de abraços e beijinhos, e talvez sem brindes para distribuir à freguesia. Mas com certeza já terá notado, numa qualquer rotunda da vizinhança, a profusão de cartazes, mais ou menos criativos, dos incumbentes e dos que os desafiam, sozinhos ou acompanhados, em candidaturas unipartidárias ou em coligações mais coloridas que as mais sumarentas saladas de frutas.

A campanha está aí e, tudo indica, paulatinamente os noticiários irão encarregar-se de nos fazer chegar um pouco mais de política local. Afinal, ela mexe com as nossas vidas, nas pequenas decisões que influenciam o quotidiano dos munícipes, nos orçamentos participativos, nos contratos públicos que salvam as contas de construtoras e outros prestadores de serviços, na formação de lideranças e alianças políticas que podem emergir como uma qualquer geringonça no poder central de amanhã.

O presidente do PSD deu já nota de que as autárquicas não são tema que lhe tire o sono. “Qualquer eleição é importante para a liderança de qualquer líder político, mas por mais que isto custe às pessoas da política perceber, não estou minimamente preocupado”, declarou Rui Rio esta quarta-feira. Não estará Rio, mas estarão todos quantos decidiram integrar listas, animar as bases, levantar fundos e mobilizar mundos (ou vice-versa) para mais uma campanha, que, como qualquer outra campanha política, trará intrigas, jogos de bastidores, análises e novos rumos nas lideranças partidárias.

No pequeno ecrã, mais logo, a RTP3 coloca em debate os candidatos à Câmara de Bragança. E nos próximos dias será a vez de os candidatos a Castelo Branco, Vila Real, Santarém e Viseu terem os seus 50 minutos de fama, segundo o calendário divulgado pela estação pública.

Mas, dizia-lhe, caro leitor, que estamos a um mês das autárquicas e a política está na rua. Esta manhã, enquanto o Governo estará reunido no Palácio da Ajuda, em Lisboa, em mais um Conselho de Ministros, o presidente do PSD visitará Ribeira de Pena, seguindo para Mondim de Basto e daí para Sabrosa, onde inaugurará uma sede de campanha, antes de terminar o dia em Chaves, com o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos.

João Cotrim de Figueiredo andará mais a Sul, apoiando os candidatos da Iniciativa Liberal a Loures, Odivelas e Mafra. E em Lisboa, ao fim do dia, a presidente do PAN, Inês de Sousa Real, estará com a candidata do seu partido a Lisboa num protesto contra as touradas junto ao Campo Pequeno.

A campanha oficialmente só começa a 14 de setembro, mas bem antes disso os candidatos e líderes partidários intensificarão as suas ações no terreno. Aqui no Expresso já pode ler algumas das reportagens que fizemos nas últimas semanas, e poderá também acompanhar, nos próximos dias, a nossa cobertura das autárquicas.

Em Lisboa, Carlos Moedas tentará roubar a maior Câmara do país a Fernando Medina, que ontem deu uma entrevista ao “Observador”, onde se queixou de insinuações a propósito de ajustes diretos e onde também falou de um jantar de Natal da Carris. Não escapou, pouco depois, às críticas de Moedas. “A um mês das eleições continuamos sem saber quais são as propostas de Medina para a cidade. Optou por reciclar as promessas que não cumpriu esquecendo os interesses dos lisboetas. Lisboa não pertence a Medina. Lisboa é de quem cá vive”, acusou Moedas. Teremos oportunidade de os ver debater, frente a frente, daqui a uma semana, a 2 de Setembro, na SIC.

E teremos também oportunidade de refletir sobre o poder local. Aqui no Expresso Henrique Monteiro aborda a tomada das autárquicas pelos aparelhos partidários, com quase um terço dos deputados a serem candidatos nestas eleições, enquanto Daniel Oliveira analisa a importância destas autárquicas para dois partidos em particular, o PSD e o PCP. Mas, sim, há vida para lá das autárquicas. E por isso segue meia dúzia de outras sugestões de leitura.

OUTRAS NOTÍCIAS

Política. A associação SEDES propõe, em matéria de legislativas, um sistema eleitoral misto de inspiração alemã, em que metade dos deputados fossem eleitos em círculos uninominais e a outra metade através de listas partidárias.

Avante. A festa do PCP terá uma lotação máxima de 40 mil visitantes e o PCP “dá seguimento à recomendação da DGS para que os visitantes sejam portadores de comprovativo de vacinação, de recuperação de doença e/ou teste negativo”. O que quer que isso signifique sobre se os visitantes terão ou não de ter testes negativos ou vacinas, está aí mais um importante momento para o Partido Comunista, com o teste das autárquicas a bater à porta.

Afeganistão. Há 840 famílias portuguesas que estão dispostas a acolher afegãos. O Alto Comissariado para as Migrações está a analisar os detalhes de quem já se voluntariou para ajudar. Pode ler mais aqui.

Rolling Stones. Na terça-feira morreu, aos 80 anos, Charlie Watts, lendário baterista dos Rolling Stones. Vale a pena ler aqui na Blitz este texto sobre quem foi o discreto músico de uma das maiores bandas de todos os tempos.

Energia. Nunca a eletricidade esteve tão cara no mercado ibérico. O preço diário no mercado ibérico atinge um novo recorde esta quinta-feira. A questão é mais complicada para os consumidores espanhóis, cujos preços são atualizados todos os meses em função do preço grossista, mas não se iluda: aqui em Portugal, mais tarde ou mais cedo, também chegará ao seu bolso.

Incidentes no desporto. Na última época Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto contabilizou 2.335 incidentes. Praticamente nove em cada dez aconteceram no futebol. Leia mais aqui na Tribuna.

FRASES

“Na política não é incomum encontrar hipócritas que vivem um desdobramento entre o público e o privado”

Papa Francisco, esta quarta-feira

“Sabes como os miúdos podem ser, podem ser violentos. ‘Porque é que o teu pai não está a trabalhar? Não é bom o suficiente? Ele não é bom no futebol?’ Sim, é duro”

Jack Wilshere, futebolista inglês, 29 anos

“A solidariedade não é facultativa, mas um dever que resulta do artigo 1.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos”

Jorge Sampaio, antigo Presidente da República, em artigo de opinião no “Público”

O QUE ANDO A OUVIR

Primeiro aviso à navegação: sou péssima referência em matéria de novas tendências. Segundo aviso à navegação: também não sou conhecedor de clássicos. Terceiro aviso à navegação: é possível, ou extremamente provável, que tenha parado no tempo e, por inércia, me limite a ouvir algumas coisas editadas bem antes de vir para o Expresso, que vou acumulando aqui na estante. Assim sendo, e estando o caro leitor avisado, direi que vou ouvindo, de vez em quando, “Damaged”, dos Lambchop, de 2006, “Ma Fleur”, dos Cinematic Orchestra, de 2007, e ainda uma compilação da década de 90 de algumas das melhores canções de Sérgio Godinho. Hoje soube-lhe a pouco? Bem sei. Tudo antigo. Mas para novidades temos o Expresso.

Vai longo este Curto. Mas anime-se. Já faltou mais para o fim-de-semana. Esperamos continuar a contar consigo aqui. Tenha uma ótima quinta-feira. E não se esqueça: esta sexta está mais um Expresso nas bancas.

Gostou do Expresso Curto de hoje?

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