O Curto do Expresso evoca os 76 anos da matança de milhões de japoneses. Uns num ápice e outros lentamente. Hiroshima e Nagasaki foram os palcos das explosões nucleares em 1945. Os EUA foram os artífices da façanha, aproveitando uns quantos nazis que levou para casa, lhes deu carinhos e muito boa vida, enquanto eles desenvolviam a grande mãe da matança provocada naquelas duas cidades japonesas.
Foi a guerra contra o chamado eixo (Alemanha, Japão, Itália e outros nazi-fascistas). Foi a loucura de políticas, governos e militares que desprezaram a humanidade – o que ainda hoje continua a acontecer na atual terceira guerra mundial de que o mundo é palco por via da obstinação do império dos EUA que quer moldar países, povos, governos e regiões, sob seu domínio e à sua imagem e semelhança, colhendo em exclusivo as vantagens dos roubos que pratica no planeta terráqueo. E vai mais além, avançando em almejo a outros planetas, ao espaço.
Mas isso agora não interessa nada. Dirão os fúteis. Pois. O que se sabe e vê é que tudo não passa de lágrimas de crocodilo ao recordar as matanças idas e as atuais. E, sempre, continuando a matar, a roubar, falando falsamente em liberdade, democracia, igualdade, justiça… Tudo mentiras. Tudo lágrimas de crocodilo, com olhos postos na ganância, no domínio global. Pois.
No Curto pode ler com interesse um manancial de tópicos. A atualidade segundo o guia dos média corporativos, o Expresso. Será disso que se trata e que trazemos à consideração dos que nos lêem. Atualizem-se, segundo o evangelho e cartilha do tio Balsemão Impresa de Bilderberg & Associados. É o que temos. E que sem rebuço divulgamos. Aprender, aprender sempre...
Fiquem bem. A semana de trabalho, teoricamente, começa hoje e até à próxima sexta-feira. Balelas. A semana de trabalho atualmente é interminável. Salvé slave!
MM | PG
Bom dia este é o seu Expresso Curto
Teremos sempre Paris
Margarida Cardoso | Expresso
Bom Dia!
Bem-vindo a mais um Expresso
Curto no dia em que se assinala o aniversário do lançamento da bomba
atómica dos Estados Unidos sobre Nagasaki, em 1945
Na voz de Rick (Humphrey Bogart), o tom de “We´ll always have Paris” é
nostalgia em estado puro no diálogo final de Casablanca. Mas aqui, “Teremos
sempre Paris” aponta diretamente ao futuro e tem impressa a marca da esperança
deixada por muitos atletas em Tóquio.
Agora que os Jogos de 2020/2021 já passaram a fazer parte da história olímpica
e do cerco global imposto pela covid-19, Paris 2024 começa a entrar
Para já, acredite ou não que o desporto de alta competição pode ser uma obra de
arte, vale a pena
recordar aqui, na Tribuna, histórias e imagens olímpicas . Vale a pena
celebrar o ouro, a prata e os dois bronzes de Tóquio 2020, até porque esta
é a melhor participação portuguesa de sempre em Jogos Olímpicos, sem
esquecer que para lá da contabilidade de recordes e de medalhas estes jogos
foram certamente estranhos, mas também
foram os melhores jogos de sempre no que respeita à inclusão, como sublinha
o Martim Silva. Vale a pena não esquecer que Portugal é o quinto país da UE com
menos medalhas olímpicas e tentar
perceber o que falta para chegarmos mais longe, sem
perder de vista estas contas da TSF : Quatro medalhas em 10 milhões de
habitantes representam melhor rácio que as 113 medalhas norte-americanas ou as
88 chinesas. Vale a pena acreditar: “Teremos sempre Paris”.
Do Japão para Portugal, do
adeus a Tóquio aqui deixado pela minha colega Lídia Paralta Gomes, para o
futebol, temos os adeptos a celebrar o regresso aos estádios, apesar da dose de
público nas bancadas estar racionada a 33% no
arranque do campeonato.
Entre os que vibram com o futebol e os que criticam a forma como o desporto rei
ofusca outras modalidade, eu prefiro acreditar na liberdade de cada um ver o
seu próprio jogo, dentro e fora de campo.
Vamos analisar pontos fortes e fracos do Benfica, Porto e Sporting, os
candidatos de sempre ao título, a que juntamos a renovada promessa do Braga vir
a intrometer-se entre os grandes? Vamos avançar prognósticos para o título, a
partir do quadro de resultados da primeira jornada em que os 4 venceram? Ou
optamos por driblar a corrente, distribuímos os 18 clubes da primeira
divisão pelo mapa nacional, vemos que metade (Braga, Vítória de
Guimarães, Porto, Famalicão, Vizela, Paços de Ferreira, Gil Vicente, Moreirense
e Porto) está concentrada nos distritos do Porto e de Braga e, se
juntarmos a este grupo o Tondela e o Arouca, 11 (61%) estão acima de
Coimbra?
Depois de um defeso dominado pelas sequelas da festa do título do Sporting e
pela detenção de Luís Filipe Vieira, é fácil perceber que faltaram as
notícias do costume sobre transferências milionárias. Temos o Barcelona
forçado a assumir não ter dinheiro para pagar a Messi , que chora
na hora da despedida, enquanto Cristiano
Ronaldo continua à procura de uma alternativa à Juventus. A conclusão é
óbvia: a pandemia infetou a sério o mercado do futebol, tal como infetou as
nossas vidas e a economia.
Entretanto, na estrada, está já a 82ª edição da Volta a Portugal
Outras notícias
Covid-19 As notícias sobre a pandemia continuam a multiplicar-se. Há
surtos em lares, com destaque para Almodovar e Proença
a Nova onde já foram registadas duas mortes. No que respeita à saúde
mental, os
pedidos de ajuda ao INEM aumentaram 24%. Mais de metade da guarnição do navio
patrulha Douro, em missão na Madeira, está infetada. Marcelo
Rebelo de Sousa apela à vacinação dos jovens. Um estudo
revela a quebra abrupta dos anticorpos 3 meses após a segunda dose da
vacina e deixa mais perto a hipótese da terceira dose. André
Ventura fica em isolamento depois de ter testado positivo. Fátima
prepara mais uma peregrinação dos emigrantes com acesso limitado. Israel
recua e impõe novas restrições para travar a variante Delta. Para
refletir mais a fundo sobre o tema vale a pena ler
este texto sobre a possibilidade da vacinação contra a covid-19 vir a ser
obrigatória, enquanto a apresentação de certificado digital covid para
garantir acesso a muitos espaços motiva manifestações de protesto em França,
Itália e Alemanha.
Operação Marquês Ricardo Salgado pede
o desbloqueio das cauções dos casos Monte Branco e BES.
Vandalismo Padrão
dos Descobrimentos é a mais recente vítima entre os monumentos
nacionais
Impostos A receita do IMI
cai pela primeira vez em cinco anos (1,6%) e o Jornal de Negócios
explica porquê. No Público, o destaque vai para
a derrota judicial do fisco, obrigado a manter desconto de 75% no ISV de
híbridos importados.
Consumo Comprar eletrodomésticos seminovos ou recondicionados é uma boa
opção? O
Minuto do Consumidor ajuda-o a encontrar a resposta.
Floresta Um terço já tem câmaras de videovigilância. O sistema, diz o JN,
filmou incendiários e permitiu travar mais de 200 fogos desde o ano passado.
Clima Há chuvas torrenciais no Sudão. O incêndio
Dixie é o segundo maior de sempre na Califórnia. A Grécia
e a Turquia continuam debaixo de fogo. As últimas semanas têm sido pródigas
em fenómenos meteorológicos extremos, e a discussão sobre as alterações
climáticas é mais atual do que nunca, como
explica o Virgílio Azevedo neste artigo. A ONU
deixa um alerta ao Mediterrâneo: teremos ondas de calor, secas e
incêndios ainda piores.
Afeganistão Os
tablibãs avançam, o país volta a estar no centro do debate geopolítico
internacional e o seu futuro mereceu
a atenção do podcast The Diplomate .
Bielorrussia Da
vitória de Lukashenko à viúva de Taraikovsky, à espera de justiça, a
Euronews faz a história de um ano de protestos no país.
Espanha Em dezembro de 2020, os herdeiros de Franco tiveram de entregar o
Pazo de Meirás, na Galiza, ao Estado Espanhol, depois de um tribunal considerar
forçada a doação, em 1838, do palácio construído pela escritora Emília Pardo
Bazá. Agora, o
El País fez uma visita guiada à antiga residência de verão de Francisco Franco e
reflete sobre o apego dos ditadores a uma estética arquitetónica subordinada à
rigidez do “quanto maior melhor”. É um artigo de acesso condicionado, mas que
vale a pena ler.
Frases
Se a DGS mudar para agradar ao Governo, ao PR, à task-force. Isso era matar
toda a sua credibilidade
Marques Mendes, no comentário de domingo da SIC, sobre a vacinação de crianças
e jovens entre os 12 e os 15 anos
A zona onde querem montar as lavarias e a deposição de areias fica a 30 ou
Álvaro Frutuso, morador da Borralha, citado
pela TSF na contestação à exploração das minas de Volfrâmio em
Montalegre e Boticas
Nenhum atleta está acima de Portugal
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico Português, sobre o
episódio
Ontem estava a 1m35s (do camisola amarela). Hoje estou a 25 segundos. Basta um
dia mau para alterar tudo
Frederico Figueiredo, em declarações à RTP depois de vencer a 4ª etapa da volta
O que eu ando a ler
“Algo vai mal no reino na Dinamarca”, escreveu William Shakespeare em Hamlet,
no fim do século XVI. E algo continua mal no reino da Dinamarca dois séculos
depois, penso enquanto leio “A Visita do Médico Real”, de Per Olov
Enquist (1934 – 2020), da editora portuense Ahab. Pouco conhecido em
Portugal, apesar de ser um dos escritores suecos mais traduzidos, Enquist
conduz-nos diretamente à corte de Christian VII da Dinamarca, para um retrato
de época muito especial.
É romance. É história. É reportagem. O tema? O iluminismo, a corte da
Dinamarca, o poder e todos os poderes por trás do poder oficial. Temos o jovem
rei Christian VII, meio louco, “que achava que a corte era um teatro, que ele
tinha de aprender as suas deixas e que seria castigado se não as soubesse de
cor”, a rainha Caroline Mathilde, irmã de George III de Inglaterra, Struensee,
o médico visionário, conselheiro do rei, amante da rainha, a Europa do século
XVII, Voltaire, Diderot e muito mais. Afinal, “o
modelo escandinavo de Estado social tem aí as suas raízes”, disse o autor
nesta entrevista ao Ípsilon.
Quanto ao livro, o excerto escolhido é apenas uma pequena amostra da teia
complexa criada por Enquist através da fusão de filosofia, insanidade,
adultério, poder, traição, sangue real... em doses precisas: “O indivíduo que
supostamente devia ser quebrado por intermédio da educação e da subjugação
espiritual, com o auxílio de um chicote, de modo a roubar-se-lhe toda a
independência, era o monarca absoluto da Dinamarca, escolhido por Deus.
Suficientemente destroçado, subjugado e com a vontade política estilhaçada,
seria então concedido ao monarca todo o poder, apenas para que ele o
abandonasse nas mãos daqueles que o tinham educado”.
Para as longas noites de verão do Porto, tenho em agenda três visitas
noturnas rodeadas de luz, aos
Clérigos, a Serralves e
ao Jardim Botânico .
Mas também guardo e partilho três sugestões do André Manuel Correia, meu
colega na Delegação Norte do Expresso:
“Um dos regressos mais aguardados no mundo da música: Billie Eilish está
de volta com o novo álbum “Happier Than Ever”. O processo de feitura de um
segundo disco, por norma, é sempre um parto complicado. Com apenas 19 anos, a
jovem, expoente máximo do bedroom pop, tinha sobre si o peso da expectativa
gerada com o enorme sucesso obtido com o álbum de estreia “When We All Fall
Asleep, Where Do We Go?”. O que deve fazer um artista depois disso? Replicar a
fórmula que lhe valeu seis Grammys ou arriscar uma reinvenção criativa para
abrir novos horizontes e fugir das comparações com os êxitos do passado?
“Happier Than Ever” não é uma coisa nem outra. É um álbum de variedades
com 16 temas, onde cabe de tudo um pouco, até mesmo bossa nova. Talvez não seja
um álbum cheio de canções orelhudas, mas há nele músicas como “Getting Older”,
“my future”, “Halley’s Comet”, “Your Power” e a power ballad “Happier Than
Ever” que agarram imediatamente o ouvinte. A cereja no topo do bolo chega
no final, com “Male Fantasy”, onde num registo acústico sobressai o delicado
timbre de Billie Eilish. Se ainda não ouviu, não perca mais tempo, este será um
dos álbuns mais marcantes de 2021.
“A Invenção do Passado”, do autor afegão radicado nos Estados Unidos Tamim
Ansary, descreve, num tom coloquial e bastante acessível, o processo de
construção das grandes civilizações e impérios da Antiguidade. É um livro a não
perder, sobre o qual pode
saber mais nesta crítica do Expresso.
Se é daqueles que perde horas a decidir o que ver na Netflix, então avance sem
medo para a série documental “Como Ser um Tirano”, um autêntico manual
para um aspirante a ditador que, ao longo de seis episódios, mostra como
Hitler conquistou o poder, como Saddam Hussein destruiu os rivais políticos,
como Estaline controlava a verdade ou como a dinastia Kim encontrou na Coreia
do Norte a fórmula para conseguir governar para sempre”.
Antes da despedida, deixo mais uma proposta: como faz hoje anos que morreu
o compositor norte-americano David Raksin (1912 – 2004), autor de
Laura, tema principal do filme do mesmo nome de Otto Preminger (1944),
convido-o a procurar uma das muitas versões desta música. Eu escolhi a voz de Ella Fitzgerald,
disponível no Youtube.
Este Expresso Curto fica por aqui. Continue na nossa companhia no Expresso, na
Sic, na Tribuna e na Blitz. Boas leituras.
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